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Foi utilizada a mesma metodologia do contrato individual e simulados os mesmos cenários da empresa geradora. O primeiro cenário utiliza os valores previstos inicialmente nos termos de parceria e o segundo cenário os valores efetivamente realizados. O objetivo da simulação desses dois cenários foi comparar os VPL's originalmente previstos com os realizados. O terceiro cenário considerou o projeto desenvolvido pela prefeitura, sem nanciamento, e o quarto cenário considerou o projeto com nanciamento. Todos esses cenários foram analisados sob o enfoque da prefeitura. O último cenário abordou o lado da concessionária geradora, como repassadora dos recursos. Foram considerados para elaboração dos cenários os valores reais, e utilizado como deator o IGP-M. Os resultados obtidos são os apresentados a seguir.

No projeto 1 (Pe) para o primeiro cenário, que trata dos valores previstos no termo de parceria, o VPL obtido para uma TMA de 0,5% ao mês foi de R$ 766.988,20 e a 1% ao mês foi de R$ 326.922,25 com uma TIR de 1,71 % ao mês. Para o segundo cenário, que trata dos valores realizados, o VPL obtido a uma TMA de 0,5% ao mês foi de R$ 731.384,98 e a uma TMA de 1% foi de R$ 268.449,52 a TIR foi 1,48% ao mês. Os VPL's obtidos com o cenário previsto foram maiores que os obtidos com os valores realizados. Para o terceiro cenário, em que se supõe o projeto executado pela prefeitura, sem nanciamento, os VPL's calculados a uma TIR de 0,5% e a 1% ao mês foram respectivamente R$ 482.184,59 e negativo em R$ (69.469,80) com uma TIR de 0,92 % ao mês. Quanto ao quarto cenário, os VPL's obtidos foram negativos em R$ (945.821,66) para 0,5% ao mês e R$(1.287.779,69) para 1% ao mês a uma TIR negativa em 0,10% ao mês. Os cenários podem ser observados na gura 8.

Para o segundo projeto, os VPL's obtidos em todos os cenários foram negativos. Isto é explicado por se tratar de um projeto misto, em que foram realizadas a ecientização e a expansão da rede. Como a rentabilidade do projeto é considerada com a redução da conta e, neste caso, para algumas áreas houve aumento na conta de iluminação pública os VPL's calculados deram negativos. Portanto, para os casos em que se contempla a expansão da rede deverão ser incluídas outras variáveis para o cálculo dos VPL's e do RBC.

O terceiro projeto obteve resultados semelhantes ao primeiro, por se tratar de um projeto de ecientização. Os VPL's obtidos para o primeiro cenário dos valores previstos foram de R$ 497.985,12 para uma TMA de 0,5% e R$ 266.753,70 para uma TMA de 1%, a TIR encontrada foi de 2,41% ao mês. Para o segundo cenário, dos valores realizados, os

5.2 Análise de Projetos na Modalidade Contrato Abrangente 58

Figura 8: Projeto 1 (Pe)  Enfoque Prefeitura

Fonte: Dados obtidos na CHESF (elaboração da autora).

VPL's a uma TIR de 0,5% e 1% ao mês foram de R$ 447.380,86 e R$ 190.316,45, a TIR foi de 1,64% ao mês. Para o terceiro cenário, sem nanciamento, os VPL's obtidos foram de R$ 389.373,45 e R$ 114.155,85 para uma TMA de 0,5% e 1% ao mês respectivamente, a TIR obtida foi de 1,31 % ao mês. Quanto ao quarto cenário do projeto, os VPL's calculados foram negativos e a TIR que torna o VPL zero foi de 0,23%. Constata-se que desenvolver o projeto sem a obtenção do nanciamento não é viável economicamente.

No quarto projeto, para o cenário dos valores previstos, o VPL cou em R$ 133.283,17 e a TIR em 2,44% ao mês, enquanto que no cenário dos valores reais o VPL situou-se em R$ 125.953,15 e a TIR em 2,27% ao mês. Quanto ao terceiro cenário (sem nanciamento), o VPL cou em R$ 120.791,57 e a TIR em 1,81 % ao mês. O quarto cenário apresentou VPL negativo, como nos demais projetos, de R$ 40.070,47 e uma TIR de 0,81% ao mês.

Finalmente, constituiu-se um cenário com o enforque da concessionária geradora. Neste cenário, considerou-se, como entrada, o nanciamento recebido da ELETROBRÁS e os recebimentos das prefeituras relativos ao principal, juros e taxa de administração de 2% ao ano. Como saída, foi considerada a remessa para as prefeituras e os pagamentos de principal, juros e taxa de administração de 1% ao ano à ELETROBRÁS. Foram ob- tidos VPL's de R$ 253.969,06 e R$ 337.062,79 para uma TMA de 0,5% e 1% ao mês. Observa-se, assim, que foi vantajoso para a concessionária ser repassadora dos recursos e a vantagem aumenta na medida em que a mesma recebe os recursos e não repassa de imediato, como nos contratos individuais, em virtude dos descompassos entre os projetos. Apresentamos na tabela 8, os RBC's previstos e realizados e os VPL's, a uma Taxa

5.2 Análise de Projetos na Modalidade Contrato Abrangente 59

Figura 9: Projeto 2 (LF)  Enfoque Prefeitura

Fonte: Dados obtidos na CHESF (elaboração da autora).

Mínima de Atratividade de 1% ao mês, de todos os projetos, para uma melhor visualização. Tabela 8: Cenários

1o Cenário 2o Cenário

Previsto Realizado 3o Cenário 4o Cenário Rbc Rbc

C/ Financ. C/ Financ. S/ Financ. do Previsto Realizado 60% Tma 60% Tma Tma Projeto Tma Tma Tma Projetos 1%ao mês 1%ao mês 1%ao mês 1% ao mês 12% ao ano 12% ao ano Projeto1(Pe) 326922,25 268449,52 -69469,80 -1287779,69 5,54 1,29 TIR 1,71% 1,48% 0,92% -0,10% Projeto2(L.F) -622892,45 -611345,15 -787007,49 -1297448,87 0 0 TIR Projeto3(Pa) 266753,70 190316,45 114155,85 -365982,50 0,45 1,4 TIR 2,41% 1,64% 1,31% 0,23% Projeto4(S.B) 20020,08 13368,04 -16975,25 -134361,47 1,76 1,71 TIR 1,43% 1,26% 0,80% -0,19% ECF 337062,79 3,68

Fonte: Dados obtidos na CHESF (elaboração da autora).

Comparando-se os VPLs com a utilização de uma Taxa Mínima de Atratividade de 1% ao mês, foram observados os seguintes resultados:

• O projeto 2, conforme já citado, apresenta todos os VPL's negativos por se tratar de um projeto de expansão;

• No terceiro e quarto cenário, os projetos não apresentam bons resultados, isto mostra que sem a participação da linha de credito do RELUZ os projetos não cam atrativos nanceiramente;

5.3 Benefícios Sociais 60

Figura 10: Projeto 3 (Pa)  Enfoque Prefeitura

Fonte: Dados obtidos na CHESF (elaboração da autora).

• Com relação ao cenário 1 e 2 onde se tem a participação do RELUZ os projetos tornam-se atrativos nanceiramente.

Com relação às modalidades de contratos apresentadas, constatou-se que no caso dos projetos desenvolvidos em grandes cidades a modalidade adequada seria a utilização de contratos individuais pelas vantagens já apresentadas. A modalidade de contrato abrangente só é viável para pequenas cidades, em que a empresa distribuidora desenvolve diretamente os projetos, sem necessidade do envolvimento das prefeituras na execução, podendo, portanto, otimizar os recursos.

5.3 Benefícios Sociais

Os benefícios sociais, mapeados pelo Manual do RELUZ, para os diversos seguimentos envolvidos são os seguintes: Para o Setor Elétrico:

• redução de 540 MW da carga no horário de ponta do consumo e • economia de 2,4 bilhões de kWh por ano de energia elétrica até 2010. Para as Concessionárias:

5.3 Benefícios Sociais 61

Figura 11: Projeto 4 (SB)  Enfoque Prefeitura

Fonte: Dados obtidos na CHESF (elaboração da autora).

• redução da inadimplência das prefeituras municipais; • disponibilidade de carga para atender novos consumidores;

• postergação de investimentos para a expansão do sistema elétrico e aumento da conabilidade no fornecimento de energia elétrica.

Para as Prefeituras:

• contribuição à segurança pública, especialmente nos aspectos relacionados à prote- ção da população urbana, à segurança do tráfego viário e à melhoria da qualidade de vida;

• melhoria da imagem das cidades e das condições noturnas de uso dos espaços pú- blicos, em atividades de turismo, comércio, esporte e laser;

• melhoria da qualidade da iluminação pública; • redução da conta de energia elétrica;

• introdução da gestão energética como uma nova ferramenta para as administrações municipais;

• iluminação de obras e monumentos de valor artístico, cultural e ambiental, bem como de praças públicas de grande circulação, associando a luz a um processo educativo de valorização de bens referenciais para o município e a comunidade;

5.4 Resultados das Pesquisas 62

• diminuição de estoque de reposição em face de maior vida útil do material empre- gado;

• redução da diversidade de tipo/potência do equipamento instalado. Para a Sociedade:

• maior segurança e qualidade de vida;

• minimização dos impactos ambientais decorrentes da implantação de novos empre- endimentos energéticos;

• contribuição para o desenvolvimento sustentável;

• criação de mercado para o uso de equipamentos ecientes e geração de novos em- pregos;

• criação de cultura de uso eciente e racional da energia elétrica nas esferas dos governos estaduais e municipais.

Não foi objeto desse trabalho avaliar os benefícios sociais recebidos pelos diversos segmentos acima citados. O foco foi avaliar os obstáculos enfrentados pelos diversos segmentos envolvidos no processo.

5.4 Resultados das Pesquisas

A seguir serão analisados os resultados das pesquisas realizadas com as prefeituras, com a população e com as prestadoras de serviço.

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