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ATRIBUIÇÕES AO DPRF

3. Atribuições da PRF

3.2 Atribuições da PRF no CTB

É inconcebível um candidato ao cargo de Policial Rodoviário Federal ir para sua prova sem conhecer as suas futuras atribuições .

Partindo para uma premissa lógica, se todos os concursos anteriores da PRF cobraram esse conteúdo, porque não nos aprofundarmos ao máximo em seu estudo .

É isto que vamos fazer!!!!

Sendo assim, quanto às competências expressas no CTB, veremos cada uma delas de forma detalhada . Mas, antes, perceba que a PRF divide com o DNIT uma série de atribuições nas rodovias e estradas federais, em que se apresentam algumas competências exclusivas e outras comuns .

Cabe ainda ressaltar que não houve aqui a divisão rigorosa de competências para autuar os infratores de trânsito, conforme ocorre em áreas urbanas entre os órgãos executivos de trânsito dos Estados e dos Municípios .

Abaixo, a redação do art . 20 do CTB, com os comentários pertinentes .

“Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das rodovias e estradas federais:”

Comentário:

A única informação relevante do caput do art . 20 seria a circunscrição, ou seja, a competência territorial da PRF, que atua administrativamente em rodovias e estradas federais . Podemos inferir também que a PRF é tipicamente uma polícia rural (rodovias e estradas são vias rurais)

e tem como atribuição prevenir a ocorrência de infrações tanto penais como administrativas nessas áreas .

Cabe ressaltar que a referência para o policial é o local da ocorrência da infração, e não aquele em que efetivamente ocorrerá a abordagem, uma vez que o trânsito é dinâmico e o estado de flagrância permite a perseguição do infrator, ainda que este adentre na área urbana ou em uma mata às margens da rodovia . Fundamentação para abordagem após uma infração de trânsito é o artigo 280, parágrafo 3º do CTB; e após uma infração penal são os artigos 290, 301,302 e 303 do CPP .

CTB:

"Art 280 § 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o agente de trânsito relatará o fato à autoridade no próprio auto de infração, informando os dados a respeito do veículo, além dos constantes nos incisos I, II e III, para o procedimento previsto no artigo seguinte."

CPP:

"Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso.

§ 1º Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:

a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdido de vista;

b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço.

§2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida.

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: I – está cometendo a infração penal;

II – acaba de cometê-la;

III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;

IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.

Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência."

“I – cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições;”

Comentário:

A lógica do dispositivo tem por fundamento a criação do Estado de Direito, ou seja, o Estado deve respeitar as leis criadas por ele .

O dispositivo expressa a preocupação do legislador tanto com a legalidade quanto com a moralidade na prestação do serviço público pelos órgãos de trânsito .

O legislador nos informa que a PRF (órgão) e seus agentes de trânsito (implementadores da vontade do órgão), antes de reprimirem os infratores de trânsito, devem antes ser exemplos . De outra forma, o agente de trânsito que conduz uma viatura desrespeitando as normas de circulação e conduta estaria legalmente engessado no que se refere a autuações por infrações de trânsito, posto que, antes de “fazer cumprir” deve “cumprir” a legislação e as normas de trânsito . Poderíamos chamar de absurda a conduta de um PRF que autuasse um veículo com pneus carecas se sua viatura também estivesse com os pneus em estado semelhante .

Por fim, é muito comum vermos as viaturas policiais com licenciamento expirado, pneus carecas, extintores vencidos, quando existentes, além de muitas outras infrações, pois ainda existem policiais e agentes de trânsito que imaginam que, pelo fato de conduzirem uma viatura policial, lhes dá a prerrogativa de descumprirem a legislação de trânsito . A confusão é feita em virtude do art . 29, VII, o qual dispõe que, quando em serviço de emergência, se devidamente identificados, gozam de prioridade de trânsito, mas somente nesses casos .

Por fim, impende observar, diante do exposto, que o policial que liga a sirene da viatura com a finalidade de sair do engarrafamento para chegar mais cedo ao local de seu almoço viola a impessoalidade do ato administrativo e incide em desvio de finalidade, uma vez que a utilização de veículos oficiais está sempre ligada ao atendimento do interesse público .

Caiu na prova!

4. (PRF – Cespe-UnB – 2002) Considere o seguinte trecho, de autoria de Hely Lopes Meirelles . O desvio de finalidade ou de poder verifica-se quando a autoridade, embora atuando nos limites de sua competência, pratica o ato por motivos ou com fins diversos dos objetivados pela lei ou exigidos pelo interesse público . O desvio de finalidade ou de poder é, assim, a violação ideológica da lei, ou, por outras palavras, a violação moral da lei, colimando o administrador público fins não queridos pelo legislador, ou utilizando motivos e meios imorais para a prática de um ato administrativo aparentemente legal . Com base nesse trecho, incorre em desvio de finalidade o policial que aciona o alarme sonoro e a iluminação vermelha intermitente da viatura, sem serviço de urgência que o justifique, para efeito de ter a circulação facilitada em meio a via de trânsito congestionada .

Comentário:

De forma bem simples, o condutor de um veículo de emergência tem o poder de ligar a sirene da viatura, mas não para atender interesse próprio, como para fugir do engarrafamento para almoçar .

Essa possibilidade (ligar a sirene) está relacionada com atendimento URGENTES, em que o deslocamento necessariamente se faz com BREVIDADE . O tema é melhor trabalhado no Direito Administrativo, do qual podemos importar algumas informações . Vamos trabalhá-lo em uma sequência lógica para facilitar sua compreensão .

A Administração Pública que é gestora da coisa pública surge com a finalidade de aplicar a lei ao caso concreto direcionada ao atendimento do interesse público .

Para que o interesse da coletividade seja alcançado deve a Administração Pública possuir prerrogativas, as quais seriam o instrumento para que se atinja o interesse público . Essas prerrogativas ou instrumentos são chamados de Poderes Administrativos . Diante do exposto, fica evidente que o que justifica o uso desses poderes seria o atendimento ao interesse público .

Seria odioso, um agente público se exceder no uso dessas prerrogativas (excesso de poder) ou utilizá-la com um fim diversos, como para atender a interesses particulares (desvio de poder ou desvio de finalidade) .

Gabarito: Certo .

“II – realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relacionadas com a segurança

pública, com o objetivo de preservar a ordem, incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros;”

Comentário:

Nesse inciso, temos a reprodução do mandamento constitucional, já estudado, que nos informa que a PRF deve realizar o patrulhamento ostensivo nas rodovias e estradas federais, ou seja, de forma visível e presencial .

Faz-se necessário extrair do dispositivo o objetivo da PRF, quando atuando como órgão de segurança pública: preservar a ordem, a incolumidade das pessoas, e o patrimônio da União e o de terceiros .

Diante do exposto, é possível observar que o CTB tratou da expressão segurança pública da forma mais abrangente possível, não se restringindo às atividades policiais, mas também como resguardo da segurança viária .

Ainda na esteira desse dispositivo, podemos mencionar que as atribuições da PRF para fiscalizar as infrações de excesso de peso nas rodovias federais decorre de sua atribuição de preservar o patrimônio público . Esse fato já ocorria antes de surgir a Resolução nº 289/08, que dá à PRF essa atribuição .

Em 2014, surgiu a Emenda Constitucional nº 82, que nós dá o caminho para que seja alcançada a Segurança Viária . O mais fascinante nessa emenda não é o seu conteúdo, mas o fato de a sistemática do trânsito e a preocupação com o elevando índice de acidentes fazerem parte da construção do Estado Brasileiro (está na CRFB!!!) .

Vejamos:

"Art. 144 § 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

I – compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e(Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

II – compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

“III – aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito, as medidas administrativas

decorrentes e os valores provenientes de estada e remoção de veículos, objetos, animais e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;”

Comentário:

Vamos analisar cada uma das competências expressas neste inciso, mas, para isso, devemos desmembrá-lo em três partes:

a) “aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito, as medidas administrativas

decorrentes ( . . .)” . Perceba que a PRF, no âmbito das rodovias e estradas federais, pode

aplicar a penalidade de multa (somente esta ou o resultado de sua conversão: advertência por escrito) e todas as medidas administrativas possíveis, em quaisquer infrações prevista neste código, inclusive excesso de peso, dimensões e lotação . Quanto às demais penalidades, como apreensão do veículo, frequência obrigatória em curso de reciclagem,

suspensão do direito de dirigir e cassação da CNH, estas são de competência dos Detrans, devendo a PRF informá-los sobre a ocorrência de infração em que sejam previstas tais penalidades .

É importante ressaltar que a penalidade multa é arrecadada pelo órgão por meio das redes bancárias . Não existe a possibilidade de o policial fazer diretamente a arrecadação da multa .

b) ”valores provenientes de estada e remoção de veículos, objetos, animais ( . . .)” . O legislador

consignou as medidas administrativas de remoção prevista no art . 269 do CTB, cabendo ressaltar que a remoção de animais soltos nas rodovias e estradas federais ficou como competência exclusiva da PRF, por meio do veículo chamado pelos policiais de “pega-boi” .

c) ”escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas” . Há casos específicos em

que a escolta de veículos com dimensões excedentes deve ser feita pela PRF, podendo, nos demais casos, ser feita por escoltas credenciadas, conforme a Resolução nº 11/2004 do DNIT . Os casos em que é exigida a escolta da PRF são basicamente quando a altura ultrapassa 5 m, a largura ultrapassa 5,50 m, o comprimento ultrapassa 35 m e o peso ultrapassa 100 toneladas .

Como o tema poderia ser cobrado em prova?

5. (Questão inédita) Imagine a seguinte situação hipotética: O PRF Astrogildo ao abordar o veículo pertencente ao Sr . Dalua, o informa que seu veículo foi autuado por transitar no acostamento, informando-lhe que o valor da multa é de 574,62 reais . No momento seguinte, o Sr . Dalua oferta ao policial o valor da multa subtraído de 20% de seu valor, pois há esta previsão no CTB, e, de imediato, o policial recebe em mãos a referida quantia . Diante do exposto, o procedimento do PRF foi correto, pois está amparado pela nossa Lei de Trânsito .

Comentário:

São muitos absurdos, mas o absurdo maior, seria a possibilidade de o PRF receber dinheiro em mãos . O recolhimento sempre ocorrerá via rede bancária, qualquer que seja a situação .

Gabarito: Errado

“IV – efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito e dos serviços de atendimento,

socorro e salvamento de vítimas;”

Comentário:

Os policiais responsáveis por cobrirem determinados trechos em rodovias e estradas federais são também responsáveis pela confecção do Boletim de Acidente de Trânsito (BAT), o qual deve informar todos os detalhes dos acidentes atendidos no dia à central da PRF de seu Estado . Essa central, por sua vez, informará uma central do DPRF localizada no Distrito Federal . As informações têm diversas finalidades, tais como:

controle estatístico, controle de gastos com acidentes para tomada de medidas preventivas e para cobrança de danos ao patrimônio público .

A PRF, assim como todos os órgãos executivos componentes do SNT, deverá fazer levantamentos estatísticos de acidentes de trânsito ocorridos em vias sob sua circunscrição, para que o Denatran, por meio do Renaest, possa fazer as estatísticas gerais de acidentes de trânsito ocorridos no país .

Devemos dar uma especial atenção a informação: efetuar levantamento dos locais serviços de atendimento, socorro e salvamento de vítimas; uma vez que as peculiaridades dos acidentes e sua localização – sempre muito afastadas – pedem o conhecimento dos postos mais próximos de socorro, pois a primeira hora após o trauma é que vai definir a sobrevivência e as sequelas deixadas pelo acidente (hora dourada do trauma) .

Caiu na prova!

6. (PRF – 2002 – Cespe-UNB) Entre as finalidades da PRF, estão a realização do patrulhamento ostensivo nas rodovias, a execução de operações de segurança pública para prevenir delitos que porventura possam ocorrer nas rodovias e também a realização de levantamento dos locais de acidentes de trânsito e dos serviços de socorro e salvamento de vítimas

Comentário:

A questão cobrou a literalidade do CTB, pois o examinador retirou todas essas informações do artigo 20, conforme estudado acima .

Gabarito: Certo .

“V – credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segurança relativas aos

serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de carga indivisível;”

Comentário:

Este credenciamento se trata de uma autorização dada a particulares (pessoa jurídica) para desempenhar atividade de seu exclusivo ou predominante interesse, sendo essa autorização um ato administrativo discricionário e precário . O dispositivo foi regulamentado pelo DPRF em sua Instrução Normativa nº 10, de 2013 .

A PRF é responsável pela regulamentação do credenciamento e pela fiscalização das empresas que realizam os serviços especializados de escolta . A escolta é necessária para veículos transportadores de cargas:

• superdimensionadas; • indivisíveis;

• excedentes em dimensões ;

• outras cargas que, pelo seu grau de periculosidade, dependam de autorização e escolta especial para transitar nas rodovias e estradas federais .

Carga excedente/indivisível/superdimensionada é carga unitária, representada por uma única peça estrutural ou por um conjunto de peças fixadas por rebitagem, solda ou outro processo, para fins de utilização direta como peça acabada ou ainda, como parte integrante de conjuntos estruturais de montagem ou de máquinas ou equipamentos e que pela sua complexidade, só possa ser montada em instalações apropriadas .

A empresa interessada no credenciamento deve atender e cumprir todos os requisitos necessários quanto a documentação, veículos, motoristas e equipamentos de segurança dispostos no Manual de Procedimentos .

Operacionais da PRF

(link: https://www .prf .gov .br/portal/policiamento-e- fiscalizacao/mpo-no17-atualizado-2013) Para isso, a empresa interessada deve se dirigir à Unidade PRF, localizada na capital do estado correspondente, para protocolar a documentação junto à Seção de Policiamento e Fiscalização (SPF) e aguardar a deliberação .

“VI – assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar ao órgão rodoviário

a adoção de medidas emergenciais, e zelar pelo cumprimento das normas legais relativas ao direito de vizinhança, promovendo a interdição de construções e instalações não autorizadas;”

Comentário:

Para que haja um melhor entendimento do dispositivo, vamos estudá-lo por partes .

a) “assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar ao órgão rodoviário

a adoção de medidas emergenciais ( . . .)” . Aqui o legislador fez referência às obstruções

causadas por pessoas em passeatas, protestos, acidentes de trânsito, por animais soltos na via, por buracos na via ou por veículos abandonados, assim como por construções não autorizadas, de uma forma geral . Para que sejam compreendidas as atribuições da PRF nas situações explicitadas, saiba que os policiais rodoviários federais atuam na prerrogativa do poder de polícia administrativo, cuja função é limitar e disciplinar direitos, interesses e atividades do particularpara resguardar o interesse público . Sendo assim, em uma reunião autorizada na rodovia, por exemplo, cabe à PRF disciplinar o direito de reunião com o direito de ir e vir dos usuários da via, deixando uma faixa de circulação para os usuários e outra para os manifestantes . Outro exemplo seria quanto a obstruções causadas por buracos na via . Como foge à competência desse órgão tapar buracos, por exigir um conhecimento técnico especializado, faz-se mister que a PRF, por não possuir especialistas em seus quadros, solicite ao DNIT (órgão rodoviário) que execute a obra .

b) “e zelar pelo cumprimento das normas legais relativas ao direito de vizinhança ( . . .)” . O

direito de vizinhança é uma limitação ao direito de propriedade, então saiba que, embora o proprietário de um terreno tenha, em tese, o direito de construir sua casa como desejar, deve esse proprietário respeitar as normas relativas ao direito de vizinhança e a legislação administrativa . O direito de vizinhança vem regulamentado no Código Civil, cujo capítulo que trata do direito de vizinhança compreende as seguintes seções: o uso anormal da propriedade; as árvores limítrofes, e, por fim, a passagem de cabos e tubulações, as águas,

os limites entre prédios, o direito de tapagem e o direito de construir (arts . 1 .277 a 1 .313 do CC/2002) .

O art . 1 .277 do CC possui rol taxativo (numerus clausus) e não admite interpretação extensiva . Dessa forma, se as interferências prejudiciais causadas não repercutirem sob o trinômio (saúde – segurança – sossego), a questão extrapolará o conflito de vizinhança .

c) “promovendo a interdição de construções e instalações não autorizadas” . Finalmente,

sempre que tivermos construções e instalações não autorizadas, devido ao abuso de direito de seus proprietários, é possível que a PRF promova interdições, a fim de assegurar a segurança, a saúde e o sossego público .

Não se pode trabalhar o dispositivo de forma isolada, uma vez que fiscalizar obras e construções irregulares é atribuição do DNIT, assim como a aplicação de multas .

No que se refere à interdição como atuação administrativa, essa pode gozar do atributo da autoexecutoriedade (se emergências estiverem presentes – como risco a segurança) . Assim, a Administração, neste caso, não necessita do auxílio do Judiciário, porém deve ser precedida de regular processo administrativo . Esse processo administrativo ocorre junto ao DNIT, o qual possui especialista capazes de verificar as alegações nesse tipo de pleito .

Nas palavras do insuspeitável Hely Lopes Meirelles: “não se confunda auto- executoriedade

das sanções de polícia com punição sumária e sem defesa. A Administração só pode aplicar sanção sumariamente e sem defesa (principalmente as de interdição de atividades, apreensão ou destruição de coisas) nos casos urgentes que ponham em risco a segurança ou a saúde pública ou quando se tratar de infração instantânea surpreendida na sua flagrância, aquela ou esta comprovada pelo respectivo auto de infração, lavrado regularmente. Nos demais casos, exige-se o processo administrativo correspondente, com plenitude de defesa ao acusado, para validade da sanção imposta” .

“VII – coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trânsito e suas causas,

adotando ou indicando medidas operacionais preventivas e encaminhando-os ao órgão rodoviário federal;”

Comentário:

Não deve o candidato confundir a atribuição que a PRF tem de informar os índices de acidentes, ocorridos em rodovia federal, para o Denatran, a fim de organizar as estatísticas gerais de acidente de trânsito do país com esta atribuição . Nesse inciso, a PRF faz o levantamento de índice de acidente em trechos específicos (coleta dados estatísticos), no intutiro de fundamentar uma solicitação feita ao DNIT (órgão rodoviário federal), como recapeamento de um trecho da rodovia em que ocorrem muitas derrapagens (análise da causa do acidente), por exemplo .

CUIDADO: Todo órgão que fiscaliza o trânsito (eu disse TODO) possui a atribuição – coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trânsito e suas causas – informação que deve ser repassada mensalmente ao Denatran .