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AVALIAÇÃO DE IMPACTOS NO ENTORNO

No documento I S S E R T A Ç Ã O D EM ESTRADO (páginas 171-175)

Seguindo as metodologias adotadas, após a caracterização da área de estudo e o traçado da área de influência, deve-se avaliar os fatores que interferem na geração de viagens e de quais zonas se originam e se destinam tais viagens, distribuindo-se as viagens.

Neste trabalho não foram estudados os fatores que determinam a escolha modal de transporte, apenas uma descrição da divisão dos modos de transporte baseada nas respostas dos usuários do shopping ao questionário aplicado, no Apêndice G. Uma avaliação do desempenho de pontos críticos observados, também é item de avaliação, considerando as condições anteriores à implantação do Center shopping e os dias atuais em função das informações disponíveis no que se refere a características geométricas e volumes de veículos.

Através de uma matriz de impactos serão avaliados itens referentes ao uso do solo, condições de tráfego, na tentativa de qualificá-los em função das alterações na área de estudo, considerando a classificação dos impactos apresentada no capítulo 2 e determinado pelo Manual de procedimentos para o tratamento de Pólos Geradores de Tráfego do DENATRAN (2001).

4.2.1 Geração de viagens

A geração de viagens é caracterizada pelo potencial que o empreendimento possui em gerar, ou seja, atrair ou produzir deslocamentos, caso dos shopping centers. Ao ser designado como Pólo Gerador de Viagens fica explícita a capacidade de atração de pessoas cujo volume dos deslocamentos é proporcional às facilidades de acesso e de transporte além do tipo de serviço ou uso oferecido pelo empreendimento.

Quanto aos shopping centers, como já está claro, o programa de necessidades ao longo do tempo passou a abrigar diversos serviços e utilidades visando a atração e permanência do cliente no interior do centro de compras.

O estudo de Pólos de Geração de Tráfego, no âmbito da engenharia, visa quantificar o número de viagens atraídas pelo empreendimento ao longo de sua implantação, bem como

às zonas cuja influência é maior e que, por conseguinte, o número de viagens geradas também é mais expressivo.

Conforme Bruton (1979), os meios utilizados para realização de tais avaliações tentam relacionar as características das viagens com o meio urbano e seus usuários. Desta forma, a produção de viagens é função de três aspectos básicos já destacados em discussões anteriores, quais sejam:

? Categoria de uso do solo;

? Características sócio-econômicas da população;

? Capacidade dos sistemas de transporte.

Desta forma o autor afirma que características de uso do solo, tais como, densidade e tipo de uso e aspectos sócio–econômicos, como renda familiar, tamanho da família, propriedade de veículos e número de residentes ocupados influenciam na geração de viagens.

Outros elementos também são relevantes para a caracterização do padrão de viagens; pode- se citar o valor de mercado dos imóveis, pois se pressupõe que imóveis de maior valor abrigam moradores com maior nível de renda e, conseqüentemente, maior mobilidade e possibilidade de deslocamento, a faixa etária e grau de escolaridade também podem fazer que determinadas características de viagem sejam predominantes, tais como, motivo e opção por modo de transporte.

Conceição (1984) afirma que no caso de shopping centers os fatores que contribuem para a atração de clientes consistem na categoria de lojas existentes, a população da área de influência, bem como a renda da mesma, além das facilidades de transporte e tempo de viagem.

Lindau, Diógenes e Pinto (2002) destacam o porte do empreendimento, tipos de estabelecimentos que o compõe, localização, condições de acessibilidade, características sócio-econômicas da região, uso do solo do entorno e proximidade de empreendimentos concorrentes.

Goldner (1994) ainda para caracterização mais detalhada dos deslocamentos divide os mesmos em primários, viagens cujo destino principal é o shopping, viagens desviadas, onde ocorre alteração de rota para atingir o shopping center e viagem não–desviada onde não se faz necessária a mudança de percurso, pelo trânsito de passagem, para atingir o empreendimento.

Bruton (1979) determina uma outra divisão que fundamenta-se na origem e destino das viagens. A classificação proposta pelo autor divide as viagens em: com base no lar, ou seja, casa-shopping-casa e não baseadas no lar, por exemplo, trabalho – compra – escola.

Através do questionário, vide Apêndice G, pôde-se observar a origem e destino das viagens, o tempo gasto para atingir o shopping, o motivo da viagem, a base das mesmas, o modo de transporte utilizado, as rotas e acessos mais utilizados, bem como as linhas de ônibus com maiores demandas. Assim, pode-se determinar o padrão de viagens destinadas ao shopping center.

Pôde-se definir que a maioria das viagens origina-se da zona leste da cidade, onde cerca de 45 % são viagens com base no lar (ver Quadro 4-12), ou seja, casa-shopping-casa.Dos 45% das viagens, 64,44% realizam-se pelo modo automóvel, 22,22% por ônibus, 0% fazem uso do táxi, 6,66% usam a motocicleta, 5,92% deslocam-se através do modo a pé e 0,74% utilizam outros modais. Do total de viagens, 68% originam-se na residência, entretanto o destino não é o mesmo e sim, laze r, trabalho ou escola; fato explicado pela proximidade da universidade, centro administrativo, centro da cidade entre outros serviços e atividades (ver figuras 4.34, 4.35, 4.36 e 4.37).

Quadro 4-12– Uberlândia – Matriz origem - destino por motivo de viagem ao Center Shopping.

Origem/

Destino Residência Trabalho Comércio Lazer Escola Outro Total

Residência 135 5 31 15 4 14 204 Trabalho 20 9 1 0 0 2 32 Comércio 17 1 1 0 1 2 22 Lazer 2 0 0 1 0 0 3 Escola 16 0 0 1 5 1 23 Outro 10 1 0 2 1 0 14 Total 200 16 33 19 11 19 298

Origem da viagem indo para o Center Shopping 68% 11% 7% 8%1% 5% Residência Trabalho Comércio Escola Lazer Outro

Destino de viagem saindo do Center Shopping

68% 5% 11% 4% 6% 6% Residência Trabalho Comércio Escola Lazer Outro

Figura 4.37 – Uberlândia -Origem das

viagens com destino ao shopping, 2004 Figura 4.38 – Uberlândia - Destino das viagens com origem no shopping, 2004

Fonte: Pesquisa direta realizada pela autora (Outubro e Novembro de 2004).

Origem das viagens com destino ao Center Shopping 17% 14% 23% 4% 32% 10% Centro Norte Sul Leste Oeste Fora da Z. Urb

Destino das viagens com origem no Center Shopping 27% 12% 14% 36% 8% 3% Centro Norte Sul Leste Oeste Fora da Z.Urb.

Figura 4.39 – Uberlândia - Origem das viagens com destino ao shopping por macrozona da cidade.

Figura 4.40 – Uberlândia - Destino das viagens com origem no shopping por macrozona da cidade.

Fonte: Pesquisa direta realizada pela autora (Outubro e Novembro de 2004).

Para atingir o shopping 57% dos usuários gastam de 5 a 10 minutos no deslocamento e 64% do público utiliza o automóvel como modo de deslocamento. A figura e quadro abaixo ilustram os índices ora descritos.

O Quadro 4-13 revela que mais de 60 % das viagens para se atingir o shopping é por meio do modo individual, ou seja, o automóvel. O coletivo, ou seja, o ônibus, ocupa a segunda

posição e ocorre um destaque, para um uso não - motorizado, ou melhor, o modo a pé. A Figura 4.41 apresenta, de forma mais detalhada, a divisão modal dos modos de transporte observada nas viagens realizadas ao Center Shopping.

Quadro 4-13 - Uberlândia - Modo de transporte por tempo de viagem , 2004.

Modal/ tempo de viagem

Tempo Automóvel Ônibus Táxi Motocicleta A pé Outros Total (%)

< 5 min 14 0 0 0 0 0 14 4,70 5-10 min 135 11 2 6 15 3 172 57,72 15 min 23 6 0 3 3 1 36 12,08 20-30 min 15 25 0 3 4 1 48 16,11 30 min 4 24 0 0 0 0 28 9,40 Total 191 66 2 12 22 5 298 100,00 (%) 64,09 22,15 0,67 4,03 7,38 1,68 100,00 Fonte: Pesquisa direta realizada pela autora (Outubro e Novembro de 2004).

No documento I S S E R T A Ç Ã O D EM ESTRADO (páginas 171-175)