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Capítulo I – Prática Pedagógica em Contexto Pré-Escolar

1.1. Contextualização do Ambiente Educativo

1.1.3. Caracterização da Pré 1

1.1.3.1. Caracterização do grupo de crianças

O grupo de crianças da sala da Pré 1, no período inicial do estágio, era composto por 14 crianças, sendo que na sexta semana de estágio integrou uma nova criança perfazendo assim, um grupo de 15 crianças, com idades compreendidas entre os 3 e os 4 anos de idade. Tal como se verifica na figura 3, neste grupo prevalece o género feminino com 60% (nove meninas), enquanto o género masculino apresenta 40% (seis meninos).

60% 40%

Género das crianças

Feminino Masculino Figura 3. Género das crianças da sala da Pré 1 em percentagem.

Através das conversas informais com a educadora cooperante foi possível aferir que das 15 crianças apenas duas frequentavam a Educação Pré-Escolar pela primeira vez e, ainda, que, no grupo, não existiam crianças sinalizadas pela Educação Especial.

Relativamente à área de residência das crianças, seis residem na freguesia de Santa Maria Maior. Sendo que quatro crianças vivem em outras freguesias pertencentes ao Funchal, três vivem no Caniço, uma reside em Câmara de Lobos e outra em Machico.

Segundo a educadora cooperante o grupo caracteriza-se, sobretudo, por ser curioso, observador, participativo, ativo e muito interessado em fazer novas descobertas. É ainda caracterizado por evidenciar grande gosto em brincar nas áreas de atividades e por tudo aquilo que lhe desperte mistério, desafio e expetativa.

Neste sentido e de acordo com a observação participante realizada ao longo do estágio, através das reuniões reflexivas, das conversas informais com a educadora cooperante, assim como a partir da consulta das fichas biográficas das crianças, realizou-se uma caracterização do grupo segundo as áreas de conteúdo estabelecidas pelas OCEPE, que será apresentada de seguida.

Relativamente à área da Formação Pessoal e Social, verificou-se que o grupo, no geral, tem relativa autonomia para a faixa etária em questão, revela conhecer cada vez mais as rotinas da sala e realiza uma boa gestão dos materiais, havendo, contudo, alguma dificuldade na gestão do espaço físico. As crianças deste grupo sabem identificar e satisfazer as suas necessidades. Saliente-se, no entanto, que algumas crianças revelam alguma dificuldade no que concerne à arrumação dos materiais, à partilha dos brinquedos e ao respeito pelas regras básicas da comunicação, surgindo por esses motivos alguns conflitos relacionados com os diferentes interesses, sendo necessário, em alguns casos, a intervenção do adulto para gerir os mesmos. Relativamente à alimentação, algumas crianças ainda necessitam de auxílio do adulto para terminar a refeição.

No que se refere à área da Expressão e Comunicação e fazendo uma abordagem geral desta área de conteúdo, este grupo manifesta um grande gosto em executar qualquer tipo de atividades relacionadas com o domínio da expressão motora. Relativamente ao domínio da expressão dramática, pode dizer-se que as crianças da sala da Pré 1 revelam muito interesse em brincar na área do faz-de-conta, onde o jogo simbólico é vivido intensamente e gostam de realizar dramatizações. No que concerne ao domínio da expressão musical, é claro o gosto das crianças em ouvir e cantar músicas, sendo que aprendem com alguma facilidade as canções e associam-nas a épocas festivas, os jogos rítmicos também fazem parte do leque de interesses deste grupo, assim como a dança. No que respeita ao domínio da expressão

plástica, é possível referir que o grupo mostra interesse e gosta de participar em todo o tipo de atividades plásticas e evidencia muita curiosidade em explorar diferentes técnicas e materiais.

Fazendo referência ao domínio da linguagem oral e abordagem à escrita, destaca-se que o grupo da sala da Pré 1 revela muito interesse em ouvir histórias e o seu discurso é adequado à faixa etária em questão, havendo, no entanto, algumas crianças que utilizam um discurso infantilizado e outras, que pela sua inibição, têm dificuldade na verbalização de diversas situações, emoções e desejos. Destaca-se ainda que por parte de algumas crianças (com 4 anos de idade) já se verifica a tentativa de imitar a escrita, nomeadamente, tentativas de escrever o seu nome. Realça-se que a maior parte do grupo procura participar nos diálogos, embora de forma desordenada.

Relativamente ao domínio da matemática, no grupo já é notória a capacidade de contar até dez, de explorar e descrever propriedades dos objetos. Salienta-se que, nos vários momentos de atividade livre, foi visível que uma grande parte do grupo já consegue comparar objetos de acordo com as semelhanças e diferenças e fazer algumas seriações e classificações.

Por fim, a área do Conhecimento do Mundo permite verificar que se trata de um grupo curioso e interessado e que gosta de atividades ao ar livre, contudo, e segundo informações fornecidas pela educadora cooperante, as suas experiências de contacto com a natureza são limitadas, visto que as suas saídas baseiam-se em idas ao supermercado e a centros comerciais.

Segundo as OCEPE, a condição social das famílias influencia a educação das crianças (ME, 1997). Deste modo, torna-se fundamental caracterizar as famílias das crianças para poder delinear uma prática que se enquadre e respeite as individualidades das crianças, as suas necessidades e interesses. Este conhecimento da condição social familiar prende-se com os indicadores socioeducacionais e socioprofissionais que se encontram refletidos nas figuras 3 e 4. Para a obtenção dessa informação recorri a conversações com a educadora cooperante e à consulta das fichas biográficas das crianças.

Relativamente aos dados socioeducacionais, observando a figura 4 verifica-se que grande parte dos pais/encarregados de educação concluíram o Ensino Secundário (36%), havendo porém um grupo correspondente a 25% que possui o 3.º CEB, seguindo-se o Ensino Superior (18%), depois o 2.º CEB (14%) havendo ainda uma minoria que possui escolaridade equivalente ao 1.º CEB (7%).

Referente à condição dos pais/encarregados de educação perante o trabalho, e através da análise da figura 5, constata-se que a grande maioria (86%) encontram-se empregados, havendo um grupo menor que se encontra desempregado (11%) seguindo-se uma percentagem mínima (3%) que tem condição de doméstico(a).