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Bases de dados sobre publicações periódicas

CAPITULO V TENDÊNCIAS ACTUAIS

4. Bases de dados sobre publicações periódicas

Um exemplo que não se deve deixar de realçar é a experiência da Memória d’Africa. É uma biblioteca virtual da responsabilidade da Fundação Portugal-África. Como diz no seu site “é um instrumento fundamental e pioneiro na tentativa de potenciar a memória histórica dos laços que unem Portugal e a Lusofonia, com o objectivo de conservar e difundir o passado comum na construção de uma identidade colectiva aos povos de todos esses países”. Cabo Verde participou neste projecto através 77 Direcção Geral de Comunicação Social. Inquérito à Satisfação e de Audimetria dos Órgãos de Comunicação Social. Afrosondagem. Praia. 2007.p.5.

do IAHN à partir o ano 2000. Foram formados 10 técnicos nas técnicas de introdução de dados, indexação e exportação dos mesmos. Segundo um dos participantes a base de dados permitia a referenciação de livros, publicações periódicas e artigos de periódicos. A indexação era feita automaticamente, pois, a base de dados apresentava um thesaurus que facilitava o referenciador no processo.

Numa primeira fase, conta o entrevistado79, procedeu-se a introdução de artigos de

periódicos, isto é tudo o que constava dos referentes países nos jornais, revistas e boletins. Nesta fase conseguiu-se em poucos meses, mais de 10.000 referências devidamente corrigidas e indexadas. Hoje a biblioteca virtual conta mais de 27.000 referências bibliográficas sobre Cabo Verde, sendo cerca 80% referente a artigos de periódicos e 20% referências de monografias.80

Porém, é de justiça realçar, segundo esse técnico, que este projecto foi pouco divulgado e por conseguinte pouco conhecido e explorado pela camada que é presumível servir. Alega ainda que, houve alguns constrangimentos, que a partida deviam ser resolvidos, pois, a inclusão dos funcionários que entendiam pouco das Ciências Documentais no projecto, acabou por resultar em fracasso, e, felizmente a intervenção eficaz de outros técnicos acabou por melhorar a qualidade dos trabalhos. Pode ser acessado em: http://memoria-africa.ua.pt//.

4.2. Ministério da Justiça

Em 2000, o Ministério da Justiça instaurou um programa para a estratégia de sistematização da informação jurídica nacional. Este projecto contava três peritos na área da informática: dois estrangeiros e um perito nacional, com o intuito de conceber as Bases de Dados. Um concurso foi lançado para escolher quatro pessoas que seriam formadas e que, seguidamente, procederiam a introdução, a digitalização e a actualização da informação jurídica. Dois anos depois a Base de Dados de Textos Jurídicos tinha dois mil registos devidamente actualizados e postos à disposição em texto digitalizados, correspondente à dez anos de legislação.

79 Humberto Elísio Lopes. Documentalista. Praia.2009.

80 Esta biblioteca virtual é de acesso livre, muito prático e útil, disponível em: http://memoria-

Segundo informações dos que estiveram implicados neste programa, esta acção devia ser um marco importante na divulgação de textos oficiais, mas infelizmente, permaneceu na ignorância e no segredo daqueles que trabalhavam ao Ministério da Justiça. Algumas falhas foram cometidas, nomeadamente a nível do formato de disposição dos dados, que era complexo e pouco funcional, pois, levava o utente a perder muito tempo durante a procura de informação. Hoje, a base de dados não existe mais.

4.3. Ministério das Finanças

Inserido no Programa de Reforma do Sistema Financeiro, o Ministério das Finanças e Plano concebeu Bases de Dados para sistematização da Legislação Nacional sobre os domínios de Finanças Públicas, Alfândegas, Administração Local e Negócios Estrangeiros. Este Projecto, financiado pelo PNUD, foi posto em concurso e foram seleccionados alguns juristas e informáticos com muita experiência em matéria jurídica e na elaboração de bases de dados. Foram depositadas muitas expectativas no momento, porém, este projecto, terminado há alguns anos, não teve os resultados que se esperava. A base de dados existe ainda mas peca no que concerne a sua divulgação.

4.4. Assembleia Nacional

No âmbito da execução do plano de actividade da AN, a Biblioteca elaborou um projecto em 1997 que consistia em criar uma Base de Dados e introduzir toda a legislação publicada no país, desde 1975, data da independência nacional, até agora. Esta base de dados feita a partir do Programa CDS/ISIS, depois adaptado ao WINISIS, contém mais ou menos 10.000 registos de legislação da I e II série. Toda a legislação produzida pela Assembleia Nacional e pelo governo, consideradas de interesse são introduzidas. As nomeações e os extractos de registos e outros sem importância não são tidos em conta. Apesar de uma pequena experiência de conexão dos textos legislativos, a Base e Dados oferece de momento somente referências da legislação.

4.5. Biblioteca do Governo

Foi elaborada em 2003 através do Programa ISIS for WINDOWS. Esta Base de Dados é um instrumento criado para manter actualizada a informação da legislação nacional necessária para fazer face aos pedidos dos utentes. Menos de três anos, esta Base de Dados respondeu de forma prática e eficaz aos pedidos dos utentes internos e externos. Ela insere-se assim num sistema de informação global a fim de contribuir para a racionalidade, a eficácia e a melhoria da gestão dos serviços públicos. Presentemente a Base de Dados Legislação contém cerca de 20.000 mil referências, todas da I série que apresentam as decisões mais importantes do país: Decretos, Leis, Acórdão, Resoluções e Portarias actualizadas, corrigidas, prontas para responder às perguntas dos utilizadores.

Hoje, a procura de legislação na Biblioteca é grande e as demandas vêm de todas as ilhas do arquipélago. Infelizmente por razões alheias à vontade da direcção, não foi possível digitalizar os dados e dispor a informação no Portal do Governo.

Pelo panorama de dados apresentados até aqui, podemos concluir, exceptuando esses dois últimos projectos, que os Ministérios não têm sabido gerir esses projectos postos a disposição do serviço e ao público-alvo. Estranhamente, lá onde se gastou muitos recursos, os projectos não foram avante. Os dados apontam para má gestão aos programas que são mal definidos, sem uma visão sustentável e elaborados por estrangeiros que não ficam ligados ao Ministérios ou proprietários desses projectos.

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