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Capítulo 2 Contextualização Prática

2.1. Prática de Ensino Supervisionada

2.1.1. Caracterização das turmas

Através de uma análise cuidada do grupo de alunos com que se trabalhará, acreditamos que se consegue aproveitar ao máximo as capacidades de cada um, aumentando o rendimento desses alunos.

A informação recolhida pertence a diversos elementos da situação geral dos alunos, tendo em conta que é necessário referirmo-nos aos aspetos que, à partida, serão importantes no desenvolvimento do processo escolar. Assim, torna-se necessário uma adaptação das linhas curriculares gerais às características das turmas (Zabalza, 1992).

Estágio I

A turma relativa ao Estágio I era composta por 23 alunos, sendo que 12 eram do género masculino e 11 do género feminino, com idades compreendidas entre os oito e os dez anos de idade.

O grupo era heterogéneo, pois algumas crianças provinham de etnias e nacionalidades diferentes: duas meninas ucranianas, um menino que nasceu na Suíça e uma menina de etnia cigana. Esta última tinha Necessidades Educativas Especiais (NEE) tendo ficado retida no ano anterior no segundo ano. Uma professora de apoio acompanhava sempre esta aluna, planificando diversas atividades especiais assim como uma professora de Ensino Especial durante dois dias por semana (4 horas semanais).

De um modo geral, os alunos desta turma mostravam-se, assíduos e pontuais, à exceção da aluna de etnia cigana que faltava muito, e mostravam um bom comportamento, apesar de muito conversadores.

Segundo os registos da professora titular, e através da observação por parte dos estagiários, a turma era muito interessada e motivada, manifestando vontade de aprender, no entanto, existiam de níveis de aprendizagem distintos.

A turma manifestava um bom desenvolvimento ao nível dos conteúdos específicos de cada área, imaginação, criatividade, gostavam de aprender e de adquirir conhecimentos científicos (curiosidades), no entanto, existiam alguns alunos que apresentavam algumas dificuldades.

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27 Existiam também três alunos que no ano letivo anterior usufruíram de um Plano de Acompanhamento Pedagógico Individual (PAPI) e neste ano letivo citado anteriormente continuavam a usufruir deste, no entanto com algumas alterações.

No que respeita às relações interpessoais, a relação entre as crianças e as professoras era boa, as crianças demonstravam muito carinho e respeito por elas. Solicitavam a ajuda da professora quando surgia alguma dúvida ou para mostrar algum trabalho já realizado. As docentes mostravam grande afinidade com os alunos e ouviam os seus problemas. Por sua vez, a relação entre os colegas era de interajuda, amizade e compreensão, embora se verificasse alguma competição em determinados momentos.

Da descrição atrás apresentadas, apesar de a maioria ter sido recolhida do Plano de Acompanhamento Pedagógico de Turma (PAPT) (Cabanelas, 2015), foram também confirmadas pelos professores estagiários no decorrer do Estágio I aquando da observação e responsabilização de cada um, em particular questões relativas às capacidades e às relações interpessoais dos alunos.

Estágio II – Matemática

A turma relativa à área da Matemática do Estágio II era composta por 19 alunos, sendo que 11 eram do género masculino (57,9%) e oito do género feminino (42,1%), tendo em média dez anos de idade.

Neste caso, a turma era heterogénea, pois existiam alunos com grandes dificuldades de aprendizagem e outros que tinham mais facilidade em aprender. De facto, 12 alunos tinham sido propostos para frequentar o apoio pedagógico de Matemática, embora, os alunos fossem de forma voluntária.

Um desses alunos, apesar de ter transitado no ano letivo anterior, obteve nível inferior a três a Matemática, tanto na frequência, como na prova final, o que revela que as suas dificuldades já se manifestavam no 4.º ano de escolaridade. Este aluno estava indicado com défice de atenção e hiperatividade, estando a ser acompanhado em pedopsiquiatria no hospital da região. No decorrer das aulas, apesar de verificarmos que o aluno era um pouco irrequieto, não reparamos que tinha estes problemas, pois verificámos que até conseguia realizar as atividades propostas, sendo, muitas vezes, um dos primeiros a terminá-las (Gonçalves, 2015).

Um outro aluno, tinha NEE sendo acompanhado por uma professora de apoio que planificava atividades específicas. Este aluno usufruiu do Plano Educativo Individual (PEI) e no ano letivo anterior frequentou o Serviço de Psicologia. Nas aulas constatamos que o aluno realizava fichas com conteúdos muito básicos de 2.º ano de escolaridade.

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De um modo geral, os alunos desta turma eram assíduos e pontuais. Em relação ao comportamento da turma em geral, em contexto de sala de aula, os alunos mostraram sempre um bom comportamento e empenho, apesar de alguns serem mais distraídos e manifestarem algumas dificuldades.

No que respeita às relações interpessoais, os alunos tinham muito carinho e respeito pelos professores, sabendo distinguir os momentos de aula sérios e os momentos de relaxamento ou brincadeira. Solicitavam a ajuda do professor quando surgia alguma dúvida ou para mostrar algum trabalho já realizado. A relação entre colegas revelou-se, na maioria dos casos, bastante positiva. Reconhecemos que, apesar de mostrarem alguma competição em certos jogos realizados em sala de aula, existiam relações de interajuda, amizade e compreensão entre a maioria das crianças da turma.

Estágio II – Língua Portuguesa

A turma relativa à área da Língua Portuguesa do Estágio II era composta por 18 alunos, dos quais dez do género masculino (55,6%) e oito do género feminino (44,4%), tendo uma média de dez anos de idade.

A nível da aprendizagem verificamos que a turma era heterogénea, pois alguns alunos apresentavam grandes dificuldades de aprendizagem.

Constatamos que um dos alunos tinha NEE, usufruindo de um PEI, no qual constavam algumas medidas a incorporar na sua educação, tais como o apoio pedagógico personalizado, a necessidade de adequar currículos e a avaliação.

Além disso, havia dois alunos que tinham sido retidos no ano letivo anterior, sendo que estes estavam sujeitos ao PAPI. Um desses alunos era de etnia cigana, constituindo o caso mais problemático da turma chegando a ser sujeito a medidas corretivas, sancionatórias e tarefas de integração. Este aluno também tinha sido proposto a frequentar aulas de apoio pedagógico no ano letivo 2015/2016 a esta disciplina escolar (Correia, 2015).

Os alunos desta turma eram assíduos e pontuais, à exceção do aluno de etnia cigana. No geral, os alunos apresentavam um bom comportamento, apesar de um pouco faladores.

No que diz respeito às relações entre colegas e professores, verificámos que no geral os alunos respeitavam os professores e os seus colegas, havendo alguma competição saudável entre os alunos, contudo eram capazes de se ajudarem uns aos outros se necessário. Aquando da responsabilização dos estagiários constatamos que os alunos, em particular o aluno de etnia cigana ia desafiando os estagiários, com o intuito de testar a sua reação, porém o professor titular intervinha sempre que verificava que os alunos estavam a passar os limites.

2.1. Prática de Ensino Supervisionada

29 Estágio II – História e Geografia de Portugal

A turma relativa à área de História e Geografia de Portugal do Estágio II era composta por 22 alunos, dos quais 12 eram do género masculino (54,5%) e dez do género feminino (45,5%), tendo uma média de dez anos de idade.

No geral, os alunos apresentavam grandes conhecimentos ao nível desta disciplina escolar, manifestando interesse e vontade de aprender, chegando a possuir conhecimentos que não constavam do plano curricular, à exceção de três alunos que apresentavam algumas dificuldades. Os alunos eram assíduos e pontuais, e apresentavam um bom comportamento, apesar de, por vezes, serem um pouco faladores (PAPI da Turma 5.º G, 2016).

No que respeita as relações interpessoais, a relação entre os alunos e a professora era boa, chegando a haver momentos que a professora permitia aos alunos contarem experiências relativas aos conteúdos abordados. Por sua vez, a relação entre os colegas era de interajuda, amizade e compreensão, mesmo verificando-se alguma competição em determinados momentos.

Estágio II – Ciências da Natureza

A turma relativa à área de Ciências da Natureza do Estágio II era composta por 20 alunos, dos quais sete eram do género masculino (35%) e 13 do género feminino (65%), com idades compreendidas entre os 11 e os 15 anos.

Esta turma tinha alunos um pouco problemáticos, chegando a ter algumas faltas disciplinares noutras disciplinas. Soubemos deste pormenor, visto que a docente de Ciências era também a diretora de turma e chegou a mencionar que os alunos apresentavam comportamentos menos adequados, contudo nunca presenciamos qualquer incidente.

Da turma constavam seis alunos que já tinham ficado retidos em anos letivos anteriores, desses, quatro estiveram sujeitos a um PAPI, juntamente com mais três alunos.

Além disso, dois dos alunos tinham NEE e usufruíam de PEI, dado que um dos alunos tinha autismo. Contudo, quem não soubesse da condição deste aluno, não conseguia perceber, apenas se notava que o aluno era um pouco irrequieto e que, por vezes, não queria colaborar na realização das atividades, estando apenas na sala de aula sem fazer nada.

Existiam também três alunos que, no ano letivo anterior, frequentaram o serviço de psicologia, um dos quais estava sujeito a medidas corretivas, sancionatórias e tarefas de integração. Saliente-se que três alunos foram propostos para comportamento de excelência e comportamento de mérito.

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No que respeita as relações interpessoais, a relação entre os alunos e a professora era boa. Por sua vez, a relação entre os colegas era de interajuda, amizade e compreensão.

Este relatório foca-se apenas no Estágio I, visto que no Estágio II não foi implementado nenhuma rede social, pois considerámos que o tempo em cada turma não era suficiente para pedir autorização aos pais e encarregados de educação e, ainda, fazer as publicações das atividades desenvolvidas em cada turma.

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