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ETAPA I Área técnica

P 6 Barreiras à inovação

Hadjimanolis (1999); Clancy (2001); Frenkel (2001); Galia e Legros (2004); Alinaitwe et al. (2007); Segarra-Blasco et al. (2008); Madrid-Guijarro et al. (2009).

Fonte: Elaboração própria.

Com relação aos tipos de inovação, adota-se, nesta dissertação, que uma inovação pode ser a implementação de um produto novo ou significativamente melhorado (Inovação em Produto), ou de um processo (Inovação em Processo), ou de um método de marketing (Inovação em Marketing), ou também, de um método organizacional nas práticas de negócio, na organização do local de trabalho ou nas relações externas (Inovação Organizacional), conforme respaldado no Manual de Oslo (OCDE, 2005, p. 55).

Uma vez que a natureza interativa do processo inovativo implica ocorrência de uma variedade de tipos de inovações, é necessário investigar as mudanças tecnológicas resultantes

dos projetos fomentados no contexto das tipologias da inovação tecnológica. Normalmente, a literatura limita as mudanças decorrentes do processo de inovação a transformações radicais ou incrementais (SCHUMPETER, 1911; BALACHANDRA; FRIAR, 1997; KESSLER; CHAKRABARTI, 1999). Apesar disso, Garcia e Calantone (2002) ampliaram o escopo da temática, categorizando as tipologias, encontradas a partir de pesquisa bibliografia, em cinco grandes grupos – dicotômicos, tricotômicos, tetracotômicos, penta e octo -, os quais se diferenciam pela quantidade de categorizações utilizadas para descrever o tipo e o grau de novidade das inovações.

Dessa forma, para delinear a tipologia das inovações dos projetos INOVA-RN, este estudo considerou o modelo de Kleinschmidt e Cooper (1991), o qual propõe uma distinção entre os graus de inovatividade: (a) alto nível inovativo – incluem inovações para o mundo, empresa e mercado; (b) moderado nível inovativo – consistem em linhas menos inovadoras para a empresa e em inovações para uma linha de produtos ou processos existentes; e, (c)

baixo nível inovativo – incluem inovações baseadas em pequenas modificações, reduções de

custo e reposicionamento.

Para inserir o contexto mercadológico na caracterização dos projetos, foram apresentadas as variáveis, orientação (ALVAREZ; CRESPI, 2003) e ciclo de vida (LINTON; WALSH; MORABITO, 2002) do mercado, pretendendo, primeiramente, analisar para qual mercado (nacional ou internacional) foi destinado o projeto e, em seguida, avaliar o ciclo de vida do mercado. Isto implica considerar se melhorias substanciais de um produto são introduzidas em um mercado caracterizado por quedas nas vendas ou por um mercado em expansão. Adicionalmente, buscou-se investigar se o projeto desenvolvido contemplou uma nova área técnica para a empresa (FELDMAN; KELLEY, 2003).

Em outro crivo, pretendendo analisar o curso do desenvolvimento dos projetos, sugeriu-se investigar as diferentes barreiras que dificultaram ou, nos casos mais extremos, inviabilizaram o sucesso no processo inovativo. A avaliação desses obstáculos, com respaldo nos trabalhos de Hadjimanolis (1999), Clancy (2001), Frenkel (2001), Galia e Legros (2004), Alinaitwe et al. (2007), Segarra-Blasco et al. (2008) e Madrid-Guijarro et al. (2009), os quais permitiram a elaboração da sistematização apresentada na Figura 2.5 (Ver Seção 2.6, p.39), visa identificar a taxa de incidência de cada impedimento e, em consequência, a representatividade das seis grandes dimensões de barreira – informacional, financeira, governamental, organizacional, mercadológica e recursos humanos -, para o conjunto de empresas do programa INOVA-RN envolvidas em pesquisas de inovação tecnológica.

Por fim, a partir dessas variáveis, elaborou-se um questionário, instrumento de coleta dos dados primários, aplicado no período de junho a setembro de 2012. Basicamente, a coleta dos dados primários para esta dissertação contemplou duas estruturas, conforme estabelecido no protocolo de pesquisa (APÊNDICE D): (1) coleta por e-mail; e, (2) coleta por entrevista. O passo inicial para a elaboração da pesquisa foi realizado por meio do envio eletrônico de uma carta convite (APÊNDICE A) aos coordenadores dos projetos e as respectivas empresas vinculadas, visando esclarecer as intenções da pesquisa e, dessa forma, buscar formalmente a colaboração no desenvolvimento do presente trabalho. No caso da coleta por entrevista, foi solicitado, ainda, o agendamento de uma data adequada para a realização da entrevista e aplicação do questionário. Enquanto isso, para a coleta por e-mail, encaminhou-se o questionário preliminar (APÊNDICE B), em fase de teste e, em seguida, o questionário final (APÊNDICE C).

5.2 DESCRIÇÃO DO MÉTODO

5.2.1 Abordagem metodológica

No que concerne à abordagem metodológica, uma pesquisa deve ser estratificada quanto aos aspectos: (a) natureza; (b) abordagem; (c) objetivos; e, (d) procedimentos técnicos. Uma vez que a realização do presente trabalho pretende gerar conhecimentos para aplicação prática, esta pesquisa é de natureza aplicada, com abordagem tanto quantitativa, visto que busca avaliar o nível de eficiência e os ganhos de produtividade das empresas subvencionadas pelo programa INOVA-RN, quanto qualitativa, em virtude de objetivar a caracterização do perfil dos projetos fomentados com base nos aspectos da inovação tecnológica. Além disso, com relação aos objetivos, este estudo é descritivo-explicativo, identificando os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos, mas também descrevendo os objetos de análise por meio de procedimentos técnicos como surveys (pesquisa de levantamento).

Nesse contexto, optou-se pela survey em função de esse método ser empregado quando se pretende obter dados ou informações sobre as características ou opiniões de um determinado grupo mediante instrumentos estruturados e predefinidos como questionários (FREITAS et al., 2000).

Marshall e Rossman (2010, p. 33) e Blair et al. (2005) classificam um survey considerando o propósito em três segmentos: (1) exploratório: investigar um fenômeno

pouco compreendido; (2) explicativo: explicar os padrões relacionados ao fenômeno em questão; e, (3) descritivo: documentar e descrever o fenômeno de interesse. Com base nisso, esta pesquisa é caracterizada como um survey exploratório-explicativo.

Adicionalmente, um survey pode ser realizada de diferentes formas, as quais, Freitas et

al. (2000) entendem como: (1) survey por observação direta; (2) survey face-a-face; (3) survey

por telefone; (4) survey por correios; (5) survey por internet; (6) survey por meio de postos multimídia; e (7) survey por e-mail (ALMEIDA, 2010).

Na presente dissertação, foram utilizadas duas formas de surveys: (1) a survey por e- mail, que consistiu no envio do questionário de pesquisa, dada as limitações de recursos e disponibilidade de alguns participantes em conceder uma entrevista; e, (2) a survey face-a- face, compreendendo a entrevista e aplicação do questionário.

Uma pesquisa, também, deve considerar o número de momentos ou pontos no tempo em que os dados foram coletados. Para Blair et al. (2013) e Freitas et al. (2000), a análise dos dados é processada em: (1) cortes longitudinais - a coleta dos dados ocorre ao longo do tempo em períodos ou pontos especificados, buscando estudar a evolução ou as mudanças de determinadas variáveis ou, ainda, as relações entre elas; e/ou, (2) cortes transversais - a coleta dos dados ocorre em um só momento, pretendendo descrever e analisar o estado de uma ou várias variáveis em um dado momento (FREITAS et al., 2000, p. 2).

No que concerne à coleta de dados, este trabalho adotou os dois estilos de plotagem, sendo o corte transversal para avaliar o nível de eficiência das empresas com dados de 2011. Já o corte longitudinal é utilizado para avaliar a evolução da produtividade das empresas fomentadas considerando a alteração na eficiência técnica e no nível tecnológico decorrente da variação do tempo e, portanto, compreendendo os períodos de 2011 e 2012.

5.2.2 Desenvolvimento do instrumento de coleta de dados e processo de seleção da

amostra

O questionário, principal instrumento de coleta de dados deste estudo, foi baseado no modelo conceitual de pesquisa proposto no Capítulo 1 (Figura 1.1, p. 12) e na fundamentação teórica desenvolvida nos Capítulos 2, 3 e 4, sendo as variáveis utilizadas no desenvolvimento desse instrumento adaptadas de estudos anteriores (por exemplo, REVILLA et al., 2003; HSU; HSUEH, 2009; LIU; LU, 2010; ALMEIDA, 2010) e, assim, preliminarmente, validadas pela revisão de literatura.

A estrutura do questionário está dividida em duas partes. A primeira parte buscou avaliar o desempenho global da empresa, contemplando um conjunto de perguntas em relação às variáveis quantitativas apresentadas em cada uma das sete dimensões de investigação, conforme ilustrado no Quadro 5.4.

Quadro 5.4 – Descrição da estrutura do questionário – parte 1