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A pesquisa bibliográfica veio sendo realizada para apoiar o conteúdo deste trabalho, pela consulta sistemática em publicações como livros, artigos, dissertações e teses disponíveis em suportes físicos e/ou digitais. Segundo Vergara (2006) a pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido, com base em material publicado que contribui, continuamente, para a produção textual. Inicialmente, a pesquisa demandou um conhecimento de teorias relacionadas à Estado e Sociedade e conhecimentos mais específicos sobre a Implementação de Leis de Acesso à Informação, estabelecendo como ponto de partida a Reforma do Estado, por abranger o período da Constituição Federal de 1988. Assim o referencial teórico promoveu subsídios para análise e compreensão do objeto da pesquisa.

Foi de suma importância a pesquisa documental, com consulta realizada em documentos administrativos internos, com leitura, análise e tratamento de dados das planilhas do SIC/UFBA. Foram verificados o Plano de Desenvolvimento Institucional, o Regimento Interno da UFBA e os Relatórios de Gestão de 2011, 2012 e 2013, bem como os Relatórios da CGU. Foi analisada, minuciosamente, a legislação sobre a Lei de Acesso à Informação: a Lei 12.527/2011 e o Decreto 7.724/2012. Para Godoy (2008, p.135) “o exame de documentos pode trazer contribuições importantes para o estudo de caso”. Esta pesquisa documental permitiu a análise dos dados empíricos e da maioria das informações relativas à Universidade Federal da Bahia.

Este estudo de caso foi realizado, também, mediante apuração de procedimentos institucionais desenvolvidos pelo Serviço de Informações ao Cidadão da UFBA, que foi instalado no Campus do Vale do Canela, para realizar os atendimentos presenciais e virtuais que desencadeiam várias ocorrências, documentos e processos. Foram feitas duas visitas ao local onde funciona o SIC, no intuito de sondar o atendimento presencial e foi constatada a dificuldade de encontrar o funcionário para realizar o atendimento. Então, para a terceira visita, o atendimento foi agendado previamente, por telefone, e a visita foi efetuada com êxito. Duas visitas foram realizadas para fazer as entrevistas com a Autoridade Responsável, nos dias 10/03/2014 e 07/04/2014.

No ciberespaço, no período de fevereiro e março de 2014, foi explorado o site oficial da Universidade: https://www.ufba.br, onde constam as ferramentas, mecanismos e procedimentos para a visualização de dados on line, disponibilizados proativamente pela Pró-Reitoria de Planejamento e Orçamento - PROPLAN. Nesta Unidade da UFBA encontram-se alguns servidores, encarregados de disponibilizar as informações ativas e passivas de interesse público, conforme demonstrado no quadro 3, acima.

A entrevista foi utilizada, baseada no entendimento de que é uma técnica adequada "quando o pesquisador deseja apreender o mundo do entrevistado e as elaborações que ele usa para fundamentar suas opiniões e crenças" Godoy (2008, p.134). Foi aplicada a entrevista semi-estruturada, com pessoas chave, envolvidas no processo de implementação da LAI:

a) Autoridade Responsável pelo SIC, professora Lidia Maria Brandão Toutian, para esclarecimento sobre a estrutura e funcionamento do Serviço de informação ao Cidadão;

b) servidores da PROPLAN: a secretária, Sandra Assumpção, e o estagiário, responsáveis pela transparência ativa proposta pela lei, a fim de verificar como estes procedimentos são realizados pela Pró-Reitoria de Planejamento e Orçamento;

c) secretárias das Pró-Reitorias da UFBA, das Unidades mais requisitadas para responderem às demandas do SIC, sendo elas: a Pró-Reitoria de Desenvolvimento de Pessoas - PRODEP, a Pró-Reitoria de Graduação -

PROGRAD e a Pró-Reitoria de Planejamento e Orçamento: Jany Ribeiro,

Ana Pessoa e Sandra Assumpção, respectivamente, no intuito de entender

o fluxo interno de informação, a partir da solicitação do cidadão;

d) cidadãos que buscam as informações da Universidade, para verificar a percepção do usuário em relação ao acesso à informação.

Vale ressaltar que, com o grupo " d", acima mencionado, foi realizado, também um teste de verificação do sistema, mediante uma situação simulada de interesse em questionar a UFBA, a partir de algumas solicitações de informação ao e-SIC. Os pedidos de informação foram formalizados por um pequeno grupo de quatro pessoas escolhidas pela conveniência da proximidade com a pesquisadora, ou seja, uma escolha induzida, para facilitar as entrevistas acompanhadas da observação do acesso ao sistema e-SIC. A intenção era compreender o processo e o funcionamento deste sistema e, ainda, saber qual a percepção do cidadão que demanda a informação do governo. Os participantes foram: um profissional externo à UFBA, um técnico-administrativo da Universidade, um estudante de outra Instituição de Ensino Superior e um discente desta Instituição.

Em suma, o quadro, abaixo, resume, de forma bem sucinta, os procedimentos adotados para a coleta dos dados empíricos.

Quadro 3 – Procedimentos para a coleta dos dados da pesquisa

Dimensão Ações

Legal a) Análise da Lei 12.527/2011 e do Decreto7.724/2012.

Institucional a) Acesso e análise do funcionamento e acessibilidade do site oficial da Universidade: https://www.ufba.br, nos locais das publicações automáticas, denominadas de transparência ativa;

b) Leitura do PDI e do Regimento da UFBA, análise dos relatórios, planilhas e informações desenvolvidos pelo Serviço de Informações ao Cidadão/UFBA e dos balanços e relatórios da CGU. Verificação dos procedimentos adotados pelo SIC;

c) Entrevista com a diretoria do SIC e com as secretárias das unidades mais requisitadas da UFBA, encarregados de responder às demandas motivadas pela lei, acerca da transparência ativa e passiva.

Social a) Acompanhamento do acesso ao sistema, com observação e entrevista. Análise das solicitações de informação feitas pelos usuários ao e-sic Fonte: Elaboração própria

Foi construído o modelo de análise baseado nos indicadores, propostos por Neuman e Calland (2007) e Carter (2007), como elementos crucias para o sucesso

na implementação de uma lei de acesso à informação. Foram propostas três dimensões: a) legal – análise da Lei 12.527/2011 e do Decreto 7.724/2012; b) institucional – análise dos aspectos como Divulgação, Pessoal, Treinamento, Recursos Financeiros e Materiais, Sistemas de Informação, Procedimentos, Supervisão e Avaliação, atrelados à implementação da LAI, na Universidade Federal da Bahia e c) social – análise do procedimento para o pedido de informação, via sistema e-SIC e da percepção do usuário.

Na fase de análise dos dados, foi necessário buscar informações sobre o quantitativo de servidores da UFBA que participaram do curso oferecido pela Controladoria-Geral da União, sobre a Lei de Acesso à Informação. O primeiro contato ocorreu por telefone, quando a pesquisadora foi orientada a formalizar sua solicitação, mediante correio eletrônico institucional, para que sua demanda fosse atendida. Foi encaminhado um e-mail, em 09/06/2014, solicitando a lista nominal dos servidores da Universidade Federal da Bahia que participaram do curso. O setor de Curso Virtual atendeu, prontamente, enviando o arquivo digital com o nome dos participantes do curso.

Para melhor compreensão do tamanho da instituição em questão, bem como do volume de assuntos e de informações produzidas e custodiadas pela Universidade Federal da Bahia foi apresentado na seção seguinte, um breve histórico e a estrutura atual, desta instituição. Em seguida, foi feita uma detalhada comparação entre a proposta dos autores acima mencionados e a realidade da UFBA. Todos os itens apresentados no quadro 1 foram usados como parâmetro de comparação para a análise dos dados empíricos. Pretendeu-se, assim alcançar os objetivos desta investigação, no sentido de responder à pergunta de partida e verificar os pressupostos da pesquisa.

Para a análise dos dados, foram seguidas as orientações sugeridas por (HARTLEY 1995, apud GODOY 2008), isto é, os princípios e práticas propostos para a análise qualitativa, que se resumem em: dados segmentados em unidades relevantes e homogêneas; dados categorizados, organizados e agrupados; processo sistemático, exaurindo os dados. Entretanto a análise da grande maioria dos dados foi posterior a sua coleta, o que gerou a necessidade de buscar mais detalhes sobre alguns pontos pouco esclarecidos e ainda sobre novas questões que surgiram ao longo da análise. Nesse caso, os contatos foram feitos por e-mail. A análise das

informações obtidas foi feita de forma comparativa entre os dados empíricos e os elementos conceituais, destacando aspectos dissonantes.

Por fim, de acordo com Santos (2013), foi feito o tratamento do resultado da pesquisa, a partir da interpretação dos dados e informações obtidos, com base no referencial teórico. Com isso, foi possível desenvolver as análises e as inferências, a fim de chegar aos significados contidos nos conteúdos analisados, apresentados no final desta dissertação.

4 ESTUDO DE CASO

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