• Nenhum resultado encontrado

4.2 ESTRATÉGIAS DE ENSINO

4.2.3 AVALIAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO ADOTADAS EM SALA DE AULA

Os professores pesquisados avaliam que suas estratégias de ensino são positivas, já outros dizem que não são boas, mas por conta de fatores externos, e não do método em si. Porém, a maioria confirma que busca se atualizar, até porque ainda não encontrou um método que o considere totalmente adequado.

Eu, sinceramente, não tenho nenhuma dor de consciência de dizer que não acho

que seja muito efetivo esse meu método, mas não é porque é culpa do método. Eu

acho que não há efetividade grande na graduação por problemas, sobretudo, do aluno. (...) sinceramente não acho que seja culpa do método ou do professor. [PI.30]

Eu avalio como positiva até porque é uma coisa que eu acredito, né? Você consegue ver a diferença de discurso do início e do final do semestre. Então, assim, você consegue perceber uma mudança ou um acréscimo ou uma contribuição da disciplina para a formação desses alunos, mas ainda bato nessa tecla de que com 60 alunos fica muito mais difícil. [PII.30]

Eu avalio positivamente, mas o que foi recomendado eu busco alterar no semestre que vem. Sempre faço um processo de atualização. [PVII.23]

Eu ainda estou em processo de aprendizado inicial nisso aí, pois eu ainda não

encontrei um meio termo. Eu não sei se essa forma que estou trabalhando é

adequada pelo perfil do aluno ou se é o aluno que não tem se preparado para essa maneira, mas que tem as condições para isso. Eu ainda não consegui mapear isso porque eu não sei até que ponto eu tenho que levar em consideração o esforço dos alunos. [PIX.23]

Esses discursos constatam que os professores precisam alterar seus métodos em virtude de fatores limitadores, como o excesso de alunos indicado por alguns professores. É necessária essa atualização porque se eles não estão obtendo efetividade com algum método, talvez é porque o método utilizado não está adequado para o contexto da sala de aula. Por isso que os fatores contextuais são relevantes para a implantação de estratégias andragógicas.

A forma como se tem dado essa avaliação carece de algum sistema avaliativo mais rebuscado que poderiam até ser compartilhados entre os professores para uma análise mais detalhada e unificada do panorama do curso, podendo tratar melhor de encontrar onde estão localizadas as deficiências. A fala abaixo reconhece essa necessidade de adotar um instrumento de qualidade para melhorar as estratégias de ensino conforme os resultados da avaliação.

Essa avaliação é puramente empírica, é pela minha percepção. Eu não faço um controle do tipo em tal disciplina eu apliquei tal prova e os alunos tiveram tal desempenho. Eu não faço esse acompanhamento. É um erro. Formalmente eu não faço esse acompanhamento não. Eu não tenho instrumento para medir a eficiência dos meus métodos na aprendizagem dos alunos. [PV.28]

Enquanto isso, um dos relatos indica uma avaliação por observação das falas dos alunos, na qual se a turma demonstrar um comportamento evolutivo no decorrer do semestre significa que as estratégias de ensino estão adequadas. Outro professor acrescenta que não encontrou um meio termo por não compreender se o problema está no aluno ou se são realmente as estratégias que não estão coerentes. Porém, são duas vertentes que estão interligadas, pois a estratégia pode ser boa, mas não se enquadrar naquele contexto da turma.

É necessário um olhar mais clínico para essa questão porque a melhoria do processo de ensino-aprendizagem ocorre a partir do momento que se faz de maneira eficaz uma avaliação das estratégias de ensino utilizadas pelos docentes. Não adianta buscar por culpados e querer inocentar uma ou outra variável, pois no desenvolvimento da educação de adultos

todos são integrantes do processo de aprendizagem, portanto, a melhoria deve ser realizada em cada um deles de forma mútua.

Porém, para que o professor possa realizar melhorias é importante que justamente os demais envolvidos como, por exemplo, o aluno, esteja comprometido nesse processo. O que se tem visto é que os professores que tentam fazer um feedback de suas estratégias de ensino com os seus alunos não tem alcançado o resultado desejável pela falta de responsabilidade e seriedade dos alunos. O discurso do professor a seguir denota essa percepção.

Eu passo um questionário de avaliação pra os alunos, eles respondem e eu analiso os dados e tento fazer dali um feedback. Eu vejo aqueles pontos que eu tive nota mais baixa e tento ver o que dali os alunos tem razão, na minha concepção, e o que eles não tem razão porque tem alunos que não estão preparados pra responder as questões ou não sabem, por exemplo, o aluno não sabe a diferença de pontualidade e assiduidade. Eu nunca falto aula, nunca chego atrasado e nunca saiu mais cedo, então, eu era pra ter nota dez em pontualidade e assiduidade e nunca tenho. Então, quando eu comecei a perceber isso eu não vou mais aplicar questionário porque eu acho que o aluno não está preparado pra isso. (...) [PVI.27]

Nessa fala, o professor ratifica a imaturidade do aluno em estabelecer uma relação de troca com o professor no que diz respeito a uma avaliação de desempenho. E a prática do

feedback é essencial para o processo de aprendizagem, pois ajuda a testar novos modelos de

interação e refletir sobre os potenciais futuros de trabalhos, mantendo um equilíbrio durante o processo de transformação (LONDON; SESSA, 2006). O feedback também tem se caracterizado como uma característica fundamental nas estratégias de ensino em ação por facilitar a avaliação do aluno durante as atividades e levá-lo ao autodirecionamento.

Percebe-se que se houvesse uma prática consolidada de avaliação das estratégias de ensino no curso até para unir mais o fator da teoria e prática poderiam estruturar melhor a interdisciplinaridade. Assim, as disciplinas trabalhariam pautadas nos elementos da aprendizagem em ação por meio de estratégias de ensino com enfoque na resolução de problemas, nas reflexões a partir da troca de experiências, em trabalhos em grupo para o desenvolvimento de habilidades que podem ser aprimoradas na ação e, assim, estimularia uma aprendizagem que proporciona uma maior capacitação dos estudantes.