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Capítulo 1 Contextualização teórica

1.2. As redes sociais e a escola

1.2.3. Estudos envolvendo redes sociais e objetivos educacionais

A partir de um estudo com uma amostra de 7414 agregados domésticos realizou-se uma estimativa de que 70% das famílias portuguesas têm em suas casas internet, sendo que a maior parte em banda larga, e desses, 90% são famílias com crianças, percebemos que hoje em dia existe uma grande quantidade de pessoas que acedem a informação muito facilmente. Das famílias portuguesas com internet, 70% utilizam redes sociais, permitindo que contacte e seja contactado por diversas pessoas, e ainda, partilhar informação (Carvalho, Cordeiro, & Coimbra, 2015).

Refira-se, no entanto que, de acordo com um estudo recente (Marktest, 2016), com uma amostra de 819 inquiridos, 94% dos utilizadores de redes sociais, em Portugal, têm conta no

Facebook, sendo esta a rede social mais utilizada. 25% dos inquiridos julgam que no último

ano passaram a utilizar mais as redes sociais, sendo que passam em média 91 minutos nas redes sociais, distribuídos ao longo do dia. Contudo, as horas em que existem mais

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utilizadores online (76%) é entre as 20 e as 22 horas, e utilizam mais o smartphone (73%) e o computador portátil (61%) para aceder às redes sociais.

De acordo com um estudo realizado por Simões (2011) com 1375 alunos dos 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico, dos 1255 que referiram usar redes sociais, 42,71% (536) são adolescentes com idade superior aos 13 anos de idade, e 57,29% (719) têm menos de 13 anos de idade.

Realizou-se um estudo com a participação de 61 alunos de duas turmas de 10.º ano de escolaridade, do Curso de Línguas e Humanidades, sobre o uso de redes sociais em contexto educativo, nomeadamente do Facebook. Quando questionados sobre a rede social que mais utilizavam, verificou-se que o Facebook era a rede social de eleição, contudo com diferença entre as duas turmas (33% na turma de 30 alunos e 50% na turma com 31 alunos), seguindo- se o Youtube e o Twitter (E. Rodrigues & Alves, 2015).

Neste mesmo estudo, pediu-se aos alunos que selecionassem entre as opções muito importante, importante, pouco importante e indiferente para algumas questões, tais como disponibilização de materiais didáticos, de conteúdos complementares de informação sobre atividades a realizar, motivação dos alunos e espaço de interação com professores e com colegas no âmbito das disciplinas. Após a análise verificou-se que para todas as questões apenas 6% no máximo responderam pouco importante e indiferente. De um modo geral, os alunos consideraram a utilização desta rede social muito importante e afirmaram gostar de repetir a experiência (E. Rodrigues & Alves, 2015).

Algumas pesquisas realizadas nesta área, mas no ensino universitário, revelam que tanto os alunos, como os professores, aprovam a utilização do Facebook em sala de aula, neste sentido mencionaremos algumas pesquisas.

Após a análise de dados resultantes de uma pesquisa com 14 professores de um curso de Licenciatura, conclui-se que, independentemente de utilizarem as redes sociais e conhecerem a sua aptidão para o ensino, poucos a utilizam de forma a desenvolver o conhecimento (Paixão et al., 2012).

No que diz respeito ao questionário realizado por Alencar e outros (2013), relativamente à questão proposta a 57 alunos com idades compreendidas entre os 14 e os 19 anos, sobre se apoiavam o uso do Facebook em contexto educativo, 82% dos alunos responderam que sim e 14% responderam não, o que significa que os estudantes aprovam o uso desta plataforma, para o uso na educação. Por sua vez, quando se propôs a mesma questão a dez professores de diversas disciplinas do ensino médio, 70% disseram que sim e 30% responderam não.

1.2. As redes sociais e a escola

23 Relativamente a esta mesma questão, 59 alunos de uma turma de 1.º ano de licenciatura em Educação Básica na unidade curricular de TIC em Educação em Bragança, 73% responderam sim. Consideram, assim, que a aprendizagem se torna mais motivadora, convidativa e interativa, além de que é mais fácil interagir com os colegas e professores, chegando até a aprender sem que se apercebam (Patrício & Gonçalves, 2010a).

Por seu turno, na pesquisa realizada por Patrício e Gonçalves (2010b), na qual participavam 60 alunos, sobre o seu posicionamento relativamente ao uso do Facebook, numa unidade curricular relacionada com a informática, 93% dos alunos concordaram com a sua utilização.

Assim sendo, a maioria dos alunos do ensino superior estudados que responderam às pesquisas concordaram que é benéfico para todos o uso desta plataforma no ensino.

No que diz respeito aos professores e à utilização do blog, num estudo que envolveu 12 professores, estes consideram que seja uma ferramenta que facilita a partilha de experiências e a convivência entre colegas, possibilitando a construção de relações entre professores de escolas diferentes (Ciampa & Gallagher, 2015). Durante este estudo, as autoras constataram que os professores usaram essencialmente esta rede social para obter recursos de aprendizagem.

Num outro estudo, dos 16 professores em serviço desde educação de infância até ao secundário (K-12), 13 mencionaram a importância da comunicação e interação num blog, dentro deste tema, foram divergindo em distintas opiniões, dentre elas a partilha de ideias, o debate de temas de interesse, libertar frustrações, bem como a possibilidade de ultrapassar o isolamento geográfico ou profissional (B. Ray & Hocutt, 2006).

Comparativamente, num estudo realizado com 1920 professores de todas as disciplinas do ensino superior dos Estados Unidos da América (EUA), verificaram que 90% dos professores usam, tanto a nível profissional como em sala de aula, as redes sociais. Constatam também que para uso profissional, e não propriamente no ensino, os professores preferiam usar o Youtube (58%), de seguida o Facebook (45%), seguindo-se os blogs, LinkedIn e Wikis com mais de 25%, o Twitter e o Flickr com pouco mais de 10% e por fim o SlideShare e o

Myspace com menos de 10%. Contudo, quando analisada a frequência dessa utilização, ou

seja, o uso diário, verificou-se que o Facebook tinha uma percentagem superior a outras redes sociais (11%), seguindo-se os blogs com 5% de uso diário, o Youtube (4%) e Wikis com 3% (Moran, Seaman & Tinti-Kane, 2011). Os autores acrescentam, ainda, que os inquiridos ao serem questionados relativamente a eventuais barreiras para o uso das redes sociais, 80%

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apontam a falta de honestidade por parte dos alunos nas suas inscrições como uma barreira importante ou muito importante. 70% indicam como importante ou muito importante a falta de privacidade, a falta de tempo e de treino foram apontadas também como barreiras, mas em menor quantidade e a falta de apoio por parte da instituição com cerca de 42% dos docentes a classificarem como importante ou muito importante.

Dos 1920 professores, 53% indicam o Facebook e 46% o Twitter como redes sociais que não são benéficas para o uso em sala de aula. Contudo, 58% concordam que as redes sociais poderão ser de extrema importância para a aprendizagem colaborativa (Moran et al., 2011).

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