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Balanço negativo da literatura filosófica/sociológica sobre o fim da centralidade do trabalho.

Nascera com esse destino, ninguém tinha culpa de ele haver nascido com um destino ruim. (...) Se lhe dissessem que era possível melhorar de situação, espantar-se-ia. (...) Era um desgraçado, era como um cachorro, só recebia ossos. (Vidas Secas - G. Ramos)

Diante de tal cenário, alguns pensadores sociais, de forma honesta e/ou pagos a peso de ouro (pagando bem, que mal tem?) passaram a defender que as transformações produtivas, econômicas, informacionais, etc. do “mundo contemporâneo”, configuram um novo tipo de organização social e de uma nova racionalidade sistêmica que não pode mais ser classificada simplesmente nos parâmetros da antiga sociedade industrial. Assim, desde a década de 80, do século passado, alguns desses autores (internacional- mente reconhecidos/badalados), têm se notabilizado por empreende-rem esforços na tentativa de encontrar “novas hipóteses”, que pudessem ajudar na reflexão sobre tais transformações da economia e da sociedade.

Entre eles, cabe destaque para o pensador alemão Habermas, que parece ter sido o inaugurador desta polêmica sobre o fim do trabalho como categoria central para se compreender o ser social. Sua obra é extensa e pretende abarcar uma ampla gama de problemas, porém, sua tese fundamental, grosso modo, é que diante da complexificação dos processos sociais globais, se torna cada vez mais premente, reforçar o caráter crítico da análise social, recuperando a dimensão da interação humana, com base no agir comunicativo de agentes livres, tanto da dominação técnica, quanto da política sistêmica, já que, segundo ele, o paradigma (produtivo) do trabalho, se tornou obsoleto, perdendo sua validade epistemológica.

Assim, para não alongar muito a crítica em torno de suas propostas filosóficas- sociológicas, algo que se pretende fazer em outro momento, por ora, cabe apenas localizar sua perspectiva em relação ao paradigma do trabalho e suas virtualidades emancipatórias, já que para Habermas, Marx e a teoria materialista da história, deixou de lado as dimensões da linguagem e da interação no processo de evolução social (hominídeos, primatas, homo sapiens), realidade que precisa ser resgatada, sob pena de se permanecer submetidos ao paradigma da racionalidade instrumental.

Em uma das passagens da obra capital: Para a Reconstrução do Materialismo Histórico (1983), o autor deixa bem claro sua posição em relação ao assunto, afirmando

o seguinte (Ibid.:115 e ss.): “O conceito marxiano de trabalho social, portanto, é adequado à tarefa de delimitar a forma de vida dos hominídeos com relação à dos primatas, mas não capta a reprodução especificamente humana da vida. {Assim}, o ordenamento animal de status se funda sobre a capacidade de ameaça daquele que detém em cada oportunidade a posse do status, sobre o poder como característica da personalidade. Sistemas sociais de papéis, por seu turno, fundam-se sobre o reconhecimento intersubjetivo de expectativas de comportamento sujeitas à estruturação em normas”.

Com efeito, para Habermas, Marx ao fazer a crítica da economia política, se equivocou ao imprimir à sua concepção de trabalho (e de produção), um caráter de substrato material e universal das relações sociais na história, que perdendo sua forma alienante, se materializaria numa razão emancipatória. Dessa forma, ainda segundo Habermas, contribuiu para o equívoco de Horkheimer e Adorno que acreditavam também, poder encontrar na categoria do trabalho o substrato de uma razão emancipatória. Isto se tornaria um dos déficits da Teoria Crítica.

Ocorre porém, que para Marx/Engels, o paradigma do trabalho (e da produção), tem uma dimensão antropo-histórica que abarca a totalidade das relações sociais, de modo que, isto implica em admitir que embora a atividade laboral ganhe traços específicos sempre em função das realidades sociais em que está inserido, no entanto, trata-se de um pressuposto objetivo de toda vida social, independente do estágio de evolução social e torna-se fator essencial do processo de (de) formação humana.

Além disso, para Marx/Engels, o trabalho humano sendo fator subjetivo essencial, sem o qual os indivíduos não realizam sua personalidade propriamente humana, coloca a questão se na sociedade capitalista, os direitos (econõmicos/sociais/ políticos/culturais) daqueles que são os grandes responsáveis pela criação das riquezas materiais/simbólicas, estão sendo respeitados? Como se sabe, a resposta é amplamente negativa e buscar em outro lugar (diálogo intersubjetivo), por mais legítimo que seja, as razões filosóficas-políticas para recuperar o projeto emancipatório da modernidade, esqucendo que as elites monopolizam os meios de informação justamente como parte do processo de exploração/opressão do povo trabalhador, poderia ser interpretada como pura ingenuidade, se não se tratasse de um grande pensador.

Nesse sentido, aqui como em qualquer outro lugar, jamais haverá qualquer resistência em aceitar a tese de que uma “boa conversa”, pode em algunas situações (não-antagônicas) levar a consensos. Porém, crer que a “força dos melhores

argumentos”, sejam capazes se influenciar o mundo sistêmico, é com perdão da palavra (mágica), acreditar em Papai Noel. Na verdade, este tipo de proposta filosófico-política é manifestação epifânica daqueles que não tendo coragem para assumir a crueza da luta política, se contentam em celebrar criticamente (que ironia) o advento da sociedade administrada.

Assim, imputar limitações a Marx, da ordem de uma razão instrumental, sem reconhecer que se trata de um processo objetivo permanente relativo à reprodução da própria vida social e nas sociedades modernas, também, da reprodução do capital é se esquecer das críticas que o próprio Marx dirige ao processo (alienante) de trabalho, salientando que uma formação omnilateral, pressupõe a diversificação das atividades laborais nas quais os indivíduos deveriam estar inseridos, sem que por conta disso, alguém possa se tornar especialista em qualquer coisa que seja.

Em relação ao fato da atividade trabalho, independente da vontade humana do trabalhador, redundar em alienação no interior das relações de produção capitalista, Marx afirma o seguinte (1993c:158 e ss.):

Nós partimos de um fato econômico contemporâneo. O trabalhador torna-se tanto mais pobre (como classe social) quanto mais riqueza produz, quanto mais a sua produção aumenta em poder e extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria tanto mais barata, quanto maior número de bens produz. Com a valorização do mundo das coisas aumenta em proporção direta a desvalorização do mundo dos homens. E mais adiante acrescenta: a atividade [de trabalhar aparece] como sofrimento (passividade), a força como impotência, a criação como emasculação, a própria energia física e mental do trabalhador, a sua vida pessoal como uma atividade dirigida contra ele, independente dele, que não lhe pertence.

Por outro lado, o trabalho deve ser considerado atividade vital consciente do ser humano e neste sentido, revela o caráter genérico do próprio ser humano, na medida em que sendo expressão universal da espécie em seu metabolismo com a antureza, não há como não considerar, que se trata de necessidade histórico-social, isto é, tais necessidades se transformam e evoluem no próprio processo de desenvolvimento histórico e, portanto, o desafio que cabe aos trabalhadores e suas direções, consiste em travar as lutas políticas e contra-ideológicas necessárias com o objetivo de superar as alienações presentes na sociedade do capital e criticar as propostas teóricas da intelectua-lidade que se renderam às narrativas linguajeiras.

Em resumo, a contribuição de Marx, neste aspecto é, portanto, de ter mostrado que a atividade humana, no capitalismo é reduzida a uma práxis instrumental e isto não porque o trabalhador queira, mas porque o próprio capital impõe e que as elaborações teóricas somente são científicas se conseguirem captar ou serem expressão do movimento prático do real e, portanto, a análise filosófica embebida de teoria social, precisa ser capaz de se apropriar das dimensões objetivas/subjetivas/intersubjetivas em suas especificidades e relações dialéticas para poder dar conta da riqueza da realidade, de modo que, as propostas (filosóficas) que elegem apenas uma delas como sendo suficiente e divide de forma articicial a própria realidade (mundo da vida vs mundo sistêmico), termina por cair em reducionismos esteréis, seja de forma deliberada ou inconsciente.

Sob um ponto de vista sociológico, também, desde a década de 80 do século passado, Offe, salienta, que enquanto a sociologia clássica tinha no trabalho um fator chave para explicar a (des) integração social, porém, com as mudanças ocorridas no capitalismo contemporâneo, constata-se, segundo ele, uma crise da sociedade do trabalho que coloca em xeque os pressupostos essenciais desta ciência que precisa ser reconfigurada sobre novos bases. Assim, afirma que (1989:194 e ss):

se a consciência social não deve mais ser reconstruída como consciência de classe, se a cultura cognitiva não está mais relacionada fundamentalmente ao desenvolvi-mento das forças produtivas, se o sistema político deixou de se preocupar basicamente em garantir as relações de produção e em administrar os conflitos de distribuição e, finalmente, se os problemas centrais colocados por essa sociedade não podem mais ser respondidos em termos das categorias de escassez e produção, há então nitidamente necessidade de um sistema conceitual que ajude a planejar detalhadamente as áreas da realidade social não inteiramente determinadas pelas esferas do trabalho e da produção.

Para chegar a essas conclusões, o autor afirma, por exemplo (Ibid.:173), [que]:

a pesquisa social orientada para a política nas sociedades capitalistas industriais parece estar fundamentalmente relacionada às estruturas sociais e às esferas de atividades que ficam às margens ou completamente fora do domínio do trabalho ¬ áreas tais como família, papéis sexuais, saúde, comportamento “desviante”, interação entre a administração do Estado e seus clientes, etc.

Ora, teoricamente é possível admitir que determinadas dimensões da existência humana, possam ser compreendidas sem se relacionar com a esfera da produção e com as categorias do trabalho, dependendo do caráter de tais pesquisas. Porém, primeiro, isto

não invalida o fato de que se tais pesquisas se utilizassem das categorias do trabalho, poderiam ganhar em força explicativa. Em segundo lugar, tomando como exemplo a questão familiar, citada pelo autor, pode-se vincular, sem maiores dificuldades, esta instituição social com a estrutura econômica de uma sociedade. Terceiro, o fato de pesquisadores não se utilizarem mais do paradigma do trabalho, talvez reflita mais uma limitação teórica dos próprios autores e/ou suas opções política-ideológicas, do que, propriamente, uma limitação do paradigma em questão. Em quarto lugar, em qualquer tipo de sociedade de classes, alguns e/ou muitos precisam trabalhar para que outros (poucos) possam dispor de tempo suficiente para poderem teorizar, já que segundo a primeira lei da economia (de mercado), não existe almoço grátis.

E, por fim, afirmar que a consciência social não pode mais ser reconstruída como cons-ciência de classe é no mínimo temerário, pois embora as transformações econômicas e as estratégias políticas tenham buscado solapar as bases das organizações proletárias, no entanto, nada disso implicou numa perda da centralidade do trabalho na vida e nas ações dos trabalhadores, estejam eles empregados ou não. Pelo contrário. O que se constata é que os ataques ao mundo do trabalho, embora aumentem as desigualdades sociais a cada dia, por outro lado, tudo isso ilustra bem, que os poderosos e seus comparsas, agem com base em interesses de classes e como bem mostrou Marx, é uma questão de (pouco) tempo para que os trabalhadores e suas direções reajam buscando defender seus direitos e, portanto, aumentem sua consciência (de classe) em torno das questões da produção/distribuição das riquezas, do poder e da cultura, que de resto, as ditaduras burguesas vêm para por fim a qualquer tentativa de transgressão do regime social.

Em resumo, as reflexões de Offe, como a de outros autores analisados, se redem à narrativa fácil e interesseira de tentar negar a centralidade da atividae trabalho na vida daqueles que (sobre) vivem justamente dele, para poderem assim, justificar o desemprego estrutural que campeia na sociedade do capital. Asim, se por um lado, não se deve fazer uma defesa romântica do trabalho como o fazem os ideólogos do capital, por outro lado, a hegação pura e simples da perda de sua centralidade em razão das reestruturações produtivas que ocorrem frequentemente na economia é fechar os olhos para novos processos produtivos/laborativos, que sem dúvida reduzem o nível de emprego da força de trabalho vivo, mas não a dispensam de modo nenhum no processo de extração de mais-valia, pelo simples fato de que não existe capitalismo sem valorização do capital e, portanto, sem a exploração do trabalho.

Do mesmo modo, agora sob um prisma mais tecnológico, o (suposto) fim do trabalho (abstrato) é preconizado por Schaff (1990) que advoga serem as transformações revolucionárias da ciência e das técnicas de produção, as responsáveis pelas mudanças, que vem ocorrendo nas relações sociais, de modo que, segundo o autor, financiado pelo Clube de Roma, se pode prever, que em breve, também, o fim da classe trabalhadora, já que (Ibid.:43): “é pois um fato que o trabalho, no sentido tradicional da palavra, desaparecerá paulatinamente e com ele o homem trabalhador, e, portanto, também a classe trabalhadora, entendida como a totalidade dos trabalhadores”.

Assim, em razão da força do que denomina atual revolução técnico-científica que produz novos campos de produção de conhecimentos: microeletrônica, micro- biologia e energia nuclear, acredita (de forma romântica) que tais progressos iriam libertar o homem (!?) do peso das tarefas fatigantes, livrando-o da maldição divina, segundo a qual ele deveria ganhar o pão de cada dia com o suor de seu rosto. Em uma das passagens da referida obra, em que só vê virtudes do que denomina sociedade informática, que não será nem capitalista, nem socialista e, não haverá muito menos proletariado, o campeão de otimismo tecnológico, brinda o leitor com esta pérola (Ibid.:132): “mesmo que soe hoje como uma frase banal, as ocupações (o trabalho) da sociedade do futuro serão para o homem uma fonte de alegria e satisfação, já que o trabalho se transformará e o trabalho como tal tornar-se-á uma mercadoria muito rara e portanto muito procurada”.

Na verdade, a propagação dessas concepções que defendem a descentralização do trabalho em relação a outras esferas da vida, o esfacelamento da comunidade de trabalhadores assalariados, o declínio da ética do trabalho, o fim do próprio trabalho, entre outros fins, estão querendo convencer a todos que sobrevivem do trabalho, que o fim da “sociedade do trabalho” (leia-se: crise da sociedade do capital), exige tanto dos teóricos uma maior complacência crítica diante dos conflitos gerados pela sociedade do capital, quanto dos trabalhadores para que tenham mais paciência diante do desemprego gerado pelo modo de produção capitalista e não se revoltem com esta situação, pois segundo esses ideólogos, no final das contas, enquanto o admirável mundo novo preconizado por eles não chega, tudo se resolverá, seja por meio de uma boa conversa (é conversando que a gente se entende), seja pela democratização (!?) das informações e tal, de modo que, será preciso apostar as fichas em uma “nova racionalidade”, importante tanto para fundamentar suas pesquisas sociais, quanto para inaugurar esta “nova sociedade”.

Nesses termos, quando CARDOSO, L. A. (2011), afirma, inocentemente, que Schaff é “ingênuo ao considerar a revolução informacional como algo desconectado de produção de valor”, na verdade, se esquece, que o insigne intelectual era amigo do peito dos integrantes do Clube de Roma, instituição que aglutinava capitalistas e mafiosos, supostamente preocupados com o destino do planeta e do gênero humano, tudo isso é claro, fundamentado em pomposos relatórios que serviram apenas para entulhar as bibliotecas com papéis impresso e desviar a atenção do público dos principais responsáveis pela miséria humana.

Por fim, numa outra versão que se pretende radical, porém, mais anarquizante é a posição de Kurz et ali (1999), que argumenta, que a crise do sistema mundial produtor de mercadorias (socialismo real e capitalismo ocidental), deve ser pensada para além da sociedade do trabalho, segundo as palavras dos autores, de modo que, também, aposta no fim da mercadoria força de trabalho, do trabalho abstrato e das classes sociais, entre outros fins. Assim, afirmam (Ibid.: 07), que:

a esquerda política (qual, cara pálida?) sempre adorou entusiasticamente o trabalho. Ela não só elevou o trabalho à essência do homem, mas também mistificou-o como pretenso contra-princípio do capital. O escândalo não era o trabalho, mas apenas a sua exploração pelo capital. Por isso, o programa de todos os “partidos dos trabalhadores” foi sempre “libertar o trabalho” e não “libertar do trabalho”.Desse modo, concluem mais adiante (Ibid., p.21), que as disputas internas ao campo do trabalho esgotaram-se e tornaram-se cada vez mais absurdas. É, portanto, mais urgente, redefinir as linhas de conflitos sociais nas quais uma união contra o trabalho possa ser formada (todos os grifos e aspas são dos autores).

Entretanto, se Kurz [et ali], como os outros autores, estivessem preocupados em adotar uma perspectiva estratégica realmente de esquerda, reconheceriam que as transformações pelas quais passa o capitalismo, desde seu surgimento, faz parte do movimento (contraditório) incessante de valorização do capital, de modo que, as reestruturações produtivas, de tempos em tempos, implicam novas reorganizações de classe, fato que impõe para as direções do movimento proletário, encontrar os caminhos políticos concretos para a superação do capitalismo e não aderir às propostas abstratas de “rompimento com a forma mercadoria das relações sociais”, feita pelo próprio Kurz.

Sendo assim, no interior de uma concepção estratégica da categoria/atividade trabalho que produz os germes da emancipação, apesar de toda carga de alienação que acompanha qualquer atividade humana, é preciso reafirmar com ANTUNES, R.

(2000:101 e s.), que: “ao contrário, de se falar em fim do trabalho, parece evidente que o capital conseguiu em escala mundial, ampliar as esferas de assalariamento e de exploração do trabalho e que por isso, a emancipação dos nosso dias é centralmente uma revolução no trabalho, do trabalho e pelo trabalho”.

Com efeito, o que se viu, por outros caminhos, é a completa capitulação de alguns autores diante do ideário neoliberal/ultraliberal, de modo que, terminam por prestar um bom serviço (sem pagamento?) àqueles que têm os maiores interesses em aprofundar os atuais marcos de exploração da força de trabalho. Como o capital ataca incessantemente, o direito ao trabalho, é preciso também atacá-lo de forma teórica e ironia da história, agora este trabalho (sujo) é realizado por ideólogos que apresentam um leve verniz de esquerda, certamente daquele tipo de esquerda de que a direita gosta e todo esse qüiproquó arrolados pelos mesmos, busca justamente convencer os trabalhadores para que acreditem que não são mais necessários no processo produtivo; que não questionem a propriedade privada dos meios de produção e quem sabe poderão ser felizes no caos produzidos pelo mundo do capital global.

Além disso, este debate serviu e serve para que na área da educação/formação, se justifique o conjunto das reformas implementadas, desde a década de 90, pelos governos tributários da ordem do capital com o objetivo de adaptar tanto o ensino que é oferecidos aos estudantes, bem como o próprio trabalho docente aos critérios daquilo que é conbsiderado eficiente, produtivo, moderno, etc. pelos ideólogos do mercado (capitalista) de trabalho. Asim, não é por acaso, que os gestores burocratas e ideólogos da educação, se veem na obrigação de baixar diretrizes curriculares, impor avaliações externas e outras medidas autoritárias para submeter a educação e os educadores aos imperativos de lucratividade do capital.

Em resumo, para aqueles que estão empregados, o esforço dos ideólogos do capital e daqueles setores que buscam uma “terceira via”, é para que a empresa/escola não apareçam como um lugar onde o trabalho propriamente dito, seja visto como fator de desenvolvimento de uma consciência de classe com preocupações de orden da formação humana, mas sim, como um local capaz de proporcionar um ambiente onde as relações intersubjetivas se pautam pela “cooperação harmoniosa” como se todos pertencenssem a uma grande família. E, para aqueles que estão desempregados e/ou na economia informal, a narrativa sobre o fim da centralidade do trabalho vai no sentido de conformá-los ao fato da organização societária do capital ser incapaz de garantir um trabalho digno para todos. Na área educacional, por meio da Pedagogia das

Competências, esta narrativa cantarola a milonga de que os indivíduos precisam empreender todos os esforços (tempo, dinheiro) para se tornarem “empregáveis”, isto é,

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