Análise Econômico-Financeira
3.3 Tipos de Contratos
3.3.1 Contrato ELETROBRÁS e Concessionárias
Os contratos rmados com a ELETROBRÁS e as concessionárias são de dois tipos: contratos individuais e abrangentes.
Contratos Individuais
Esta modalidade de contrato é a utilizada atualmente pela concessionária geradora, cujos projetos são, em sua maioria, correspondentes a grandes cidades.
As vantagens dessa modalidade são as seguintes:
• os projetos cam independentes, isto é, as liberações dependem unicamente do de- sempenho individual de cada prefeitura;
• os repasses são automáticos, isto é, a concessionária repassa os recursos tão logo receba da ELETROBRÁS, pois os contratos são vinculados;
• as scalizações e as prestações de contas são facilitadas; • as carências do contrato e do termo de parceria são idênticas;
• os pagamentos da dívida também coincidem, portanto a concessionária recebe, con- forme o planejado, apenas a taxa de administração;
As desvantagens são as seguintes:
• demora nas assinaturas do contrato e do termo devido à burocracia;
• diculdades nanceiras, que às vezes levam à paralisação do projeto devido a vários fatores como: falta de recursos das prefeituras para aplicar sua contrapartida, di- culdade na elaboração das prestações de contas e diculdade em receber recursos da ELETROBRÁS;
• a principal diculdade apresentada, com relação à concessionária geradora, é o risco que ela assume com relação à inadimplência das prefeituras. Esta diculdade é
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amenizada com relação às distribuidoras, pois as mesmas mantêm contratos com as prefeituras para o recolhimento da taxa de iluminação pública junto à população, o que possibilita o encontro de contas.
Quando a concessionária rma contrato individual com a ELETROBRÁS, o procedi- mento é o seguinte:
• a prefeitura elabora ou contrata a elaboração do projeto de acordo com o manual do RELUZ;
• a prefeitura apresenta o projeto à concessionária;
• a concessionária verica se está dentro dos padrões pré-estabelecidos pela ELE- TROBRÁS, conforme capitulo 4. Em caso positivo, encaminha para aprovação da ELETROBRÁS;
• a ELETROBRÁS analisa o projeto, conforme padrão citado no capítulo 4.2, e veri- ca a disponibilidade dos recursos oriundos da Reserva Global de Reversão (RGR); • a ELETROBRÁS aprova o projeto, de acordo com a metodologia apresentada no capítulo 4.2, e submete à aprovação da Diretoria Executiva (DE), providenciando em seguida a efetivação do contrato; a concessionária elabora o termo de cooperação técnica e nanceira com a prefeitura; da Reserva Global de Reversão (RGR); • a concessionária poderá se habilitar, quando for o caso, a mais de um contrato de
nanciamento ao longo do período do programa, envolvendo outras regiões urbanas, não contempladas anteriormente, ou complementando projetos já aprovados; da Reserva Global de Reversão (RGR);
• a prefeitura licita a obra e apresenta toda a documentação para se habilitar à pri- meira liberação; da Reserva Global de Reversão (RGR);
• a concessionária solicita a primeira liberação à ELETROBRÁS (parcela inicial varia de 10 a 25% do valor contratado), de acordo com o pactuado; da Reserva Global de Reversão (RGR);
• após o recebimento dos recursos da ELETROBRÁS, a concessionária repassa os recursos para a prefeitura; da Reserva Global de Reversão (RGR);
• a concessionária faz o acompanhamento físico/nanceiro da implantação do projeto e presta contas à ELETROBRÁS; da Reserva Global de Reversão (RGR);
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• a ELETROBRÁS faz auditoria in loco para vericar o andamento físico do projeto e aprova as parcelas subseqüentes dos recursos; da Reserva Global de Reversão (RGR);
• as demais parcelas são liberadas após a prestação de contas e auditoria física da parcela anterior pela ELETROBRÁS
Contratos Abrangentes
Esta modalidade de contrato é praticada hoje pela concessionária distribuidora pes- quisada, que executa o projeto através de prestadora de serviço e depois repassa os custos para as prefeituras que efetuam os pagamentos com a redução da conta de iluminação pública.
As vantagens vericadas nos contratos abrangentes são:
• redução de contratos, diminuindo, assim, a burocracia. A concessionária rma um contrato com a ELETROBRÁS e este abrange diversas prefeituras. Esta modalidade é geralmente utilizada com prefeituras de menor porte;
• recebimento da parcela inicial quando da assinatura do contrato. Esta parcela geral- mente corresponde a um valor signicativo, possibilitando à concessionária executar vários projetos sem depender da remessa da segunda parcela.
As desvantagens citadas na pesquisa pela concessionária para realização do projeto foram:
• demora na assinatura do contrato com a ELETROBRÁS. O principal motivo ale- gado foi a burocracia, tanto por parte da ELETROBRÁS como da concessionária; • demora na assinatura dos convênios de cooperação técnica e nanceira com as prefei-
turas. Os principais motivos alegados foram a burocracia, por parte das prefeituras e da concessionária, e os problemas de ordem política;
• as inconsistências cadastrais do parque e problemas com a prestadora de serviço, durante a execução do projeto, foram outros motivos alegados;
Para a concessionária geradora que não executa diretamente os projetos, isto é, eles são desenvolvidos pelas prefeituras através da contratação de prestadoras de serviços. As diculdades apresentadas foram:
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• diculdade em assinar o termo de parceria com todas as prefeituras ao mesmo tempo, ocasionando a redução da carência a cada contratação até se tornarem inviáveis novas contratações;
• descompasso na realização dos projetos (uns mais ágeis outros mais lentos), dicul- tando a prestação de contas para a ELETROBRÁS com vistas ao recebimento de mais recursos;
• não utilização do total do nanciamento, devido à rigidez da carência do contrato com a ELETROBRÁS, além das já citadas anteriormente.
Quando a concessionária assina com a ELETROBRÁS convênio abrangente os pro- cedimentos são iguais. Atualmente, a concessionária geradora não está utilizando a siste- mática de contratos abrangentes por ter vericado a inviabilidade de utilização de todo o recurso do nanciamento, isto é, a concessionária recebe a parcela inicial da ELETRO- BRÁS e teoricamente deveria ter repassado para todas as prefeituras envolvidas, o que não acontece. Foram assinados apenas cinco termos, sendo um deles inviabilizado por problema na licitação e os outros quatros projetos foram concluídos com o recurso da parcela inicial do contrato com a ELETROBRÁS. Este contrato foi encerrado com o rece- bimento apenas da parcela inicial, pois se tornou inviável a contratação de novos termos de parceria, uma vez que a carência do contrato, com a ELETROBRÁS, já estava expirada. Examinando as posições exercidas pelos diversos órgãos envolvidos no processo para obtenção dos objetivos do RELUZ, foram feitos alguns comentários. Primeiramente, sobre o contrato entre a ELETROBRÁS e a concessionária geradora estatal, entre a ELETROBRÁS e a distribuidora privada para a execução dos projetos e, em seguida, sobre o termo de parceria entre a concessionária geradora estatal e as prefeituras. Depois foi feita a abordagem sobre o contrato entre as prefeituras e as prestadoras de serviços, em seguida sobre o contrato entre a distribuidora privada e as prestadoras de serviços e, nalmente, sobre o termo de parceria entre a distribuidora privada e as prefeituras.