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Para simulação desses cenários os dados utilizados foram obtidos do contrato da con- cessionária geradora e foram aplicados os procedimentos da concessionária distribuidora. Para a distribuidora, o projeto é nanciado 60% pela ELETROBRÁS, com carência de 24 meses, juros de 5% ao ano, taxa de administração de 1% ao ano e amortização de 36 meses. A distribuidora executa o projeto para a prefeitura. A prefeitura paga o nanci-

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Figura 5: Enfoque da Geradora - 60% Financiado

Fonte: Dados obtidos na CHESF (elaboração da autora).

amento à distribuidora a juros de 5% ao ano (algumas concessionárias cobram juros de 1% ao mês, o que não foi considerado nesta simulação), sendo a taxa de administração de 2% ao ano. A prefeitura inicia o pagamento do nanciamento após a realização do projeto. Foi considerado como data de entrega do projeto o sexto mês após o recebimento da parcela inicial. Os pagamentos foram realizados em parcelas mensais iguais ao valor mensal da redução da conta de iluminação pública com a implantação do projeto, sendo a última parcela referente ao saldo remanescente.

O primeiro cenário foi analisado conforme enfoque da distribuidora pesquisada. A dis- tribuidora executa o projeto, recebendo da ELETROBRÁS 60% como nanciamento e, após a conclusão do projeto, recebe 60% como pagamento por parte da prefeitura através da redução da conta de iluminação pública. Portanto, a distribuidora assume o nancia- mento dos 40% restantes utilizando a aplicação de recursos em P&D como comprovação à ANEEL. Neste cenário, foi considerado como custo do investimento da distribuidora o valor do projeto e o pagamento do nanciamento à ELETROBRÁS e, como receita do investimento, o valor do nanciamento de 60% e os recebimentos dos valores pagos pela prefeitura. Para este cenário, o VPL obtido a uma TMA de 0,5% ao mês foi negativo em R$ (756.643,17) e a 1% R$(654.335,94). Como era de se esperar, o projeto cou inviá- vel para a distribuidora, uma vez que ela está assumindo 40% do nanciamento (neste caso existem outros interesses, por parte da distribuidora, não considerados nesta análise). Para a prefeitura, o VPL foi de R$ 2.638.150,39 para uma TMA de 0,5% e R$ 1.760.025,56 para uma TMA de 1% este VPL foi calculado considerando a prefeitura pagando apenas 60% do valor do projeto em 25 parcelas iguais, sendo a última correspondente ao saldo

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remanescente, que deverá ser inferior à redução na conta. Foi considerado como receita do investimento da prefeitura a redução na conta de iluminação pública e, como custo do investimento, o pagamento do nanciamento (principal, juros e taxa de administração) e a manutenção. Estes cenários poderá ser visualizado na Figura 6.

Figura 6: Enfoque da Distribuidora - 60% Financiado

Fonte: Dados obtidos na CHESF (elaboração da autora).

Algumas concessionárias distribuidoras cobram das prefeituras o pagamento de 100% do valor do projeto nas mesmas condições do nanciamento da ELETROBRÁS. O cenário a seguir aborda este aspecto. Neste caso, as prefeituras pagam o valor do projeto em 44 parcelas mensais iguais ao valor da redução na conta de iluminação pública, sendo a última correspondente ao saldo remanescente, que deverá ser inferior ao valor da redução na conta de iluminação pública. Para o uxo, o custo do projeto se anula com a entrada do nanciamento, portanto foi considerado como receita do investimento a redução na conta de iluminação pública e, como custo do investimento, a manutenção e o pagamento de 100% do valor do projeto, nas mesmas condições citadas anteriormente. Para este cenário, o VPL da distribuidora a uma TMA de 0,5% ao mês foi de R$ 326.222,18, e a uma TMA de 1% foi de R$ 244.723,22 a TIR obtida foi de 2,07% ao mês. Para a prefeitura, o VPL obtido foi de R$ 1.555.285,03 a uma TMA de 0,5% ao mês e R$ 860.966,39. Mais uma vez, foi constatado a vantagem das prefeituras em realizar o projeto. A Figura 7, retrata estes cenários.

É notória a vantagem das prefeituras nesta modalidade de contrato, cando também caracterizada a vantagem da concessionária geradora no repasse dos recursos, no entanto não cou caracterizada a vantagem da distribuidora quando ela não repassa 100% do nanciamento. O desenvolvimento do projeto, por parte da distribuidora, neste caso, justica-se porque a distribuidora pode utilizar os recursos aplicados em conservação de

5.2 Análise de Projetos na Modalidade Contrato Abrangente 53

Figura 7: Enfoque Distribuidora 100% Financiado

Fonte: Dados obtidos na CHESF (elaboração da autora).

energia (valores bancados pela distribuidora e não repassados para as prefeituras) como comprovação da obrigatoriedade, exigida pela ANEEL, de aplicação de pelo menos 1

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1% da receita líquida da empresa, evitando, portanto, multas elevadas.

5.2 Análise de Projetos na Modalidade Contrato Abran-

gente

O contrato escolhido, para efeito desta análise, foi assinado em 30 de março de 1999 pela concessionária geradora e pela ELETROBRÁS, que viabilizou quatro termos de parceria junto a quatro prefeituras. As condições do nanciamento são as citadas no capítulo 3.1.

O projeto original contemplava a ecientização energética dos sistemas de iluminação pública de várias cidades da região Nordeste, com a previsão de substituição de 214.150 pontos de IP. Desse total, apenas 28.702 pontos foram efetivamente contratados pela concessionária com os municípios.

O valor do contrato de nanciamento com a ELETROBRÁS foi de R$ 6.784.292,81, para cobertura de 60% do custo total do programa de conservação de energia. Deste contrato, foi utilizado apenas 49% dos recursos previstos, visto que, conforme já citado, tendo em vista que a carência não muda, é impossível assinar os termos de parceria ao mesmo tempo. Como resultado, há um descompasso entre as carências dos termos de parceria e as do contrato, isto é, à medida que passa o tempo diminui a carência para os novos termos de parcerias até se tornar inviável novas contratações.

5.2 Análise de Projetos na Modalidade Contrato Abrangente 54

gerados desses contratos não sofrem reajustes. Depois de rmado o termo de parceria (va- lores e quantidade de pontos), caso os custos unitários por pontos licitados pela prefeitura sejam maiores a quantidade de pontos realizados será menor, pois os recursos contratados serão insucientes. Caso ocorra o inverso, a prefeitura poderá ampliar o projeto e executar mais pontos.

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