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Medidas de tendência central dos custos

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

4.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS

4.3.1 Medidas de tendência central dos custos

Para entender o comportamento dos custos da Cerâmica em estudo, calcula-se a média ou mediana dos mesmos, e, após, para obter a magnitude da variação destes custos, é realizado o cálculo, para poder determinar a posição central e a dispersão de um conjunto de valores, à média e o desvio padrão.

Na Tabela 13, identificam-se os valores da média, desvio padrão, coeficiente de variação e mediana referentes aos anos de 2008 a 2011, dos custos diretos e indiretos.

Tabela 13 Medidas de tendência central dos custos diretos e indiretos do

período 2008 a 2011 It em Fator de produção 2008 a 2011 Média Desvio padrão Mediana Coeficiente de variação

1 Salários, férias, 13º salário e

encargos 354.206 37.231 355.047 0,11 2 Combustível 529.112 100.035 522.884 0,18 3 Energia elétrica 166.372 30.093 166.093 0,18 4 Outros 49.183 11.000 47.401 0,22 5 Matéria-prima 920.422 225.415 902.986 0,24 6 Despesas de manutenção 94.696 25.897 89.785 0,27 7 Tela serigráfica 25.076 9.098 25.389 0,36 8 Embalagem 98.091 37.057 94.597 0,38 9 Embalagem acessória 75.325 28.719 75.902 0,38 Total geral 2.312.512 504.544 2.280.984

Fonte: Dados da pesquisa.

Observe-se que, o coeficiente de variação apresenta o fator de produção salários, férias, 13º salário e encargos, considerados custo indireto de produção, com um custo mensal próximos, cuja variação é de 0,11, quando comparado aos demais custos diretos e indiretos.

Já, o segundo melhor coeficiente de variação é identificado nos itens relacionados ao combustível e energia elétrica, os quais resultaram em 0,18. Entretanto, a dispersão mais elevada é percebida nos itens embalagem acessória (custo indireto), e embalagem (custo direto), com o coeficiente de variação de 0,38.

Vale advertir que, a dispersão sofre influência de valores afastados da média, ou seja, valores baixos que tendem a baixar à média e ocasionam alta no coeficiente de variação, cuja forma é heterogênea, e não é indicada para a análise estatística.

Os salários, férias, 13º salário e encargos, por outro viés, demonstram forma mais homogênea quando relacionados aos outros fatores de produção, cujo coeficiente de variação resulta em 0,11, portanto, um custo mensal aproximado, com um intervalo de confiança.

A presente análise demonstra, ainda, que os valores encontrados na média e mediana dos custos diretos são próximos, os quais significam distribuição normal, visto que, a linha de tendência é crescente em relação à produção.

Contudo, o comportamento decrescente dos custos médios unitários, à medida que o volume de produção aumenta, indica que as propriedades analisadas têm aumento de escala. A Tabela 14, na sequência, demonstra a média mensal e anual do custo unitário de produção do porcelanato, no período examinado.

Tabela 14 Custo médio unitário mensal e anual por volume de produção Meses

Total do custo médio unitário mensal

2008 2009 2010 2011 Janeiro 12,19 10,18 9,38 9,66 Fevereiro 9,31 8,64 9,22 9,24 Março 8,18 9,08 8,44 7,25 Abril 7,92 8,55 7,47 8,12 Maio 7,86 8,33 6,70 6,34 Junho 8,21 7,68 6,70 6,91 Julho 7,96 7,41 6,61 7,48 Agosto 7,75 6,83 7,84 8,21 Setembro 8,76 7,99 7,44 6,91 Outubro 7,73 7,60 7,52 7,87 Novembro 10,25 8,16 7,89 10,08 Dezembro 12,67 6,59 11,07 9,16 Total Anual 8,67 7,95 7,72 7,88

Fonte: Dados da pesquisa.

Cabe justificar, que no mês novembro de 2008 é efetuada parada na produção para manutenção preventiva, e no mês de dezembro

o acréscimo do custo médio é em razão da redução por falta do gás, o que eleva o custo médio anual para R$ 8,67. Diante da Tabela 14 verifica-se que nos meses de janeiro de cada ano, existem aumentos no custo médio unitário, sendo normal para manutenções preventivas. No ano de 2011, as vendas declinam e a Cerâmica Alpha manteve estoque elevado de produto porcelanato, período no qual foi decidido reduzir, parcialmente, a produção, bem como, fazer recesso para as manutenções. Tais acontecimentos resultaram em parada obrigatória na linha produção de porcelanato, a consequente queda no volume de produção e aumento do custo médio unitário de 2011.

Conforme a Tabela 14, a variação dos custos anuais da produção ocorrida na Cerâmica Alpha, durante o período 2008-2011, demonstra resultados obtidos via cálculo simples, no qual o custo total anual é dividido pela produção anual. No caso específico, para o cálculo do custo unitário de produção do porcelanato, o custo total utilizado envolve os valores apontados na Tabela 12, relativos à somatória dos custos diretos e custos indiretos, e da produção acumulada em m² durante o período analisado.

Apresentam-se, pois, os custos diretos e indiretos do ano 2008, no total de R$ 26.059.823,00, cuja divisão do resultado pela produção

anual de 3.005.222 m² resulta em custo médio unitário anual de R$ 8,67. Em 2009, porém, os custos diretos e indiretos totalizam R$

29.876.001,00, os quais divididos pela produção anual de 3.760.330 m², resulta em custo médio unitário anual de R$ 7,95. Relativamente ao ano de 2010, a somatória dos custos diretos e indiretos é de R$ 29.965.721,00, cuja divisão pela produção anual de 3.883.886 m² totaliza o custo médio unitário anual de R$ 7,72, por volume de produção. Por sua vez, no exercício de 2011, os custos diretos e indiretos totalizam R$ 26.714.964,00, os quais divididos pela produção anual de 3.388.897 m² evidencia o custo médio unitário anual de R$ 7,88.

Referente à alteração do custo unitário de produção, Silva e Stefanelo (2002, p. 7) comentam: “[...] (maior produção com os mesmos recursos), reduzindo o custo por unidade produzida do bem (custo médio) [...].” No entanto, no contexto da Cerâmica Alpha, quando os custos diretos e indiretos de fabricação são mantidos e se reduz o volume de produção, a tendência do custo unitário é aumentar.

No que diz respeito ao custo médio por volume de produção Shank e Govindarajan (1997) expõem que, há muitos exemplos de empresas cujo custo médio se eleva e não desce, quando o volume aumenta. Esclarecem, também, que se o volume fosse a resposta

necessária à liderança de custo, a Federal Express jamais teria obtido sucesso ao competir com o serviço postal.

Posteriormente à análise comparativa entre os fatores de produção, apresenta-se a análise de correlação como auxílio à obtenção de coeficientes para apontar a tendência comportamental dos custos.

Para os cálculos de correlação, vale informar que, será utilizado o programa Excel, e que as análises de correlação estão nos apêndices desta pesquisa.