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Capítulo 4: Metodologia

4.1. Caracterização metodológica da investigação

O estudo em curso, define-se metodologicamente como estudo de caso. Diga-se que, ao particularizar o estudo aos TSDT e circunscrevê-lo ao Hospital Distrital de Santarém, EPE, se está a proceder a uma investigação de caráter bem definido. Esta metodologia sugere que, o estudo de um caso particular poderá servir de base representativa para estudos análogos, uma vez que este se torna um caso representativo. Há que considerar no recurso a esta metodologia, a escolha do caso uma vez que a sua representatividade deverá ser significativa, de forma a poder corroborar numa fundamentação geral para casos idênticos, permitindo elaborar inferências em situações análogas. A recolha dos dados deverá ser feita de forma cuidada e rigorosa, seguindo os fundamentos da pesquisa de campo. Os dados obtidos num estudo de caso deverão ser trabalhados, medidos e analisados de forma rigorosa (Severino, 2007). De acordo com o mesmo autor e verificando que o estudo de caso assenta em pressupostos idênticos à pesquisa de campo, há que salientar que estes métodos apresentam, como aspeto central, a abordagem do objeto de estudo no seu ambiente natural, sem manipulação ou intervenção do investigador. A recolha dos dados que permitirá a análise e posteriormente responder aos objetivos propostos, bem como tecer ilações importantes relativamente aos dados obtidos, é feita tendo em consideração as condições naturais em que os indivíduos, alvo de estudo se encontram inseridos, “sem intervenção e manuseio por parte do investigador” (Severino, 2007, p. 123).

Várias definições existem na literatura e que apresentam explanações sobre o que é um estudo de caso, sendo que a que, indubitavelmente, se enquadra na investigação segundo os pressupostos de Creswell (1994) apud Coutinho e Chaves (2002, p. 224): “O Estudo de Caso é a exploração de um “sistema limitado”, no tempo e em profundidade, através de uma recolha de dados profunda envolvendo fontes múltiplas de informação ricas no contexto”

totalidade. As informações detalhadas são de elevada importância, permitindo um melhor conhecimento e possível resolução de problemas identificados na investigação.

Segundo Gill (2002), o estudo de caso implica o estudo exaustivo e profundo de uma ou mais realidades, de forma a se obter conhecimentos amplos e detalhados dessa realidade.

Yin (2002, p. 13) define caso como determinado “fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto de vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claros e o pesquisador tem pouco controle sobre o fenômeno e o contexto”.

Trata-se de um método de investigação no qual o investigador se apresenta com elevado envolvimento nas suas diferentes etapas: na recolha de informações, no processo de pensamento, na análise dos dados, na determinação de soluções e no processo de avaliação. Apesar de a componente qualitativa ser a que apresenta maior representatividade na investigação, não é menos importante salientar que, existem estudos de caso em que se combina, com toda a legitimidade, métodos quantitativos e qualitativos: “por exemplo quando o caso é um hospital, o investigador poderá recorrer a dados numéricos […] ou seja, indicadores quantitativos que fazem todo o sentido no estudo, uma vez que permitem uma melhor perceção do caso específico” (Coutinho, 2014, p. 225). Tendo por referência o autor, a abordagem metodológica no caso específico desta investigação é, então, estudo de caso, integrando uma investigação mista, por forma a obter uma melhor compreensão do caso em estudo. O grande objetivo é que o investigador reúna conhecimento e experiência para tomar decisões e resolver os problemas identificados no estudo de caso.

O estudo de caso permite ao investigador observar, entender, analisar e descrever uma determinada situação real, obtendo conhecimento e experiência, que na tomada de decisão frente a outras situações, pode ser útil (Barañano, 2008; Pozzebon & Freitas, 1998).

De acordo com Bravo e Eisman (1998), é fundamental fazer referência à categorização da amostra, uma vez que, a sua seleção é a essência metodológica num estudo de caso. A escolha do caso permite ao investigador orientar todo o processo de recolha de dados (Creswell, 1998 apud Coutinho & Chaves, 2002).

Torna-se fundamental referir de acordo com Stake (1995, p. 4) que é crucial ter consciência de que:

o estudo de caso não é uma investigação baseada em amostragem. Não se estuda um caso para compreender outros casos, mas para compreender o caso. Por isto,

identifica-se a amostra como intencional especificando que serão amostras de variação máxima, adaptadas a diferentes condições.

Segundo Bravo e Eisman (1998, p. 254), a investigação do estudo de caso baseia-se “[…] em critérios pragmáticos e teóricos em vez de critérios probabilísticos, buscando-se não a uniformidade, mas as variações máximas”.

Pelo exposto, o estudo de caso considera-se uma investigação empírica (Yin, 2002); que se baseia no raciocínio indutivo (Gomez, Flores, & Jimènez, 1996); que não é experimental (Ponte, 1994); que se baseia em fontes de dados múltiplas e variadas (Yin, 2002). Apresenta-se sempre com elevada componente descritiva, tendo por base descrições compactas do caso, o que não invalida, contudo, que possam ter “um profundo alcance analítico, interrogando a situação, confrontando-as com outros casos já conhecidos ou com teorias já existentes, ajudando a gerar novas teorias e novas questões para futura investigação” (Ponte, 1994, p. 3).

No que concerne à investigação propriamente dita, podemos considerar como exploratória tendo em observação o seu objetivo para o estudo. Assim, diga-se que neste estudo exploratório estamos perante um levantamento de dados e informação relevante sobre uma avaliação bem particular, uma vez que a pesquisa exploratória permite delimitar o campo de trabalho, monitorizando e avaliando as considerações e objetos em investigação.

Descreve-se esta investigação como estudo transversal, misto e exploratório.

Da obtenção de informação através da sua análise e enquadrando a metodologia proposta, pretende verificar-se qual a aceitação dos TSDT no uso dos SI na área de diagnóstico e terapêutica, inferindo posteriormente para a interseção com o modelo de aceitação tecnológica, TAM 2, e percecionar de que forma os SI interagem numa perspetiva de gestão estratégica do Hospital Distrital de Santarém, EPE.