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Avaliação da implementação das recomendações específicas por país de

No documento Boletim Económico. Número 2 / ,5E 7,5E (páginas 68-71)

Em termos globais, os Estados‑Membros da UE ainda não fizeram o suficiente para implementar reformas no seguimento das REP de 2015 (ver Quadro B). A Comissão considera que, na grande maioria das recomendações de reforma (mais de 90%), se observaram meramente “alguns” progressos ou estes foram “limitados”, enquanto apenas algumas foram implementadas de modo “substancial” ou “em pleno”. Este fraco ritmo de reformas contrasta significativamente com a constatação, no ano transato, de que um número crescente de países registava desequilíbrios excessivos. Não obstante a sua maior vulnerabilidade, os cinco países identificados no ano transato como tendo desequilíbrios excessivos não obtiveram, em média,

Quadro B

Avaliação da implementação das recomendações específicas por país de 2015 realizada pela Comissão Europeia

BE BG CZ DK DE EE IE ES FR HR IT LV LT LU HU MT NL AT PL PT RO SI SK FI SE UK REP 1 Não avaliada REP 2 Plenamente executada REP 3 Progressos substanciais REP 4 Alguns progressos REP 5 Progressos limitados REP 6 Ausência de progressos Cat. PDM 2016 (1) (3) (1) (1) (2) (1) (2) (2) (3) (3) (3) (1) (1) (1) (1) (1) (2) (1) (1) (3) (1) (2) (1) (2) (2) (1)

Fonte: Comissão Europeia.

Notas: “Ausência de progressos” significa que o Estado-Membro não anunciou nem adotou quaisquer medidas em resposta às REP. Esta categoria também se aplica nos casos em que um Estado-Membro encarregou um grupo de estudo de avaliar possíveis medidas. “Progressos limitados” significa que o Estado-Membro anunciou algumas medidas em resposta às REP, mas aparentam ser insuficientes e/ou a sua adoção/implementação está em risco. “Alguns progressos” significa que o Estado-Membro anunciou ou adotou medidas em resposta às REP. Estas medidas aparentam ser promissoras, mas nem todas foram implementadas, e a sua execução não está garantida em todos os casos. “Progressos substanciais” significa que o Estado-Membro adotou medidas, a maioria das quais já foi implementada, que contribuem substancialmente para a resposta às REP. “Plenamente executada” significa que o Estado-Membro adotou e aplicou medidas que dão resposta adequada às REP. “Não avaliada” aplica-se aos casos nos quais a REP 1 diz respeito na sua maior parte ou exclusivamente ao Pacto de Estabilidade e Crescimento, cujo cumprimento será avaliado pela Comissão Europeia na primavera de 2016. Para as classificações de categorias do PDM referentes a 2016, ver o Quadro A.

taxas de implementação consideravelmente mais elevadas do que um Estado‑ ‑Membro da UE médio. Como referido anteriormente, tal suscita preocupações, visto que esses países se comprometeram com uma agenda de reformas ambiciosa em 2015, convencendo desta forma a Comissão a não aplicar o procedimento por desequilíbrio excessivo. Tal lança dúvidas sobre a fiabilidade de anúncios de reforma ex ante aquando da tomada de decisões sobre a aplicação ou não do procedimento por desequilíbrio excessivo.

De facto, os esforços de reforma deterioraram‑se mais ainda, não obstante um menor número de REP. No ano transato, a Comissão concluiu que a maior parte dos países tinham registado meramente “alguns” progressos ou progressos “limitados” na implementação das REP de 2014. Este ano, o número de casos onde se observaram “progressos substanciais” ou nos quais as REP foram “plenamente executadas” foi ainda menor (4%, o que compara com 7% em 2014). Esta maior perda de dinamismo é ainda mais preocupante devido ao facto de a Comissão ter reduzido significativamente o número de REP (uma redução equivalente a um terço, de 157 em 2014 para 102 em 2015) por forma a permitir aos Estados‑Membros que se concentrem nas principais questões prioritárias de relevância macroeconómica e social.

De um modo geral, os Estados‑Membros implementaram menos recomendações relativas a políticas do mercado do produto do que às do mercado de trabalho em termos proporcionais. Segundo a avaliação da Comissão, observou‑se uma “ausência de progressos” ou os progressos foram “limitados”, sendo que aproximadamente 70% de REP apelavam a reformas nos mercados do produto. A taxa de implementação das reformas nos mercados de trabalho é substancialmente melhor, com cerca de 50% das REP a enquadrarem‑ ‑se nessa categoria. Os exemplos de REP relacionadas com mercados do produto incluem apelos aos Estados‑Membros para que: i) reduzam barreiras que impeçam a entrada de novas empresas nos setores que operam em rede (energético, transportes, comunicações, etc.), ii) fomentem a abertura de profissões reguladas, e iii) melhorem os respetivos quadros regulamentares para promover a concorrência e encorajar condições favoráveis às empresas em termos mais gerais. Melhorar todas estas áreas é essencial à consecução de um crescimento da produtividade mais robusto.

Também não se deu uma ênfase especial às políticas promotoras do investimento. As reformas com potencial para encorajar o crescimento do investimento na Europa abarcam um vasto conjunto de áreas de política. Para além de regulamentação específica de cada setor e da qualidade da regulação (na área das reformas relacionadas com os mercados do produto), o trabalho e a educação, a tributação, a investigação e a inovação, a administração pública, os quadros de insolvência e a conjuntura empresarial, em termos mais gerais, também desempenham papéis importantes. Dado a ênfase específica atribuída

a esta questão pelos Estados‑Membros3, bem como o plano de investimento da

Comissão orientado para a promoção do investimento, seria de esperar uma taxa 3 Em conformidade, por exemplo, com a primeira das Orientações Gerais para as Políticas Económicas

aprovadas pelo Conselho em 18 e 19 de junho de 2015, que coloca a ênfase em “promover o investimento”.

de implementação mais elevada destas reformas. De acordo com a Comissão, os Estados‑Membros realizaram meramente “alguns” progressos ou progressos “limitados” relativamente a quase todas as REP relacionadas com investimento.

A utilização plena e eficaz de todos os instrumentos disponíveis ao abrigo do PDM – incluindo a sua vertente corretiva – poderia ajudar a aumentar o dinamismo das reformas. O maior abrandamento na implementação de reformas contrasta substancialmente com a necessidade de fazer face às grandes vulnerabilidades ainda observadas em muitos países da área do euro e de aumentar a resiliência. O fraco historial dos países nesta matéria sugere que os compromissos de política assumidos pelos Estados‑Membros nos respetivos Programas Nacionais de Reforma e os sucessivos apelos à aplicação de medidas decisivas por parte da Comissão são mecanismos de execução insuficientes. As ferramentas disponíveis ao abrigo da vertente corretiva poderiam incrementar os esforços de reforma, aumentando assim a resiliência dos países e melhorando o funcionamento da UEM.

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