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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.8 Conceitos de parques

2.8.1 Características básicas

2.8.1 Características básicas  

Os parques tecnológicos, muito mais que um ambiente acadêmico, é um espaço de inovação, projetos e empreendimentos com capacidade de modificar a realidade de municípios, estados e nações. A criação dos parques tecnológicos tornou-se, em vários países parte do programa de governantes, empresários e pesquisadores na busca pela inovação e promoção do desenvolvimento econômico (BARONI, 2009).

Perroux (1961), em sua teoria de pólos de crescimento, contribuiu para o entendimento da finalidade dos parques tecnológicos ao afirmar que o crescimento econômico de uma região pode partir de um planejamento econômico do estado ao direcionar investimentos a fim de produzir mudanças na economia daquela área.

O parque tecnológico, conforme mencionado anteriormente, é ancorado pela cooperação entre instituições como universidades, municípios, estados e empresas, com finalidades de pesquisa e desenvolvimento com o objetivo de promover o desenvolvimento da região onde está instalado.

Tem em geral as mesmas atribuições que podem diferir em escala de importância para cada parque (STEINER; CASSIM e ROBAZZI, 2009). Essas atribuições são:

• Contribuir para o desenvolvimento do sistema local de ciência e tecnologia, com a pesquisa e desenvolvimento como elemento central e a inovação como produto esperado.

• Gerar localmente conhecimentos passíveis de serem transformados em novos produtos e processos, por meio do estímulo à criação de ligações entre agentes inovadores na troca de conhecimentos específicos e do desenvolvimento de conexões locais com redes mundiais de informações.

• Facilitar o surgimento de empresas provenientes de instituições locais estabelecidas, como universidades e empresas de base tecnológica (spinoffs).

• Criar ambiente favorável para o surgimento de empresas capazes de inovação baseadas em novos conhecimentos disseminados prioritariamente por meio de redes locais de informações.

• Melhorar, em âmbito mundial, a competitividade de empresas locais. • Criar novos mercados para produtos e serviços especializados.

• Criar postos de trabalho especializados com efeito multiplicador na renda local. Para Sanz (2009) parque tecnológico é uma organização gerenciada por profissionais especializados, e tem como objetivo fundamental incrementar a riqueza de sua comunidade por meio da cultura de inovação e a competitividade. Para o autor, um Parque Tecnológico gerencia e estimula, por meio de arranjos institucionais e instalações de qualidade, fluxo do conhecimento e tecnologia entre universidades, institutos de pesquisa, empresas e mercado, além de impulsionar a criação e crescimento de empresas capazes de inovação mediante mecanismos de incubação e de geração de spinoffs, proporcionando outros serviços de agregação de valor.

O parque é um mecanismo importante de indução aos encadeamentos produtivos e que depende da estrutura industrial em que está inserido. Regiões com forte estrutura industrial e produtiva e com domínio de tecnologias avançadas tendem a obter mais sucesso (LEMOS e DINIZ, 2001).

Sanz (2009) procura apresentar as razões de criação dos parques tecnológicos em sua apresentação na Conferencia da IASP de 2009, e sugere que sua implantação é resposta a uma nova necessidade e requisitos de novo tipo de economia, configurada na Figura 23.

Figura 23: Requisitos de um novo tipo de economia Fonte: Sanz (2009) Adaptado pelo autor

Ao se tornar instrumento de plataformas de governo para promover a inovação no país e/ou fortalecer vocações regionais, os parques tecnológicos já apresentam resultados importantes. Entre os muitos exemplos, pode-se citar: a Engenetch, do Bio-Rio, que produz um kit de preço acessível que pode analisar o colesterol a baixo custo sem que se tenha de recorrer a um laboratório; a Elipse Software, cria do Parque Tecnológico da PUC/RS que produz o E3, software de monitoramento e controle de processos de alto valor agregado que vendeu até dezembro de 2010 mais de 20.000 cópias em mais de 10 países, ou a Secullum, do Parque Tecnológico do Vale dos Sinos, que produz um sistema de controle de acesso que incorpora os parâmetros das leis trabalhistas, algo que os softwares importados não efetuam.

Características da nova economia Contexto da nova economia Base intensiva no conhecimento Transformação do mundo

Crescimento por meio da inovação Crises de nação-estado Alcance global Clima de incertezas

Do lado exportador, além da Elipse um exemplo é a Opto Eletrônica, do Parque Tecnológico de São Carlos, que atende 50% do mercado mundial de espelhos especiais para salas cirúrgicas (FATOR BRASIL, 2010).

Esses exemplos são uma amostra aleatória de um universo significativo de inovações bem sucedidas nascidas em parques tecnológicos brasileiros.

De acordo com a IASP – Associação Internacional de Parques Científicos e Tecnológicos (2009) entre as qualificações possíveis de parque tecnológico estão:

1. Instituições híbridas, instaladas em espaços que abrigam simultaneamente: empresas com potencial de inovação, direcionadas pela lógica de mercado e instituições de ciência e tecnologia com missões de educação e produção de conhecimento científico;

2. Intervenções urbanas de impacto, com repercussões importantes nas malhas urbana e ambiental nas quais se inserem.

A Figura 24 demonstra algumas características desses parques:

Característica Comentários

Localização

• a maior parte dos parques tecnológicos se localiza em centros urbanos;

• outros 27% estão próximos a cidades.

Foco • 61% dos parques é relativamente especializada (prioriza no máximo três setores).

Incubação • em 75,61% dos Parques existe atividade de incubação de empresas.

Posse do terreno • em 40% dos parques tecnológicos, o poder público é o proprietário exclusivo do terreno. Em 22% dos casos a propriedade é mista, público-privada.

Critérios para admissão

• os principais critérios para admissão nos parques

tecnológicos são as atividades com potencial de produzir inovação tecnológica e atividades de P&D de empresas. • apenas 36% dos parques proíbem a produção manufatureira.

Figura 24: Características do Parque Tecnológico Fonte: IASP, 2009 - adaptado pela autora

• Ambientes de inovação, instrumentos de transformação de conhecimento em riqueza; devem portanto ser constituídos e estruturados com essa clara e específica missão (STEINER; CASSIM e ROBAZZI, 2009).

• Fatores de desenvolvimento para paises e regiões, responsáveis pela formação, por sinergia, de redes que fortalecem as empresas para que sobrevivam e prosperem de alta competitividade (AMATO NETO, 2000).

• Financiados geralmente por cinco fontes: universidades; autoridades locais; agências de desenvolvimento governamentais; instituições do setor privado e as próprias empresas (MONCK, et al, 1988).