• Nenhum resultado encontrado

1. Caracterização dos contextos na Educação Pré-Escolar e no º Ciclo do Ensino Básico

1.4 Caracterização do Grupo do Jardim de Infância

A tradição considera como critério básico de formação de grupos a idade e responde à intenção de criar uma certa homogeneidade, tendo em conta determinados argumentos: “as mesmas necessidades educativas para idades similares possibilitam que a metodologia e as atividades programadas sejam adequadas a todas as crianças da sala; também se justifica a favor de que os grupos tenham uma certa continuidade e, para facilitar tenham contato com o ciclo seguinte […]”. (Bassedas, Huguet e Solé, 1999: 98). O facto de se juntar crianças com idades aproximadas não assegura que estas tenham as mesmas necessidades educativas.

18 Informações cedidas pela Professora Cooperante. 19 Informações baseadas nos dados retirados do PCG.

1.º Período Início- 13 de setembro

Fim- 17 de dezembro 1.ª Interrupção- 18 de dezembro a 3 de janeiro 2.º Período Início – 6 de janeiro

Fim – 4 de abril

Interrupção Carnaval – 3, 4 e 5 de março 2.ª Interrupção- 7 a 21 de abril 3.º Período Início- 22 de abril

Fim- 13 de junho (entre 6 e 13 de

junho para o 4º ano)

Por outro lado, não podemos perder de vista o potencial educativo da relação das crianças com outras idades e interesses diferentes em criar experiências educativas e sociais em que haja mais diversificação. Essa relação beneficia as crianças mais novas, pois permite-lhes aprender modelos das crianças com um nível etário mais elevado, imitando-lhes, ajudando-lhes, etc., como também permite uma interação entre iguais que poderá ser muito positiva.

Na relação com crianças com um menor nível etário, estas aprendem a colocar-se no lugar do outro, protegem e adonam-se dos seus níveis de competência, possibilitando a aprendizagem de muitas capacidades de relação que se estimulam na escola, devidamente guiada e acompanhada. (Bassedas, Huguet & Solé, 1999).

Como nos é referido pelo Ministério da Educação (1997a: 35), existem vários fatores que podem influenciar o modo próprio de funcionamento de um grupo: “as características individuais das crianças que o compõem, o maior ou menor número de crianças de cada sexo, a diversidade de idades das crianças, a dimensão do grupo”. A composição etária do grupo também pode depender de uma opção pedagógica, ou seja, pode depender das condições do próprio Jardim de Infância (existência de uma ou mais salas); dos critérios de prioridade utilizados por cada Jardim para admitir as crianças; ou ainda, das características populacionais, pequenas aldeias ou população dispersa.

O grupo de crianças que frequentava o Jardim de Infância de Arrabães era constituído por 23 crianças.

Neste Jardim de Infância encontrava-se uma criança inserida na Intervenção Precoce (IP) tendo o apoio à terça-feira da parte da manhã. Por esta razão, para além da Auxiliar de Ação Educativa, neste momento o Jardim disponha também de uma Tarefeira que estava presente desde as 09:45h às 11:15h.

Tratava-se de um grupo heterogéneo, a nível de idades (compreendidas entre os 3 e os 5 anos, das quais seis crianças tinham 3 anos, sete crianças tinham 4 anos e dez crianças tinham 5 anos) – (Quadro 7) e sexo (constituído por 10 crianças do sexo feminino e 13 do sexo masculino) – (Quadro 8). É de referir que de 23 crianças inscritas, apenas 21 é que frequentavam o Jardim de Infância.

Quadro 7 - Número de crianças quanto à idade Quadro 8 - Número de crianças quanto ao sexo Quanto ao número de irmãos, podemos verificar através do Quadro 9 que nove crianças não tinham irmãos, dez tinham 1 irmão, duas tinham 2 irmãos e mais duas tinham 3 irmãos. Esta situação reflete a tendência da sociedade portuguesa atual, onde os casais têm preferencialmente 1 ou 2 filhos, o que provoca uma acentuada diminuição da população jovem e um crescente envelhecimento da sociedade.

Número de irmãos Número de crianças

0 9

1 10

2 2

3 2

Quadro 9 - Número de irmãos

Segundo o Quadro seguinte, dez crianças frequentavam pela primeira vez o Jardim de Infância, oito pela segunda vez e cinco pela terceira vez.

Frequência no Jardim Número de crianças

1.ª Vez 10

2.ª Vez 8

3.ª Vez 5

Quadro 10 - Frequência no Jardim de Infância

Através da Quadro 11 verificamos que a maioria das crianças ia de táxi para o Jardim, seguindo-se aquelas que iam a pé e por último, e apenas uma criança que ia de carro. Convém aqui referir que o meio de transporte mais utilizado pelas crianças, neste caso o táxi (carrinha), era financiado pela Junta de Freguesia, uma vez que na aldeia não existia um outro meio de transporte que albergasse várias crianças ao mesmo tempo e de uma forma económica.

Idades Número de crianças

3 6

4 7

5 10

Sexo Número de crianças

Feminino 10

Masculino 13

Transportes para o Jardim Número de crianças

Táxi 18

A pé 4

Carro 1

Quadro 11 - Transportes para o Jardim de Infância

Nem todas as crianças viviam na freguesia de Torgueda. Existia uma criança que vivia em Arnadelo, quatro que viviam em Arrabães, cinco no Bairro Vermelho, uma na Foz, duas em Gontães, quatro em Meneses, uma na Pena, uma em Pomarelhos, uma em Tuizendes e uma na Nossa Senhora da Conceição – (Quadro 12). Apesar de habitarem em freguesias diferentes, a maioria mantinha as características de sociedades rurais.

Onde vivem Número de crianças

Arnadelo 1 Arrabães 4 Bairro Vermelho 5 Foz 1 Gontães 2 Meneses 4 Pena 1 Pomarelhos 1 Torgueda 2 Tuizendes 1

Nossa Senhora da Conceição 1

Quadro 12 - Ondem vivem

No que diz respeito às habilitações literárias dos pais (Quadro 13) averiguamos que o nível de habilitações literárias era predominantemente o do 1.º Ciclo, revelando assim, um nível baixo de escolaridade. Contudo, também é possível verificar que existia, embora em menor número, pais com um nível de cultura mais elevado (Ensino Superior).

Habilitações literárias Número de pais

1.º Ciclo 13

2.º Ciclo 11

Secundário 11

Ensino Superior 6

Quadro 13 - Habilitações literárias dos pais

Depois de feita uma breve análise às habilitações literárias dos pais, focamo-nos agora nas profissões exercidas pelos mesmos (Quadro 14). É de notar que a maior parte dos pais tinha uma profissão de nível médio baixo, o que sugere um ambiente cultural pouco elevado.

Profissão Pai Mãe Total

Sem profissão 8 8 16

Polícia 2 0 2

Advogado 1 0 1

Rececionista 0 1 1

Trabalho por conta de outrem 6 5 11

Assistente de vendas 1 0 1 Vendedor de lojas 0 2 2 Doméstica 0 5 5 Professor de 1.º Ciclo 0 1 1 Serralheiro 1 0 1 Motorista 2 0 2 Mecânico 1 0 1

Quadro 14 - Profissões exercidas pelos pais

O grupo de crianças em questão manifestava interesse e entusiasmo nas atividades que eram realizadas. As crianças, no geral, eram autónomas, participativas, empenhadas e curiosas. Apresentavam-se como um grupo desenvolvido, com muitas capacidades e que aceitava bem as atividades propostas pelo adulto. É de notar que existiam crianças com a mesma faixa etária que eram mais desenvolvidas em certas áreas do que outras.

O facto das idades variarem entre os três e os cinco anos justificava a razão pela qual, muitas vezes, as atividades eram realizadas em pequenos grupos, dado que necessitavam de um apoio diferente. Apesar disso, é importante por vezes formar grupos

heterogéneos ao nível da idade pois os mais novos sentem-se mais motivados e os mais velhos gostam de ter a responsabilidade de ajudar os mais novos.

O grupo de três anos, como é de esperar, ainda sentia a necessidade de pedir auxílio para certas tarefas e atividades propostas. Por sua vez, havia crianças desta idade que já eram autónomas e queriam fazer as suas ações diárias sem auxílio, apesar de algumas delas demonstrarem dificuldades em se expressar.

No que diz respeito ao grupo dos quatro anos, destacavam-se crianças com um desenvolvimento equivalente ao das crianças de cinco anos. Gostavam de aprender e de expor essas aprendizagens.

Por fim, o grupo de cinco anos era um grupo bastante desenvolvido, participativo, criativo e gostava de opinar e expor as suas ideias.