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Atribuições da PRF no Decreto nº 1.655/

ATRIBUIÇÕES AO DPRF

CUIDADO 2: mas só a PRF tem o dever de informar a quem compete para os índices de

3.3 Atribuições da PRF no Decreto nº 1.655/

Finalizando as atribuições da PRF, vamos fazer breves comentários ao Decreto nº 1 .655, de 3 de outubro de 1995, suprimindo os dispositivos que já foram tratados acima .

Veja o decreto na íntegra e vamos marcar os dispositivos exclusivos desse decreto e na sequencia comentá-los:

"Art. 1º À Polícia Rodoviária Federal, órgão permanente, integrante da estrutura regimental do

I – realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relacionadas com a segurança

pública, com o objetivo de preservar a ordem, a incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros;

II – exercer os poderes de autoridade de polícia de trânsito, cumprindo e fazendo cumprir a

legislação e demais normas pertinentes, inspecionar e fiscalizar o trânsito, assim como efetuar convênios específicos com outras organizações similares;

III – aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito e os valores decorrentes da

prestação de serviços de estadia e remoção de veículos, objetos, animais e escolta de veículos de cargas excepcionais;

IV – executar serviços de prevenção, atendimento de acidentes e salvamento de vítimas nas

rodovias federais;

V – realizar perícias, levantamentos de locais boletins de ocorrências, investigações, testes

de dosagem alcoólica e outros procedimentos estabelecidos em leis e regulamentos, imprescindíveis à elucidação dos acidentes de trânsito;

VI – credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segurança relativas aos

serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de cargas indivisíveis;

VII – assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar ao órgão rodoviário

a adoção de medidas emergenciais, bem como zelar pelo cumprimento das normas legais relativas ao direito de vizinhança, promovendo a interdição de construções, obras e instalações não autorizadas;

VIII – executar medidas de segurança, planejamento e escoltas nos deslocamentos do

Presidente da República, Ministros de Estado, Chefes de Estados e diplomatas estrangeiros e outras autoridades, quando necessário, e sob a coordenação do órgão competente;

IX – efetuar a fiscalização e o controle do tráfico de menores nas rodovias federais, adotando

as providências cabíveis contidas na Lei nº 8 .069 de 13 junho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente);

X – colaborar e atuar na prevenção e repressão aos crimes contra a vida, os costumes, o

patrimônio, a ecologia, o meio ambiente, os furtos e roubos de veículos e bens, o tráfico de entorpecentes e drogas afins, o contrabando, o descaminho e os demais crimes previstos em leis .

Art 2º O documento de identidade funcional dos servidores policiais da Polícia Rodoviária Federal

confere ao seu portador livre porte de arma e franco acesso aos locais sob fiscalização do órgão, nos termos da legislação em vigor, assegurando – lhes, quando em serviço, prioridade em todos os tipos de transporte e comunicação ."

Vamos enumerar as competências da PRF expressas no referido secreto, que merecem comentários:

“Art. 1º À Polícia Rodoviária Federal, órgão permanente, integrante da estrutura regimental do

Ministério da Justiça, no âmbito das rodovias federais, compete:"

A PRF é um órgão permanente, diz o artigo 1º do Decreto nº 1 .655/95 . Bem, o que isso quer dizer?

Vamos entender, pelo contrário, na estrutura orgânica do Ministério da Justiça, temos a Secretaria Extraordinária para Grandes Eventos, que é um órgão que foi criado apenas para cuidar dos grandes eventos que estão para acontecer até 2016, e após isso (puf) estará extinto esse órgão que perde a função) .

Agora, cabe destacar que órgãos são criados por lei .

Esse órgão (DPRF), diferentemente dos demais órgãos que são criados e extintos por lei, tem previsão constitucional .

Dessa forma, a sua extinção não poderia se dar por lei apenas; mas por Emenda à Constituição . É importante a percepção de que esse órgão é integrante da estrutura do Ministério da Justiça, e não mais do Ministério do Transporte .

Como o tema poderia ser cobrado em prova!

8. (Inédita) A PRF é um órgão permanente integrante da estrutura do Ministério do Transporte .

Comentário:

A PRF é um órgão permanente integrante da estrutura do Ministério da Justiça, e não mais do Ministério dos Transportes .

Gabarito: Errado .

"V – realizar perícias, levantamentos de locais boletins de ocorrências, investigações, testes

de dosagem alcoólica e outros procedimentos estabelecidos em leis e regulamentos, imprescindíveis à elucidação dos acidentes de trânsito;"

Comentário:

Muito se questiona se compete à PRF fazer perícias . A resposta é: sim! No entanto, do que se trata essa perícia? Não se trata evidentemente de uma perícia criminal em todos os campos que está possa incidir . Sendo assim, não há, por parte do decreto, uma usurpação de competência da Polícia Federal, como defendem alguns .

O que ocorre nessa perícia, na verdade, é um respeito ao interesse público, na escolha dos servidores mais habilitados a emitirem pareceres, quando o assunto seja acidente de trânsito em RODOVIA FEDERAL .

Prezados alunos, estamos deixando muita gente enciumada, além dos delegados da PF, temos também os peritos dessa instituição … coitadinhos …

Temos uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, nos questionando, ou melhor, nossas atribuições!

Titular: ADPF – Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal .

Em 29/10/2014, ref . Pet . nº 18 .307/2014: “1 . A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal – ADPF, e a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais do Departamento de Polícia Federal – APCF requer a juntada de substabelecimento, com reserva de poderes ( . . .) Abaixo veremos mais detalhes dessa ADI 4447 .

Vejam o andamento do processo (O legal é que a AGU e PGR estão com a PRF…)

http://www .stf .jus .br/portal/processo/verProcessoAndamento .asp?incidente=3 932566

Como o tema poderia ser cobrado em prova!

9. (Inédita) Na atividade de patrulhamento feito pela PRF, não se inclui sob hipótese alguma a perícia, pois esta é uma atribuição exclusiva da polícia judiciária .

Comentário:

O Decreto nº 1 .655/95, elaborado pelo Presidente da República, atribuiu à PRF a atividade de perícia em seu artigo 1º, inciso V .

Gabarito: Errado .

"VIII – executar medidas de segurança, planejamento e escoltas nos deslocamentos do

Presidente da República, Ministros de Estado, Chefes de Estados e diplomatas estrangeiros e outras autoridades, quando necessário, e sob a coordenação do órgão competente;"

Comentário:

O que é da PRF?

Executar medidas de segurança, planejamento e escoltas… Mas ressalte-se que:

Quando necessário, e sob a coordenação do órgão competente . . .

Gostaria que meus alunos entendessem esse dispositivo em seus devidos termos, pois até nossas autoridades têm dificuldades de entendê-lo . As escoltas feitas pelo Poder Público devem estar voltadas para o interesse público, como escoltas de autoridades nacionais e estrangeiras, conforme mencionado no dispositivo .

Sendo assim, deveria ser objeto de apuração, pela Corregedoria Geral da PRF e pelo Ministério Público, caso houvesse escoltas feitas por PRFs a jogadores da seleção brasileira (até durante seus passeios), pois a CBF é uma entidade privada e jogadores de futebol não são autoridades; assim como, escoltas feitas a grupos de empresários motociclistas, a cantores internacionais, etc .

O pensamento é o seguinte: se a Madona quiser uma escolta, que pague por isso a uma empresa privada que preste serviço de escolta .

Cabe observar que é possível que haja um cuidado especial a atletas, durante os grandes eventos ocorridos no país (a repercussão de um atentando traria consequências catastróficas para nossa imagem em âmbito internacional); tanto é que existe um órgão temporário no MJ, ciado para esse fim (Secretaria Extraordinária para Grandes Eventos) .

É claro que há a possibilidade de serem realizadas escoltas de veículos pertencentes a empresas privadas, mas apenas para garantir o desenvolvimento do país, pois grandes cargas precisam chegar ao seu destino, e com a segurança viária preservada .

Como o tema poderia ser cobrado em prova!

10. (Inédita) Entre as atribuições da PRF está a escolta de pessoas VIP, como os astros do Rock in Rio, por exemplo .

Comentário:

A escolta feita pela PRF se restringe a autoridades públicas, que, em virtude de manifestações, poderiam sofrer algum tipo de constrangimento .

Astros do Rock devem contratar empresas de segurança credenciadas pela Polícia Federal .

Lembre-se de que existe no MJ a Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos .

Gabarito: Errado .

"IX – efetuar a fiscalização e o controle do tráfico de menores nas rodovias federais, adotando

as providências cabíveis contidas na Lei nº 8 .069 de 13 junho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente);

X – colaborar e atuar na prevenção e repressão aos crimes contra a vida, os costumes, o

patrimônio, a ecologia, o meio ambiente, os furtos e roubos de veículos e bens, o tráfico de entorpecentes e drogas afins, o contrabando, o descaminho e os demais crimes previstos em leis ."

Comentário:

Veja acima: atuar na prevenção e repressão…

A atividade de prevenção está ligada ao patrulhamento ostensivo feito pela PRF . Agora a atividade de repressão gera polêmica, pois trata-se de atividade de polícia judiciária (PF e PC) . A lógica do dispositivo seria a atribuir a PRF, que está presente na Rodovia Federal, mais poderes para atuar junto aos criminosos que por ali transitam regularmente .

Essa seria a permissão legal para que os policiais rodoviários federais executem atos que até então eram privativos da polícia judiciária (PF e PC), como interceptações telefônicas, cautelares de prisão, busca e apreensão, quebra de sigilos e perícias .

A seguir veremos que esse dispositivo está sendo questionado na ADI 4447, pela Associação de Delegados da Polícia Federal (ADPF), quanto à sua constitucionalidade .

A confusão feita pela ADPF se dá na compreensão do art . 144 da CF: os órgão ali enumerados são os órgão da segurança pública (apenas esses!); mas suas atividades são extensíveis, pois quanto mais segurança, melhor – assim surge a Força Nacional de Segurança (fruto de convênio), as Guardas Municipais (com seu estatuto, mencionando a atividade de Segurança Pública), etc .

Ainda há de ser ressaltado a Lei Orgânica do MP, que atribui a esse órgão, na atividade de investigativa, a escolha de uma força policial para auxiliá-lo, e a PRF tem sido muitíssimo escolhida .

Outra confusão feita por alguns alunos seria para onde devem ser levado os criminosos presos pela PRF?

Depende da atribuição investigativa: a CRFB e algumas leis enumeram as atribuições da Polícia Federal, e as polícias civis ficariam com a apuração do crimes restantes (competência residual dos estados) .

"Art 2º O documento de identidade funcional dos servidores policiais da Polícia Rodoviária Federal

confere ao seu portador livre porte de arma e franco acesso aos locais sob fiscalização do órgão, nos termos da legislação em vigor, assegurando-lhes, quando em serviço, prioridade em todos os tipos de transporte e comunicação ."

Comentário:

Breves comentários para a compreensão do dispositivo:

• O documento de identidade funcional dos servidores policiais da Polícia Rodoviária Federal confere ao seu portador livre porte de arma – este dispositivo deve estar ajustado com o Estatuto do Desarmamento, que exige também que registro da arma seja portado .

• Franco acesso aos locais sob fiscalização do órgão – trata-se do PRF em serviço, e não de folga; querendo passar por pedágios, não pagar passagens de ônibus, etc . Prenda-se à expressão: locais sob fiscalização do órgão .

Por fim, vamos esclarecer que esse decreto não regulamenta lei alguma, pois tem como fundamento de validade o artigo 84, inciso VI da Constituição, que permite, ao Presidente da República, expedir decretos autônomos para organização e funcionamento da Administração Federal, quando isso não implicar aumento de despesa .

Veja a manifestação da AGU na ADI 4447:

“A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou, no Supremo Tribunal Federal (STF), manifestação na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 4447, defendendo a constitucionalidade do Decreto nº 1.655, de 1995, do Presidente da República. O dispositivo determina que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) pode realizar perícias, testes de dosagem alcoólica e outros procedimentos necessários à investigação dos acidentes de trânsito, além de poder colaborar na repressão a outros crimes – como roubos de veículos, tráfico de entorpecentes e crimes contra a vida – no âmbito das rodovias federais.

A ADI foi proposta pela ADPF e pela Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais.

As entidades afirmam que o decreto, ao possibilitar o desempenho de atos investigatórios pela PRF, invadiria a competência exclusiva da Polícia Federal, prevista na Constituição Federal. As

Associações sustentam, ainda, que não caberia ao Presidente da República atribuir, por meio de decreto, competências à Polícia Rodoviária Federal.

A Secretaria-Geral de Contencioso (SGCT) demonstrou que o decreto não restringe, em momento algum, a atuação da Polícia Federal.

Para a AGU, ele apenas define e especifica atribuições que devem ser desempenhadas pela PRF no âmbito das rodovias federais. A Advocacia-Geral lembra que a Constituição Federal, em seu artigo 84, inciso VI, autoriza que o Presidente da República decida, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da Administração Federal, quando isso não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.

A Secretaria destacou, ainda, que a finalidade da investigação criminal é a busca da verdade real, e que os agentes da Polícia Rodoviária, por estarem mais próximos ao local das infrações cometidas nas rodovias federais, estarão aptos a realizar a coleta imediata das provas. A SGCT defende que ainda que as corporações policiais exerçam a atividade penal investigativa de modo predominante, não se deve considerar a produção de provas como monopólio de uma única instituição, sob pena de prejuízo ao interesse público.

Na manifestação, a Secretaria-Geral de Contencioso solicitou, também, pelo não conhecimento da ADI, em razão da ilegitimidade ativa das entidades. A SGCT ressaltou que, para o STF, somente as associações que abrangem uma categoria profissional ou econômica no seu todo – e não as que constituem mera fração de uma categoria, como as autoras – é que estão legitimadas ao ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade.

A SGCT é o órgão da AGU responsável pelo assessoramento do Advogado-Geral da União nas atividades relacionadas à defesa judicial da União perante o STF. Ref.: Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4447 – STF”

E a PGR?

PARECER Nº4624, PGR-RG, 02/06/2011 – OPINA PELO NÃO CONHECIMENTO DA AÇÃO, E, NO MÉRITO, PELA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO.

Como o tema poderia ser cobrado em prova!

11. (Inédita) O STF no julgamento da ADI 4447 decidiu que o desempenho de atividades investigatórias pela PRF afronta o texto constitucional .

Comentário:

O STF ainda não julgou o mérito dessa ação, conforme mencionado acima .