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AVALIAÇÃO CLÍNICA E MORFOLÓGICA Protocolos, técnicas e definições.

No documento Nefropatia de refluxo na criança (páginas 60-63)

Capítulo II Material e Métodos

2.2. AVALIAÇÃO CLÍNICA E MORFOLÓGICA Protocolos, técnicas e definições.

2.2.1. Quadro clínico

sendo-lhes oferecidas várias alternativas de acordo com a sua disponibi- lidade e as conveniências do hospital para, em regime de internamento de curta duração {day-case), se proceder aos estudos do protocolo. Nos casos era que isso se tornou necessário, a admissão foi repetida em data posterior ou o estudo complementado na observação subsequente na Consulta Externa. Todas as despesas de deslocação e transporte dos doentes foram reembolsadas.

Em todos os casos foi preenchido um protocolo (Apêndice) onde era anotado o sexo, a idade actual e a idade na data de diagnóstico da ITU inicial, o tempo de seguimento e os sintomas associados à ITU. Foi também registado o tipo de tratamento do RVU adoptado, médico ou cirúrgico, bem como a idade do doente na data da cirurgia nos casos submetidos a reimplantação ureteral ou nefrectomia.

• Definições

- "Idade" - definiu-se esta variável como a idade no momento da investigação e registou-se a divisão em quatro grupos etários: doentes com idade < 10 anos, > 10 e < 15 anos, > 15 e < 20 anos e > 20 anos. Para sim- plificação dos cálculos a idade foi expressa em decimais como preconizado nas normas de Tanner e Whitehouse amplamente seguidas no HSC (359).

- " Idade de diagnóstico" - por idade de diagnóstico entendeu-se a idade em que foi diagnosticada a primeira ITU cuja investigação conduziu à identificação de NR. Dentro desta variável foram consideradas três catego- rias: idade de diagnóstico < 1 ano, > 1 e < 5 anos e > 5 anos.

- " Tempo de seguimento" - como tempo de seguimento definiu-se a diferença entre a idade do diagnóstico e a idade na data do estudo. À designação "duração da doença", quando expressa, atribui-se significado equivalente ao tempo de seguimento.

O protocolo de estudo incluiu exame físico detalhado com registo de peso e estatura seguindo as normas internacionalmente recomenda- das(359). Os padrões de referência utilizados para os dados antropométricos

e estádios de maturação sexual foram os de Tanner e Whitehouse (359) e

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Pela sua importância, e apesar de ser uma variável clínica, a metodologia de avaliação da TA descreve­se em secção própria.

O preenchimento do protocolo de cada doente era complementado com a revisão detalhada do processo clínico, nos doentes seguidos no HSC. Nos doentes mais velhos, designadamente os incluídos no grupo I, jã transfe­ ridos para Hospitais de adultos, anotavam­se os registos dos processos originais prévios à sua transferência, arquivados no Laboratório Renal do

Institute of Child Health. Todas as facilidades foram obtidas dos médicos de

família e hospitalares onde os doentes eram acompanhados, no sentido da actualização de dados clínicos relevantes.

Procedeu­se, dentro do questionário sobre antecedentes familiares, à avaliação da história de HTA essencial nos familiares directos, com atribuição de uma pontuação de acordo com o grau de parentesco e o número de familiares afectados, que será descrita na secção dedicada àTA.

2.2.2. Quadro morfológico

• Técnicas

A classificação do grau de cicatrização renal foi, em todos os doentes, realizada com base no resultado da última cintigrafia com DMSA T c " .

• Definições

Para a avaliação dos doentes pertencentes ao grupo I seguiu­se a metodologia adoptada, em 1978í313), atribuindo­se uma pontuação de O a

3 para cada rim de acordo com a extensão do parênquima lesado, com u m mínimo de 1 e um máximo de 6 segundo o diagrama previamente exposto (Fig. 2, Capítulo I, pág. 19):

• Rim normal = grau O.

■ Uma cicatriz polar pequena = grau 1. • Destruição polar extensa = grau 2.

• Perda dos dois pólos renais ou rim globalmente atrófico = grau 3. Considerando o reduzido número de doentes em alguns graus de cicatriz, designadamente os 5 e 6, e para uma mais cómoda interpretação dos resultados, agruparam­se também os doentes em 3 níveis de lesão renal — ligeiro, moderado, ou grave, de acordo com o seguinte critério:

• Graus 1 e 2 - cicatrização ligeira. • Graus 3 e 4 - cicatrização moderada. • Graus 5 e 6 - cicatrização grave.

Tendo em conta que no grupo de doentes do estudo renina/hipertensão, em 1978, todos tinham sido estudados por urografia de eliminação e em 1983 por cintigrafia renal com DMSA, solicitou-se a reavaliação radio- isotópica desta população que todavia só foi exequível nos doentes mais jovens deste grupo. Naqueles em que foi possível um novo estudo pelo

DMSA não foi observada discordância em relação aos dados de 1983. Nos restantes, o grau de cicatrização renal foi classificado com base no DMSA disponível em 1983.

No grupo II foi possível obter estudos actualizados, por DMSA, em todas as crianças.

Quer nos estudos originais, que conduziram ao diagnóstico de NR, quer nas reavaliações subsequentes, os estudos morfológicos foram sempre realizados um mínimo de 6 meses depois da documentação de qualquer episódio de ITU.

Toda a classificação do grau de cicatrização e comparação com os exames anteriores foi efectuada pela autora. Em caso de dúvida os exames eram observados em grupo com o Dr. Michael Dillon e com o Dr. Isky Gordon, radiologista do HSC.

As restantes tarefas relacionadas com a obtenção dos dados clínicos, preenchimento de protocolos e recolha de amostras de sangue e urina que foram processadas de acordo com a metodologia que se descreve nas secções apropriadas, foram também da exclusiva responsabilidade da autora.

No documento Nefropatia de refluxo na criança (páginas 60-63)