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O Programa Nacional de Iluminação Pública Eciente (RELUZ), tem por objetivo promover o uso racional de energia elétrica no desenvolvimento do sistema de ilumina- ção pública, valorizar os espaços públicos noturnos urbanos, contribuir para melhorar a qualidade de vida nas cidades, as condições de segurança pública, o tráfego de veículos e pedestres, o turismo, além de promover a educação ambiental e gerar emprego. Este pro- grama objetiva, também, incentivar a gestão mais ecaz dos recursos públicos em função do uso racional e eciente da energia elétrica, além de constituir um dos vetores para o desenvolvimento sócio-econômico dos municípios.

Em princípio, o horizonte do RELUZ estava previsto para 2002, em função da Lei 10.438, sendo prorrogado para até o nal do ano de 2010, com a proposta de atingir como meta física 9,5 milhões de pontos de iluminação pública, com melhoria da eciência energética, e 3 milhões de novos pontos em expansão da rede de iluminação pública.

Com o objetivo de universalizar os serviços de iluminação pública nas regiões urba- nas, o material retirado após a implantação do projeto, poderá, a critério da prefeitura, ser utilizado em zonas ainda não iluminadas, permitindo a melhoria das condições de segurança e do bem-estar dos cidadãos.

O programa RELUZ pretende reduzir as despesas dos municípios com iluminação pública em aproximadamente R$ 340 milhões por ano, signicando uma redução de 540 MW de carga no horário de ponta do sistema elétrico, correspondente aproximadamente à potência da usina nuclear de Angra I, e uma economia de 2.400 GWh/ano, equivalente ao consumo anual em iluminação pública das regiões Norte e Sul reunidas ou ao consumo de uma cidade com 4,8 milhões de habitantes, aproximadamente três vezes a população de Recife (ELETROBRÁS, 2004).

Pretende abranger 77% do potencial de conservação de energia da rede nacional de iluminação pública, atualmente com 14,5 milhões de pontos instalados, segundo o último levantamento cadastral realizado pelo PROCEL /ELETROBRÁS junto às distribuidoras de energia elétrica, com 47% desses pontos localizados no Sudeste, 20% no Nordeste, 19% no Centro-Oeste e 5% na região Norte, podendo ganhar mais eciência em 12,3 milhões.

3 O Programa Reluz 25

Conforme dados da ELETROBRÁS, os projetos previstos para a região Norte, após a implantação do programa, proporcionará uma redução de demanda, no horário de ponta do sistema elétrico, de 5.268 kW e uma economia de energia elétrica de 22.679,7 MWh/ano, equivalente ao consumo de 23.625 residências de baixa renda, considerando um consumo mensal de 80 kWh.

Para a região Nordeste, a previsão após a implantação desses projetos, é uma redução na demanda de 26.420 kW, no horário de ponta do sistema elétrico, e uma economia de energia de 114.062,1 MWh/ao ano, equivalente ao consumo de 118.815 residências de baixa renda, ou seja, de consumo igual a 80 kWh/mês.

Para a região Nordeste está prevista a substituição de 332.006 pontos e a instalação de 11.982 novos pontos ecientes, considerando os projetos em execução.

A implementação de projetos de melhoria nos sistemas de iluminação pública da região Centro-Oeste proporcionou uma redução de demanda, no horário de ponta do sistema elétrico, de 5.581 kW e uma economia de energia de 24.443,2 MWh/ano, equivalente ao consumo de 25.462 residências de baixa renda. A modernização do sistema de iluminação pública nesta região contemplou a substituição de 54.829 pontos.

Na região Sudeste está prevista melhoria em sistemas de iluminação pública de 1.293 municípios. A implantação desses projetos proporcionará uma redução na demanda, no horário de ponta do sistema elétrico, de 129.535 kW e uma economia de energia de 578.638,1 MW/ano, equivalente ao consumo médio de 602.750 residências brasileiras, o que corresponde à ecientização energética de 1.573.864 pontos e à instalação de 10.000 novos pontos ecientes.

A implantação de projetos de melhorias na região Sul proporcionará uma economia de energia de 142.316 MWh/ano, correspondente ao consumo de 148.250 residências de baixa renda. Para isso, pretende-se substituir 610.094 pontos em 134 municípios.

Até 2004, entre projetos concluídos e em execução no âmbito do RELUZ, a energia economizada é da ordem de 950 GWh/ano, o que equivale ao consumo de aproximada- mente 510 mil residências brasileiras.

Para atingir seu objetivo, o programa RELUZ prevê, até 2010, a aplicação de R$ 2,6 bilhões, aproximadamente, sendo R$ 2 bilhões de Reserva Global de Reversão (RGR), fundo federal constituído com recursos das concessionárias, proporcionais ao investimento de cada uma, e o restante como contrapartida das concessionárias e dos municípios.

A parceria com a ANEEL proporciona que o investimento, despendido no programa de cada concessionária, seja admitido e reconhecido como atendimento à obrigação de que trata a resolução da ANEEL n.o 261/99, inclusive para exercícios futuros.

3.1 Condições de Financiamento da Linha de Crédito 26

Os recursos desta linha de crédito destinam-se a cobrir parte dos custos totais do programa de iluminação pública da prefeitura, excluindo os custos próprios de pessoal, materiais e serviços, que poderão ser aceitos como contrapartida.

3.1 Condições de Financiamento da Linha de Crédito

As condições das linhas de crédito, para o programa RELUZ, são as seguintes:

• Valor de Financiamento

Para a ELETROBRÁS, o valor do nanciamento varia de 50% a 75% do custo total do(s) programa(s)/projeto(s) proposto(s), cando o restante por conta das prefeituras/concessionárias. As concessionárias adotam procedimentos diferentes, isto é:

 repassam para as prefeituras as mesmas condições contratadas com a ELE- TROBRÁS, através de termos de parcerias, cando sob a responsabilidade da prefeitura a contratação para execução do projeto;

 executam diretamente o projeto e, depois de concluído, rmam convênios com as prefeituras para o recebimento do valor do projeto.

• Carência

A carência adotada pela ELETROBRÁS é de até 24 meses, ajustada ao cronograma de execução do(s) projeto(s), contada a partir da data da liberação da primeira parcela dos recursos. A concessionária poderá adotar a mesma carência ou negociar outro tipo de carência com as prefeituras.

Para os convênios individuais vinculados a uma única Prefeitura, normalmente se adota a mesma carência da ELETROBRÁS. Nestes convênios, as prefeituras execu- tam os projetos através de prestadoras de serviços.

Para os abrangentes, normalmente esta carência não coincide com os convênios com as prefeituras, uma vez que a concessionária não consegue rmar convênios com todas as prefeituras ao mesmo tempo. Se a opção for manter a data da carência do contrato com a ELETROBRÁS, quanto maior for o tempo para a assinatura do convênio com as prefeituras menor é a carência para este convênio, chegando a tornar-se inviável. Nestes casos, os recursos do contrato de nanciamento com a ELETROBRÁS nunca são utilizados em sua totalidade.

Quando a concessionária executa o projeto, normalmente é adotada também como carência para as prefeituras a data da comunicação da conclusão do projeto. Este

3.1 Condições de Financiamento da Linha de Crédito 27

nanciamento geralmente é amortizado em 5 (cinco) anos. As prefeituras pagam a amortização com os valores advindos da redução do consumo de energia da ilumi- nação pública.

• Juros

Os juros são de 5% ao ano, calculados sobre os saldos devedores corrigidos pelo IGP-M, vencíveis e pagos no dia 30 de cada mês, a partir da data da liberação da primeira parcela dos recursos e incorporados ao saldo devedor durante o período de carência. Estes juros são usados pela ELETROBRÁS e pelas concessionárias pesquisadas nos contratos e termos de parcerias.

• Taxa de Administração

Para os convênios realizados entre a ELETROBRÁS e as concessionárias, a taxa de administração é de 1, 5% ao ano, calculada sobre os saldos devedores corrigidos, vencíveis e pagos no dia 30 de cada mês, a partir da data da liberação da primeira parcela dos recursos. Para os convênios entre as concessionárias pesquisadas e as prefeituras, esta taxa varia entre 2, 5% e 3% ao ano. A concessionária recebe de 1% a 1, 5% ao ano para administrar o contrato.

• Amortização

Efetuada em parcelas mensais, iguais e sucessivas, a partir do primeiro mês após a carência e no prazo máximo de 60 meses. Este procedimento é o adotado pela ELE- TROBRÁS e pelas concessionárias. Para a concessionária distribuidora pesquisada, esta amortização é feita através de ressarcimento dos recursos.

• Mora

A mora é na razão de 1% ao mês, no caso de atraso de pagamento da parcela devida, independente de interpelação ou noticação judicial ou extrajudicial ou protesto. A mora é utilizada tanto nos contratos entre a concessionária/ELETROBRÁS como nos termos de parcerias entre as concessionárias e prefeituras.

• Reajuste do Saldo Devedor

Efetivado anualmente, na data de aniversário do contrato, com base na variação pro rata tempore do índice estabelecido pela legislação vigente para correção da Reserva Global de Reversão (RGR). O reajuste também é utilizado nos contratos.

• Encerramento de Crédito

A parcela contratual não utilizada até o vencimento da carência será cancelada, sem necessidade de comunicação prévia e se aplicam aos contratos e termos de parcerias.

3.2 Etapas do Processo de Financiamento 28

• Garantia A garantia é dada pela vinculação da receita própria e/ou outra garantia efetiva à satisfação da ELETROBRÁS, para os contratos entre a ELETROBRÁS e concessionárias. Para os termos de parcerias entre concessionárias e prefeituras esta garantia varia, conforme os seguintes exemplos: - utiliza como garantia o débito automático, na conta corrente, do valor da parcela advinda da redução do consumo de energia da iluminação pública, contada a partir da comunicação da conclusão do projeto pela concessionária; - solicita à prefeitura uma carta da unidade bancária pré-denida autorizando o débito automático, em sua conta corrente, a favor da concessionária com o de acordo do banco; - vincula os recebíveis do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), suportados por procuração outorgada por ins- trumento público, para recebimento direto dos valores vencidos e não pagos. Neste caso, utiliza a interveniência bancária.

3.2 Etapas do Processo de Financiamento

Para se obter nanciamento para o programa de iluminação pública as concessionárias assinam contratos com a ELETROBRÁS e com as prefeituras. Os contratos rmados com a ELETROBRÁS e as concessionárias são padronizados pela ELETROBRÁS, podendo ser abrangentes, isto é, envolver diversas prefeituras ou ser individual, isto é, um contrato para cada prefeitura.

Para liberação dos recursos, a ELETROBRÁS obedece à necessidade do andamento do projeto, sendo que a primeira parcela varia de 10% a 25% do valor total do nancia- mento. Para se habilitar ao recebimento da segunda parcela, as concessionárias deverão prestar contas da parcela anteriormente recebida, bem como do aporte próprio correspon- dente, além de ter realizado sicamente percentual correspondente à realização nanceira. Este valor só será liberado após auditoria realizada pela ELETROBRÁS. Com relação às prefeituras, a concessionária repassa a mesma exigência ou assume a contrapartida. Atu- almente a ELETROBRÁS está utilizando o procedimento de ressarcimento dos recursos aplicados, isto é, só repassa os recursos após a realização dos serviços.

Os termos de parcerias, rmados entre as concessionárias e as prefeituras, seguem o padrão de cada concessionária, obedecendo, porém, à linha geral dos convênios com a ELETROBRÁS.

Para se habilitar ao nanciamento no âmbito do RELUZ, a concessionária terá que apresentar, previamente, à ELETROBRÁS (ELETROBRÁS, 2004):

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• informações cadastrais; • declaração de adimplência;

• balanço e mercado de energia elétrica (MWh); • fontes e usos de recursos da empresa (R$ mil); • fontes e usos de recursos do projeto (R$ mil);

• projeto executivo detalhado, para cada município incluído no programa da conces- sionária.

A ELETROBRÁS de posse desse material providencia a análise técnica, orçamentária e econômico-nanceira para a aprovação do projeto.

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