O trabalho se desenvolveu com base nas pesquisas teórica e na elaboração de uma planilha eletrônica de dimensionamento de reservatório e de análise econômica da implantação do sistema. Na pesquisa teórica fez-se revisão bibliográfica de conceitos que sustentaram a análise posterior sobre os dados no mundo e no Brasil da utilização, captação e armazenamento da água da chuva. A pesquisa documental utilizada teve por base, dentre outros, os dados pesquisados junto ao Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP – United Nations Environment Programme), que é parte integrante da ONU e é responsável por promover a conservação do meio ambiente e o uso eficiente de recurso no contexto do desenvolvimento sustentável.
Como a determinação do volume de armazenagem é o fator principal do dimensionamento de um sistema de captação de água de chuva, fez-se necessário considerar a área do telhado, a demanda de água não-potável, a precipitação local e o intervalo de meses de seca.
Visando alcançar os objetivos propostos utilizou-se o método de Rippl para o dimensionamento do reservatório, conforme recomendado por Tomaz (2003) e procedeu-se à análise financeira em busca da viabilidade econômica de implantação.
O método utilizado para avaliação do tempo de retorno do investimento inicial é o do Payback Simples, que não considera o valor do dinheiro no tempo, ou seja, desconsidera taxa de juros, inflação, custo de oportunidade bem como reajustes e descontos nas tarifas praticadas.
3.1. PASSOS METODOLÓGICOS
A metodologia aplicada foi pautada seguindo os itens abaixo:
1. Elaborar e aplicar questionário que obtenha informações quanto às preocupações e demais aspectos da utilização de água de chuva para fins não- potáveis.
2. Estabelecer metodologia para determinar o volume de armazenamento, seguindo parâmetros pesquisados, elaborando uma planilha eletrônica de
simples aplicação com o intuito de auxiliar e facilitar o usuário doméstico desta proposta de reúso de água.
3. Compilar os dados obtidos buscando estruturar um roteiro para a elaboração de metodologia de captação de água de chuva que proporcione eficiência na captação e boa qualidade para a água armazenada.
4. Calcular o volume necessário de armazenamento ao longo de um ciclo anual de precipitações de forma a suprir o uso residencial não-potável. Para tanto, será considerada a precipitação mensal média anual, o consumo de água não- potável e a área de telhado disponível para captação, bem como a disponibilidade de espaço físico para a implantação do reservatório.
5. Calcular o custo de implantação dos sistemas de coleta, descarte e de armazenagem propostos.
6. Obter junto à companhia de saneamento as faixas de consumo bem como os valores cobrados para o fornecimento de água e coleta de esgoto.
7. Fazer variações no consumo médio não-potável, na área de captação, e no volume de armazenação, comparando os valores necessários para a efetiva utilização da água de chuva na residência com a economia proporcionada pela redução do valor pago e estabelecer o tempo necessário para o retorno do investimento de implantação do sistema.
8. Comparar o custo de investimento com a economia proporcionada através de análise multicriterial e, assim, avaliar a viabilidade de aplicação do sistema proposto
3.2. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Os dados da pesquisa foram obtidos por meio de questionários eletrônicos respondidos individualmente por usuários de e-mail com idades acima de 18 anos. A opção de envio por e-mail objetivou alcance mais abrangente e maior heterogeneidade da amostra. O material que foi enviado é apresentado no ANEXO II – QUESTIONÁRIO APLICADO. Para obter maior amplitude na pesquisa, foi solicitado a cinco entrevistados que reenviassem esse questionário para todos os contatos das suas listas de e-mail.
“Em anexo estou enviando um arquivo do EXCEL que trata de uma pesquisa que me auxiliará no desenvolvimento dos estudos para a conclusão do Mestrado em Planejamento e Gestão Ambiental pela Universidade Católica de Brasília. Os dados para contato, a apresentação do trabalho e os motivos estão a seguir. Se você concordar em participar da pesquisa, solicito que você baixe para o seu computador, preencha-o, salve-o e me envie novamente com os dados preenchidos. Muito obrigado. Um abraço. Stefan”
O questionário foi elaborado de forma eletrônica utilizando o software Microsoft Excel objetivando o envio por e-mail bem como facilitar a compilação dos dados, uma vez que as respostas eram preenchidas diretamente no arquivo enviado.
Todos os questionários respondidos fizeram parte da análise. Foram respondidos 145 questionários, entre os dias 17/11/2011 e 03/12/2011, totalizando 15 dias de pesquisa.
Os formulários foram organizados em 5 partes, distribuídos da seguinte forma:
1. Informações Básicas: esse item aborda aspectos como data de envio e de retorno do formulário, cidade, faixa etária, gênero, escolaridade, residência. Para obter informações quanto aos conhecimentos dos entrevistados quanto aos aspectos de meio ambiente e de saneamento, foram introduzidas questões que indagam se costuma ler artigos sobre a temática ambiental, se tem conhecimentos sobre saneamento e se acredita que utilizar água de chuva nas residências contribui para a preservação dos recursos hídricos e do meio ambiente. Quanto à efetividade de aplicação da tecnologia, foi perguntado se já faz uso de água de chuva e, caso negativo, se já pensou em utilizar água de chuva e se estaria disposto a utilizar;
2. Informações Específicas: esse item aborda questões físicas, como espaço disponível no terreno para colocação do reservatório de água de chuva, área útil da residência (para estimar a área de captação), o gasto médio com água tratada apresentado na conta de água, se esse valor refere-se somente à água consumida ou se está incluído a tarifa referente ao esgoto e quantas pessoas moram na residência;
3. Informações de não usuários de água de chuva: esse item é de preenchimento exclusivo daqueles que se enquadram na categoria de não usuários tem perguntas visam identificar os motivos que dificultariam a utilização de água de chuva, solicitando que seja eleito o mais difícil dentre os citados, e caso viesse a utilizar água de chuva, se haveria preocupação com a qualidade dessa água. Foi questionado, também, que, caso fosse possível fazer uso de água de chuva, qual seria o uso pensado;
4. Informações de usuários de água de chuva: esse item é de preenchimento exclusivo daqueles que se enquadram na categoria de usuários. As perguntas buscam identificar se o usuário considera o sistema instalado simples, quais as dificuldades que identifica na instalação, manutenção e na operação, qual fim se destina, o que pode ser melhorado no sistema instalado. Também foi inquirido de é feito o controle da qualidade da água utilizada e, caso afirmativo, como controla a qualidade da água.
5. Informações Complementares: esse é um campo de resposta livre, onde o entrevistado pode comentar algo que não foi abordado no questionário.