CA – 01 “Três mulheres contra uma ruiva”

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Três mulheres contra uma ruiva

Um dia, um homem chamado Pablo, estava caminhando na praça, em sua direção vinha uma loira muito bonita, caminhando também, eles vinha de

cabeça baixa, e então se esbarraram, ele pediu-lhe desculpas com um geito meigo e delicado e depois a elogiou, dizendo como era lindo os seus cabelos loiros, que lhe chamava a atenção.

Ela toda derretida, tentou jogar o seu charme, mas ele nem ligou e continuou a caminhar.

Mas a frente ele se esbarrou, dessa vez com uma morena, Pediu-lhe

desculpas com aquele geito que derrete o coração das mulheres e em seguida a elogiou dizendo como era linda a sua pele morena que o atraia, ela

como a outra ficou derretidinha, e tentou jogar seu charme, mas ele não lhe deu a atenção, e continuou a caminhar.

Mas logo a frente novamente, ela se esbarrou com uma

mulata muito formosa, a pediu-lhe desculpas com aquele mesmo geitinho, e a elogiou também dizendo como era interessante os seus cabelos crespos pois ele gostava de coisas diferente e interessantes, ela também ficou derretida por ele tentou se aproximar com uma conversinha,

mas ele nem ligou e continuou sua caminhada.

No dia seguinte, as três se encontraram e que conhecidência,

elas eram três amigas e que tinham se esbarrado, sido elogiadas e que estavam apaixonadas pelo mesmo homem, o qual descobriram o seu nome ele se chama Pablo.

Uma semana depois elas marcaram de se encontrar na praça, e cada uma tinha uma surpresa Para Pablo, Pois queriam conquistalo. ao se verem ficaram assustadas umas com as outras, Então a negra a rizadas falou:

- Que ridículo uma loira bronzeada, quase queimada do sol querendo ficar morena e com os cabelos crespos, e a morena com os cabelos pintados de loiros e crespos. rra, rra, rra ...

A loira indignada falou:

- Pior que isso é uma negra que usou o método de Mickael Jackson Para clarear a pele, e que pintou os cabelos de loiro, pior é a morena que pintou o cabelo de loiro e deixou crespo. rra, rra, rra...

A morena muito erritada, se atirou e falou:

- Vocês que são redículas, uma deixou o cabelo crespo e queimou a pele para ficar morena, a outra parece Mickael Jackson, querendo clarear a pele e ainda pintou o cabelo de loiro

Derrepente apareceu Pablo acompanhado de uma mulher, estava todo assustado com a aparência das três, e perguntou:

- Por que vocês estão assim tão, tão, !!! estranhas. Elas responderam:

- Nós fizemos isso para lhe conquistar, e quem e essa ao seu lado?

Ele respondeu é minha namorada é que eu prefiro as ruivas. Elas imediatamente correram, para o salão de beleza e para o hospital de serurgia plástica

Nesse texto, a origem espaço-temporal explícita “Um dia um homem

chamado Pablo, estava caminhando na praça [...]” (L01), mostra o caráter disjunto

do mundo discursivo criado em relação ao mundo ordinário do agente-produtor e dos agentes leitores.

Além disso, o produtor do texto utiliza dois tempos verbais de base do mundo narrado: o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito do indicativo. No primeiro parágrafo, por exemplo, esses dois tempos verbais se alternam:

“Um dia, um homem chamado Pablo, estava caminhando na praça, em sua direção vinha uma loira muito bonita [...]” (L01 a L02)

“... dizendo como era lindo os seus cabelos loiros, que lhe chamava a atenção.”

(L04 a L05) – pretérito imperfeito;

“[...] eles vinha de cabeça baixa, e então se esbarraram, ele pediu-lhe desculpas com um geito meigo e delicado e depois a elogiou [...]” (L02 a L04) - pretérito

perfeito.

Podemos observar, ainda, a presença de organizadores temporais7 que,

desde a origem espaço-temporal (no primeiro parágrafo, e já citada nesta análise) desenham o percurso narrativo do texto:

“Mas a frente ele se esbarrou [...]” (L08) “Mas logo a frente novamente [...]” (L13)

“No dia seguinte, as três se encontraram [...]” (L19)

“Uma semana depois elas marcaram de se encontrar na praça [...]” (L23) “[...] ao se verem ficaram assustadas [...]” (L25)

“Derrepente apareceu Pablo acompanhado de uma mulher [...]” (L38)

“Elas imediatamente correram, para o salão de beleza e para o hospital de serurgia plástica.” (L45 a 46)

O discurso interativo relatado é introduzido no texto a partir da L27 e vai até a L44, quando o produtor do texto faz as personagens dialogarem entre si. Em alguns turnos de fala, podemos observar marcas lingüísticas desse tipo de discurso, como em:

7

Estamos utilizando a expressão organizadores temporais, com base numa terminologia usada por Bronckart (2003)

“- Vocês que são redículas, uma deixou o cabelo crespo e queimou a pele para ficar morena [...]” (L35 a 36).

“- Por que vocês estão assim tão, tão, !!! estranhas.” (L40).

“- Nós fizemos isso para lhe conquistar, e quem e essa a seu lado?” (42 a 43) “Ele respondeu é minha namorada é que eu prefiro as ruivas.” (L44)

Os pronomes de primeira e de segunda pessoa (eu, minha, nós; essa, seu,

vocês) remetem diretamente aos personagens, ou aos interactantes postos em

cena na interação verbal. Além disso, alguns termos como assim, isso remetem diretamente ao espaço e ao tempo da interação verbal entre esses personagens.

O conteúdo temático do texto é organizado através de uma seqüência narrativa, em que se observa uma situação ou estado inicial: um rapaz caminha normalmente numa praça. Uma moça loira também caminha na mesma praça. Os dois se encontram. A partir daí, transforma-se esse estado inicial, já que após “o esbarrão”, a moça se apaixona pelo rapaz e procura fazer de tudo para conquistá-lo. Interessante é que o episódio do esbarrão não acontece apenas com uma personagem – a moça loira – mas também com outras duas: uma morena e uma mulata. Todas querem conquistar o rapaz. A partir de então, uma série de ações se desenvolve no sentido de realizar a conquista, cada uma imaginando o gosto do rapaz. A situação chega ao ponto máximo quando o moço se apresenta com sua esposa e revela que prefere as ruivas, para frustração e desespero das três moças. Elas resolvem, então, procurar outra alternativa.

O desfecho, como se vê, é surpreendente, pois as moças pensam que fizeram tudo certo para conquistar o rapaz, esperam impressioná-lo, mas na verdade é ele que as impressiona. O narrador guarda uma surpresa para o leitor no final da narrativa: o rapaz já tem namorada e prefere as ruivas, tipo em que não se encaixa nenhuma das três moças.

A narrativa é feita em terceira pessoa. Trata-se de um narrador observador, pois não toma parte na cena narrada como uma das personagens e não adentra na narrativa para fazer nenhum tipo de comentário a respeito dos acontecimentos, nem mesmo ao final do texto faz qualquer tipo de avaliação. Assim, a estrutura dessa crônica assemelha-se bastante à do conto, uma vez que predomina a ficção narrativa. O produtor desse texto não opta pelo tipo de crônica em que prevalece o comentário de um acontecimento ou a exposição lírica de uma idéia ou sentimento.

3.1.2 CA – 11 “ Locura de jovens”