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3 PERCURSO METODOLÓGICO

3.1 Caracterização da pesquisa

Utilizando-se de uma abordagem qualitativa, a estratégia de pesquisa adotada é o estudo de caso, caracterizado por Yin (2015), como um estudo empírico que “investiga um fenômeno contemporâneo em profundidade e em seu contexto do mundo real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto puderem não ser claramente evidentes”. (YIN, 2015, p.17). Para o autor, o estudo de caso é um dos empreendimentos mais desafiadores na pesquisa.

Um estudo de caso visa ao exame detalhado de um ambiente, de um sujeito ou de uma situação particular. (GODOY, 1995, p. 25). Envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento.

Roesch (1999), citando Hartley9, diz que

O ponto forte dos estudos de caso [...] reside em sua capacidade de explorar processos sociais na medida em que eles se desenrolam nas organizações. Seu emprego permite, entre outros, uma análise processual, contextual, longitudinal de várias ações e significados que se manifestam e são construídos dentro das organizações. (ROESCH, 1999, p.198).

9 HARTLEY, J. F. Case studies in organizacional research. In: CASSELL, C., SYMON, G (eds). Qualitative

Em sua obra, Yin (2001) sugere que devem-se utilizar os estudos de caso em várias situações, nas quais se incluem pesquisas em política, em administração pública, sociologia, estudos gerenciais e organizacionais, pesquisa de planejamento regional e municipal, dentre outros. Nesta proposta, a estratégia de pesquisa recai em estudos organizacionais e gerenciais. A preferência por este método deve-se ao fato de ser o mais adequado ao problema de pesquisa, levando-se em conta o contexto.

Citando Sjoberg10, Roesch (1999) afirma que

O estudo de caso é baseado em pesquisas de campo em profundidade ou na análise de documentos e apresenta identidade própria: permite o exame de um conflito básico de áreas problemáticas relacionadas à interação social, processos históricos e estruturas organizacionais. (ROESCH, 1999, p.198).

Fonseca (2002), indica que um estudo de caso pode ser caracterizado como o estudo de uma entidade bem definida como um programa, uma instituição, um sistema, uma pessoa, ou uma unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico. O pesquisador não pretende intervir sobre o objeto a ser estudado, mas revelá-lo tal como ele o percebe.

Outra característica do estudo de caso é a variação de análise que pode vir a existir na pesquisa, sendo que o pesquisador poderá optar pela análise de um caso único ou múltiplo, nesta pesquisa um caso único.

Trata-se também de uma pesquisa aplicada, pois segundo Gil (2008), objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigidos à solução de problemas específicos.

Segundo Marconi e Lakatos (2009), esse tipo de pesquisa caracteriza-se por seu interesse prático, isto é, que os resultados sejam aplicados, imediatamente, na solução de problemas que ocorrem na realidade.

Quanto aos fins, esta pesquisa é uma investigação exploratória, na perspectiva apontada por Vergara (1998), segundo a qual é comumente utilizada em áreas nas quais há pouco conhecimento acumulado e sistematizado.

De acordo com Gil (2008), o objetivo de uma pesquisa exploratória é familiarizar-se com um assunto ainda pouco conhecido ou explorado. Assim, se constitui em um tipo de pesquisa muito específica, sendo comum assumir a forma de um estudo de caso.

10

SJOBERG, G., WILLIAMS, N. VAUGHAM, T. R., SJOBERG, A. F. The case study approach in social research: basic methodological issues. In: FEAGIN, J. R., ORUM, A. M., SJOBERG, G. A case for the case study. Chapel Hill: The University of North Carolina Press, 1991.

Geralmente as pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. “[...] Muitas vezes as pesquisas exploratórias constituem a primeira etapa de uma investigação mais ampla [...] o que exige revisão da literatura, discussão com especialistas e outros procedimentos”. (GIL, 2008, p. 27).

Segundo Braga (2007) o estudo exploratório busca reunir dados, informações, padrões, ideias ou hipóteses sobre um problema ou questão de pesquisa com pouco ou nenhum estudo anterior; objetiva procurar padrões, não costuma produzir resultados muito conclusivos ou respostas para determinados problemas, mas indica pesquisas futuras; visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses; as metodologias mais adequadas a esse tipo de pesquisa são a observação, levantamentos bibliográficos e documentais.

Ainda quanto aos fins, é também um estudo de caráter descritivo, pois objetiva identificar as características de um determinado problema ou questão e descrever o comportamento dos fatos e fenômenos.

Conforme sublinha Gil (2008) as pesquisas descritivas [...] São, juntamente com as exploratórias, as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática, o que é o caso do presente estudo, pois, abrangerá o estudo de uma instituição pública, com vistas a propor subsídios para melhoria dos processos de gestão.

Para o autor, a grande contribuição das pesquisas descritivas é proporcionar novas visões sobre uma realidade já conhecida. Para ele, nada impede que uma pesquisa descritiva assuma a forma de um estudo de caso, apesar de essa possibilidade ser mais comum nas pesquisas exploratórias.

Segundo Triviños (2008), as pesquisas descritivas têm por objetivo descrever criteriosamente os fatos e fenômenos de determinada realidade, de forma a obter informações a respeito daquilo que já se definiu como problema a ser investigado.

Marconi e Lakatos (2008) lembram que “nas investigações em geral, nunca se utiliza apenas um método ou uma técnica e nem somente aqueles que se conhece, mas todos os que forem necessários ou apropriados para determinado caso”. (MARCONI e LAKATOS, 2008, p.17) Na maioria das vezes, há uma combinação de dois ou mais deles, usados concomitantemente.

Quanto aos meios, esta pesquisa se caracteriza como bibliográfica e documental. Inicialmente para a realização da base conceitual do objetivo proposto utilizou-se a pesquisa bibliográfica e documental que para Vergara (2010, p.41) “é o estudo sistematizado

desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral”.

No primeiro caso, a construção teórica foi realizada a partir de levantamento bibliográfico, objetivando obter sustentação e embasamento teórico, em especial, sobre gestão da informação, regime de informação, políticas de informação além dos demais temas abordados no referencial, a partir de material já publicado, principalmente de livros, artigos científicos, teses, dissertações, periódicos nacionais e internacionais, e atualmente com material disponibilizado na Internet.

As contribuições de diversos autores nacionais e estrangeiros foram fundamentais para sistematizar o estudo, baseado em material publicado nos últimos dez anos.

No segundo caso, é uma pesquisa documental porque consiste na busca de fontes documentais para a construção da base teórica e conceitual. Estas fontes são os dispositivos de informação que são inerentes à instituição em estudo, ou seja, os documentos normativos e regulatórios.

A pesquisa documental, segundo Ludke e André (1986), embora pouco explorada, pode ser valiosa, seja desvelando aspectos novos de um tema ou problema, seja complementando as informações obtidas por outras técnicas. Outra vantagem é que a análise permite a obtenção de dados quando o acesso ao sujeito é impraticável.

Por fim, adotamos ainda a observação direta não participante, o que, para Gil (2008), caracteriza-se pela coincidência entre pesquisador e membro da instituição pesquisada. Neste caso o pesquisador presencia o fato, mas não participa.

O Universo do estudo foi delimitado a uma Instituição Pública Federal de Ensino Superior, das 63 existentes no País11, situada em Natal, Capital do Estado do Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil.

A seleção da amostra foi do tipo não probabilística, intencional, por conveniência, adotando critérios de busca aos principais documentos normativos da instituição relacionados diretamente com o objeto do estudo, bem como a escolha dos principais gestores da informação na instituição, ocupando funções estratégicas, em número de 8 (oito).

Foram escolhidos e visitados 8 (oito) ambientes de informação, conforme já descrito anteriormente, setores fundamentais na gestão da informação, seus principais dirigentes, visando obter mais dados e informações a fim de subsidiar o estudo

Para a coleta de dados sugere-se a utilização de várias fontes de evidências. Para Yin (2015) no estudo de caso, especificamente, essas podem vir de seis fontes: documentos, registros arquivísticos, entrevistas, observação direta, observação participante e artefatos físicos. Ele é categórico em afirmar que a utilização de duas ou mais fontes, aumenta substancialmente a qualidade do caso. No caso específico desta pesquisa, foi realizada por meio de quatro principais fontes, percorrendo as seguintes etapas: 1) Pesquisa bibliográfica, 2) Pesquisa documental, 3) Observação direta não participante e 4) entrevista semiestruturada.

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