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O CAMINHO PARA A INTERPRETAÇÃO

No documento Doação de filho: um gesto símbólico (páginas 53-65)

reaprender a visão do passado e trazê-la no presente de tal sorte que reelabore seu futuro com um desenho

4. O CAMINHO PARA A INTERPRETAÇÃO

4.1 Revelando as Flores

.., ó poesia me ajude vou colher avenças lírios. rosas, dálias petos campos verdes que você batiza de jardim-do-céu

mas pode ficar tranqüíta minha poesia

pois nós voltaremos numa estreia guia num darão de iua quando serenar....

Paulo C. Pinheiro/João de Aquino

Compreender o significado dentro da abordagem interacionista de EJLUMER(1 969) implica a necessidade de se conhecer o contexto sócio-econômico e cultural vivido pela mãe

doadora, uma vez que, ao me colocar em sua posição (role taking),

tenho possibilidade de compartilhar suas perspectivas frente às situações confrontadas no seu cotidiano de vida em grupo.

Nesta vivência de aprendizagem, descobri através dos discursos, os significados dados pela mãe ao seu mundo de objeto,

basicamente da maneira como eles lhe são definidos pelas pessoas com quem interage.

Pensando assim, e para melhor compreensão do estudo, é

que decidi traçar de forma sucinta um perfil dessas mães doadoras, seu mundo e suas experiências, conforme os dados colhidos nas

entrevistas e observações livres.

Usando do próprio referencial teórico que exalta a

simbología dos gestos e um respeito à ética, optei por identificar as mães com nomes de flores, como símbolo de delicadeza do tema, além de ser a mulher frequentemente associada à fragilidade e ternura das flores.

Quem somos? Como vivemos?

Eu faço minha casinha tão degre e bonitinha para meu bem vir morar... üo !ado farei jardim

cheio de lírio e jasmim para meu amor cheirar,

José Mauro Vasconcelos

Jasmim. jovem de 18 anos, nasceu em Fortaleza e vive com a mãe, o padastro e dois irmãos mais novos. Estudou até o 2o

grau, abandonando os estudos por causa do filho que cria. No momento, está desempregada e se preparando para prestar concurso

na Marinha. É atleta de volibol, gosta de sair e mantém há quatro anos um relacionamento homossexual escondido da família e amigos.

Pressionada por estes que desconfiavam de sua preferência sexual, arranjou um namorado mais velho, casado, que após duas relações sexuais, a engravidou. O companheiro negou a paternidade,

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desaparecendo após o parto. Um ano depois, para comprar uma bicicleta para a parceira, trocou “favores” com um ex-patrão tendo engravidado novamente. Com medo da reação da família e da

parceira, escondeu de todos a gravidez até o sétimo mês, quando

teve a criança. É revoltada com o pai por não tê-la assumido como filha. Durante a entrevista, sua parceira apareceu na maternidade,

raivosa por ter sido enganada, ameaçando de abandoná-la, fato que

a deixou desesperada. Posteriormente, mantive contato com ela, tendo sido informada de sua expulsão de casa e da doação do filho.

Hortênsia, de 20 anos, é procedente do interior. Teve quatro gestações e três filhos de pais diferentes, tendo a filha mais

nova dois anos de idade e 0 filho mais velho três. Provocou um

aborto. Faz a 6a série do 1o grau e trabalha como empregada

doméstica há três anos. Foi criada pelos avós e tem uma relação de

cumplicidade com a mãe, visto ter descoberto ser fruto de um

relacionamento escondido da mãe com um cunhado casado, fato que a revolta e a faz sentir-se diferente dos outros irmãos. Engravidou a primeira vez aos 16 anos, após uma única relação, a segunda vez

para se vingar do pai do primeiro filho, que é também 0 pai do

terceiro, (mas que não sabe, pois ela escondeu dele, visto ele haver se juntado a uma outra pessoa, grávida de mesmo tempo que ela). A idéia de doar sempre esteve presente, desde o primeiro filho, mas só

decidiu pela doação no último, por quem diz não sentir nenhum amor, nem acreditar que o teve. Os dois filhos são criados pelos pais

no interior. Doou após 0 parto.

Azaíéia, 21 anos, é natural do Maranhão, tem três filhos,

é balconista, mas está desempregada. Estudou até o 3° ano do 1° grau. Foi criada pela irmã mais velha, que a maltratava. Sente

revolta dos pais por tê-la dado para a irmã. É filha bastarda da mãe,

estuprada por um sobrinho mais velho (18 anos), a quem tinha visto pela primeira vez. Acha que a cunhada desconfiou da agressão do filho mas encobriu. Durante a entrevista, Azaléia revelou ser eu a primeira e única pessoa a tomar conhecimento do fato. Casou aos 14 anos e enviuvou aos 17, após o assassinato do marido, ficando com duas crianças pequenas, que são criadas pelos avós. Veio para Fortaleza morar com tios há dois anos. Engravidou na ilusão de que, o namorado ia aceitar o filho, com a esperança de que ele mudasse

de opinião, pois sempre rejeitou a idéia de ter um. Tentou o aborto, mas desistiu, preferindo doar. Escondeu a gravidez da família por

medo de ser expulsa de casa, tendo se refugiado na casa de uma prima. Doou o filho após o parto e continuou o namoro.

... E no jardim da vida ressecou, morreu, do pé que brotou Maria

nem Margarida nasceu

Chico Buarque de Holanda

Margarida, 17 anos, primeiro filho, é de prendas do lar e no momento faz o supletivo (6a série). Procedente do interior, engravidou depois de um mês de relações instáveis, tendo ocultado da família até após a doação. O pai da criança quis assumir, mas ela rejeitou e fugiu em decorrência das violências físicas sofridas. Não tinha planos com o namorado e atualmente vive um terceiro relacionamento, tendo se juntado ao companheiro atual no sexto mês de gestação. Mora com a família do parceiro. Doou o filho há 2 anos, após o parto.

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Õ jardineira por que estais tão triste,

mas o que foi que te acontedeu? Foi a Camélia que caiu do galho, Deu dois suspiros e

Depois morreu ■

Camélia, tem 22 anos, é procedente do interior, e está gravida de sete meses, do segundo filho. Estudou até a 2a série do

1o grau e é empregada doméstica. Refere ter tido uma infância e adolescência sofrida, pois sentía-se rejeitada pela mãe, não sabendo

explicar o porquê. Aos 16 anos, o pai submeteu-a a exame médico

para confirmação de sua virgindade à vizinhança. Teve relações sexuais para satisfazer o namorado, que dizia desconfiado de sua preferência sexual, engravidando logo após os 17 anos. A mãe, ao descobrir a gravidez, tentou fazê-la abortar. Não conseguindo, foi mandada para Fortaleza a fim de esconder a gravidez e não “desonrar" a família. Os filhos são do mesmo pai, que só vê nas férias e desconhece as duas gravidezes. Sente vergonha por não

evitar a gravidez e ser mãe solteira, apesar de dizer que não quer casar para “sofrer de marido", uma vez que seu pai agride

constantemente sua mãe, tendo feito abortá-la três vezes e agredido um filho recém-nascido, que veio a falecer. Doou o primeiro para se

vingar dos pais e doará este, pois a patroa não a aceita com filho. A família desconhece esta gravidez. Camélia soube de meu estudo e procurou-me para ser entrevistada, trazendo-me posteriormente uma amiga para o mesmo propósito. Doou após o parto.

<í Perfídia, mandaste, em troca eu não esquecí, das rosas, as orquídeas, as violetas, que eu dava a ti...

Lamartine Babo/Alberto Dominguez

Orquídea, 22 anos, primeiro filho, balconista, estudou

até a 8a série. Saiu de casa aos 14 anos para morar só, por causa

do pai que a maltratava. Vivia em união consensual há um ano,

morava com os sogros e fazia uso de anticoncepcional. Ao aparecer grávida, 0 companheiro negou a paternidade, abandonando-a. A

I sogra tentou fazê-la abortar mas recusou-se. Tem 16 irmãos e

escondeu a gravidez da família, tendo doado o filho uma semana após 0 parto, quando este teve alta hospitalar.

■ I

Violeta tem 23 anos, primeiro filho, estudou até a 4a | série. Abandonada pela mãe, passou, segundo ela, por diversas

mãos, até ser criada aos 3 anos de idade por uma família do interior.

| Ao casar-se, os pais a registraram como adotiva, tendo os filhos J legítimos se rebelado. Fez uso de anticoncepcionais escondida do I parceiro, que, ao descobrir, proibiu 0 uso. Posteriormente, ao saber

da gravidez, negou a paternidade e a expulsou de casa. Rejeitada | pela segunda família e o parceiro, veio para Fortaleza atrás de

| emprego para sobreviver. Trabalha como empregada doméstica e

■ |

I voltou a estudar, mas a patroa já advertiu que não a quer com filho.

| Doou 0 filho após o parto.

I

Vitória Régia tem 47 anos, é alfabetizada e de prendas

l

domésticas. Teve nove filhos sendo quatro de pais diferentes.

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Nascida no interior, veio morar em Fortaleza após ser expulsa de

casa por ter engravidado, aos 18 anos, do pai do ex-noivo. Refere ter

tido uma infância e adolescência sofrida, visto seus pais serem

severos, não permitindo estudo, brincadeiras, festas e amizades. Ao engravidar, foi espancada e trancada num quarto por vários meses e alimentada uma vez ao dia, como castigo por ter desonrado a família.

Diz nunca ter dado nenhum filho e sim, "os outros que levavam” (com

seu consentimento). O primeiro deu com 13 dias e o segundo com 16

dias. Diz que deu este último porque o cunhado não a aceitava e em

contrapartida batia na irmã. O terceiro deu para os próprios país criarem como castigo pelo que tinham feito a ela, no passado, já que

nunca os perdoou. Reencontrou o segundo filho após 20 anos. Hoje vive uma união consensual há 16 anos, tendo 4 filhos deste

relacionamento.

Nada como ser rosa na vida Rosa mesmo as mesmo Rosa mdter todos querem muito bem à rosa Qm eu, todo «h tartón

Dorival Caymmi

Rosa tem 21 anos, é de prendas do lar e estudou até a 8a série quando engravidou. É de Fortaleza e mora com os pais e

duas irmãs mais velhas, tendo uma delas ao descobrir sua gestação, a rejeitado, saindo de casa, pois se recusava a conviver com uma “prostituta". A família escondeu a gravidez dos parentes e amigos, mandando-a para a casa de conhecidos até depois do parto. Teve apenas uma relação com o namorado, não tendo se prevenido por

não acreditar que iria engravidar. Só descobriu a gravidez no terceiro mês. O namorado desconhece a gestação, pois viajou logo

após ter mantido a relação. Durante a entrevista, recusou-se a segurar ou dar de mamar ao filho. Deu-o após o parto.

Bromélía nasceu em Fortaleza, tem 32 anos, 6 filhos,

estudou até a 8a série. Mora em uma favela com a mãe e o padrasto alcoólatra. É adotiva e aos 13 anos foi estuprada por um amigo de uma tia, tendo escondido o fato de todos, menos da mãe, por medo

do preconceito de não ser mais '‘moça". É. arrumadeira e vive de

emprego esporádicos, estando atualmente desempregada por causa

da gravidez. Separada do companheiro há vários meses, engravidou após reencontrá-lo numa festa. Ao comunicar a gravidez a ele, este

negou a paternidade. Já havia doado um filho e estava doando outro.

Perfume de Gardênia senti em tua boca perfume de gardênia, perfume de amor...

Gardênia, de 25 anos, tem 3 filhos de pais diferentes e é empregada doméstica. Natural da Bahia, estudou até a 5a série.

Internada há 15 dias na MEAC* com infecção puerperal, após parto

com óbito fetal. Filha de país separados, tem pouco contato com o

pai. A mãe abandonou a família há quatro anos, não tendo mais

notícias deste então. Diz ter tido uma infância de violência, com

espancamentos, queimaduras e rejeição provocados por esta. Começou a trabalhar aos 12 anos para sair de casa. Sente-se complexada por causa de seu biótipo (negra, alta e gorda). Deu o primeiro filho há seis anos com sete meses de idade, após o padastro derrubá-lo da rede. O namorado sumiu após saber da

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gravidez. Vivia em união consensual há um ano, tendo acabado recentemente por causa das violências sofridas do companheiro. Ao

sair da maternidade, não sabia para onde ir, pois a avó que a criou

não a queria mais com ela por temer vingança do seu ex-parceiro e por ter tido outro filho.

Angélica, 19 anos, primeiro filho, é empregada

doméstica e estudou até a 6a série. Procedente do interior, mora há

vários anos em Fortaleza. Em razão de acidente na infância, é deficiente visual de um olho, motivo de muito complexo. Tem

oportunidade de cura, mas diz ter medo da cirurgia. Fugiu de casa aos 14 anos para vir morar com a madrinha e nunca mais voltou ou teve notícias dos pais. Não gostava da mãe, pois lhe batia muito. Ao engravidar com 18 anos, a madrinha não aceitou e tentou induzi-la

ao aborto. Não o fez por temer não dar certo e a criança nascer com defeito. Na gestação, foi morar com amigas, não gostando de sair

porque sentia vergonha da barriga, O parceiro tentou montar casa mas rejeitou, pois eram muito novos (ele tinha 15 anos) e ia se

“encher” de filhos. Doou o filho antes de 24 horas após o parto.

Magnólia, 24 anos, é procedente de Fortaleza, tem quatro filhos e não trabalha. Parou de estudar na 6a série quando

engravidou. Filha de pais separados, foi criada pela avó, com quem mora na favela com os filhos. É revoltada com o pai, que vive com

outra mulher de quem não gosta, pois a trata mal quando os visita. A

família não concorda com as gestações, uma vez que tem um relacionamento violento com o companheiro que não trabalha, não

sustenta os filhos e é viciado em drogas. Doou a última filha com quatro dias de nascida, há sete meses.

Perpétua, 40 anos, nasceu em Fortaleza, estudou até a

espontâneos e está grávida pela nona vez. Engravidou a primeira vez com 14 anos para saber “a dor que urna mãe sente pelo filho” que

sua mãe tanto falava. Começou a trabalhar cedo tomando conta dos

11 irmãos. Posteriormente viveu nove anos em união consensual com

o pai de seus filhos, menos do último, que a deixou para casar-se com outra. Nesta época, não trabalhava, pois o parceiro a sustentava. Com a separação, teve que trabalhar, deixando os filhos

morando com a mãe, visitando-os semanalmente. Doou o filho com

nove meses de idade para sua patroa há quatro anos. Foi a única

entrevistada a doar legalmente.

... vou colher avenças, lírios, rosas, Mias pelos campos verdes...

Paulo C. Pinheiro/Joâo Aquíno

DáHa, 34 anos, procedente de Fortaleza, tem quatro filhos, está grávida de oito meses e internada para observação com o

diagnóstico de amniorex prematura. Casou-se com 14 anos, sendo mãe aos 15 anos. Separou-se do marido porque ele bebia e não

trabalhava. Com dois filhos, viveu em união consensual até descobrir a gravidez, quando o parceiro foi embora, mandando-a “dar, vender”, fazer qualquer coisa com a criança Mão trabalha e vive às custas dos irmãos que a sustentam, razão por que se revoltaram quando

engravidou novamente, instigando-a à doação. Doou a filha cinco dias após o parto.

Petúnía, de 25 anos, tem cinco filhos e parou de estudar

na 3a série para casar. Natural do interior, trabalha há seis anos

como empregada doméstica em Fortaleza. Pai alcoólatra a deu para ser criada pela madrinha, que a tratava como servente, vindo morar

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com os pais aos 11 anos. Casou-se aos 16 anos pensando em ter mais liberdade; o marido a abandonou com quatro fiíhos, indo morar no Rio de de Janeiro. A mãe cria seus filhos para que ela possa

trabalhar e sustentá-los. Fazia uso de anticoncepcional há quatro anos, tendo parado quando engravidou. Pensou em abortar mas nem a patroa, nem o parceiro deixaram. O parceiro pediu para ele o filho, mas ela preferiu doar a estranhos, pois ele prometeu ajudá-la na gravidez e não o fez. Doou a criança logo após o parto, há seis

meses, tendo escondido a gestação da família.

Tulipa, 24 anos, primeira gestação, é analfabeta e procedente do interior, morando há cinco anos em Fortaleza, onde

trabalha como empregada doméstica. Perdeu os pais na adolescência, tendo sido violentada aos 15 anos pelo filho da patroa.

Desde que veio morar na Capital, não teve mais notícias da família (irmãos). Leva uma vida de relações promíscuas sendo os filhos (gêmeos) resultado de uma relação forçada, da qual o parceiro negou

a paternidade. Rejeitou proposta de colocá-los em creches, temendo

eles se tornarem marginais. Tentou várias vezes abortar não

conseguindo. Doou-os após três dias de nascidos há seis meses. Diz

que sua maior dor é trabalhar em "casa de família onde é

Fonte de md olhos de gueixa kabuqui, mascara

choque entre o azul e o cacho de acácia, luz das acácias você

é

mãe do sol...

Caetano Veioso

Acácia, 17 anos, procedente do interior, empregada

doméstica, estudou até a 3a série do 1o grau, primeiro filho, não teve

apoio da família quando apareceu grávida, tendo a mãe proibido de outra filha criar, obrigando-a à doação. Tem uma relação de conflito com os pais, referindo ser esta relação de interesse financeiro, principalmente com a mãe, para quem envia, em meses alternados, o

salário. Namorava há aproximadamente dois anos, tendo sido

abandonada pelo companheiro ao descobrir a gravidez. Tem preconceito de ser “mãe solteira". Doou a filha três dias após o parto.

Gérbera, 37 anos, é natural de Fortaleza, teve sete

filhos tendo-os doado. É lavadeira e está desempregada. Estudou até 3a série do 1o grau, foi criada pela irmã, que a expulsou de casa quando engravidou a primeira vez. Não tem relacionamentos fixos,

sendo seus filhos de quatro pais diferentes. Diz ter sido abandonada pelos companheiros, sempre que aparecia grávida. Doou o primeiro

filho há 12 anos e o segundo há quatro. Refere ter sido procurada

pela família adotiva do primeiro filho há quatro anos, quando manifestaram desejo de devolvê-lo, no que recusou, dado que não sente mais afinidades a ele após tantos anos sem contato.

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4.2 Vislumbrando um Jardim

Vê,

estão voltando as flores

Vê,

nesta manhã tão linda Vê, como

é

bonita a vida Vê, ha esperança ainda Vê, as nuvens vão passando Vê, um novo céu se abrindo Vê, um sol iluminando

Por onde nós vamos indo

Chico Buarque

Nesta etapa do ensaio parti para a análise compreensiva

dos discursos, pois segundo BLUMER (1969),

é nesta fase final

que

o pesquisador

extrapola o

No documento Doação de filho: um gesto símbólico (páginas 53-65)