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3 METODOLOGIA DE PESQUISA

3.6 CONHECENDO OS AGENTES DE PRODUÇÃO DAS PRÁTICAS DIDÁTICAS E

3.6.2 Caracterização das equipes entrevistadas

Para orientar a compreensão sobre qual professora nos referimos iremos denominá- las por um código que identifique claramente a escola, a professora e a série em que trabalha. As professoras na mesma escola serão diferenciadas por letras. Assim, uma professora da “Escola 1” que trabalha na “1ª série” será E1-pA-1s, em que E1 significa “Escola 1”, pA é a “professora A” e 1s significa “1ª série”; a outra professora da “Escola 1” será E1-pB-1s e assim por diante.

Tabela 3 - Caracterização das equipes entrevistadas – Relação com a Escola PROFESSORA ESCOLA SÉRIE PERÍODO RELAÇÃO DE

TRABALHO Efetivo, OFA, Eventual

TEMPO DE ESCOLA TRABALHA EM OUTRO LOCAL E1-pA-1s Escola 1 1ª

Série Manhã Efetiva desde 1992 Há 2 anos (proximidade da moradia) --- E1-pB-1s Escola 1 1ª

Série Tarde Efetiva desde 1994 Há 3 anos, mas ficou afastada em 2005 e 2006 por problemas de saúde;

Já havia trabalhado anteriormente nesta escola por dois anos

---

E1-pC-1s Escola 1 1ª

Série Tarde Efetiva desde 2006 Há 3 meses --- E1-pD-2s Escola 1 2ª

Série Manhã Efetiva desde 2006 Era professora substituta; está como efetiva há um ano

--- E1-pE-2s Escola 1 2ª

Série

Tarde Efetiva desde 1993 É o primeiro ano nesta escola

--- E2-pA-1s Escola 2 1ª

Série Manhã Efetiva Há 5 anos Na rede municipal de São Paulo em turmas de Educação Infantil E2-pB-1s Escola 2 1ª

Série Manhã Efetiva desde 2006 Há 2 anos Na rede particular de São Paulo em turmas de Educação Infantil E2-pC-2s Escola 2 2ª

Série Manhã Ocupante de função atividade (OFA) Só neste ano; depende das atribuições ---

(...continuação)

PROFESSORA ESCOLA SÉRIE PERÍODO RELAÇÃO DE TRABALHO Efetivo, OFA, Eventual

TEMPO DE ESCOLA TRABALHA EM OUTRO LOCAL E2-pD-2s Escola 2 2ª

Série

Manhã Eventual há um ano (aposentada); efetivou-se pelo Estado em 1984

A profa. é ex-aluna desta escola; já deu aulas nesta escola em outro período de sua vida.

Atualmente está nesta escola desde março/07

---

E2-pE-2s Escola 2 2ª

Série Manhã e tarde Eventual desde 2006 Há 2 anos --- E3-pA-1s Escola 3 1ª

Série Tarde Eventual desde 2003 Iniciou em fev/07 --- E3-pB-2s Escola 3 2ª

Série Tarde Efetiva desde 1994 Há 13 anos --- E3-pC-4s Escola 3 4ª

Série Manhã Efetiva desde 1994 Há 8 anos ---

Pode-se dizer que na escola 1 todas as professoras são efetivas, sendo que 3 das entrevistadas são efetivas há mais de 15 anos, embora todas estejam trabalhando nesta escola num período curto, entre 3 meses e 3 anos. Vale destacar que dentre as 7 professoras do quadro, 5 se prontificaram a participar da pesquisa. Todas trabalham apenas nesta escola.

Na escola 2 a situação é diferente quanto à estabilidade das entrevistadas. Há 2 professoras efetivas, 2 com contrato de eventual e 1 Ocupante de Função Atividade (OFA). Dentre as 6 professoras do quadro de 1ª e 2ª série, 5 concederam entrevista. Uma vez que a vice-diretora chamou-as em nossa frente, pudemos observar que algumas entrevistadas participaram talvez sem tanta vontade, tanto que tivemos alguma dificuldade no agendamento posterior da entrevista.

Dentre as professoras da escola 2, duas trabalham em outro local, como professoras do segmento de Educação Infantil. Uma delas fez muitas menções a esse trabalho que acontece em escola da rede privada. Ela mencionou algumas vezes durante a entrevista que esperava receber o suporte de coordenação pedagógica na escola pública que recebia na escola privada. Esta escola é a que estava sem a coordenação na sua função.

Na escola 3, entrevistamos duas professoras efetivas há mais de 10 anos e que trabalham na escola há mais de 8 anos. A outra professora é eventual e estava na escola há menos de um ano. Embora tenhamos sido recebidas com muita afetividade e disposição pela coordenadora pedagógica, apenas 3 professoras dentre as 11 que trabalham na 1ª e 2ª série participaram da pesquisa, sendo que uma das três é atualmente Profa. de 4ª série.

Tabela 4 - Caracterização das equipes entrevistadas – Dados das Professoras

PROFESSOR FORMAÇÃO ACADÊMICA FAIXA ETÁRIA

E1-pA-1s -Magistério especialização em pré-escola

- PEC com licenciatura plena para séries iniciais e para coordenação pedagógica.

41 anos

E1-pB-1s -Magistério

- PEC (entre 2000 e 2002) 40 anos

E1-pC-1s -CEFAM em 94

- Pedagogia na Universidade São Marcos em 1998

33 anos E1-pD-2s -Magistério em 1992

- Pedagogia na UNIFAE em 2002 33 anos

E1-pE-2s -Magistério

- Pedagogia no Mackenzie em 1992. Habilitação em OE e administração escolar

38 anos

E2-pA-1s -Magistério

- Pedagogia na UNIB em 1999

- Pós-graduação em Educação especial pela UNISA em 2003

44 anos

E2-pB-1s Pedagogia pela Universidade São Marcos em 2005 26 anos E2-pC-2s -Magistério

- Pedagogia na Faculdade Campos Sales em 1994

40 anos E2-pD-2s -Normal (atual Magistério) na escola Brasílio Machado, com

especialização de pré-primário (alfabetização) - Pedagogia na Faculdade Ibirapuera em 1979.

58 anos

E2-pE-2s -Magistério incompleto

- Pedagogia na Faculdade Tibiriçá com habilitação em supervisão, administração escolar e docência de 1ª a 4ª séries. (em 1999)

42 anos

E3-pA-1s Estudos Sociais - licenciatura plena 56 anos

E3-pB-2s -Magistério - Educação Artística

50 anos E3-pC-4s Normal, completou o Magistério em 1986 em São Paulo 53 anos

Ainda considerando o perfil das professoras, levantamos alguns dados sobre a formação inicial e obtivemos as seguintes tendências: Na escola 1 todas têm formação em nível secundário para a docência e também em nível de graduação em Pedagogia. A faixa etária varia pouco, entre 33 anos e 41 anos de idade.

Na escola 2, uma das professoras não tem formação de nível secundário. Esta professora é a mais jovem do grupo e se efetivou apenas um ano após receber o diploma de graduação. As demais fizeram curso de Pedagogia e uma delas fez também uma pós- graduação em educação especial. A diferença de faixa etária no grupo é grande. Temos desde a professora de 26 anos, recém-formada e “concursada”, até a professora aposentada de 58 anos que retornou como eventual na escola. As demais têm por volta de 40 anos.

Na escola 3, o perfil é heterogêneo e não temos indicativos objetivos se esta é uma tendência na escola, pois não levantamos dados das professoras que não participaram do processo. Dentre as 3 entrevistadas, uma concluiu o Magistério, outra tem licenciatura em Estudos Sociais e a terceira fez Magistério e graduação em Educação Artística. Todas têm mais de 50 anos.

Quanto à participação em cursos de formação contínua, apenas as professoras E2-pB- 1s e a professora E2-pE-2s fizeram referência à participação de cursos. A professora E2-pE-2s relatou ter participado da Teia do Saber.

Embora identificadas as diferenças quanto ao perfil pessoal das professoras, podemos dizer que nas entrevistas segue-se uma tendência geral no ensino de São Paulo que é ter a maioria de suas professoras com nível superior completo.

Por esses dados, observa-se que as escolas têm um perfil heterogêneo no quadro de professoras e isto se caracterizou nos resultados qualitativos por um posicionamento bastante diversificado dessas profissionais com relação aos temas levantados.

3.6.2.2 Caracterização da equipe de coordenação

Para orientar a compreensão sobre qual coordenadora nos referimos iremos denominá- las também por um código que possa esclarecer a respeito da escola em questão. Dessa forma, temos E1-C1; E2-C2 e E3-C3.

Tabela 5 - Caracterização das equipes entrevistadas – coordenadoras pedagógicas e vice- diretora

ESCOLA 1 ESCOLA 2 ESCOLA 3

No. de coordenadores

entrevistados 01 --- 01

No. de vice-diretores

entrevistados --- 01 ---

Formação acadêmica Magistério com ênfase em deficiência mental (DM) Pedagogia com especialização em administração escolar Magistério Pedagogia com especialização em Educação Especial (DM) Normal (atual Magistério) em 1974 Pedagogia pela Usp em 2002

Faixa etária 30-40 Faixa de 50 anos Faixa de 50 anos

Há quanto tempo está nessa escola

Há 11 anos Há 15 anos Há 10 anos

(...continuação)

ESCOLA 1 ESCOLA 2 ESCOLA 3

Há quanto tempo está nesta função

Há 2 anos Ficou dois anos na

coordenação e um ano na vice-direção

Há um ano

Qual o percurso

profissional nesta escola Professora de 1ª série durante muitos anos; lecionou também uma vez na 2ª série e uma vez na 3ª série. Em 2005 passou um ano de transição para a coordenação pedagógica como colaboradora no período da tarde; de manhã dava aula. Nesse período houve troca de direção.

Em 2005 passou pela prova para coordenação pedagógica; foi realizada a reunião do Conselho Escolar para confirmar seu cargo.

Foi coordenadora pedagógica durante dois anos.

Queria aprender mais, crescer

profissionalmente, mesmo não sendo a área que mais gosta, e foi para a vice-direção. (No início de 2008

voltou para a

coordenação pedagógica).

Foi professora durante 30 anos, dentre esses lecionou por 12 anos em turmas de 4ª série. Foi indicada para a coordenação pedagógica

pelo grupo de

professoras da escola. Aceitou, passou no concurso e começou sua atividade na função de coordenação

pedagógica.

Com relação ao perfil das coordenadoras pedagógicas, encontramos três profissionais que cursaram o Magistério e têm formação no nível superior em Pedagogia, sendo que uma delas foi aluna concluinte pela FEUSP. Todas trabalham nas escolas há mais de 10 anos e estão no cargo no máximo há dois anos.

O percurso das coordenadoras das escolas 1 e 3 para chegar ao cargo de coordenação foi explicitamente relatado como sendo indicação das colegas professoras. Essas duas coordenadoras demonstraram nos contatos realizados que sua nova atuação tem se revelado como uma grande aprendizagem para ambas e mostraram-se entusiasmadas com o que precisam realizar, sem deixar de mencionar os problemas existentes nas escolas. A vice- diretora da escola 2 mostrou-se mais reticente com seu trabalho atual na gestão e fez referência ao papel de coordenação como necessário na escola.

No capítulo 4 procuraremos explicitar como se encontram os profissionais pesquisados, professores e coordenadores, no que se refere ao processo de constituição do profissional reflexivo, pesquisador e de que forma isso implica ou não em possíveis mudanças nas práticas pedagógicas que promovam o sucesso escolar dos alunos.