• Nenhum resultado encontrado

CANTOS DOS AUTOS NATALINOS – BOI DE REIS

CANTOS DOS AUTOS NATALINOS – BOI DE REIS

Boi de Reis do Mestre Manoel Marinheiro

Início da jornada

Boa noite meus senhore, senhoras e senhurita Ropa e carça de fita

Todos aceito em meu louvores

Segundo o reparadore terreiro e casa e mobrília A noite grande vigia

Quem repara não me atrasa

Dô louvô a essa pratéia mais ilustre famia Os três rei do oriente foi formô regimento Marcharum in continênça, amos foro adorá, Assim querendo amostrá a Deus tanta obdiência Só por uma experiênça de uma estrêla aparecida Morreu pra salvar a vida tenha dó da inucênça. Sol e lua estrêla e céu e nuvem e chuva e vento e luz

Glória igreja e alma e anjo e oratório sant’cruz O nosso Deus infinito Sinhô do céu e da terra Com seu puder guverna, tudo que no mundo existe Mas já sofrendo gota triste foi o que lhe dera beber fel

Foi longuinho pru ser cruel cravou a lança no peito Temeu a dó sem tê jeito sol e lua estrêla e céu E adepois do acidente, tendo passado treis dias Resprandeceu o Missia Deus eterno para sempre Aonde se acha presente todos os aposto e arcanjo Mas teve um pêlo arranjo foi quê lhe fez padecê

Temeu a vista devê glória, igreja e alma e anjo. E os fariseu erum tanto, quanto a Cristo onipotente Jesus machava de frente com os pés e as mão cravado

Hoje tá no céu prostado, nuvem, chuva, vento e lua Anda Pedro e tu não vai

Anda Pedro e tu não vai Eu vou junto com João.

E todos aposto então, todos eles, eu queria Mas ficou todo nesse dia com prazê e primô Mas lá ficô Juda traidô, que não pôde aparecê, Que nunca mais é de vê, a santa cruz do Sinhó.

Chegada a casa

Na chegada dessa casa Levantemos a bandeira Viva a honra dessa casa E a puliça brasileira Na chegada dessa casa Santos Reis subiu à Corte Meus sinhores e sinhoras Deus lhe dê muito bonoite

Na chegada dessa casa, Foi muito de alegria. Viva a honra dessa casa, O Santos Reis desse dia. Na chegada dessa casa Foi muito de meu agrado.

Abalei um pé de rosa Que nunca foi abalado. Meu sinhô dono da casa,

Meu distinto brasileiro Quero que me dê licença Eu brincá em seu terreiro Sinhora dona da casa, Grande nome é o seu. Boca de cravo incarnado,

Olhos de minino Deus. Sinhora dona da casa,

Fulô de cana caiana, Quanto mais a cana cresce,

Mais aumenta a sua fama. Meu sinhô dono da casa, Dente de malfim dorado, O sinhô é o padrinho, Nós samos seus afiado.

[e ainda] Na chegada dessa casa Levantamos a bandêra

Viva a honra dessa casa A poliça brasilêra Bate asa e canta o galo Cristo nasceu em Belém Louvemos a Deus divino Que nasceu pra nosso bem

Na chegada dessa casa Santo Rei subiu a corte Meu sinhores e sinhora Deus lhe dê muito boa noite

[e ainda] Ô de casa, ô de fora, Minina vai vê quem é. (bis)

É o cravo, é a rosa É a açucena do pé (bis)

Ô de casa, ô de fora Minina vê quem ‘stá aí (bis)

É o cravo, é a rosa A fulô de bugari (bis) ‘Stou aqui em vossa porta, In trajo de um marinheiro (bis)

Eu num vim lhe pedi nada, Vim ganhá o seu dinheiro (bis)

‘Stou aqui na vossa porta In trajo de uma cutia bis Eu num vim lhe pedi nada, Se me desse eu bem queria (bis)

‘Stou aqui na vossa porta, Feito um feixinho de lenha (bis)

Espero pela resposta Que de vossa boca venha (bis) Quem preguntuá quem brincou

Hoje aqui neste terreiro (bis) Maruja Dix-Sept Rosado, Mestre Mané Marinheiro (bis)

Benditos

Ô gente, que terra é aquela? terra de tanta alegria? é os campos do Rusaro

e vamos festejá Maria Meu Jesus, eu já cheguei

e em vossos pés hoje aqui me ajueiei Jesus Santíssimo, Pai soberano,

Bota-me a bença Hoje aqui, por todo ano. Ô gente, que terra é aquela? Etc.

Deus te salve, cruz bendita! Que fazeis neste sereno? Samos filhos de Deus Pai,

meu Jesus do Nazareno Deus te salve, cruz bendita

que fazeis neste terreiro? Samos filhos de Deus Pai, meu Jesus, Pai verdadeiro. Deus te salve, casa santa,

onde Deus fez a morada, onde está o cális bento

e a hosta consagrada Por detrás daquela igreja correu uma estrela e parou

e o divino Santos Reis com ela se alumiou Por detrás daquela igreja

correu uma estrela e parou e o divino Santos Reis

com ela se alumiou [e ainda]

Bate asa e canta o galo Cristo nasceu em Belém Louvemos a Deus divino Que nasceu pra nosso bem Se preguntá quem brincou Hoje aqui neste penhadeiro

Maruja de Camarão Mestre Manoel Marinheiro Mestre Manoel Marinheiro

Não promete pra fartá Quem duvidá venha vê

A maruja de Natal Bate asa canta o galo Cristo nasceu em Belém Louvemos a Deus Divino Que nasceu pra nosso bem

Louvemos a Deus Divino Que nasceu pra nosso bem

Bate asa e canta o galo Santo reis subiu a corte Meus sinhores e sinhora Deus lhe dê muito boa noite

Meus sinhores e sinhora Deus lhe dê muito boa noite. Peditório

Ô de casa, ô de fora, Minina vai vê quem é.

É o cravo, é a rosa É a açucena do pé Ô de casa, ô de fora Minina vê quem ‘stá aí

É o cravo, é a rosa

‘Stou aqui na vossa porta In trajo de uma cutia Eu num vim lhe pedi nada, Se me desse eu bem queria ‘Stou aqui na vossa porta, Feito um feixinho de lenha

A fulô de bugari ‘Stou aqui em vossa porta,

In trajo de um marinheiro Eu num vim lhe pedi nada,

Vim ganhá o seu dinheiro

Que de vossa boca venha Quem preguntuá quem brincou

Hoje aqui neste terreiro Maruja Dix-Sept Rosado, Mestre Mané Marinheiro.

Adoração ao Menino Jesus

Entramos nós neste jardim dorado (bis)

Vamos vê Jesus ele é nosso pai amado (bis)

Entremos nós Neste jardim de flor (bis)

Vamos ver Jesus Ele é nosso Salvador (bis)

Entremos nós com prazer e alegria (bis)

Vamos ver Jesus Ele é filho de Maria (bis)

Entremos nós neste jardim profundo (bis)

vamos ver Jesus

que é o Salvador do mundo (bis) Entremos nós

no jardim de macassár (bis) vamos ver Jesus

que morreu pra nos salvar (bis) Entre nós

com prazer e alegria (bis) Vamos ver Jesus Que ele é filho de Maria (bis)

Agradecimento

Ô gente que terra é aquela, Nunca vi tanta alegria, Ô terra de tanta de alegria

É o campo do Rosário, E vamo festejá Maria,

Ô meu Jesus, eu já cheguei, a vossos pés,

Agora me ajuelhei, Jesus Santíssimo, pai soberano,

botai-me a benção, Hoje aqui, por todo o ano.

Deus te salve casa santa, onde Deus fez a morada Onde mora o calix bento

e a hóstia consagrada Essa casa é muito grande,

a sombra dela nos cobre

Ô Maria, Ô Maria que tanta Maria é essa

Eu mudá o seu nome, de Maria pra Josefa Eu vou mudá o seu nome,

eu vou mudá o seu nome De Maria pra Josefa. Bate asa canta o galo, Cristo nasceu em Belém Louvemos a Deus divino, que nasceu pra nosso bem. Louvemos a Deus divino, louvemos a Deus divino Que nasceu pra nosso bem Se perguntar quem brincou,

hoje nesse penhadeiro Maruja de Camarão,

Toda vida eu vi dizê, casa grande é gente nobre

Toda a vida, eu vi dizê, toda vida eu vi dizê Casa grande é gente nobre

Mestre Manoel Marinheiro Maruja de Camarão,

Maruja de Camarão Mestre Manoel Marinheiro

Despedida Despedida há de ser hoje,

que amanhã não pode ser E na hora da despedida, nem a deus posso dizer

Despedida, despedida, Jesus Cristo em Belém Meus sinhores e sinhora,

e até o ano que vem Despedida despedida, como disse o beija-flor Quando for beijar sussena,

nos pés do nosso Senhor Despedida há de ser hoje, que amanhã não pode ser

E na hora da despedida, nem a Deus posso dizer

Despedida, despedida, despedida rogorosa

Quando for beijá sussena, despedi do pé da rosa Despedida, despedida, chapéu fora da cabeça Meus sinhores e sinhora fique com Deus e amanheça Adeus, adeus meu povo de lá,

até para o ano se ainda voltá Adeus, adeus que eu já me vou, não temos sodade aqui meuzamô Adeus adeus, adeus meu amo,

até para o ano se ainda voltá Aí eu virei e torno a virá, até para o ano se ainda voltá

Virei, virei e torno a virá até para o ano se ainda voltá Adeus, adeus meu povo de lá,

até para o ano se ainda voltá.

Saída da jornada

Nas hora de Deus amém Pade filho Esprito Santo São a premera cantiga Que nesse auditoro eu canto

Nossa senhora das Dore Nos cubra com vosso manto

Se preguntá quem cantô Hoje aqui nesse lugá Diga que foi os três reisi Belchó, Gaspar, Baltazar

A santa luz das candeia Aparecesse o sol Agora tomei além Que andava encalocado Nas horas de Deus amém Nazaré foi pro mato pegá o lôro Mais é bem bunitinho que nem o tôro

Nazaré foi pro mato pegá o lôro Mais é bem bunitinho que nem o tôro

Mariquinha do norte piaô Meu canaro amarelo cantado (refrão)

Mariquinha do norte canta bem Não se fala pra todos o que qui tem

Saia quem tem que sair Saia com toda mazela

Saia este resplendore Saia pras primavera Estô de olho cansado De oiá pra aquela estrêla

Para ver sassim eu vejo

Não dansemo tudo hoje Deixa o resto prá manhã Aprantei mas num nasceu

A semente do pau-brasil Quem por mim perdeu seu sono

Agora pode ir dormir Esta nossa despedida Dá pra frente e dá pra trás

Diz o Mestre da maruja Hoje aqui não brinca mais.