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Na tabela 6 são observadas as características dos projetos analisados no ato da con- tratação.

Tabela 6: Dados dos Projetos  Valores Previstos  Contrato Abrangente

Energia Redução Custo

Valor do No Pontos Conservada na Conta do Ponto

Projetos Projeto a Ecientizar % MWh/ano (R$) Instalado

Projeto1(Pe) 1989952 21076 33 5672 46909 94,42

Projeto2(L.F) 1194827,81 778 1,49 2,63 49 1535,77

Projeto3(Pa) 786448 5764 49 3145 21019 136,44

Projeto4(S.B) 186448 1340 44 494 48822,57 139,14

TOTAL 4157675,81 28958 9313,63 116799,57

Fontes: ECF-1796/98 Termos-SF-SPF-ANR no03/99, 05/99, 06/99 e 10/99 (elaboração da autora).

Os valores dos pontos são diferenciados para cada projeto, devido à característica de cada projeto, do grau de modernização e do tipo de substituição, total ou parcial. Isto também inuencia na energia conservada e na redução da conta de energia da prefeitura. Quando se trata de expansão, o custo do ponto instalado é maior como foi o caso do projeto 2 em que parte dos pontos contratados tratava-se de expansão da rede. O custo do ponto instalado é denido quando da licitação feita pela prefeitura para contratação da prestadora de serviços. Na tabela 7, podem ser vericados os valores efetivamente realizados dos projetos.

Comparando-se a tabela 6 com tabela 7, observam-se os resultados após a realização dos projetos. O projeto 1 refere-se à primeira prefeitura, que assinou o termo de parce- ria para repasse de recursos, em 24 de maio de 1999. Foi também a primeira a expor suas diculdades em viabilizar o cronograma original proposto. O projeto foi concluído em dezembro de 2000. Na execução do projeto, a prefeitura enfrentou vários obstáculos, como escassez de recursos próprios para garantir a contrapartida, restrições na aquisição dos materiais, devido à lei 8.666, e a adequação da previsão orçamentária com a especi- cação técnica. Para cobrir a contrapartida a prefeitura obteve um nanciamento junto

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Tabela 7: Dados dos Projetos  Valores Reais  Contrato Abrangente

Valor Total Energia Redução Custo

Aplicado no No Pontos Conservada na Conta do Ponto

Projetos Projeto a Ecientizar % MWh/ano (R$) Instalado

Projeto 1(Pe) 1917701 20542 26 4433,67 43717,28 93,36

Projeto 2 (L.F) 1042759,13 642 1,93 -3,42 -34,23 1624,24

Projeto 3 (Pa) 503194,18 2147 17 1090,8 10251,83 234,37

Projeto 4 (S.B) 169144,68 1340 44 500,5 4703,93 126,23

TOTAL 3632798,99 24671 6021,55 58638,82

Fonte: Dados obtidos na CHESF (elaboração da autora).

ao BNDES. Com relação ao orçamento, vericou-se defasagem de preços relativa às lu- minárias importadas, provocada pela desvalorização cambial ocorrida no início do ano de 1999. Após a previsão orçamentária original, os fornecedores de reatores tiveram a alíquota do IPI majorada em 5%. Além disso, foram acrescentados, na lista de aquisição, os acessórios indispensáveis à execução do serviço, inicialmente não previstos no projeto, tais como: braços e suporte para luminárias, conectores, relés fotocélula e bases, chave de comando em grupo, entre outros. Devido à precariedade de alguns trechos do sistema de iluminação existente, a prefeitura foi obrigada a incorporar a majoração dos preços dos serviços, para compensar o esforço adicional na recuperação e/ou relocação de luminá- rias parcialmente danicadas. Apesar desses problemas, o percentual de realização física, após a conclusão, foi de 97,47% e o de realização nanceira foi de 96,37%. Muitos dos problemas enfrentados, durante o desenvolvimento do projeto, poderiam ter sido evitados se existisse um cadastro atualizado da rede antes do início do projeto.

O projeto 2 teve seu termo de parceria assinado em 29 de dezembro de 1999 e concluído em 30 de outubro de 2001. Este projeto abrangeu a ecientização energética em 522 pontos da iluminação pública existente e a expansão de 120 novos pontos. Houve um cancelamento de uma expansão prevista em uma avenida, devido às exigências do IBAMA com a preservação da área, considerada de desova de tartaruga. Do total previsto, foram realizados 82,52% dos pontos de IP e utilizados 87,27% dos recursos contratados. A característica mais importante desse projeto é que se tratava da ecientização de 522 pontos e da expansão de 363 pontos.

O projeto 3 foi assinado em 27 de julho de 1999. Devido à diculdade nanceira, a prefeitura optou por realizar licitações parciais, envolvendo fornecedores de materi- ais/equipamentos e mão de obra para instalação. Como a maioria das prefeituras das ci- dades brasileiras tem baixo crédito, junto aos fornecedores/empreiteiros, pelos freqüentes atrasos nos pagamentos de seus credores, a forma encontrada para otimizar o desenvolvi-

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mento do projeto foi pagar o material a vista, com o dinheiro do convênio, e a instalação em parcelas, de acordo com o serviço executado. O projeto não foi concluído em sua totalidade, sendo instalados 37,25% do total de pontos previstos e utilizados 63,98% dos recursos totais do projeto. O descompasso entre a realização física e nanceira deve-se à estratégia utilizada pela prefeitura para minorar a insegurança nas liberações e na falta de recursos da contrapartida, como também pode ser atribuído ao aumento dos preços dos materiais/mão de obra ao longo de mais de trinta meses do convênio. A falta de entrosamento entre a equipe nanceira e a técnica da concessionária e da ELETROBRÁS (cada equipe trabalhava separadamente) foi outro motivo para o referido descompasso.

O termo de parceria referente ao projeto 4 foi assinado em primeiro de dezembro de 1999. A prefeitura conseguiu adquirir todas as lâmpadas, reatores e relês, diretamente dos fabricantes, pagando a vista e viabilizando o projeto. Em 20 de abril, assinou contrato com uma empreiteira, objetivando o fornecimento dos braços e luminárias, bem como a execução total dos serviços de instalação, o que foi concluído em dezembro de 2000. A realização física foi de 100% e a nanceira cou em 90,72%, sendo considerado, portanto, um projeto bem sucedido.

Em resumo, os motivos alegados, pelas diversas prefeituras, que dicultaram a reali- zação dos projetos foram:

• o orçamento básico inicial que gera o contrato e o termo de parceria não é utilizado na licitação feita pela prefeitura. Cada prefeitura utiliza critérios próprios como pesquisa de mercado, etc.;

• a demora na contratação também é uma diculdade. Quando a licitação é feita, muitas vezes após um longo período, os preços anteriormente previstos tiveram aumento e o contrato com a ELETROBRÁS não é reajustado, embora a lei 8.666 estabeleça que após um ano os contratos possam ser reajustados;

• a insegurança da prefeitura quanto à liberação dos recursos é outro motivo alegado. Quando não existem regras denidas e não existem liberações sistemáticas, ocorrem atrasos na realização dos serviços por falta de recursos, provocando reajustes de preços impedindo, portanto, a realização plena do projeto;

• a falta de recursos das prefeituras para disponibilizar a contrapartida também pro- voca atrasos e, por sua vez, aumento de preços.

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