• Nenhum resultado encontrado

Basicamente, a grande maioria da alocação orçamentária para a UNI-BB é de origem interna, sendo que, em 2003, os investimentos declarados foram em torno de R$ 92.054.250,00 milhões destinados às ações educacionais diversas que compõem a educação corporativa do Banco. A Tabela 6 permite uma visualização a respeito dos investimentos feitos nos últimos quatro anos.

Tabela 6: Investimentos em Desenvolvimento Profissional do Banco do Brasil, nos últimos quatro anos

Investimentos em Desenvolvimento Profissional

Ano TOTAL

2000 R$ 71.091.594,00

2001 R$ 66.608.035,00

2002 R$ 62.173.487,00

2003 R$ 92.054.250,00

Fonte: Banco do Brasil, 2004.

Esses dados podem ser reforçados pelo relato do informante abaixo:

“nossa universidade é o maior orçamento na América Latina, empresarial, 78 milhões, mas isso é investimento direto, fora as despesas dos 12 centros que estão operando a todo vapor. Eu tenho 30 salas de aula aqui embaixo que não entram nesses R$78 milhões, então a infra-estrutura ela não conta, toda a parte de pessoal também não conta. O sistema deve chegar a quase R$100 milhões. É um orçamento respeitável.” (Informante Gerente 2)

Com relação à receita direta gerada via relações de parcerias com a comunidade de aprendizagem, a informação é de que esse não é o objetivo-fim da educação corporativa do Banco, embora ela contribua direta ou indiretamente nas relações negociais, agregando valor e diferencial em relação à concorrência, por exemplo. Sobre o questionamento acerca do interesse do Banco em estender os seus serviços educacionais ao público externo diversificado, as respostas foram coincidentes no seguinte sentido.

“Depende do que for acordado. Nesse caso [um cliente específico], não. Já é um cliente especial para gente. Teve incremento de negócios, pelas vias negociais, teve, por exemplo, concorrências, ele [o cliente] é muito cobiçado negocialmente e eles darem preferência para o Banco, porque o Banco estava atendendo de um modo diferenciado. Então, isso faz

diferença nos negócios, mas nem sempre tem que estar vinculado diretamente ao negócio em específico, percebe?” (Informante Analista 2)

“Nós não vendemos treinamento para público externo; não é um negócio. Isso pode até ser feito se for interesse do Banco, mas não com o propósito de vender cursos. Por exemplo, nossos programas de MBA, geralmente nós trabalhamos com o público externo e isso é interesse estratégico, claro e assumido pelo Banco. Então nós formamos uma turma de MBA, metade dela com o pessoal do Banco e a outra metade para profissionais de fora e vendemos essas vagas para os clientes ou potenciais clientes. Porque nos interessa isso, essa abertura, esse contato, essa troca. Primeiro, a gente ganha... relacionamento; as pessoas conhecem melhor o Banco e o Banco conhece melhor as pessoas.” (Informante Gerente 3)

Assim, de um lado, percebe-se que a educação corporativa do Banco objetiva constituir- se num diferencial a ser agregado nas relações negociais com a cadeia de valor, sejam elas diretamente comerciais ou não, o que pode ser comprova do pelos termos utilizados, como para viabilidade da atividade-fim; como relação de parceria; reciprocidade negocial, por exemplo.

Numa outra linha ou direcionamento estratégico, estão as ações e programas educacionais relativas à área de responsabilidade sócioambiental, que não necessariamente impliquem em retorno financeiro, a priori, porque apresentam, como principio, a educação – na sua forma de informação, assessoria, consultoria, cursos etc – como instrumento para a viabilidade de um desenvolvimento local auto-sustentável, no futuro breve, conforme mostram os relatos abaixo:

“não, não são trocas financeiras puramente. Não dá para esquecer que é uma empresa financeira. é um país que precisa de uma empresa como o Banco que atue também fortemente numa área que não necessariamente esteja pensando em retorno rápido, pelo menos. Pode ser que futuramente, essas pessoas que vierem ser incluídas, possam dar algum retorno para a empresa, mas não necessariamente nesse primeiro momento seria essa a motivação. ” (Informante Gerente 5)

“esses cursos de competências sociais não, esses entram como uma contrapartida social nossa para a comunidade [A relação comercial?] não é muito o paradigma, não. A base é implantação de nova cultura. Não necessariamente, porque, quando a gente fala de desenvolvimento local sustentável, a gente fala de toda a forma de organização da sociedade; o crédito entra como um apêndice. Olha, se precisar de crédito você tem, mas você pode funcionar sem precisar de crédito, desde que você negocie com seu fornecedor. Onde ele vai buscar o recurso não interessa pra gente. Interessa é a prestação de dizer para ele que o modelo de negócio dele pode ser financiado através de organizações do terceiro setor, que os

recursos possam ser captados no exterior, como o nosso Projeto de captação de recursos no exterior, por exemplo. Quais são os organismos internacionais que financiam cadeias produtivas?” (Informante Analista 4)

Internamente, as dependências – agências, órgãos internos – realizam um repasse financeiro mensal para a UNI-BB, como uma taxa de manutenção desta54 , e esse repasse ocorre, tendo ou não, os funcionários, participado de cursos. Diferentemente de antes, cujo pagamento era relativo ao numero exato de funcionários participantes dos cursos, a prática atual visa funcionar como um incentivo ao uso dos recursos disponibilizados.

Diretamente, o funcionário não apresenta nenhuma contribuição financeira pelas ações educacionais disponibilizadas. Uma única situação que implica participação financeira do funcionário, porque o Banco entende como uma iniciativa de autodesenvolvimento necessária, inclusive, refere-se ao curso de graduação. Nesse sentido, o Banco contribui com o custo de 40% a 60% do curso, ficando o restante por conta do próprio funcionário.

Com relação ao retorno sobre o investimento realizado, as respostas foram genéricas e dispersivas, não apresentando dados significativos para descrição.

OBJETIVO II- ORIGEM E EVOLUÇÃO DA UNIVERSIDADE CORPORATIVA