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É notória a preocupação com a eciência energética na maioria dos países. No Brasil esta preocupação também é considerada, principalmente porque sendo o parque gerador brasileiro basicamente hidráulico, sujeito à sazonalidade, sua expansão requer grandes in- vestimentos. A redução no consumo possibilita a disponibilidade desta energia para outros consumidores, diminuindo a necessidade de expansão do sistema, dos investimentos e do impacto ambiental. Com esta preocupação, em 1985 foi criado o PROCEL, aproveitando os avanços e experiências internacionais. O PROCEL tem várias linhas de atuação, como o setor residencial, gerenciamento pelo lado da demanda, prédios públicos, educação, per- das no sistema elétrico, gestão energética municipal, setor de água e saneamento, setor industrial, marketing e iluminação pública. Em junho de 2000 foi criado um programa especíco para iluminação pública - o RELUZ - que tem como objetivo o uso racional e eciente da energia elétrica no sistema de iluminação pública. O RELUZ tem como meta a instalação de 9,5 milhões de pontos até o nal de 2010 e prevê a aplicação de 2,6 bilhões, sendo 2 bilhões da Reserva Global de Reversão (RGR) e o restante da contrapartida. Para a realização desse objetivo, a ELETROBRÁS dene condições de nanciamento que são seguidas pelas prefeituras e concessionárias. Essas condições são expressas em contratos e termos de parcerias.

Através do cálculo do VPL, TIR e RBC comprovamos as vantagens nanceiras auferi- das com a implantação do RELUZ, tanto para as prefeituras como para as concessionárias, além das sociais citadas no programa. Ainda não existe uma consciência por parte das prefeituras e, até mesmo, por parte de algumas concessionárias, sobre os benefícios ge- rados pelo programa, conforme constatação nas pesquisas realizadas. É necessário fazer um trabalho mais profundo nesta direção, que garanta a estabilidade e a credibilidade do programa.

Até o momento não se tinha um registro de um diagnóstico ex-post dos projetos implantados, portanto merece registrar as diculdades operacionais existentes para a re- alização e manutenção do programa, com o objetivo de correção das distorções para a obtenção de melhores resultados.

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Este trabalho buscou avaliar cinco projetos de iluminação pública no âmbito do pro- grama PROCEL/RELUZ. Como todo programa, no decorrer da sua implantação está sujeito a sucessos e insucessos, que servirão de experiência para novas implantações.

Como sucesso, podem ser citados os benefícios diretos obtidos com a implantação do programa, como a redução da demanda e a diminuição da conta de iluminação pública dos municípios. Os benefícios indiretos são os citados no capítulo 5.3.

Como insucesso do programa, são apresentadas as diculdades alegadas na pesquisa realizada com as entidades envolvidas (capítulo 5.4), além da falta de acompanhamento, após a implantação do programa, que pode ocasionar a completa destruição de projetos implantados (ex: projeto de iluminação artística da ponte Juazeiro/Petrolina). Estes insucessos poderão comprometer as metas previstas no programa.

Para minimizar os insucessos do programa e se obter melhores resultados, os projetos deveriam contemplar três etapas.

A primeira etapa seria a de preparação:

• sensibilizar as prefeituras e as concessionárias da necessidade da ecientização atra- vés de argumentos ou mesmo de multas ou prêmios, denidos em leis previamente estabelecidas;

• estabelecer regras que garanta maior segurança às concessionárias quanto à inadim- plência das prefeituras;

• denir metas anuais para serem cumpridas pelas concessionárias e acompanhadas pela ELETROBRÁS; A segunda etapa seria o desenvolvimento do projeto:

• inicialmente deveria fazer um diagnóstico do local onde seria realizado o projeto, com o cadastramento do parque, a m de se evitar surpresas na implantação; • denir regras, em que as entidades envolvidas possam ter segurança no cumprimento

dos contratos;

• implantar procedimentos padronizados;

• delegar e cobrar responsabilidades das concessionárias por parte da ELETROBRÁS, a m de evitar duplas auditorias (pela concessionária e pela ELETROBRÁS) e maiores custos;

• maior acompanhamento da concessionária junto às prefeituras, a m de proporcionar maior segurança à ELETROBRÁS. A terceira etapa seria o acompanhamento após a implantação do projeto:

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• denir regras, por parte da ELETROBRÁS, para delegar a responsabilidade do parque de iluminação pública à prefeitura (de preferência) ou a concessionária; • elaborar estudo visando denir a COSIP justa, que possibilite a manutenção, ex-

pansão e gestão do parque;

• implantar regras de acompanhamento, com a premiação ou multa pela manutenção do projeto.

• implantar procedimento para o descarte das lâmpadas, a m de se preservar o meio ambiente.

Como trabalhos adicionais poderão ser desenvolvidos os seguintes temas: • Calcular o risco das concessionárias para implantação do RELUZ.

• Denir modelo de cálculo para obtenção da COSIP justa para cada prefeitura. • Fazer uma avaliação geral do programa por Região e no Brasil a m de se vericar

o cumprimento das metas.

• Fazer uma avaliação dos benefícios sociais previstos com a implantação do projeto, através de pesquisas junto aos municípios beneciados com o RELUZ, visando cons- tatar as expectativas do programa.

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Apêndice 1

.Questionário aplicado nos municípios.

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