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A Produção e a Gestão das Publicações Periódicas em Cabo Verde (1975-2008

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(1)

UNIVERSUDADE DE CABO VERDE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

A Produção e a Gestão das Publicações Periódicas em Cabo Verde

(1975-2008)

Autora: Maria Livramento F. S. Cruz Orientador: Humberto Elísio Lopes

(2)

Maria do Livramento de A Produção e a Gestão das Publicações F. Santos da Cruz Periódicas em Cabo Verde (1975-2008)

Monografia apresentada à Universidade de Cabo Verde para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de licenciatura em História Ramo Património,

realizada sob orientação cientifica do Dr. Humberto Elísio Lopes e co-orientada pela Dra. Iva Cabral.

(3)

A Produção e a Gestão das Publicações Periódicas em Cabo

Verde (1975-2008)

Elaborada por Maria do Livramento da Fátima Santos da Cruz e aprovado pelos Membros do Júri.

Foi homologado pelo Concelho Científico como requisito à obtenção do grau de Licenciatura em Historia Ramo Património.

Praia, _____ de _____________ de 2009.

O Júri

_________________________ __________________________

(4)

DEDICATÓRIA

Aos meus pais Maria e Raúl e ao meu filho

Victor Jorge Santos Silva,

que me fez

encarar a vida com mais responsabilidade e amor.

(5)

“ Tudo tem

o seu tempo determinado, e

há tempo para

todo o propósito

debaixo do céu”

(6)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a senhor Deus criador, omnipotente, nosso pai, Jesus Cristo nosso salvador pela oportunidade que me deram para viver, pela força, esperança e coragem de enfrentar os momentos difíceis da vida, pelo espírito de sacrifício e colaboração com as outras pessoas e pela capacidade de aproveitar de bom aquilo que a vida nos oferece. Aos meus familiares em especial aos meus irmãos e sobrinhos, por estarem sempre ao meu lado nos momentos mais difíceis da minha vida.

Ao meu orientador Dr. Humberto Elísio Lopes, quem eu orgulho de ter sido a sua aluna e orientando, pela paciência, coragem e pela orientação e consolidação deste trabalho. Pelo inconsolável apoio e disponibilidade para esclarecer sempre as minhas dúvidas assim como pelas suas valiosas sugestões nas várias etapas desta monografia.

A minha professora e co-orientadora Dra. Iva Cabral, pela paciência, críticas, comentários e sugestões que me ajudaram e se constituíram num grande estímulo. A todos os meus professores que eu tive ao longo da minha vida em especial aos professores do Departamento de Ciências Sociais e Humanas, por ter contribuído para o aprofundamento da minha sabedoria, os meus sinceros agradecimentos.

Expresso aqui o meu agradecimento ao Doutor Paulino Lima Fortes (ex-presidente do ISE), ao Mestre José Maria Semedo (ex- presidente do conselho científico) e ao Dr. Fernando Idriça Baldé (ex- director do ISE), pela oportunidade que me deram de trabalhar e de estudar, os meus sinceros agradecimentos.

A minha dedicatória vai extensa a todas as Bibliotecas, o Instituto do Arquivo Histórico Nacional, as Tipografias, as Editoras que me deram contributo para a efectivação deste trabalho.

A todos os meus amigos e colegas do curso que de uma forma ou outra contribuíram para a realização deste trabalho, em especial ao meu amigo Denilson Cruz e Hailton Spencer, pelo aspecto gráfico.

(7)

ABREVIATURAS E SIGLAS

AN- Assembleia Nacional

ANAC- Agência Nacional da Comunicações

BAD- Associação dos Bibliotecários, Arquivistas e Documentais BAD -Banco Africano de Desenvolvimento

BADEA -Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África BAN- Biblioteca da Assembleia Nacional

BG- Biblioteca do Governo

BIEF- Banque Internationale d’Information Sur les États francophones BM- Banco Mundial

BMSV - Biblioteca Municipal de São Vicente BO- Boletim Oficial

CDI- Centro de Documentação e Informação

CDID - Centro de Documentação e de Informações para o Desenvolvimento CDS/ISIS- Computerized Documentation System-Integrad Set of System CEA- Centros de Estudos Africanos

CESA- Centro de Estudos sobre África CFI –Canal França Internacional

CMSV- Câmara Municipal de São Vicente

CNIU- Comissão Nacional da Instalação da Universidade CPRM- Companhia Portuguesa Rádio Marconi

CTT-EP -Empresa Pública de Correios de Telecomunicações CVT- Cabo Verde Telecom

CVW IFI- Cabo Verde sem Fio

CVXTV - Cabo Verde Xinnuoli de Serviços de Comunicação Electrónicas e

(8)

DETI- Departamento Electrónica das Telecomunicações e Informação E U -União Europeia

FAO- Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação FMI -Fundo Monetário Internacional

GEP- Gabinete de Estudos e Planeamento I.A.P.E -Instituto de Apoio ao Emigrante IAHN- Instituto do Arquivo Histórico Nacional IBNL- Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro IFLA- International Federation of Library Associations IICT- Instituto de Investigação Científica e Tropical INCV- Imprensa Nacional de Cabo Verde

INE- Instituto Nacional de Estatísticas

INIDA- Instituto Nacional de Investigação Agrária ISCTE- Instituto de Ciências do Trabalho e Empresa ISE -Instituto Superior de Educação

ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão ISP- Internet Service Provider

MPD- Movimento para Democracia MSN- Multiple Subscriber’s Number

OPEP -Organização de Países Exportadores de Petróleo PAICV- Partido Africano de Independência de Cabo Verde

PAIGC- Partido Africano de Independência de Guine e Cabo Verde PALOP- Países Africanos da Língua Oficial Portuguesa

PIB- Produto Interno Bruto PNB- Produto Nacional Bruto

PNUD -Programa das Nações para o Desenvolvimento RCV -Rádio de Cabo Verde

(9)

RDP- Radiodifusão portuguesa RFI- Rádio France Internationale RNCV -Rádio Nacional de Cabo Verde RTC- Rádio Televisão de Cabo Verde

RTP-África –Rádio Televisão Portuguesa- Àfrica TACV- Transporte Aéreos de Cabo Verde

TCV- Televisão de Cabo Verde

TIC -Tecnologia de Informação e Comunicação Tiver-Televisão Independente de Cabo Verde TVEC -Televisão Experimental de Cabo Verde UA- Universidade de Aveiro

UIT- União Internacional das Telecomunicações Uni- CV- Universidade de Cabo Verde

UNICEF- Fundo das Nações Unidas para a Infância CDTC- Centro de Documentação Técnica e Científica

(10)

ÍNDICE

INTRODUÇÃO...3

CAPITULO I – CARACTERIZAÇÃO GERAL DO ARQUIPÉLAGO...6

CAPITULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...14

1. Conceitos Operatórios………..14

2. Análise Histórica dos Periódicos Cabo-verdianos………16

3. Publicação Periódica em Cabo Verde (1975-2008)...18

3.1. Publicação Oficial...20

3.2. Jornais Públicos e Privados...21

3.3. Revistas e Boletins...25

CAPITULO III- SERVIÇOS DE PRODUÇÃO E DE GESTÃO DAS PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS...27

1. Editoras e Tipografias...27

2. Serviços de gestão das publicações periódicas...32

CAPITULO IV- GESTÃO DAS PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS...38

1. Aquisição das Publicações Periódicas...38

2. Tratamento dos periódicos...40

2.1. Tratamento Manual……….……….39

2.2.Tratamento Informático……….…39

2.3. Conservação e Preservação……….42

3. Difusão das publicações periódicas...43

3.1. Catálogo das publicações periódicas...43

3.2. Boletins de Difusão e outros produtos de Divulgação...45

CAPITULO V - TENDÊNCIAS ACTUAIS...47

1. Internet...47

2. NOSI...48

(11)

4. Bases de dados sobre publicações periódicas...50

5. Legislação existente...53

CONCLUSÃO...55

ANEXOS...58

(12)

INTRODUÇÃO

O presente trabalho intitula-se A Produção e a Gestão das Publicações Periódicas

em Cabo Verde (1975 – 2008). Enquadra-se no âmbito das obrigações curriculares para

a obtenção do grau da licenciatura em Historia -Ramo Património, na Universidade de Cabo Verde.

Nesta monografia pretendemos apenas, encetar uma análise retrospectiva do percurso que as Publicações Periódicas tiveram em Cabo Verde, salientando, no seu processo evolutivo, as vicissitudes que caracterizaram e/ou condicionaram esse processo, bem como procurar trazer ao de cima, sempre que possível, os aspectos atinentes às dificuldades surgidas, os constrangimentos verificados, e os progressos realizados. Também iremos proceder a uma abordagem exaustiva dos aspectos relativos à produção, preservação, conservação dessas publicações, por outras palavras, aferir dos problemas e desafios que no seu conjunto se colocaram e se colocam às Publicações Periódicas em Cabo Verde enquanto bem patrimonial.

I – Problematização

Que circunstancias ou causas terão contribuído para o desaparecimento de algumas publicações periódicas após a independência?

Será que as entidades responsáveis pela produção, gestão e conservação das publicações periódicas estão a seguir práticas e políticas adequadas em relação às mesmas?

Que impacto teve o uso generalizado da Internet relativamente às publicações periódicas?

(13)

II – Formulação das Hipóteses

A emergência das novas tecnologias de informação e comunicação, nas quais se destaca a Internet, não terá contribuído para o definhamento das publicações periódicas após a independência?

Em que medida é que a ausência de uma política para o sector não terá prejudicado a preservação e a produção das publicações periódicas em suporte de papel?

Em que medida a proliferação das publicações electrónicas afectaram a necessidade de conservação, gestão, promoção e divulgação das diversas formas de publicações periódicas em formato de papel?

Que razões estruturais estão na base da acentuada degradação das condições de preservação e valorização das publicações periódicas?

III – Objectivos

Objectivo Geral

Efectuar um estudo/ uma análise sistemático(a) sobre o processo e a dinâmica de produção, preservação e conservação das publicações periódicas existentes em Cabo Verde, de 1975 a 2008.

Objectivos específicos

Identificar os centros de produção das publicações periódicas em Cabo Verde.

Analisar a forma de organização e classificação das publicações periódicas e proceder as recomendações que se impõem em matéria de preservação.

Mostrar o papel da Internet e das novas tecnologias de informação e comunicação no que concerne à divulgação das informações.

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IV – Metodologia

Para uma abordagem científica do tema em questão é fundamental definir um quadro conceptual e metodológico. Pretendemos analisar de forma sistemática, o processo a dinâmica das publicações periódicas em Cabo Verde de 1975 – 2008. As informações recolhidas das diversas fontes serão analisadas pormenorizadamente, com base nos seguintes aspectos:

Levantamento bibliográfico Análise documental Análise estatística Inquéritos Entrevistas V- Estrutura do trabalho

Este trabalho está estruturado em cinco capítulos. No primeiro capítulo faremos um breve enquadramento de Cabo Verde, salientando os aspectos que directa ou indirectamente condicionaram a evolução ou o retrocesso das publicações cabo-verdiana. No segundo capítulo iremos definir os conceitos operatórios pertinentes ao estudo, juntamente com o levantamento, a selecção e o estudo de alguns periódicos que se destacaram em Cabo Verde após a Independência Nacional. No terceiro capítulo, mostraremos alguns estabelecimentos da produção e gestão que fazem o serviço das publicações periódicas. Em seguida no quarto capítulo, falaremos da política interna de algumas instituições que fazem a gestão deste tipo de serviço e por fim no último capítulo, mostraremos o papel da Internet na difusão das publicações periódicas e a aplicação da legislação cabo-verdiana sobre o mesmo. Segue-se depois a conclusão, as bibliografias e os anexos.

(15)

CAPITULO I – CARACTERIZAÇÃO GERAL DO ARQUIPÉLAGO

Incluímos neste capítulo, uma caracterização geral do arquipélago incidindo na descrição geográfica, demográfica e económica de Cabo Verde. Ainda, fizemos uma pequena resenha analítica da história, da educação e da política do arquipélago.

Geografia e população

A República de Cabo Verde é um pequeno estado insular, situado a cerca de 500

Km da Costa Ocidental Africana de onde lhe adveio o nome. Divide-se em dois grupos: Barlavento (Santo Antão, São Vicente, Santa Luzia, São Nicolau, Boavista) e Sotavento (Maio, Santiago, Fogo, Brava). De origem vulcânica, a maioria das ilhas do arquipélago apresenta um relevo acidentado. Temos como exemplo as ilhas de Fogo, Santo Antão e Santiago. Em contrapartida, encontramos algumas ilhas como o Sal, a Boavista e o Maio que são designadas de ilhas rasas ou planas, circundadas por extensas praias. O arquipélago situa-se na extremidade Ocidental da faixa do Sahel e o clima tem características de aridez e semi-aridez. Normalmente, nas ilhas ocorrem fortes chuvas de curta duração, originando grandes inundações, de carácter irregular e errático, agravadas por causa da passagem de harmatão ou “lestada”.

A temperatura média anual varia entre 22º e 26º, distinguindo-se duas estações: a das brisas, entre Dezembro e Abril, com temperaturas que oscilam entre os 18º e os 21º e a estação quente, entre Maio e Setembro, com temperaturas a variar entre 27 e 31 graus.

De acordo com o gráfico (cf. nº 1), Cabo Verde apesar de ser um país recentemente descolonizado, com uma população jovem, segundo o censo de 2000, a dinâmica da sua população tende a aumentar nos últimos anos.

Povoamento e administração

Segundo fontes históricas, as ilhas de Cabo Verde, foram descobertas em 1460, na sequência das viagens de exploração da Costa Ocidental Aricana pelos navegadores

(16)

António da Noli, Diogo Gomes e Diogo Afonso. As ilhas foram doadas a D. Fernando em 1462, que teve a iniciativa de mandar povoar a de Santiago através do sistema de capitanias. Desta forma, a ilha de Santiago foi dividida em duas partes, a do Sul, com sede na Ribeira Grande, foi doada a António da Noli e a do Norte, com sede em Alcatrazes, doada a Diogo Gomes. Esta tentativa não teve êxito. Assim encetou-se um novo empreendimento a partir da carta régia de 1466, atribuindo liberdades e franquezas aos moradores de Santiago.

Em 1472, o Rei delimita os privilégios que outrora outorgou no documento de 1466, já que a partir dessa data apenas podiam comerciar com “suas novidades e

colheitas”, havidas na própria ilha (…)”1. Posteriormente, o modelo administrativo

implantado nas ilhas, foi semelhante ao das outras colónias portuguesas: uma administração sempre de forma indirecta. Um dos modelos foi através do sistema de donatárias.

3. Seca e emigração

Para além da má administração das ilhas, o arquipélago deparava-se com

sucessivas secas que se “ (…) converteram em fomes e tiveram impacto desestruturador

no século XVII e no século XVIII (…)”2. Estas, por sua vez, eram prolongadas e cíclicas,

provocando enormes transformações e determinando a sociedade, particularmente nos séculos XVII e XVIII, fomentando um défice da mão-de-obra escrava que era o motor de desenvolvimento económico das ilhas.

As fomes mais terríveis que se tem memória são as de 1773 a 1776, que apesar da

curta duração, reduziu grande parte da mão-de-obra existente na época.3 A título

exemplificativo, a população de Santiago, por volta de 1730, estimava-se em cerca de 25 000 almas, o que foi reduzido para cerca de 1/3”.4

1 CARREIRA, António. Cabo Verde: Formação e Extinção de uma Sociedade Escravocrata (1460-1878). Lisboa. Edição patrocinada pela Comissão Económica europeia e o Instituto Cabo-verdiano do Livro. 1983. p. 38.

2 CORREIA E SILVA, António Leão. História de um Sahel insular. Praia. Edições Spleen.1996. p. 106. 3 CORREIA E SILVA. António Leão, História … p. 110.

4 AMARAL Ilídio do. Santiago de Cabo Verde: A Terra e os Homens. Edição da JIU. Lisboa. 1964.p. 182.

(17)

Nesta perspectiva, importa realçar que, a partir dos finais do século XVIII-XIX, os cabo-verdianos começaram a emigrar em massa para a América do Norte, na pesca da baleia nos navios americanos que demandavam aos mares de Cabo Verde.5 A

emigração permitiu que o homem cabo-verdiano adquirisse novas experiencias no país de destino, que por seu turno, influenciou a sua mentalidade, transformando-o num povo, com um espírito crítico perante os problemas que afligiam o arquipélago.

4. Educação

A educação é um dos factores que, apesar de ser na altura, muito formal, selectivo e administrado com séries de leis discriminatórias, contribuiu para a reprodução de uma elite, pois, antes da independência, tinha por objectivo, promover e resguardar os valores culturais metropolitanos.

Segundo o escritor Brito – Semedo, o surgimento da pequena elite letrada teve a sua origem com a revolução vintista que acarretou profundas mudanças nas possessões ultramarinas, principalmente no que toca ao ensino. As sucessivas reformas ligadas ao ensino durante o século XIX deram grandes impulsos à ascensão dos “ filhos da terra” na sociedade vigente6.

A primeira escola oficial foi criada na Praia em 1817, mais tarde em 1869 foi construído o Seminário de São Nicolau e posteriormente em 1912 foi erguido o liceu D. Henrique, em São Vicente. Assim sendo, podemos auferir que a estruturação do ensino em Cabo Verde inicia-se apenas no século XIX, o que demonstra que ela nunca foi a preocupação das autoridades metropolitanas. Isto fica claro quando analisamos os índices de analfabetismo na altura da Independência que se situavam por volta de “70

%”7, o que indica que apenas as famílias mais abastadas tinham acesso ao ensino, como

evidenciamos anteriormente.

5 CARREIRA, António. Migrações nas Ilhas de Cabo Verde. Lisboa. Edição Universidade Nova de Lisboa. 1977.pp. 63 a 64.

6 BRITO-SEMEDO, Manuel. A Construção da Identidade Nacional: Análise da imprensa entre 1877 e 1975. Praia. Editorial Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro. 2006. p. 103.

7 HERNANDEZ, Leila Leite, Os Filhos da Terra do Sol: formação de Estado – Nação em Cabo Verde. Brasil. Editorial Selo Negro. 2002. p. 100.

(18)

De acordo com o gráfico da evolução da educação em Cabo Verde, apresentada como anexo nº2, auferimos que a alfabetização, a educação tende a evoluir, tanto no ensino secundário com no ensino superior.

5. Independência Nacional

O despertar da consciência nacional, nos finais do século XIX e início do século

XX, foi fruto da conjuntura interna de crise e fomes cíclicas, marcadas pela influência externa de uma má governação metropolitana e ainda por influências exógenas que acompanhavam as elites radicadas fora das ilhas. Essa luta ganhou maior força com a Segunda Guerra Mundial, nos anos 50 e 60, com a geração de Amílcar Cabral, tendo como partido o PAIGC.

Cinco anos após a Independência houve uma ruptura do projecto unitário do

PAIGC, decorrente do golpe de Estado em 1980 na Guiné-Bissau e, como consequência, em Cabo Verde, nasce um novo partido o PAICV.

6. Abertura Política

Após 15 anos de monopartidarismo, em 1990, o artigo 4º da Constituição foi

revogado, um ano depois, o PAICV foi derrotado a favor do MPD, e foram efectuadas, às primeiras eleições legislativas e presidenciais democráticas. Em 1992, a Assembleia Nacional aprovou uma nova Constituição que consagra o Direito Democrático, com um novo tipo de regime de democracia parlamentar pluralista baseado na Constituição promulgada em 1992. Os órgãos de soberania são o Presidente da República, a Assembleia Nacional e o Governo.

Figurando como um país democrático, conta com uma economia em franca expansão, o sector primário é o mais precário e o sector terciário como o mais expressivo, com o maior número de empregabilidade.

Da análise dos gráficos 3 e 4 que apresentamos como anexo, verificamos que a economia cabo-verdiana está em franco crescimento. Nota-se que nos últimos cinco anos, a economia teve uma subida duma forma considerável, fruto da cooperação com

(19)

os países estrangeiros. Esse aumento da economia, pode ser vista através da própria política interna, como o desenvolvimento das infra-estruturas, formação e capacitação dos homens, a estabilidade político e social, a atracção geo-histórico, entre outros.

7. Cooperação Internacional

A cooperação internacional, quer no âmbito multilateral quer bilateral tem

contribuído para o desenvolvimento sustentável da economia cabo-verdiana. Esta cooperação tem sido feita através de donativos, empréstimos e implementação de políticas específicas.

Os principais doadores multilaterais de Cabo Verde são BM (Banco Mundial) que tem sob a sua tutela os transportes, energia, infra-estruturas, temos também, o FMI (Fundo Monetário Internacional), a E.U (União Europeia), o BAD (Banco Africano de Desenvolvimento), o BADEA (Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África, o PNUD (Programa das Nações para o Desenvolvimento) e o Fundo de OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo). No âmbito bilateral, Cabo Verde usufrui de vários apoios como da Europa, Estados Unidos e Nações Unidas, através das agências, do PNUD (Programa das Nações para o Desenvolvimento), da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e do FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação)8.

8. Telecomunicações

Dentre os sectores de actividades, Cabo Verde tem apostado fortemente nos serviços de tecnologia de informação e comunicação. Inicialmente, a política e regulamentação do sector das telecomunicações em Cabo Verde, assim como, nas demais colónias enquadravam-se nas leis e regulamentos das telecomunicações de Portugal.

Inicialmente, era um operador estatal que fazia comunicações inter-ilhas, e a empresa privada de CPRM (Companhia Portuguesa Rádio Marconi) que efectuava as 8 CABO VERDE: Dez Ilhas, Um País, Cinco Continentes. Lisboa. Edição Caixa Geral de Depósitos SGE Mediateca.2007.pp. 113-114.

(20)

telecomunicações internacionais. Essas operações da CPRM baseavam-se nos termos de um Acordo de Concessão assinado com o governo português9. A introdução das

telecomunicações em Cabo Verde teve início em 1874 na ilha de São Vicente na Cidade do Mindelo através da instalação dos primeiros cabos submarinos de cobre para telegrafia, ligando África à Europa10.

Com a Independência Nacional o governo de Cabo Verde definiu o sector das telecomunicações como um dos pontos cruciais para o desenvolvimento do país. Em Julho de 1981, a Direcção dos Correios e Telecomunicações fundiram-se numa só empresa pública denominada de CTT-EP (Empresa Pública de Correios de Telecomunicações).

O governo percebendo a sua limitação em responder à rápida evolução da tecnologia e do mercado das tecnologias, em 1995, através da declaração para a reforma das telecomunicações, os correios e as telecomunicações foram divididas em duas novas empresas autónomas: a CVT (Cabo Verde Telecom) e o Correios de Cabo Verde SARL11.

No mesmo ano a CVT, foi privatizada, 40% das acções foram vendidas à nova empresa, a Portugal Telecom, e 25% foram reservadas aos emigrantes cabo-verdianos e aos funcionários da CVTelecom. Essa privatização reduziu a propriedade directa do estado, com apenas 3,4%, em que participa indirectamente através das compras das acções com os fundos do governo12.

Com a privatização, surgiram novas empresas no mercado, com novos produtos associados a diferentes segmentos do mercado tais como serviços móveis, internet, televisão por assinatura e aluguer de circuitos.

A Internet, teve a sua primeira experiência em 1996, por iniciativa de CVTelecom através da ligação à Telepac de Portugal. Mas, o lançamento oficial da instalação da

9 SAGNA, Margarida Évora e OUTROS. A internet num PMA lusófono: Estudo de casos de cabo Verde (Relatório de missão). Praia. Edição UIT (União Internacional das Telecomunicações). 2002. p.6. 10 Linhas Gerais da História do Desenvolvimento Urbano da Cidade do Mindelo. Lisboa. Edição do fundo de Desenvolvimento Nacional e Ministério da Economia e das Finanças. 1984. p.36.

11http://www.nave.cv/cvtelecom/xmlsisweb.asp?file=empresa/html/quemsomosnos.htm&category=Quem %20Somos&pagegroup=quemsomosnos.

12 Estudo de Oportunidades para as Empresas Industriais Portuguesas: Guia de Cabo Verde. Lisboa. Edição (AIP) Associação Industrial Portuguesa.1997. p. 43.

(21)

Internet foi em 1997, com apenas 220 computadores em todo o país e a maioria pertencente aos organismos do Estado13.

A Internet é um mercado das telecomunicações que se encontra em pleno alargamento, neste momento, há seis empresas fornecedoras de serviços da Internet ISP (Internet Service Provider), sendo três licenciadas e operacionais como a CV Multimédia, CV IFI (Cabo Verde sem Fio), Provedor Wireless em São Vicente, Ldª; Cabocom na ilha do Sal, S.A., CV Móvel, MB Investimentos com sede na Praia, e TELMAX com sede na ilha do Sal, sendo não operacionais as duas últimas empresas14.

Outro grande avanço das telecomunicações é a Televisão, que teve a sua fase experimental em 1984, inicialmente, denominada por TVEC (Televisão Experimental de Cabo Verde). Em 1997, aparece outros canais da televisão como a RTP-África (Rádio Televisão Portuguesa- Àfrica), a CFI (Canal França Internacional) actualmente TV5Afrique, a Tiver (Televisão Independente de Cabo Verde), a Record-Cabo Verde, também, com acesso gratuito ao público.

Actualmente, existem duas empresas que fazem o serviço da Televisão por assinatura, a CV Multimédia e a CVXTV(Cabo Verde Xinnuoli de Serviços de Comunicação Electrónicas e Teledifusão Digital) que já estão espalhadas por todas as ilhas.

A Rádio surgiu em 1945 e denominava-se “Rádio Clube de Cabo Verde”, popularmente reconhecida como “Rádio Praia” com uma programação variada. Mais tarde, em 1950, o governo liberaliza a Rádio para a utilidade pública e começam a ser organizadas concursos musicais em que muitos intérpretes e conjuntos da capital participaramnessa recreação15. A partir de 1947, surgiram outras Rádios como a Rádio

Clube do Mindelo e a “Rádio Pedro Afonso”. Dez anos mais tarde aparece a Rádio “Voz de São Vicente” a seguir em 1955 nasce a Rádio de Barlavento onde foi transformada em Rádio Voz de S. Vicente em 1974. Após a abertura política aparece a Rádio Nova, emissora cristã, sediada no Mindelo e mais tarde a Rádio comercial16.

Após a Independência, a “Rádio Clube de Cabo Verde” foi substituída pela RNCV 13 TAVARES, Gomes. A Cabo Verde Telecom escreve uma das mais belas páginas da história das

Telecomunicações do País. In: Novo Jornal Cabo Verde. Praia.1997.

14 ANAC. Compêndio de Dados Estatísticos das Comunicações Electrónicas e Postais do Ano de 2008. Praia. Editorial Agência Nacional da Comunicações. 2008. p.8.

15 Http://www.rtc.cv/index.php?option=com_content&task=view&id=71&Itemid=76. 16 Idem.

(22)

(Rádio Nacional de Cabo Verde) e funcionou no mesmo edifício até á criação do actual edifício que alberga a RTC (Rádio Televisão de Cabo Verde).

Neste momento, há oito emissoras de rádio, sem contar com a rádio RCV (Rádio de Cabo Verde) que é uma estação estatal. Ainda, existem duas redes de rádio estrangeiras a RDP (Radiodifusão portuguesa) que transmite aos países africanos que falam a língua portuguesa e outra, a RFI (Rádio France Internationale) que radiodifunde nas línguas francesa e portuguesa17.

O estudo sobre a Radiodifusão, aponta que a RTC é a emissora mais ouvida com cerca de 38% de ouvintes, em seguida é a Praia-FM com um índice considerável, 15% de ouvintes, seguida da Rádio Nova com 14% de ouvintes e Crioula-FM com 11% de ouvintes, sendo as restantes rádios 22% são ouvidas pelos cabo-verdianos. Relativamente, ao uso da Televisão, a TCV (Televisão de Cabo Verde) é mais assistida pelos cabo-verdianos com 46% de telespectadores, seguida de Record com 27% telespectadores, a RTP- África com 17% do público, a Tiver com 4% de telespectadores e TV5 com 1% de telespectadores18.

17Idem. SAGNA, Margarida Évora e OUTROS. A internet num PMA lusófono…p.17. 18http://www.governo.cv/index.php?

(23)

CAPITULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Faz parte deste capítulo uma concisa fundamentação teórica do tema em apreço. Destacamos, em primeiros lugar, os conceitos operatórios pertinentes ao estudo, um breve historial da génese de alguns periódicos antes da independência nacional. Posteriormente, fizemos um levantamento e estudo criterios das publicações periódicas após 1975 até 2008.

1. Conceitos operatórios

A imprensa é um veículo de difusão de informações por meio impressos ou electrónicos (falada, escrita ou televisiva) com uma periodicidade variável, destinado á informar ao público-alvo.19

O termo imprensa deriva da “prensa móvel” que surgiu no século XV por Johannes Guttenberg. A partir do século XVIII, foi utilizada para imprimir os jornais que eram, na altura, os únicos veículos jornalísticos existentes20. A partir do século XX, as

informações nos jornais, para além de ser impressas, passaram também a ser divulgadas por meios radiofónicos e televisivos.21

As Publicação Periódicas são publicações editada em série contínua com o mesmo título, em suporte papel ou/e electrónico, a intervalos regulares ou irregulares, durante um período indeterminado, sendo os diferentes elementos da série numerados consecutivamente e/ou cada um deles datado. Ela pode ser de carácter específico ou de outros temas diversos que, na sua elaboração, podem participar várias pessoas sob a direcção de uma ou mais figuras, mas geralmente de uma entidade responsável22.

Relativamente a sua periodicidade pode ser: regular e irregular. Um periódico pode ser diário, semanal, bi- semanal, quinzenal, mensal, bimensal, trimestral, quadrimestral, semestral ou anual23.

19 Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Lisboa. Edições Temas e Debates. 2003. p.2054. 20 http://pt.wikipedia.org/wiki/Imprensa

21 Idem

22 http://pt.wikipedia.org/wiki/Publica%C3%A7%C3%B5es_peri%C3%B3dicas. 23 Idem.

(24)

As principais características dum periódico são a sua continuidade e duração que deve indeterminada. Deve sempre constar na primeira página o título da publicação, a data, a periodicidade, o número da publicação, a tiragem, a sede, o preço, a entidade proprietária, os respectivos corpos gerentes e a direcção.

Dentre os tipos de periódicos, temos o jornal, que é uma publicação com informação de imediato acontecimento, onde estão impressas notícias, reportagens, entrevistas, anuários e outras informações de âmbito geral ou especializado, num suporte de conjuntos de grandes folhas de papel sobrepostas e dobradas.24 A sua

periodicidade pode ser diária, semanal, bi ou trissemanal, quinzenal, mensal, etc.

A revista é uma publicação periódica ilustrada, com a forma de brochura, contendo informações recolhidas e analisadas de artigo de jornais sobre determinados temas de interesse geral ou específico.25 Tem por finalidade realçar os principais acontecimentos

que interessam ao público-alvo e a reflexão dos leitores.

O anuário26 é um periódico, regra geral, anual, contendo os principais

acontecimentos ocorridos numa instituição.

O boletim é uma publicação mais simples, mais pequeno, menos exigente, menos atractivo e por conseguinte exige menos custos do que a revista.

O livro é uma publicação unitária e não periódica, como um produto intelectual, onde estão os conhecimentos e expressões, individuais ou colectivas, organizados num conjunto de papel impresso, cozidos ou encadernados formando um volume.27

É de realçar que existem muitas diferenças entre o periódico e o livro. Passamos a destacar algumas que consideramos mais pertinentes: nos livros, os assuntos são tratados com uma certa especialidade, formando uma publicação unitária, difundida com os meios audiovisuais, tais como: ilustrações, CD-ROM, etc. Tanto na lombada, como na capa, encontramos o nome do autor, o título, a editora, também, na capa encontramos a edição, o número de exemplar para cada tiragem, a data de impressão, entre outros elementos.

24 Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa. Lisboa. Editorial. Verbo. Vol. II. 2001. p. 2192.

25 Idem. p. 3250.

26 Idem. Dicionário Houaiss … p. 313.

(25)

Enquanto que o periódico é composto por um fascículo e apresenta um aspecto bibliográfico uniforme: na capa, encontramos o título, que é constante, a editora, proprietária da edição, o preço, a periodicidade, a série, o local da publicação, data do início da colecção e data de encerramento da publicação. Para além da publicação impressa, existe também o formato digitalizado, que é caracterizado como todas as produções digitalizadas a partir de um suporte semelhante e que estão disponíveis on-line, através de um site ou portal.

O site ou website é definido como um espaço básico de informação, organizado de forma estruturada e hierarquizada, com o intuito conteúdo de o seu conteúdo entendido ser acessado com facilidade pelos seus utentes.28 O portal descreve uma variedade de

web sites, desde sites internos para funcionários (intranet) à sites externos para consumidores e parceiros (internet, extranet).29 Este é mais complexo, porque

disponibiliza uma variedade de informações e serviços relevantes de acordo com às necessidades e interesses do utilizador, desde notícias, ferramentas de pesquisa, correio electrónico, a integração entre colaboradores, parceiros e clientes, a capacidade de criar conteúdos personalizados para funcionários específicos, entre outros elementos.

2. Análise histórica dos periódicos cabo-verdianos

A história das publicações periódicas está ligada a certos acontecimentos que marcaram a vida cultural cabo-verdiana. Cabo Verde foi a primeira colónia portuguesa onde em 1842 foi instalada uma tipografia na ilha da Boa Vista. Foi um acontecimento importante visto que veio trazer muitos progressos na administração pública e na vida sócio-cultural do arquipélago. A colónia já contava com escolas primários, tendo a primeira escola oficial construída na Cidade da Praia em 1817. Em 1866 foi criado o Seminário de São Nicolau que marca o início da era de intelectualidade cabo-verdiana. Começou-se a criar novas escolas com a saída do Seminário de novos professores. Em 1921 foi erguido o Liceu Infante D. Henrique, em São Vicente, onde veio a aparecer vários quadros da administração pública cabo-verdiana. A criação de várias associações de caris cultural também mostra o desenvolvimento intelectual e cultural na época.

28 http://www.professorfabio.com.br/carreira/texto09.html

29http://www.kamae.pt/Solu%C3%A7%C3%B5es/PortaisEmpresariais/Oque %C3%A9umPortal/tabid/155/language/pt-PT/Default.aspx

(26)

Pode-se dizer que esses acontecimentos justificam o aparecimento de jornais no final do século XIX.

Mesmo com imprensa, Cabo Verde foi das últimas colónias da metrópole a ter um jornal. E isso só foi possivel em 1877, com o surgimento do jornal o Independente. Nesta pesrpectiva, o escritor Felix Monteiro explica que os jornais publicados na 1ª fase foram: O Independente, Correio de Cabo Verde, Echo de Cabo Verde, A Imprensa, A

Justiça, O Protesto, O Povo Praiense, O Praiense e Praia, quase todos de carácter

político e noticioso30.

A segunda fase começa em 1899, com a Revista de Cabo Verde editada em São Vicente. Termina em 1905. Nesta fase, foram publicadas Liberdade, A Opinião e O

Espectro e na Praia foi publicado um número único e especial: Jornal de Cabo Verde,

destinado a assinalar a passagem do príncipe real D. Luíz Filipe por Cabo Verde, em 190731.

Finalmente, temos a terceira fase que foi despoletada com a Proclamação da República em Portugal em 1910. Esta fase termina com a abolição do Estado Novo, no dia 24 de Abril de 1974, seguindo a conquista da Independência de Cabo Verde e Guiné-bissau em 197532. Esta fase foi de intensa actividade jornalística, onde foram

publicados cerca de vinte jornais, assim como folhas manuscritos, tais como: O Recreio,

Fénix Renascida, O Mindelense, A Voz de Cabo Verde, O Independente, O Futuro de Cabo Verde, O Progresso, A Tribuna, provenientes de jovens estudantes do

Seminário-Liceu de São Nicolau e do Colégio Municipal de São Vicente33. Dentre estes,

encontramos outros que se destacaram nesta época: O Popular e Cabo Verde, O

Caboverdiano, A Acção, A Seiva, A Verdade, A Despesa, O Manduco, O Notícias de

Cabo Verde, O Eco de Cabo Verde e O Ressurgimento34. Porém o grande marco desta

época e a publicação da Revista Claridade de um grupo de intelectuais fundada em 1936. Depois surge ainda o primeiro órgão oficioso, “Cabo Verde: Boletim de Propaganda e Informação”, que surgiu na Cidade da Praia em 1949 e desaparece em-1962. Era propriedade do Centro de Informação e Turismo, cujo director era Dr. Bento 30 MONTEIRO, Félix. Imprensa: 150 anos de História. In: A Semana. Nº 80. Ano II. Praia. 16 de Novembro de 1992. s/p.

31 MONTEIRO Félix. A Imprensa em Cabo Verde. In: Notícias. Nº69. Ano VI. Mindelo. 1992. p. 17. 32 Idem.

33 http://cadernosdejornalismo.uc.pt/multimedia/osmediaemcaboverde/hm.htm. 34 Idem.

(27)

Levy. Tratava-se de uma Revista mensal, informativa e cultural, com diversos assuntos desde o carácter literário, publicitário ao cultural, político entre outros. Nela colaboraram muitos estrangeiros e nacionais35. Devido ao grande aumento de

colaboração literária, dentro desta Revista cria um suplemento literário autónomo designado do Suplemento Cultural36. Mais tarde, esta revista, transformou-se em Revista

Boletim Documental e de Cultura em (1962 -1964) e muda várias vezes do título, passou a denominar da Revista O Arquipélago semanário, 1962-1974). A seguir passou a designar-se da Revista Alerta! Surge na véspera da Independência o Novo Jornal de Cabo Verde (1974).

3. Publicação Periódica em Cabo Verde (1975-2008)

De acordo com os catálogos das publicações periódicas de 1842 a 200437,

elaborado pelo Instituto do Arquivo Histórico Nacional, conseguimos extrair algumas informações que achamos pertinentes para a elaboração deste trabalho. Vejam-se por exemplos como mostra os quadros nº1 e 2, que apresentamos como anexo nº5 e 6. E através desses dados, juntamente com a recolha de outros periódicos (ver anexo nº7), fizemos os gráficos para melhor compreender a dinâmica das publicações em Cabo Verde.

Neste gráfico vê-se que não houve uma evolução normal em quantidade de publicações periódicas que acompanhasse o desenvolvimento do país. Houve um equilíbrio nas duas primeiras repúblicas. Contudo, nota-se uma queda nítida após a 3ª república. Isto explica ao facto da introdução da Internet e da criação de publicações on-line. Veja-se o gráfico nº 5.

35 Idem. OLIVEIRA, João Nobre de. A Imprensa Cabo-Verdiana (1820-1975) …pp.527 e528. 36 Idem.pp.528e531.

37 O Catálogo volume I (1842-1998) foi revistada e aumentada, mais tarde foi reeditada no volume II (1842-2004).

(28)

Gráfico nº 5

Relativamente a periodicidade, verificamos que a maioria das publicações depois da independência, cerce de 36% são irregulares, 32% é mensal e 29% são trimestrais. Veja-se o resumo dos dados no gráfico nº 6 abaixo.

Gráfico nº 6

Quanto ao local das publicações, a ilha de Santiago foi a que teve mais publicações, desde a independência até agora, com cerca de cento e sessenta e um periódicos, seguida da ilha de São Vicente, com vinte e uma publicações. Ainda, constatamos que nesse ano, os EUA tiveram mais publicações do que as outras ilhas,

(29)

com excepção a ilha de Santiago, São Vicente, Fogo e Sal, com cerca de cinco publicações. Veja-se o gráfico nº7.

Gráfico nº 7

3.1. Publicação Oficial

A publicação do primeiro número do "Boletim Oficial da Colónia de Cabo Verde” (BO) em 1842, representa um marco importante na história de Cabo Verde, em geral e a imprensa em particular. Intitulou-se a partir de 5 de Julho de 1975, "Boletim Oficial da

República de Cabo Verde". O número 1 desta publicação é dedicado à Independência

Nacional e à constituição do Governo. Semanário como antes, esta nova publicação é totalmente reestruturado, com o novo símbolo do país e uma forma de escrever também diferente. Impressa em formato A3, como o seu antecessor, com o mesmo tipo de papel, ele ainda continua a ser publicado pela Imprensa Nacional de Cabo Verde (INCV). No final de cada ano, INCV publica um índice com o objectivo de facilitar a recuperação dos conteúdos. No final de cada ano, a INCV publica um índice com o objectivo de facilitar a recuperação dos conteúdos.

Após a Independência, houve uma reestruturação do B.O, com a Portaria nº 53/77, no número 41, de 8 de Outubro de 197738. De notar que os preços de assinatura por cada

número do Boletim variavam de acordo com o número de páginas disponíveis pela publicação, no entanto, eram actualizados quinzenalmente. Para as assinaturas anuais 38 Portaria nº 53/77. In: B.O da Província de Cabo Verde Nº 41. Praia. Imprensa Nacional de Cabo Verde. 1977.

(30)

era fixada um preço único para o país e para o estrangeiro, sem qualquer alteração durante dezassete anos. Dois anos após a abertura política e dezoito meses após as primeiras eleições livres, esta publicação, foi alvo de uma alteração de fundo. A partir do segundo semestre de 1992, a INCV divide este periódico em duas séries39: a primeira

série apresenta as questões mais importantes, incluindo leis constitucionais, decretos presidenciais, actos da Assembleia Nacional, decretos-legislativos, regulamentares do Governo, Portarias e alguns Despachos; a segunda série trás questões menos importantes, incluindo nomeações de funcionários e avisos diversos. Os símbolos foram alterados. Esta publicação passa a ter uma estrutura diferente, mais flexível, mais completo e mais apetecível para leitura.

Outra alteração foi feita no início de 2003, com a divisão do Boletim em 3 séries. Essa alteração foi implementada pelo Decreto-Lei nº 21/2002 de 24 de Agosto que estabelece a referenciação e classificação do estatuto jurídico-legal do B.O. Finalmente, a Portaria nº 37/2002, BO nº 37 de 30/12/02.

3.2. Jornais Públicos e Privados

Os jornais sejam eles públicos ou privados, tiveram e mantiveram um lugar privilegiado na história da informação e comunicação cabo-verdiana. Desde o aparecimento dos primeiros jornais, o país garante, de acordo com o seu tamanho físico e demográfico, uma quantidade significativa de títulos de jornais, uns de curta duração, outros com períodos razoáveis de actividade.

Os jornais publicados antes da Independência são caracterizados por uma presença forte do poder político, com uma censura muito apertada da forma ideológica de escrever, não obstante iniciativas fortes dos jornalistas que escreviam artigos de ideologia política, denunciando situações mais graves e difíceis. Constatava-se a falta de artigos nos domínios económico e de outras áreas importantes. Com a independência nacional e com a chegada de uma ideologia revolucionária, o país conheceu, durante 15 anos, alguns jornais. Entre os mais importantes destacam-se:

Voz di Povo- surgiu na Cidade da Praia em 1975 e extinguiu em 1992. Foi uma

sequência lógica do Jornal Colonial O Arquipélago editado pela Direcção de 39

(31)

Informação e Propaganda e Turismo. O Voz di Povo deu substituiu o O Arquipélago, no estado de Cabo Verde e passou a ser editado pela Direcção Nacional de Informação em 1975. O Semanário passou depois para Trissemanário composto e impresso na INCV na Praia com uma tiragem que chegou aos 5.000 exemplares. Apresentou durante uma década, 1975-1985, artigos de ideologia revolucionária, onde apoiou o sistema político liderado pelo PAIGC/PAICV e, nesses dezassete anos, este periódico foi um dos que mais se destacaram na sociedade cabo-verdiana40.

Este Jornal passou a publicar um Suplemento Cultural coordenado por Osvaldo Osório e Ondina Ferreira41. Foi interrompido em 1992, um ano após as eleições multipartidárias

de 1991, sendo substituído pelo Novo Jornal Cabo Verde.

Terra Nova – Periódico religioso mais antigo, periodicidade mensal, regular, fundado

em 1968 na ilha da Brava. Era propriedade dos Irmãos Capuchinho de Cabo Verde. Este jornal acabou por ser extinto em 1974 e reiniciou a sua actividade com a Independência Nacional em 1975, com a denominação de Terra Nova, desta vez editado na ilha do Fogo - São Filipe e anos depois na ilha de São Vicente. Continuou a ser mensal e pertencente a Igreja Católica, tendo como director e representante o Padre António Fidalgo de Barros e administrador o padre Paulino de Andrade de Pina42.

Este periódico43 teve a particularidade de ser a única publicação periódica não oficial

fundado antes da Independência. Servia-se para a difusão das informações religiosas no sentido de informar e formar a população. Mais tarde, entra em choque com o novo sistema político e acaba por se tornar a porta-voz da população e, consequentemente, foi submetido a vários julgamentos no Tribunal da Comarca de São Vicente. Devido a dificuldades de gestão e a inexistência de uma reforma profunda, caiu em desinteresse da população a partir das eleições de 1991.

Nôs Luta – Periódico quinzenal surgiu no Mindelo, em 1975 e manteve-se até 1976. É

propriedade da Rádio Voz de São Vicente, composto e impresso na Gráfica de Mindelo44. Trazia temas ligado a política e a vida social dando destaque a participação

popular.

40 Idem. OLIVEIRA, João Nobre de. A Imprensa Cabo-Verdiana (1820-1975) …p. 638. 41 Idem.

42 Idem. p. 599. 43 Idem. p. 600. 44 Idem. p. 619.

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Tribuna – Órgão de Informação do Sector Urbano da Praia pertencente ao PAICV.

Surgiu na Cidade da Praia em 1984. É composto e impresso na Grafedito da Praia, com uma periodicidade quinzenal e, na direcção, tinha Georgina Melo, Nicolau Melo e Carlos Burgo45. Este jornal abarcava informações de caris político e deixou de ser

publicado em 199146.

Notícias – Periódico mensal que apareceu na Cidade do Mindelo em 1987 e

propriedade da Editora Notícias. Tinha como directora Madalena Almeida, chefe da redacção Herman Colomba e como redactor Eduíno Santos47. Este periódico passou

para quinzenal, com informações ligadas a política. Extinguiu-se em 199248.

Com a abertura política, aparece outros partidos políticos em 1990, o que desembocou em eleições legislativas, presidenciais e municipais. O país conhece assim, a publicação de uma série de títulos de jornais. Em geral, os jornais, a partir de 1991, de iniciativa privada, são caracterizados por artigos com forte vertente ideológica e temas que retratam os eventos de uma forma clara, causando um impacto positivo na população. Assim, até este momento, pode listar-se os seguintes jornais:

A Semana – Periódico vivo, semanal, que surgiu na Cidade da Praia. É propriedade da

Sociedade Nova Editora S.A., composto e impresso no Grafedito da Praia, com informações de caris político. Este jornal tinha como director Jorge Soares, como redactores António Oliveira, Doralis Castilho e Júlio Vera – Cruz Martins, e como editores Alice Matos, Emanuel C. D’ e Manuel Brito Semedo49.

Novo Jornal Cabo Verde – Periódico bissemanal que surgiu na Cidade da Praia em

1992. É propriedade da Editora de Cabo Verde50. Jornal do Estado de caris informativo,

devido a problemas na gestão do mesmo foi extinto em 199751.

Artiletra – Surgiu no Mindelo, em 1991, periódico vivo, com uma periodicidade

bimestral, composto e impresso na Gráfica do Mindelo. Este periódico abarca várias

45 In: Tribuna.Ano I.Nº1.1984. 46 In: Tribuna.AnoVII.IISérie.1991. 47 In: Notícias. Ano I. 1987. 48 In: Notícias. Ano II. Nº 22.1989. 49 In: A Semana. Ano I. Nº 0. 1991.

50 In: Novo Jornal Cabo Verde. Ano I.Nº 0.1992. 51 In: Novo Jornal Cabo Verde. Ano V. Nº 544.1997.

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informações ligadas a cultura e tem como directores Larissa Rodrigues e João Rodrigues52.

Correio Quinze – Periódico quinzenal, que surgiu na Cidade da Praia em 1994. É

propriedade de “Ecos de Cabo Verde, SARL” e tinha como director Oliveira Barros, director-adjunto António Maurício dos Santos53. Este jornal continha informações de

caris político e deixou de ser publicado em 199654.

O País – Periódico semanal que apareceu em 1995 na Cidade da Praia. Os seus

proprietários são Marina dos Anjos, Álvaro Leitão da Graça (Filho), Alberto Loff e Daniel Pinto Mascarenhas. Tinha como directora Raquel Spencer Medina55. Este

periódico abrangia informações de caris político e cessou a sua actividade em 199656.

Horizonte – Publicação semanal que apareceu na Cidade da Praia em 1999,

propriedade da Inforpress (Empresa de Produção e Divulgação da Informação). O director era Fernado Monteiro e o chefe da redacção era Alexandre Semedo57. Este

periódico dava maior realçe às informações do caris político e desactivou a sua publicação no ano de 200758.

Expresso das Ilhas – Semanal, surgiu em 2002, na Cidade da Praia, com uma

periodicidade semanal, tendo como director Apolinário das Neves. Este periódico é propriedade da Média Comunicações, ligado a oposição política59.

A Nação – Periódico semanário vivo. Surgiu em 2007, na Cidade da Praia, propriedade

de Alfa-comunicações Lda., director -geral deste jornal é Fernando Rui Tavares Ortet. O director é Alexandre Semedo e os redactores são Kuanda Simas, Gisela Coelho. É um jornal de caris informativo60.

52 In: Artiletra. Ano I. NºI.1991. 53 In: Correio e Quinze.AnoI.nº2.1994. 54 In: Correio e Quinze. Ano II. Nº46.1996. 55 In: O País. Ano.I.Nº2.1995.

56 In: O País.AnoI.Nº17.1996. 57 In: Horizonte.AnoI.Nº0.1999.

58 In: Horizonte. Ano VIII. II Série.Nº458.2007. 59 In: Expresso das Ilhas. Nº 4. 2002.

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3.3. Revistas e Boletins

A Revista é um outro tipo de periódico que teve grande impacto na sociedade cabo-verdiana, sendo, a maioria com fins meramente publicitárias. Outros com estado de colecção longo. Entre eles destacam-se, a Revista Raízes, Ponto & Virgula, Unidade

e Luta, Fragmentos, Fragata, Direito e Cidadania, Revista Cabo-verdiana de Direito, Emigrason e Iniciativa.

Revista Raízes – Periódico literário trimestral que surgiu na Cidade da Praia em 1977 e

extingui em 1984, propriedade de Edições Raízes, composta e impressa na INCV, tendo alguns colaboradores como o director Arnaldo França e administrador Orlando Mascarenhas61.

Revista Ponto & Virgula – Revista literária bimestral fundada na Cidade do Mindelo

em 1983 e que extinguiu em 1986. Propriedade do Grupo Alternativa, com uma periodicidade bimestral, composto e impresso na Gráfica do Mindelo. Esta revista tinha na sua direcção Germano Almeida, Leão Lopes e Rui Figueiredo62.

Revista Emigrason – Primeiramente denominado Boletim Informativo da Direcção

Geral da Emigração e Serviços Consulares do M.N.E (Ministério de Negócios Estrangeiros) que continha informações sobre a emigração cabo-verdiana. Surgiu na Cidade da Praia em 1985, com uma periodicidade bimestral63. Mais tarde, essa

publicação aparece na II série, sendo o director Manuel Brito e passou a ser propriedade do I.A.P.E (Instituto de Apoio ao Emigrante)64.

Revista Cabo-verdiana de Direito - Surgiu na Cidade da Praia em 1989, com uma

publicação trimestral. Mais tarde, passou para semestral, composto e impresso na INCV. Esse periódico de caris jurídico tinha como fundadores uma equipa de jurista bem conhecidos na praça65.

Revista Fragata – Revista de bordo dos TACV- Cabo Verde Airlines, trimestral, surgiu

na Cidade da Praia composto e impresso na Pascoal & Palaque, Lda. Mealhada Loures

61 In: Raízes.AnoI.Nº2.1977/ nº21.1984. 62 In: Ponto e Vírgula.nº1.1983/nº16.1986. 63 In: Emigrason.Nº1.ISérie.1985.

64 In: Emigrason.Nº38/39.II Série.1996 65 Idem. p. 642.

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em Portugal. Esta revista é bilingue (inglês e português), trás informações diversas direccionadas a oferta turística Cabo-verdiana66.

Revista Unidade e Luta - Órgão de Informação da Comissão Nacional do PAIGC,

mensal, surgiu em 1976 na Cidade da Praia, com informações de caris político 67. Mais

tarde este periódico passa a ser propriedade do PAICV e acaba por extinguir em 198568.

Revista Direito e Cidadania - Periódico trimestral, apareceu na Cidade de Mindelo em

1997 e foi publicado até 2005, o director era Jorge Carlos Fonseca, proprietário de membros dos fundadores dos juristas bem conhecidos na sociedade cabo-verdiana. Esta revista trazia informações ligada a área do Direito69.

Revista Iniciativa – Periódico trimestral, que saiu na Cidade da Praia em 2003,

propriedade de alfa-comunicações. O director é Fernando Rui Tavares70. Esta Revista

continha informações de caris económico nacional e internacional e foi publicado até 200671.

66 In: Fragata. Nº 1. II Série. 2003. 67 In: Unidade e Luta. Ano I.Nº1.1976. 68 In: Unidade e Luta.Nº6.IIISerie.1985. 69 In: Direito e Cidadania. Ano I. Nº 1. 1997. 70 In: Iniciativa.Ano.I.Nº1.2003

(36)

CAPITULO III- SERVIÇOS DE PRODUÇÃO E DE GESTÃO DAS

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

Este capítulo constitui a essência do trabalho. Foi concebido com base na metodologia assente na aplicação e análise de inquéritos para melhor compreendermos o processo da produção e gestão das publicações periódicas em Cabo Verde. Para tal, este instrumento de pesquisa foi aplicado em algumas instituições alvo do nosso estudo. Faz parte ainda deste capítulo, uma abordagem descritiva das tipografias, editoras, bibliotecas e centros de documentação existentes no país.

1. Editoras e Tipografias

1.1. Imprensa Nacional de Cabo Verde

Cabo Verde foi a primeira colónia portuguesa onde foi instalada uma imprensa, isto aconteceu em 1842, mais precisamente na Vila de Sal Rei na ilha de Boa Vista. A INCV foi a primeira editora do país e é até agora a única que ainda existe na história de Cabo Verde. Ela é, em termos legais, o Organismo do Estado com responsabilidade exclusiva da edição e distribuição dos Boletins Oficiais, os quais constituem meios de publicação dos actos normativos da República de Cabo Verde. Também, executa trabalhos de caris privado.

Durante esses anos, a INCV passou por diversas transformações. Uma das que marcou definitivamente a sua gestão é a sua transformação para Empresa Pública através do Decreto-Lei nº 54/97 de 18/08/97. Criada uma nova estrutura, é desvinculado o pessoal pela Resolução nº 10/98 e aprovada uma nova lista de pessoal pelo Portaria nº 33/98. Em 2007, foi cedido os armazéns da ex-Empa da Achada Grande (Resolução nº 7/2007 de 26/02/2007), a empresa se moderniza e alarga os seus serviços. Actualmente, ela é gerida por um Conselho de Administração e possui num total de sessenta e três funcionários. O serviço de produção é dirigido pelo administrador Luís Carvalho Gomes da Costa, com formação em jornalismo. Presentemente a INCV dispõe o BO on-line grátis os números mais modernos. A meta é introduzir o máximo de antigos números possíveis na rede.

(37)

A INCV tem como principal objectivo publicar BO e, por semana, imprimem 3.900 exemplares. Também fazem impressões de revistas, livros, cartazes, desdobráveis, fyers entre outros, mas com uma quantidade muito variável.

Na impressão utilizam vários tipos de papel, tintas, acessórios de limpeza, chapas, entre outros materiais. Possui alguns equipamentos, donde destacamos as máquinas de impressões com marca PM74-2 (tira 12.000 cópias por hora), outro de pequeno formato com marca GTO, uma máquina Guilhotina de cortar papel, uma máquina desdobrável com capacidade de dobrar 10000 papel por hora, uma máquina de plastificação, uma pré-impressora, uma máquina de agrafar, uma de cozer, computadores e uma pen drive que ronda num valor de 500.000 contos.

1.2. Tipografia Santos

Fundada em 1959 por um deportado político português, José dos Santos, também na altura funcionário da INCV72.

Com o tempo, a empresa passou por algumas interrupções e só reabriu as portas em 1989 pelos familiares. Actualmente, a responsável é Maria Luísa de Sousa Lobo. Agora, a empresa chama-se Tipografia Santos Lda. Está situada na Cidade da Praia, na zona industrial da Achada Grande Trás. Soma um total de trinta e três funcionários.Tem por missão fazer artes gráficas e impressão.

Segundo a responsável, para a realização do serviço, utilizam diversos papéis, tintas, chapas, consumíveis entre outros materiais. E dos equipamentos, são utilizados algumas Máquinas como: plotter, CTP, dois GTO a cores, um SORMZ a cores, um SM74 a cores, uma Guilhatina, uma plastificadora, duas agrafadoras, uma máquina de cozer, uma Dobradeira, máquina tipográfica e uma Picotadeira. A mesma explica que, semanalmente, imprimem 5.000 jornais e 1.000 revistas.

72 Entrevista feita a responsável da Empresa, Maria Luísa de Sousa Lobo, neta do fundador da Tipografia Santos.

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1.3. Gráfica do Mindelo

Foi criada a partir do decreto nº 46/64 de 14 de Novembro de 1964 e localiza em São Vicente, na Cidade do Mindelo. O responsável é Nuno Vasconcelos, com formação de base 5º ano do liceu e possui num total de quinze funcionários.

Neste serviço, fazem vários tipos de impressões: Revista Ponto & Virgula, Revista da Câmara Municipal de São Vicente, Jornal Terra Nova, Jornal Notícias, boletins diversos, entre outros, com uma tiragem que varia entre 500; 1.000 e 2.000 impressões por semana.

Os materiais utilizados neste serviço são tinta, papel, cola, produtos químicos. Relativamente aos equipamentos tem máquinas de pré-impressão, de encadernar e de agrafar.

1.4. Gráfica da Praia

Surgiu em 1991 e fica situada na Cidade da Praia, na zona industrial de Tira-Chapéu. O responsável do serviço é Álvaro Leitão da Graça Filho, formado em Manutenção de electricidade e possui um total de vinte e quatro funcionários.

Nesta empresa, fazem impressões diversas: jornais, livros, brochuras, desdobráveis, cartões-de-visita, folhetos, cadernetas, cartazes, bilhetes entre outros. Para cada tiragem dos periódicos, imprimem por semana 1.000 revistas e 3.000 mil jornais. E para esse fim, utilizam vários equipamentos de impressão e materiais como papel, tinta, chapa, cola, entre outros materiais.

1.5. A Nova Editora, SA

A Nova Editora, SA é uma Sociedade Anónima, criada a partir do decreto nº 38 de 21 de Setembro de 1991, situada na rotunda do Palmarejo, avenida de Santiago. Esta empresa dispõe de quarenta e cinco funcionários repartidos por delegações inter-ilhas. A responsável chama-se Filomena Silva, licenciada em Comunicação Social.

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Esta editora funciona como um Órgão de Comunicação Social e publicam semanalmente 5.000 impressões de Jornal “A Semana”. Também editam a Revista Uhau e dispõe de um Site (www.asemana.publ.cv).

1.6. Alfa – Comunicações

Foi criada no dia 25 de Março de 2002 e localiza na Cidade da Praia, no Palmarejo. É dirigido por Fernando Rui Tavares Ortet, Doutorado em Ciências de Comunicação e possui um total de vinte funcionários. Esta editora tem uma consultadoria. Fazem estudos e formação e comunicação em marketing, publicidade e relações públicas, produção e difusão de informação som e imagem. Esta empresa publica revistas, livros e jornais, e a maioria é impressa no exterior excepto o Jornal Iniciativa. Segundo o Conselheiro da Direcção, José Augusto Sanches, o número da tiragem dos periódicos varia de acordo com a necessidade dos clientes, porque há revistas de Câmaras Municipais que são muito irregulares na tiragem e na periodicidade.

Mas explica que há alguns periódicos que são regulares e que o seu número de tiragem é constante como o caso da Revista Económica Iniciativa (bilingue). É bimensal com uma tiragem de 10.000 exemplares. Também tem a Revista Fragata (Revista de Bordo dos TACV) que é bilingue e trimestral com uma tiragem de 20.000 exemplares e por fim o Jornal A Nação, semanal com uma tiragem de 5.000 exemplares.

1.7. A Inforpress

Foi criada pelo decreto-regulamentar de 09 de Fevereiro de 1998. Fica situada na Cidade da Praia na Achada Santo António. O responsável de momento é José Mário M. Correia, formado em jornalismo. Algumas atribuições desta instituição é tratar com o máximo rigor possível as informações, recolher e disponibilizar no seu website de modo a que os potenciais clientes, entidades públicas e privadas acedam, informações nacionais e internacionais políticos, económicos, culturais, entre outros. Esta empresa publica alguns jornais como a Voz di Povo, Novo Jornal Cabo Verde e Horizonte.

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1.8. Universidade de Cabo Verde

A Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) é uma unidade de ensino superior que veio substituir as antigas instituições de qualificação superior até então existentes. Integra outras últimas como unidades associadas. Segue o modelo das universidades em rede. É oficializada em Novembro de 2006. A Reitoria situa-se na Praça António Loreno na cidade da Praia e tem um pólo em São Vicente.

A Uni-cv possui uma editora e a responsável para essa área é Glaucia Nogueira, formada em Comunicação Social. As edições produzidas pela Uni-CV servem para divulgar todo o conhecimento académico produzido pela própria instituição. Os documentos publicados nesta instituição são os livros, as revistas e os boletins. Relativamente aos periódicos, a primeira publicação foi a Revista Científica editada em 2005, ainda na fase da CNIU (Comissão Nacional Instaladora da Universidade). O outro periódico é a Revista de Estudos Cabo-verdianos publicada em 2007. Ambas as publicações têm uma tiragem de 1.000 exemplares e são irregulares. Outra publicação editada por esta instituição é o Boletim Uni-CV. Surgiu em 2008 na Cidade da Praia e tem também uma periodicidade muito irregular.

Convém referir que houve sempre poucas editoras em Cabo Verde. Essas que destacamos acima correspondem as mais importantes em relação a edição de periódicos. As gráficas encarregam-se também dos trabalhos de edição, o que restringe a presença das editoras no país. A maioria das revistas e boletins existentes é editado nas instituições do estado, pelo que é difícil estimar a quantidade e a qualidade dessas publicações. A falta do controlo de Depósito Legal e por conseguinte do serviço ISSN dificulta muito o controlo, a aquisição, a gestão e a difusão das publicações periódicas. Constatamos também que pela quantidade de periódicos editados no país, é difícil manter uma editora por muito tempo.

2. Serviços de gestão das publicações periódicas 2.1. Biblioteca do Arquivo Histórico Nacional

A Biblioteca do Arquivo Histórico Nacional foi criada a partir da portaria nº51/92 de 7/09/1992. Tem por missão recolher, organizar, conservar, preservar e difundir o património documental nacional. A responsável é Maria da Luz Pires, Técnica Superior

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em Ciências de Informação e Comunicação Documental. Dispõe de cinco técnicos: uma Directora, um responsável da sala de pesquisa (Historiadora), um responsável da sala de leitura (Arquivista), um responsável da Biblioteca e de Apoio a Sala de Leitura (Bibliotecária).

Relativamente aos equipamentos, a Biblioteca, dispõe de vinte e quatro cadeiras, seis mesas na sala de leitura, oito cadeiras, um call-center (sala de pesquisa), cinco secretárias, estantes metálicas e de madeiras e seis computadores. Actualmente, a Biblioteca dispõe de 5.740 títulos de monografias e 839 títulos de periódicos cabo-verdiano e estrangeiro.

Esta instituição tem cooperação com outras bibliotecas e arquivos, como, o Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro (IBNL), a Biblioteca do Governo (BG), a Biblioteca da Assembleia Nacional (BAN), a BAD (Banco Africano de Desenvolvimento), a IFLA (International Federation of Library Associations), Arquivos de Portugal, França entre outros.

Os únicos constrangimentos apontados por esta responsável, são sobretudo a inexistência de um Site Web para disponibilizar as informações sobre o seu funcionamento e acervos para aos seus utilizadores.

2.2. Biblioteca de Assembleia Nacional

Foi criada através da Lei Orgânica nº 18/IV/ 91. É situada na Cidade da Praia, na localidade da Achada Santo António.

Tem como objectivo recolher, seleccionar, indexar, armazenar e difundir a informação científica, económica, social, jurídica e estatística necessária para o desempenho da competência da instituição e seus órgãos. Publica também regularmente boletins de informação bibliográfica.

Esta Biblioteca é dirigida por Albertina da Graça, com licenciatura em Biblioteconomia e tem como colaboradores quatro técnicos: uma bibliotecária, duas secretarias parlamentares e um auxiliar de Biblioteca. Ela dispõe de alguns equipamentos como estantes galvanizadas para a colocação dos livros, mesas, cadeiras, máquina fotocopiadora, computadores, televisão, entre outros materiais.

Referências

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