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4.1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

4.1.1 Breve histórico

Conforme Ribeiro (2011), antes desse período, já existiam alguns cursos e Instituições de Ensino Superior, tais como o Colégio Médico Cirúrgico da Bahia com o curso de Farmácia, o curso de Agronomia, a Academia de Belas Artes com o curso de Arquitetura, a Faculdade de Direito, o Instituto Politécnico da Bahia, a Escola Comercial da Bahia, o curso de Administração e Finanças, a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras e a Escola de Enfermagem. Esta autora esclarece que a intenção era implantar uma Universidade voltada para o ensino, pesquisa e extensão, a fim de integrar as faculdades isoladas.

Para uma visão panorâmica, o quadro abaixo resume os eventos eleitos por Ribeiro (2011) como mais relevantes, sobre a história da educação superior da Bahia, até o momento da criação da Universidade da Bahia, ocorrida em 1946.

Quadro 4 – Eventos Acadêmicos da Universidade da Bahia – 1808-1946.

Período Evento

1808 – 1897 Fundação do Colégio Médico Cirúrgico da Bahia; Criação e incorporação do curso de Farmácia ao Colégio Médico Cirúrgico da Bahia; Criação do curso de Agronomia, Criação e incorporação do curso de Odontologia ao Colégio Médico Cirúrgico da Bahia; Criação da Academia de Belas Artes da Bahia, incluindo o curso de Arquitetura; Criação da faculdade de Direito e Criação do Instituto Politécnico da Bahia.

1905 – 1946

Criação da Escola Comercial da Bahia (futura Faculdade de Ciências Econômicas); Criação do curso de Administração e Finanças, substituído pelos cursos de Ciências Econômicas, Contábeis e Atuariais; Criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e Criação da Escola de Enfermagem.

1946

Criação da Universidade da Bahia. Fonte: Elaboração própria, a partir de Ribeiro (2011, p.151).

Ao longo da sua existência, a Universidade Federal da Bahia conquistou o seu espaço e o reconhecimento social pela gratuidade e qualidade da educação, sendo pioneira como instituição de ensino superior no Estado da Bahia, onde desempenhou um importante papel na expansão do ensino e consolidou as funções de pesquisa e de extensão e assim contribui para o fortalecimento e expansão do ensino superior público (PDI, 2012).

No período de 1946 a 1961, na gestão do Reitor Edgar Santos, Lemos (2007) afirma que o modelo de educação de alguns cursos propunha desenvolver a Universidade, na dimensão cultural e artística e menciona acontecimentos, como a criação das escolas de arte, os seminários de música, que funcionaram como laboratórios, aprendizagem e extensão, mediante a criação da Orquestra Sinfônica da Universidade e do Teatro Santo Antônio. Na intenção de realizar a proposta de atendimento à comunidade, foi implantado o Hospital das Clínicas, contribuindo com a formação de outras novas escolas: Enfermagem, Nutrição e Farmácia.

A Universidade em questão, ainda com o mesmo reitor, também, criou o Instituto de Cultura Hispânica, o Instituto Afro-Brasileiro, Casa da França, Institutos de Estudos Norte Americanos, Instituto de Cultura Portuguesa e o Centro de Estudos Afro-Orientais. Essas iniciativas demonstram sua expressiva ampliação, com ênfase nas humanidades, cultura, artes e letras, conforme Lemos (2007). Esta mesma autora relata que novos cursos tais como Psicologia, Engenharia Mecânica foram ofertados bem como foram oferecidos, além das graduações, os cursos de Mestrado em Matemática, Física, Química, Biologia, Ciências Humanas e Desenho.

Segundo Ribeiro (2011) em 1968, a UFBA era composta por 24 unidades universitárias sob a responsabilidade de cinco órgãos da administração superior. Desde a sua criação, a Universidade Federal da Bahia passou por mudanças que ampliaram suas atividades, viabilizadas por meio da fundação de faculdades, institutos, escolas e órgãos de apoio, até atingir o primeiro processo de reestruturação, ocorrido em 1968, conforme Ribeiro (2011). Vale lembrar que, no período da ditadura, em 1964, segundo Lemos (2007), os Institutos Federais de Ensino Superior - IFES passaram por uma desarticulação, com a prisão de alguns docentes e discentes, provocando, danos e prejuízos morais, intelectuais e materiais.

No começo dos anos de 1970, esta Universidade contou com o desenvolvimento da Pós-Graduação, investindo na qualificação docente e na reestruração institucional. Por outro lado, no contexto da Reforma do Estado, em 1990, segundo Lemos (2007), a partir do movimento de desoneração estatal e fortalecimento da iniciativa privada, houve sucessivas investidas do governo, no intuito de promover a privatização da Universidade. No período de abertura política, os Institutos Federais de Ensino Superior sofreram um processo de desqualificação e de restrição progressiva de recursos pelo Estado, apesar da Constituição Federal de 1988 garantir a utilização de verbas públicas para o ensino público, além da autonomia destas Instituições.

A partir de 2002, com o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - REUNI foi estendida a oferta do ensino de Graduação para 15 cursos novos, bem como ampliada as vagas para 11 dos cursos já existentes, com a oferta de turmas noturnas. Além disso, foi verificado o aumento de vagas nos diferentes turnos em 16 cursos. Também foram criados os Bacharelados Interdisciplinares (BI) e os Cursos Superiores de Tecnologia (CST) com características diferentes da Graduação tradicional, conforme Ribeiro (2011). Esta autora destaca que as mudanças promovidas no modelo acadêmico e organizacional da UFBA pretendiam garantir mais inserção social do ensino superior público no estado da Bahia.

Nesse sentido, visando atender a crescente demanda social por ensino superior público, a UFBA cria dois campi: o Campus Edgard Santos, o Instituto de Ciências Ambientais e Desenvolvimento Sustentável – ICAD, em Barreiras, e o

Campus Anísio Teixeira, o Instituto Multidisciplinar em Saúde – IMS, em Vitória da Conquista, estendendo a atuação desta Universidade na região noroeste e sudoeste do estado da Bahia, respectivamente. Ainda em relação a esta variável, destaca-se mais uma vez a criação, pelo governo federal, da Universidade Federal do Recôncavo Baiano – UFRB, no segundo semestre de 2006. RIBEIRO (2011).

No período de 2002 a 2010, a Universidade Federal da Bahia foi conduzida pelo Reitor Naomar de Almeida Filho que, segundo Ribeiro (2011) fez investimentos institucionais na preparação dos docentes para atuarem como gestores acadêmicos, nos mais diferentes níveis da Instituição. Com relação ao pessoal técnico administrativo, o fator impulsionador ao aumento da qualificação foi a aprovação do Plano de Carreira pelo Conselho Superior de Ensino, em 25/09/2005.

Quadro 5 – Eventos acadêmicos da Universidade Federal da Bahia – 1946-2008.

Período Evento

1946

Criação da Universidade da Bahia. 1949 – 1959

Criação do Hospital das Clínicas; Federalização das unidades e cursos isolados; Criação da Escola de Medicina Veterinária; Criação dos Seminários Livres de Música (atual Escola de Música); Criação das Escolas de Teatro e Dança; Criação do curso de Geologia e Criação da Escola de Administração e da Faculdade de Arquitetura.

1965

Mudança da denominação de Universidade da Bahia, para Universidade Federal da Bahia.

1965 – 1968 Nova estrutura organizacional com a criação dos Institutos de Matemática, Geociências, Ciências da Saúde, Química, Física e Biologia; Criação da Escola de Administração; Criação da Faculdade de Educação; Criação das Escolas de Biblioteconomia, Comunicação e Nutrição e Criação do Laboratório e áreas administrativas.

1975 – 1995 Nova estrutura organizacional com a criação das Faculdades de Medicina e Farmácia; Novo Instituto de Matemática; Construção dos Pavilhões de Aulas da Federação (PAF1 e PAF2); Criação da Escola de Dança; Construção da Biblioteca Central; restaurante universitário e áreas administrativas.

1995 – 2008 Construção dos Pavilhões de Aulas da Federação (PAF3); Construção do Centro de Convivência;. Criação dos Campi de Barreiras e Vitória da Conquista;Criação da Pró-Reitoria de Desenvolvimento de Pessoas; Institui a Coordenadoria de Controle Interno; Cria a Pró-Reitoria de Assistência Estudantil; Cria o Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos; Cria o Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Prof. Milton Santos - HIAC e cria o Instituto de Psicologia. Assessoramento para a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB)

Fonte: Elaboração própria, a partir das informações de Ribeiro (2011).

Algumas informações consideradas relevantes na história da Universidade Federal da Bahia, ocorridas no período de 1946 a 2008, já apresentadas no texto acima, estão agrupadas no quadro 5, acima.

Ao longo da sua existência, a UFBA registrou sua trajetória em documentos e novos caminhos à percorrer em propostas oficiais, como no Plano de Desenvolvimento Institucional, que trata dos objetivos e das diretrizes institucionais, incluindo os princípios norteadores da organização. No “Complemento PDI – 2008- 2010” foram elencados alguns princípios, tais como: a gestão democrática, transparente e descentralizada; a igualdade de condições de acesso e permanência, a valorização e promoção do desenvolvimento de pessoas e o compromisso com a democracia e a justiça social. (PDI, 2008).

Então, no segundo semestre de 2010, o lema da nova gestão era a consolidação das metas estabelecidas no projeto REUNI/UFBA, traçadas na gestão passada. Nessa época, a estrutura física da UFBA ocupava uma área territorial de 1.352.177,65 m². Funcionava com 2 campi no interior do Estado, sendo um campi em Barreiras e outro em Vitória da Conquista e mais 2 campi em Salvador: Canela e Federação/Ondina. São 15 pavilhões de aulas e laboratórios e 32 unidades universitárias, além de 2 hospitais universitários, 1 hospital veterinário, 3 museus, 1 creche, 1 centro de esportes e 4 residências universitárias. Além da área urbana, a UFBA mantêm em seu parque imobiliário, 3 fazendas experimentais nos municípios de Oliveira dos Campinhos, São Gonçalo dos Campos e Entre Rios com uma área construída de 4.745,00 m². (UFBA, 2012).

No sentido de ampliar as oportunidades de acesso à UFBA, houve a substituição do processo seletivo convencional do vestibular para a adoção do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, bem como do Sistema de Seleção Unificada – SISU, para o ingresso nos cursos de graduação da UFBA, mantendo o procedimento das etapas da seleção, nas provas de habilidades específicas para os cursos que já adotavam este procedimento. Em se tratando das políticas de assistência estudantil, com a proposta de inclusão social, a UFBA vem investindo em ações que garantam a permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade sócio-econômica, com a oferta de auxílio moradia e auxílio transporte, bolsas e serviços de transporte exclusivo para seus alunos, com o “BUZUFBA”. (UFBA, 2014).

Para a realização dessas ações, conduzidas ainda no contexto de expansão desta universidade, era necessário a execução de obras de construção, ampliação e recuperação de prédios para garantir a expansão do número de vagas, dos cursos

da UFBA. Consta do Relatório de Gestão de 2011, que esta política contou com investimentos em material permanente como equipamentos de laboratório e de informática, além da aquisição de material de custeio, fornecimento de passagens e diárias, visando o intercâmbio de professores e alunos, no âmbito nacional e internacional.

Adicionalmente, o mesmo documento menciona que a Pró-Reitoria de Ensino de Pós-Graduação adotou uma política efetiva para fortalecer, em 2011 a Pós- Graduação e forneceu aos Programas informações e orientações sobre sua gestão administrativa e financeira e acerca das ações necessárias para a melhoria da qualidade acadêmica, em busca da elevação do conceito junto a CAPES.

No âmbito das atividades de extensão, mudanças também foram implementadas, visando a eficiência e transparência dos procedimentos. A Pró- Reitoria de Extensão Universitária criou o sistema de registro, o Sistema de Gestão de Bolsas de Extensão e o Sistema de gerenciamento de editais de eventos e projetos de extensão. A UFBA, também, concentrou esforços para consolidar as Pró-Reitorias de Pesquisa, Criação e Inovação e de Administração. Ainda, instituiu o Comitê Gestor de Tecnologia da Informação, o Comitê Gestor de Segurança da Informação e implantou o Repositório da UFBA. (UFBA, 2012).

Ações que foram empreendidas na esfera administrativa pretendiam tornar a administração mais ágil e eficiente, conforme o Relatório de Gestão de 2011. Alem disso, foram estabelecidas ações sustentáveis como, por exemplo, com a criação da Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura e a Coordenadoria de Planejamento, Projetos e Obras – CPPO, executando projetos tais como: Uso Racional da Água; Uso Racional da Energia e Conforto Ambiental; Reciclagem de Materiais Sólidos e Urbanismo e Paisagismo.

Em 2012, os planos da Universidade Nova tiveram continuidade na gestão da professora de Dora Leal Rosa, eleita para o mandato de 2010 a 2014. A Universidade Federal da Bahia tocou os projetos de construção, recuperação e ampliação da sua estrutura e nesse período contava com 2.678 professores, 3.260 servidores técnicos e administrativos, no seu quadro de pessoal permanente ativo. Nesse exercício, foram registradas 167 aposentadorias, mas em contrapartida ocorreram 251 nomeações, de acordo com informações prestadas no Relatório de Gestão de 2012.

A Pró-Reitoria de Administração é responsável pelas atividades meio da universidade, executando o trabalho de transporte, vigilância, limpeza, licitações, patrimônio e contratos. A frota compreende veículos próprios e alugados e em 2012 contava com 34 veículos de passeio, 05 caminhões, 03 ônibus, 22 microônibus, 33 vans e 57 camionetes. Foram realizadas 103 licitações (convite, tomada de preços, concorrência e pregões), assim como contratações diretas. Foram executados 113 contratos administrativos, cujos bens adquiridos foram incorporados ao patrimônio da universidade. (UFBA, 2013).

Mediante a contratação de empresas especializadas em vigilância, a UFBA, demandou os serviços de 405 porteiros, 501 vigilantes armados e desarmados, e a contratação de vigilância eletrônica 24 horas, em circuito fechado de TV, distribuindo 400 câmaras, nos vários campi da UFBA. O documento Relatório de Gestão de 2012 faz referência aos serviços de limpeza, sob contratação de empresas terceirizadas, computando 661 postos de trabalho.

Entretanto, a concretização das ações para manter e ampliar o funcionamento da UFBA provocou desajustes, que afetaram o compromisso de modernizar esta Instituição. Foram identificados problemas, por exemplo, no retardo da conclusão das obras, carência de pessoal técnico, especialmente arquitetos e engenheiros, para o atual volume de obras e em qualificação necessária para a complexidade de planejar, projetar e fiscalizar as construções e as reformas, em limitado espaço de tempo. (UFBA, 2013).

Consta do Relatório de Gestão de 2012, que, naquele ano, 36 obras estavam em andamento, das quais grande parte já deveria ter sido entregue à comunidade, incluindo projetos para a acessibilidade. Estes projetos demandaram adequação, com novas exigências para instalações de elevadores, rampas de acesso e piso tátil, para facilitar a mobilidade intracampus e intercampi, no intuito de atender as pessoas com necessidades especiais, cada vez mais freqüentes na universidade.

Os desafios da modernização passam, também, pelas propostas de educação à distância, o que exigiu investimentos na infraestrutura de tecnologia da informação e comunicação, para ampliar a capacidade de processamento, armazenamento e comunicação de dados. A Superintendência de Tecnologia da Informação desenvolveu e implantou novos sistemas, a fim de proporcionar serviços na qualidade adequada, com maior performance, para suportar os serviços e processos

institucionais de armazenamento e dispositivos móveis com capacidade de busca ampliada, portal de colaboração, entre outras funcionalidades. (UFBA, 2013).

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