• Nenhum resultado encontrado

Comparação entre grupo de inquiridos que realizaram formação para utilização

Capítulo 5: Apresentação, análise e discussão dos resultados

5.12. Comparação entre grupo de inquiridos que realizaram formação para utilização

5.12. Comparação entre grupo de inquiridos que realizaram formação para

utilização do SI em saúde e grupo de inquiridos que não realizaram formação

para as variáveis agrupadas por dimensão

Com base na pergunta onde se avalia se o inquirido teve formação ou não na implementação do SI, criaram-se dois grupos: grupo de inquiridos que teve formação na implementação do SI em saúde (44 indivíduos) e grupo de inquiridos que não teve formação na implementação do SI (36 indivíduos), com o objetivo de identificar diferenças nos determinantes da aceitação do SI em saúde.

Foram avaliados os pressupostos de normalidade (anexo D.13.2), a forma da curva da distribuição das variáveis (anexo D.14.2) e a homogeneidade de variâncias (anexo D.15.2). O valor de curtose para a dimensão intenção comportamental para a utilização (IU) é muito elevado (6.297) mas apresenta homogeneidade das variâncias (anexo D.15.2). As médias das variáveis foram comparadas pelo teste-t ou teste de Aspin-Welch (anexo D.16.2) e as médias da variável IU foram comparadas com teste U de Mann-Whitney (anexo D.17.2).

Apenas foi encontrada diferença entre as médias dos dois grupos na variável perceção de facilidade de utilização (PFU), com média superior e estatisticamente diferente no grupo que teve formação (tabela 54).

Grupo que teve formação na implementação do SI

Grupo que não teve formação na implementação do SI

Variável Média Desvio

Padrão Média Desvio Padrão Sig IU 6,53 ,885 6,59 ,800 0,702* PU 5,24 1,390 4,68 1,740 0,110 PFU 5,52 ,967 4,83 1,224 0,010 NS 4,94 1,533 4,90 1,546 0,896 I 3,85 1,512 3,54 1,510 0,356 RDT 6,25 ,911 5,69 1,518 0,059

Tabela 54: Comparação de médias entre grupo de inquiridos que fez formação e grupo de inquiridos que não fez formação na implementação do SI em saúde

De acordo com os resultados obtidos considera-se que o facto de os inquiridos obterem formação para a utilização do SI em saúde, traduz-se num aumento da perceção de facilidade de utilização do SI. Considera-se por este fator fundamental planear e estabelecer procedimentos formativos para os TSDT que não obtiverem formação sobre o SI em saúde em períodos anteriores. Facilmente os resultados deste investimento formative traduzem-se e manifestam-se em aumentos significativos, no que concerne, ao gradual aumento do nível de aceitação do SI, intensificando as considerações que permitem considerar o SI fácil de usar e o seu uso ser livre de esforço mental.

Com a intenção de verificar quais as variáveis que melhor discriminam os grupos de TSDT, tendo em consideração o facto de ter realizado ou não formação na implementação do SI em saúde, foi realizada uma análise discriminante. Na análise não foi incluída a variável intenção comportamental para a utilização (IU) devido ao valor elevado de curtose (6,297).

Conclui-se que, com a análise discriminante foram identificadas as variáveis perceção de utilidade e relevância para o desempenho no trabalho como estatisticamente significativas no teste de Lamda de Wilks (tabela 55), as quais não foram identificadas no teste anterior (tabela 54). A variável perceção de facilidade de utilização mantém o seu poder discriminatório como observado no teste anterior.

Testes de igualdade de médias de grupo Lambda de Wilks Z df1 df2 Sig. PU ,938 4,928 1 74 ,029 PFU ,915 6,897 1 74 ,010 NS ,997 ,253 1 74 ,616 I ,986 1,021 1 74 ,315 DRT ,923 6,166 1 74 ,015

Tabela 55: Testes de igualdade de médias – Teste de Lambda de Wilks

Matriz de estruturas Função 1 PFU ,743 DR T ,703 PU ,628 I ,286 NS ,142

Correlações entre grupos no conjunto entre variáveis discriminantes e funções discriminantes canônicas padronizadas Variáveis ordenadas por tamanho absoluto de correlação na função.

Tabela 56: Matriz de estruturas

Pelas tabelas 55 e 56, conclui-se que as variáveis com maior poder discriminante entre os grupos formados de acordo com a realização ou não de formação são as variáveis perceção de facilidade de utilização, perceção de utilidade e relevância para o desempenho no trabalho. Assim o que diferencia os grupos que tiveram e não tiveram formação é a perceção que tem destas dimensões. Por estes resultados é, uma vez mais, viável considerar os processos formativos como elementos imprescindíveis para que sejam potenciadas as características de utilidade e facilidade de utilização dos SI em saúde utilizados por este grupo de profissionais de saúde. Contudo, a percentagem de casos classificados correctamente é de apenas 65,5% (tabela 57), um valor pequeno o que indica a presença de outros fatores na diferenciação destes grupos.

Resultados da classificaçãoa,c Realizou formação Associação ao grupo prevista Total Sim Não Original Contagem Sim 31 13 44 Não 13 19 32 % Sim 70,5 29,5 100,0 Não 40,6 59,4 100,0 Com validação cruzadab Contagem Sim 28 16 44 Não 14 18 32 % Sim 63,6 36,4 100,0 Não 43,8 56,3 100,0

a. 65,8% de casos agrupados originais classificados corretamente.

b. A validação cruzada é feita apenas para os casos da análise. Na validação cruzada, cada caso é classificado pelas funções derivadas de todos os casos diferentes desse caso.

c. 60,5% de casos agrupados com validação cruzada classificados corretamente.

Tabela 57: Validação da análise discriminante

Com base no cruzamento entre variáveis utiliza SI em saúde, não utiliza SI em saúde e teve ou não teve formação na implementação do SI foram considerados os três grupos formados:

• teve formação e utiliza SI em saúde; • teve formação e não utiliza SI em saúde; • não teve formação e não utiliza SI em saúde.

Nesta análise não foram considerados os indivíduos que tiveram formação e não utilizam os SI em saúde por serem apenas dois.

Avaliou-se a normalidade dos dados (anexo D.18.2), a forma da curva (anexo D.19.2) e a homogeneidade das variâncias (anexo D.20.2). Observa-se-se que as variáveis IU e DRT apresentavam elevados valores de curtose, 6.427 e 9.738, respetivamente. Estas variáveis cumprem o pressuposto da homogeneidade das variâncias, avaliados com base na mediana (anexo D.20.2).

As médias foram comparadas por ANOVA (anexo D.21.2), com exceção das variáveis IU e DRT que foram comparadas pelo teste de Kruskall-Wallis (anexo D.23.2). Quando o teste F da ANOVA foi significativo recorreu-se ao teste de Tukey (anexo D.22.2).

Repara-se na tabela 58, que apenas foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nas variáveis PU e PFU. O grupo que não fez formação e utiliza SI em saúde obteve uma média superior ao grupo que não fez formação e não utiliza SI na variável PU.

Por outro lado, o grupo que fez formação e utiliza SI obteve média superior na variável PFU relativamente ao grupo que não fez formação e não utiliza SI em saúde.

GRUPO Fez formação/Utiliza Não fez formação/Utiliza Não fez formação/Não utiliza

Variável Média DP Média DP Média DP Sig

PU 5,23ab 1.388 5,38b 1.017 4.18a 1.986 0.022

PFU 5,52b 0.965 5,03ab 1.093 4,67a 1.331 0.019

Tabela 58: Comparação de médias entre grupos – teve formação e utiliza SI em saúde; teve formação e não utiliza SI em saúde; não teve formação e não utiliza SI em saúde

Com o objetivo de identificar quais os preponderantes da aceitação tecnológica que melhor discriminam os três grupos ( utiliza SI e fez formação na implementação do SI; utiliza SI e não fez formação na implementação do SI; não utiliza e não fez formação na implementação do SI), foi realizada uma análise discriminante com as variáveis perceção de utilidade, perceção de facilidade de utilização, normas subjetivas e imagem. Devido ao facto de apresentarem elevados valores de curtose não foram consideradas na análise as variáveis intenção comportamental para a utilização e relevância para o desempenho no trabalho (6,427 e 9,738 respetivamente).

Pela análise dos resultados obtidos na tabela 59, constata-se que as variáveis perceção de utilidade e perceção de facilidade de utilização são as que apresentam maior poder discriminatórios entre os gupos formados. Estas variáveis são estatisticamente significativas com p-value < 0,05.

Testes de igualdade de médias de grupo

Lambda de Wilks Z df1 df2 Sig. PU ,805 8,592 2 71 ,000 PFU ,905 3,723 2 71 ,029 NS ,997 ,114 2 71 ,893 I ,992 ,293 2 71 ,747

Matriz de estruturas Função 1 2 PU ,894* -,234 I ,155* ,149 NS ,103* ,012 PFU ,501 ,783*

Correlações entre grupos no conjunto entre variáveis discriminantes e funções discriminantes canônicas padronizadas Variáveis ordenadas por tamanho absoluto de correlação na função.

*. Maior correlação absoluta entre cada variável e qualquer função discriminante

Tabela 60: Matriz de estruturas

Pelo observado na matriz de estruturas (tabela 60) a variável com maior poder discriminante na função 1 é perceção de utilidade e na função 2 a perceção de facilidade de utilização. No gráfico territorial (gráfico 13) observa-se que a função 1 separa o grupo que utiliza SI em saúde do grupo que não utiliza SI em saúde. Diga-se, por estes factos, que a variável que melhor diferencia estes dois grupos é a perceção de utilidade. A segunda função, com menos poder discriminante, separa o grupo que teve formação na implementação do SI e utiliza o SI do grupo que não fez formação na implementação do SI e não utiliza SI em saúde. No que respeita a estes dois grupos a variável com maior influência é a variável perceção de facilidade de utilização.

A matriz de classificação (tabela 1) mostra que apenas 56,8% dos casos foram bem classificados. Concluímos desta forma que existem outros fatores que diferenciam estes grupos que não foram incluídos na análise.

Resultados da classificaçãoa,c GRUPO

Associação ao grupo prevista

Total Sim/Utiliza Não/Utiliza Não/Não

utiliza Original Contagem Sim/Utiliza 23 11 8 42 Não/Utiliza 4 8 3 15 Não/Não utiliza 4 2 11 17 % Sim/Utiliza 54,8 26,2 19,0 100,0 Não/Utilza 26,7 53,3 20,0 100,0 Não/Não utiliza 23,5 11,8 64,7 100,0 Com validação cruzadab Contagem Sim/Utiliza 20 13 9 42 Não/Utiliza 5 7 3 15 Não/Não utiliza 4 2 11 17 % Sim/Utiliza 47,6 31,0 21,4 100,0 Não/Utiliza 33,3 46,7 20,0 100,0 Não/Não utiliza 23,5 11,8 64,7 100,0

a. 56,8% de casos agrupados originais classificados corretamente.

b. A validação cruzada é feita apenas para os casos da análise. Na validação cruzada, cada caso é classificado pelas funções derivadas de todos os casos diferentes desse caso.

c. 51,4% de casos agrupados com validação cruzada classificados corretamente.

Tabela 61: Validação da análise discriminante