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Nesses termos, é que se pode criticar as propostas de LESSA, S 1997 e 2010); TUMOLO, P S 2012) e BERTOLDO, E (2015) e de resto todos os outros Assim, com

Balanço negativo da literatura que analisa a questão da centralidade da categoria/atividade trabalho na formação humana dos educadores

C) Nesses termos, é que se pode criticar as propostas de LESSA, S 1997 e 2010); TUMOLO, P S 2012) e BERTOLDO, E (2015) e de resto todos os outros Assim, com

base em Luckás (amigo do peito de Stálin), o fio condutor que inspira tais análises é que a questão da centralidade do trabalho não permite e não é recomendável deduzir e/ou substituir a partir daí, tal centralidade que se funda no mundo da produção por uma outra, qual seja, a centralidade da política na vida dos trabalhadores como mediação nuclear para o socialismo, fato que tem desviado parte da esquerda, segundo esses

autores, para lutas eleitorais e posturas legalistas.

Desse modo, Lessa (1997) após um longo arrazoado sobre a crise do capital no mundo contemporâneo e a tentativa dos ideólogos em tratá-la como sendo algo normal, passa a analisar a centralidade ontológica do trabalho e da impossibilidade, segundo ele, de passar de forma direta do plano ontológico-filosófico para o plano político e, assim, (Ibid.:161): “a afirmação ou negação da centralidade política dos trabalhadores requer a análise de complexos sociais que vão além da afirmação, ou negação da centralidade ontológica do trabalho”, de modo que, (Ibid.:163): “avançar no debate acerca da complexa relação entre trabalho e sociabilidade, me parece indispensável que distingamos com clareza de qual trabalho e de que centralidade, estamos falando”.

Ocorre que, embora se deva evitar a todo custo o politicismo, que costuma submeter de forma dogmática e/ou oportunista as organizações proletárias às diretrizes de um partido e/ou às direções reputadas infalíveis, por outro lado, vacilar diante da urgência de formar o protagonismo político dos trabalhadores, por via de suas organizações, esperando “avançar o debate”, é fazer vistas grossas à história das lutas/ resistências proletárias, que já deu há tempo resposta à questão da relação (dialética) entre trabalho e política, isto é, se o socialismo não pode ser viabilizado via decreto, então é preciso se respaldar em uma teoria da transição, que seja capaz de articular essas duas dimensões da realidade, em programas educativos, que dialogue com os níveis de consciência proletária nos contextos (sociais/escolares) onde se atua, de modo que, no processo de emancipação proletária, tal relação exige da direção (intelligentsia radical), um trabalho político de saber entrelaçar as micro experiências do labor cotidiano a um projeto revolucionário contra-ideológico estratégico e, portanto, que consiga inscrever na práxis dos trabalhadores, o hábito de confrontar o poder burguês onde ele se manifeste. Só assim, política e trabalho se tornam, efetivamente, centrais na vida do trabalhador, pois os mesmos têm urgências materiais/simbólicas para serem atendidas e não podem ficar esperando, que “o debate avance” para só depois agirem.

Se Lessa alerta para a necessidade de se buscar algumas mediações (teóricas) para pensar um processo de sociabilidade emancipada, TUMOLO, P. S. (2012), por sua vez, não vê necessidade alguma de tais mediações e em um único golpe decreta como se dará a superação do capital e do capitalismo. Assim, após fazer uma interessante análise sobre o processo contraditório de evolução do capitalismo, pelo qual, sua sobrevivência como modo de produção, implica, necessariamente, a destruição física da força de trabalho, afirma para concluir, que (Ibid.:161): “a condição para que o conhecimento

científico e a educação sejam um instrumento apenas da emancipação humana é a superação do capital e do capitalismo, o que implica, necessariamente, uma revolução da ordem capitalista e a construção de uma sociedade para além do capital”.

Como se sabe já há algum tempo, a supremacia proletária implica um (longo) processo de maturação política, em que os trabalhadores, por meio de ações determinadas, vão prefigurando os contornos humanos que pretendem dar para a (futura) sociedade que almejam e, assim, a chamada tomada do poder é antecedida por conquistas táticas cotidianas que só são educativas e duradouras, quando aumentam a qualidade da consciência daqueles que estão envolvidos nos processos de confronto/ resistência ao poder burguês, de modo que, fazer declarações de boas intenções sobre “a necessidade histórica da revolução” e/ou disseminar o programa máximo sem enraizamento social, além de serem completamente inócuas, também revela uma perspectiva política (luckasiana), onde não se encontram a negação da ideologia burguesa em propostas concretas dos papéis que a vanguarda têm que desempenhar no interior dos limites impostos pela legalidade burguesa. Em outras palavras, trata-se de politicismo metafísico pequeno burguês para consumo de aspirantes a revolucionário freelance.

De um ponto de vista mais educacional, o trabalho da professora BERTOLDO, E. 2015), não destoa muito, no substancial, dos dois anteriores, isto é, também realça o caráter prioritário que se deve dar para a categoria ontológica do trabalho, pois segundo a autora, a forma como a relação: Trabalho/Educação, vem sendo tratada pelos teóricos contemporâneos, fica a desejar, entre outras razões, porque reduzem a complexa problemática apenas à crítica das diversas manifestações que o trabalho tem no mundo contemporâneo. Nesse sentido, afirma o seguinte (Ibid.:39): “Assim, a partir dos fundamentos teórico-metodológicos da ontologia do ser social de Marx e Lukács, buscaremos demonstrar que é na esfera do trabalho e não na esfera da política, que o ser-precisamente-assim e o dever-ser da relação trabalho-educação devem ser aprofundados”.e (Ibid.:161): “Isto significa dizer que para a concepção marxiana, é somente na esfera da economia que dá um processo de ruptura de uma realidade, é o solo onde se torna possível um processo revolucionário”.

Não é preciso nenhuma perspicácia especial para se compreender que a concepção marxista de mundo, sendo dialética, pressupõe, entre tanta outras variantes, que as dimensões inerentes à constituição da própria realidade, embora possuindo autonomia relativa diante da totalidade social, se imbricam num emaranhado infinito de

possibilidades, realidade que obriga os (bons) pensadores, a admitir a obviedade de que não tem sentido isolar de forma neofuncionalista tais dimensões, de modo que, esta separação feita pela autora (não só por ela), da economia e da política, além de não dar conta da complexidade da relação (basta prestar atenção no subtítulo de O Capital), aprisiona seu pensamento em aporias, que terminam por reduzir toda sua reflexão a nada em termos práticos, pois como constata de forma catatônica (Ibid.:175): “A necessidade de resoluções de questões práticas imediatas, é sem dúvida muito requerida no campo da educação. Contudo, a busca de soluções no campo do socialismo democrático (!?), embora o objetivo seja atingir uma sociedade emancipada, não se apresenta, do ponto de vista da perspectiva marxiano-luckasiana, uma saída radical (!?) para esta forma de sociabilidade”. Sem mais comentários.

D) Sendo assim, para aquilo que interessa nesta parte da discussão, a análise crítico-

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