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Capítulo 1 Contextualização teórica

1.2. As redes sociais e a escola

1.2.2. Facebook e a sua aplicabilidade no ensino

O site Thefacebook.com correspondia a uma junção de ideias de outros projetos. Um dos quais era o Course Match que possibilitava ver os cursos em que determinada pessoa estava inscrita e o Facemash que continha fotografias dos caloiros, provenientes de livros chamados facebooks, de forma a descobrir as pessoas mais atraentes. Para além desses, também o Friendster que permitia a criação de um perfil, com os seus dados, gostos, hobbies, possibilitando relacionar o seu perfil com o dos amigos (Kirkpatrick, 2011).

O Thefacebook.com foi criado em 2004 por Mark Zuckerberg e alguns colegas, estudantes da Universidade de Harvard, como um espaço social, apenas, para estudantes dessa universidade (Goodband & Samuels, 2010). Na página inicial do site exibiam-se as suas funções, tais como a possibilidade de pesquisar pessoas, amigos ou amigos de amigos, encontrar quem estudava um determinado curso e descobrir dados sobre com quem se relacionavam (Kirkpatrick, 2011).

Inicialmente, os utilizadores estavam filiados numa instituição de ensino superior, como alunos, professores ou funcionários (Patrício & Gonçalves, 2010b). Nesta altura o

Thefacebook passou a ser aproveitado para criar grupos de estudo, organizar encontros, bem

como clubes, além de publicar novidades sobre festas (Kirkpatrick, 2011).

Este site alargou-se a outras universidades e passou a ser apenas Facebook.com. Desde setembro de 2005, o site integrou alunos do ensino básico e secundário, contudo, separado das faculdades e, em fevereiro de 2006, anularam essa separação, fixando a idade mínima em 13 anos. A partir de 26 de setembro de 2006 o registo foi aberto a todas as pessoas (Kirkpatrick, 2011). Ou seja, qualquer indivíduo pode participar nesta rede social através de redes baseadas em interesses pessoais e profissionais, localização, trabalho ou ensino, desde que tenha idade igual ou superior a 13 anos, e não tenha sido condenado por qualquer crime sexual (Facebook, 2015; Patrício & Gonçalves, 2010b).

De acordo com Kirkpatrick (2011), Zuckerberg declarou que a principal função do

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matemática de uma sucessão de nós e conexões, sendo que os nós se referem às pessoas e as conexões representam as amizades.

Ao longo do tempo adicionaram novas funções ao site, até que o reformularam e transformaram numa plataforma com várias aplicações, incluindo os jogos. Além dos perfis pessoais, também é possível encontrar páginas de entidades comerciais (Kirkpatrick, 2011).

No Facebook disponibilizam-se aplicações e funções da rede social, como o mural, as notas, os eventos, fotos, vídeos, chat, o botão gosto, entre outros. E, ainda, aplicações que não foram criadas pelos dinamizadores do site, e que é possível adicionar ao nosso perfil, tais como as áreas de desporto, educação, entretenimento, jogos, negócios, utilidades, amigos e família e, ainda, a área só por diversão (Patrício & Gonçalves, 2010b).

As aplicações são geradas por mais de um milhão de pessoas autónomas de 180 países, incorporadas no Facebook de forma a melhorar as funções naturais. Este desenvolvimento não só amplifica o potencial tecnológico da rede, mas também fortalece a sua propagação e implementação em todo o mundo (Cerdà & Planas, 2011).

Além disso, os utilizadores podem usar o Facebook para pesquisar outros membros e partilhar material com os amigos através do seu perfil, através de mensagens escritas, de fotografias e de vídeos (Goodband & Samuels, 2010).

A interação existente no Facebook surge, fundamentalmente, ao comentar os perfis, ao participar em grupos de discussão ou através de aplicações e jogos (Patrício & Gonçalves, 2010a).

O uso de uma rede social implica dados pessoais e conteúdos publicados que poderão expor-nos demasiado. Nessas ocasiões basta utilizar as definições de privacidade, limitando a visualização de álbuns ou fotos a determinada pessoa ou grupo de pessoas (D. Juliani et al., 2012).

Com o objetivo de controlar quem pode visualizar o que foi publicado no nosso perfil, o

Facebook tem disponível quatro opções de configurações de privacidade (Antonioli, 2012). É

possível optar por publicar para todas as pessoas do Facebook (Público), apenas para os seus amigos (Amigos), apenas para o proprietário do perfil (Apenas eu), ou ainda escolher, pessoa a pessoa, quem pode ver ou não o que publica (Personalizar).

O Facebook permite criar grupos ou páginas, quer sejam pessoais ou institucionais, como o caso de empresas que aproveitam para divulgar o seu trabalho, ou fazer parte de grupos já existentes. Pertencendo a um grupo o utilizador acede, no seu mural, à informação publicada por qualquer elemento do grupo (Lopes, 2010; S. Teixeira, 2013). Sendo assim, os

1.2. As redes sociais e a escola

19 utilizadores desta rede social criam e responsabilizam-se pela administração de grupos e páginas. No primeiro caso, os outros utilizadores que queiram ver, ou participar na discussão, deverão pedir autorização ao administrador. No segundo caso, qualquer utilizador lê, comenta, ou até mesmo publica material. Contudo, em ambos os casos, o administrador poderá eliminar publicações ofensivas (Pellizzari, 2012).

Relativamente à informação que esta rede fornece, verifica-se que se propaga com maior velocidade do que apenas por contacto físico. Por essa razão, tem sido explorado para vender produtos, conhecer notícias e divulgar atividades (Paredes, Vitaliti, Aguirre, Strafile, & Jara, 2015).

Refira-se também que o Facebook é gratuito, logo não gera custos à instituição, nem às pessoas que pretendem usufruir desta plataforma, visto que apenas é necessário aceder à

internet e ter uma conta de email (Bona et al., 2012).

O propósito do Facebook é a interação de pessoas e a partilha de informação e imagens. Esta rede social é uma das mais utilizadas e até tem sido usada para a realização de grandes manifestações. Desta forma, o Facebook proporciona o acesso rápido e quase imediato a informação, para a educação, para a intervenção social e política, entre outras (Alencar et al., 2013).

Hoje em dia, o Facebook atrai todos, quer sejam alunos ou professores, permitindo que a educação seja beneficiada, através da partilha de informação e originando trabalho cooperativo (Silva & Barbosa, 2013).

Num primeiro momento, as interações fundamentam-se na curiosidade e na existência de colaboração, de forma a compreender o que se sucede, posteriormente, as atuações dependem e relacionam-se com as das outras pessoas (Bona et al., 2014).

Oliveira e outros (2011), definem o Facebook como uma rede social de comunicação, intervindo na aprendizagem e no desenrolar de condições, estratégias e intervenções dos alunos na internet. Estruturado de tal forma que facilita a construção de noções, devido à interação de alunos e professores, através dos recursos e ferramentas disponíveis.

No que diz respeito à Matemática, o Facebook permite aos alunos a partilha de vídeos de como resolver determinado problema, software utilizado em matemática, tal como o

Geogebra, permitindo que haja aprendizagem cooperativa e esclarecimento de dúvidas.

Proporciona, ainda, solucionar problemas com resoluções distintas das dos colegas, possibilitando a aprendizagem de diversos métodos de resolver um determinado problema (Bona et al., 2012).

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Ao compreendermos os recursos e ferramentas que o Facebook nos apresenta, procuramos relacionar o que é suposto ensinar com a informação apresentada na internet. Desta forma, deparamo-nos com fontes de informação que estimulam a criatividade, a interação, a autonomia e o trabalho colaborativo (Oliveira et al. 2011).

O Facebook, no ponto de vista de Paixão e outros (2012), constitui-se como um local importante para o ensino, pois é um local que atrai os alunos e pode ser transformado num ambiente de aprendizagem. A plataforma torna a aprendizagem numa atividade social, o que aumenta o contentamento em partilhar informação, convertendo-se num ambiente colaborativo de aprendizagem.

Com o uso da plataforma, os alunos entusiasmam-se e envolvem-se nas atividades, investigam para as resolver e comunicam entre si até compreender como as solucionar. Sendo assim, é possível que os estudantes aprendam cooperando uns com os outros no Facebook, mesmo sem a interação do professor (Bona et al., 2012).

Caso os professores queiram introduzir o Facebook em contexto escolar os alunos sentir-se-ão à vontade na sua utilização, porque esta rede social faz parte integrante da sua vida diária. Além disso, o uso desta plataforma em educação diminuiria distâncias e aumentaria a interação entre alunos e professores (Alencar et al., 2013). Tal como Cerdà e Planas (2011) afirmam, o Facebook constitui uma rede social 2.0, detendo competências educativas, mesmo não tendo sido projetada para produzir experiências de aprendizagem.

Neste contexto, o professor terá no Facebook um aliado, e em cada aluno um ajudante na procura do conhecimento, estabelecendo uma ligação estimulante e motivadora entre os conteúdos programáticos da sua área disciplinar e a sociedade na qual a escola se insere (Pavan et al., 2014). Deste modo, é possível utilizar o Facebook como uma ferramenta didática de forma a estimular a participação, a interação, a cooperação no processo pedagógico, bem como incentivar a partilha, a crítica construtiva e reflexiva de conhecimentos em proveito da sabedoria global (Patrício & Gonçalves, 2010a).

O ensino e a aprendizagem da matemática devem ser dinâmicos, cooperando para a capacidade de resolução de problemas e, ainda, contribuindo para a tomada de decisões e para a reflexão crítica. Existe a crença generalizada que a matemática é complicada e árdua, o que desencadeia no professor a vontade de dinamizar o ensino da Matemática, transmitindo a ideia de que, esta disciplina, é interessante e importante para o futuro dos alunos (Bona & Koehler, 2013).

1.2. As redes sociais e a escola

21 Desta forma, o uso do Facebook, no ensino de Matemática, permitirá uma interação entre o professor e os alunos e, entre estes, essencial à aprendizagem, pois, assim, compreendem que a cooperação é essencial. De facto, por vezes, o modo como os colegas explicam assume uma linguagem mais próxima e mais simples do que a do professor (Bona & Koehler, 2013). Contudo, alguns professores não atribuem importância à inclusão das redes sociais tanto no ensino e como na aprendizagem, pois acreditam que, o que não tem origem em sala de aula da maneira tradicional, distrai os alunos e atrapalha o ensino (Alencar et al., 2013). Importa referir que recentes pesquisas na aprendizagem da matemática indicam que a participação numa comunidade de aprendizagem é essencial para o sucesso dos alunos (Goodband, Solomon, Samuels, Lawson, & Bhakta, 2012). No entanto, o uso de redes sociais como o caso do Facebook só permite usuários com idade superior ou igual a 13 anos, logo, os alunos do 1.º e do 2.º Ciclos do Ensino Básico não podem utilizar esta plataforma. Assim, pode ser utilizado para a troca de informação entre professores e, ainda, permitir aos pais o acompanhamento do progresso e as atividades desenvolvidas pelos seus filhos.

Neste ponto de vista, evidencia-se, também, a possibilidade de os futuros professores, enquanto estagiários, utilizarem o Facebook para acompanharem o desempenho dos colegas, em diferentes ambientes, em tempo real (Oliveira et al., 2011). Os autores acrescentam, também, que a facilidade de publicar e comentar através de smartphones permite uma maior aproximação entre os estagiários e os professores orientadores.

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