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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.2 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

Na medida em que o estudo encampa aspectos quanti- qualitativos, a busca por resposta referente à questão central da pesquisa envolve a coleta de dados descritivos para a necessária compreensão dos fenômenos observados. Sem perder de vista a tarefa de se descrever a amostra investigada, tal qual ela se apresentou para o pesquisador, segundo os resultados alcançados e também pela perspectiva do ator social participante do estudo, buscou-se também contrastar esses resultados com a literatura revisada na finalidade de se efetuar encaminhamentos e recomendações para o caso concreto.

Por essas razões, vale esclarecer que o caráter descritivo do estudo parte do objetivo geral estabelecido para dar ação à pesquisa. Note-se que esse caráter se mostra mais evidente “[...] na medida em que se procura descrever a realidade como esta é, sem a preocupação de modificá-la” (BORGERT, 1999, p. 18-19). Richardson (2008) reitera o posicionamento do autor retrocitado, pois, segundo aquele teórico esse tipo de estudo se propõe a investigar as características de um fenômeno como ele se apresenta ao pesquisador.

Em vista de que o estudo busca descrever relações quantitativas entre as variáveis especificadas visando obter respostas à questão proposta na introdução, resgatou-se junto a Tripodi, Fellin e Meyer

(1981, p. 53) o seguinte entendimento:

Estudos quantitativos-descritivos são investigações de pesquisa empírica que têm como principal finalidade o delineamento ou análise das características dos fenômenos, avaliação de programa, ou o isolamento de variáveis-chave. Esses estudos podem usar métodos formais como aproximações ao projeto experimental com características de precisão e controle estatísticos a fim de fornecer dados para verificação de hipóteses. Todos esses estudos usam artifícios quantitativos para colher sistematicamente dados de populações, programas, ou amostras de populações ou programas. Eles utilizam entrevistas pessoais, questionários [...].

De outro lado, Triviños (2008) observa que dentre as capacidades do estudo descritivo está a de permitir conhecer, com profundidade, um determinado aspecto examinado, bem como, os traços e os problemas que são particulares a essa porção da realidade.

A respeito das pesquisas descritivas, Gil (1995, p. 44) argumenta que esse formato investigativo tem “[...] como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias”.

Em paráfrase à Borgert (1999), pode-se dizer que o exame do comportamento dos custos da Cerâmica Alpha nada mais é do que uma representação da realidade investigada que, na qualidade de estudo, também é a descrição dessa mesma realidade. Na concepção de Richardson (2008, p. 71) “os estudos de natureza descritiva propõem-se a investigar o ‘que é’, ou seja, a descobrir as características de um fenômeno como tal. Neste sentido, são considerados como objeto de estudo de uma situação específica, um grupo ou um indivíduo”.

Diante dos motivos expostos, justifica-se o emprego do método de procedimento descritivo particularmente porque essa sistemática auxilia na identificação de características dos fenômenos e, ao mesmo tempo, também, permite ordenar e classificar esses fenômenos investigados (BORGERT, 1999).

Por outro lado, há que se observar, para realizar a pesquisa foi selecionado o método de estudo de caso, notadamente porque esse método dá suporte para que se estabeleça contato com a situação investigada e se estabeleça observação detalhada do contexto envolvido (BODGAN; BICKLEN, 1994, p. 89), haja vista que o interesse do investigador reside na situação particular da Cerâmica Alpha. Como

ainda, porque permite o estabelecimento de bases para investigação posterior. Não obstante, pela perspectiva investigativa

o estudo de caso visa à descoberta. Mesmo que o investigador parta de alguns pressupostos teóricos iniciais, ele procurará se manter constantemente atento a novos elementos que podem emergir como importante durante o estudo [...] os estudos de caso buscam retratar a realidade de forma completa e profunda (LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p. 18).

Bodgan e Bicklen (1994, p. 89) destacam a serventia do estudo de caso, que “[...] consiste na observação detalhada de um contexto [...]”. Argumentam, ainda, que “neste tipo de estudo, a melhor técnica de recolha de dados consiste na observação [...] e o foco do estudo centra- se numa organização particular [...] ou nalgum aspecto particular dessa organização”.

Pelo entendimento de Triviños (1992, p. 133), o estudo de caso é um dos métodos mais relevantes na investigação científica, sendo seu objeto uma unidade que se analisa aprofundadamente.

De acordo com Gil (1995, p. 78), “o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos de maneira a permitir conhecimento amplo e detalhado do mesmo”.

Em citação às palavras de Bruyne, Herman e Schoutheete (1982) afirmam que, este modo de investigação tem um caráter particular, já que seu poder de generalização é limitado na medida em que a validade das suas conclusões permanece contingente. As conclusões do estudo não se revelam, necessariamente, corretas para outros casos e/ou organizações, mesmo semelhantes, e fontes de diferenças inseridas no contexto escapam à análise.

Pelo que foi exposto por Borgert (1999), uma das limitações desse tipo de pesquisa está no fato de que os resultados obtidos não se elastecem, por conseguinte, não podem ser estendidos a outras organizações quer sejam elas do mesmo ramo ou possuam o mesmo porte.

A justificativa quanto à escolha por pesquisa do tipo estudo de caso decorre do fato de esse ser um dos métodos de procedimento mais relevantes na pesquisa qualitativa, sendo seu objeto uma unidade que se analisa profundamente (TRIVIÑOS, 1992, p. 133).

estar voltado para o exame de um intervalo de tempo e também por considerar a percepção do entrevistado para esse mesmo período, do ponto de vista técnico a pesquisa é de corte longitudinal, pois, segundo afirma Richardson (2008), estudos dessa natureza são implementados para coletar dados relativos a um determinado período de tempo específico e têm por base uma amostra selecionada com a intenção de descrever uma população conforme o período selecionado.

No entanto Leonard-Barton (1990) afirma que uma das limitações dos estudos retrospectivos é a dificuldade para determinar causas e efeitos de eventos reconstruídos. Para esse autor, o estudo de caso longitudinal aumenta a validade interna por permitir a delimitação de causas e efeitos.

Conforme argumentam Pinsonneault e Kraemer (1993), a melhoria da qualidade das pesquisas, especialmente em vista da produção da informação, depende de que sejam observados alguns critérios, dos quais se destacam: a utilização de mais que uma estratégia (triangulação) para coleta de dados; adequação e sistematização de procedimentos de amostragem; aplicação de estratégias que garantam taxa de resposta satisfatória; articular o melhor meio de interação com a unidade de análise e os sujeitos da pesquisa.

Quanto à escolha do tipo de estudo, Pinsonneault e Kraemer (1993) referem que a opção depende do estudo levar em conta ou não a dimensão tempo, haja vista que no estudo de corte longitudinal a coleta de dados incide sobre um determinado período de tempo. Nesse sentido, vale considerar que o estudo longitudinal se faz pertinente quando o alvo de pesquisa é um processo dinâmico que implica mudança, cuja origem e consequências o pesquisador busca compreender. Nesse tipo de estudo os dados coletados são cruzados em tabelas que permitem efetuar inferências casuais.