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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.2 Criação de empresas de base tecnológica

O Bloco 2 do questionário teve como objetivo identificar se o Parque Tecnológico já criou novas empresas de base tecnológica desde sua implantação em São José dos Campos. Como modelos para o desenvolvimento, consolidação e expansão de empresas de base tecnológica, os parques tecnológicos exigem infraestruturas e serviços adequados. Os principais itens de infraestrutura básica e comum que devem ser considerados, visando Seu Parque trabalha com o conceito de "open innovation"? (Questão formulada pelo IASP)

Sim, nós temos serviços ou atividades usando ou tendo como base esse conceito.

51% (22/43)

Não ainda, mas está em nossos planos.

23% (10/43)

Não

5% (2/43)

Não sei o que é Open Innovation.

facilitar as atividades específicas dos parques são: laboratórios, incubadoras, escritórios e instalações para empresas, salas de reuniões e conferências, áreas de descanso e lazer.

Para Bozeman (2000), Roberts (1991) e Smilor et al (1990), há diferentes categorias de geração de empresas de base tecnológica:

• Criação interna (spin-off): um membro ou um grupo da organização ou instituição de pesquisa cria uma empresa a partir de uma tecnologia desenvolvida internamente.

• Criação externa (spin-in): uma empresa é criada por um pesquisador externo à organização, mas utilizando uma tecnologia desenvolvida por ela.

• Criação de saída (spin-out): a empresa é criada com uma tecnologia que não mais é de interesse da organização.

Para Steiner, Cassim e Robazzi (2009) uma das atribuições dos Parques Tecnológicos é facilitar o surgimento de empresas provenientes de instituições locais estabelecidas, como universidades e empresas de base tecnológica (spin-offs). As questões fechadas apresentadas no Bloco 2 buscaram conhecer qual categoria de geração de empresas de base tecnológica é mais propícia no contexto do Parque Tecnológico de São José dos Campos. Foram as seguintes questões:

• Há liberdade para a geração de uma nova empresa derivada de tecnologia desenvolvida internamente.

• Há abertura das empresas para que novas iniciativas externas sejam tomadas com uso de tecnologias internas.

• Existe disposição das empresas em ceder tecnologias que não mais são de seu interesse para a geração de novas empresas.

• A forma mais usual de criação de novas empresas de base tecnológica não depende do ambiente do parque.

• Há sistema de busca de novas iniciativas no ambiente interno das grandes empresas.

• Há sistema de busca de novas iniciativas no ambiente externo das grandes empresas.

• Há incentivos para que a comunidade do parque tenha conhecimentos técnicos sobre plano de novos negócios.

Figura 49: Criação de empresa de base tecnológica Fonte: a autora

Pode ser observado que a maioria dos pesquisados (33%) preferiram não opinar sobre a criação de empresas e 52% ficaram entre concordo parcialmente e concordo totalmente. Embora a Gestão Parque Tecnológico de São José dos Campos busque ações no sentido de facilitar o acesso das empresas às informações, com eventos de promoção do parque, cursos de capacitação e outros, ainda não obteve resultados positivos no sentido de empresas que nasceram de inovação no parque.

A questão aberta buscou saber sobre ações promovidas pelo parque voltadas para o incentivo à criação de novas empresas que envolveram direta ou indiretamente sua empresa, instituição de pesquisa ou universidade.

O Parque está trabalhando para atrair mais instituições para habitar o ambiente ali em criação, com foco inicial nas quatro áreas que compõe os CDTs (Centro de Desenv.Tecnológicos) já constituídos. Todavia os movimentos direcionados a atrair instituições...ainda é bastante incipiente. (3) Essa declaração da empresa mostra que o Parque ainda não está consolidado como espaço propício à criação de EBTs, muito embora uma pesquisa mais aprofundada seja necessária para captar tal tendência.

As empresas de base tecnológica estão entre os mais importantes instrumentos de desenvolvimento regional e local e exigem ações voltadas para o fortalecimento entre

empresas, centros de pesquisa e desenvolvimento, universidades e governo, principalmente do governo local. Parques tecnológicos são ambientes propícios para a proliferação de empresas de alta tecnologia, possibilitando a criação de novos segmentos industriais.

Bollinger, Hope e Utterback, (1983) definem empresas baseadas em novas tecnologias aquelas que apresentam características como: pequeno porte, em que se distingue o pequeno núcleo de seus fundadores; são independentes, não fazendo parte e nem sendo subsidiária de uma grande empresa, tendo como motivação básica para sua criação explorar uma idéia tecnologicamente inovadora. EBTs são empresas que, na maioria das vezes, são geradas e desenvolvidas em incubadoras de empresas, localizadas em parques tecnológicos.

Para que haja inovação e desenvolvimento tecnológico regional, com participação dessas empresas em parques tecnológicos, é importante o incentivo à cultura empreendedora proporcionando uma infra-estrutura adequada, conexão entre os diversos agentes necessários para o amadurecimento das mesmas.

O CECOMPI - Centro de Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista, incubadora do parque tecnológico de São José dos Campos, responsável pelo desenvolvimento do Cone Leste paulista, possui várias empresas incubadas em diversos segmentos como saúde, eletrônica, tecnologia da informação. Nesse espaço as empresas podem usufruir de laboratórios compartilhados e capacitação oferecida pela gestão da incubadora.

Parques Tecnológicos e Incubadoras devem ter por objetivo o agrupamento e agenciamento de empresas de base tecnológica, devem ter como principais papéis o apoio à gestão e o fornecimento de infra-estrutura básica na forma de instalações adequadas. Também é papel dessas instituições o agenciamento de financiamentos para captação de recursos, fornecerem treinamento e viabilizar consultoria e serviços tecnológicos.

Como o ambiente do Parque abriga grandes universidades, públicas e privadas, a incubadora tem um papel importante na guarda dos spin-offs resultantes de pesquisas acadêmicas. O processo de criação de um spin-off acadêmico pode ser dividido em quatro etapas principais (Figura 50): 1) geração de idéias a partir de resultados de pesquisa; 2) finalização do projeto do novo negócio (planejamento tecnológico e plano de negócio); 3) lançamento do spin-off; e 4) fortalecimento econômico da nova empresa. (NDONZUAU; PIRNAY e SURLEMONT, 2002)

Figura 50: O processo de criação de um spin-off acadêmico Fonte: NDONZUAU; PIRNAY e SURLEMONT, 2002

O Parque Tecnológico, em dezembro de 2010, recebeu o credenciamento definitivo e abrigará, em uma primeira fase, 24 EBTs. Entre as primeiras empresas selecionadas, há empresas de consultoria e engenharia, indústrias, uma fundação de base tecnológica, empresas de representação comercial e de Informática. Uma EBT é criada partindo de um conhecimento que domina, mas é necessário apoio do investimento público e orientação para gestão dos negócios, para que a idéia se solidifique e dê frutos. O ambiente do Parque tem que proporcionar às EBTs um ambiente com ações que favoreçam a inovação, como aproximação da empresas com universidades e das universidades com as empresas, aproveitando a presença da incubadora para criar empresas baseadas em inovações geradas nas universidades.