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Carl Gustav Jung

No documento História da Astrologia (páginas 184-200)

Para entender essa evolução, é necessário observar com maior exa­ tidão os modelos de C. G. Jung. Jung, que desde a passagem do

século XIX para o XX mantivera um intenso intercâmbio com teósofos,

acolheu esboços espirituais e esotéricos em sua psicologia, interessan­

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do-se principalmente pelas transições entre a alma individual e os sis lemas simbólicos transpessoais que extraiu da história da cultura. Su;

Importância para o esoterismo do século XX reside na impregnaçãc

religiosa do psíquico, um a impregnação que, por um lado, sacralizoi n psicologia, mas por outro lado psicologizou o sagrado, ao projetá-k para o interior do ser humano. Daí desenvolveu uma teoria que podí ser tão bem definida com o psicologia quanto como religião; por isso Hichard Noll (1997) fala, em um estudo excelente, do "Culto Jung”.

Princípios astrológicos como “símbolos primordiais da alma”

A idéia do inconsciente, ou seja, aqueles segmentos da alma que nã<

são racionalmente acessíveis ao homem, mas que ao mesmo temp<

influenciam a sua personalidade, provém do século XIX. Carl Gusta

Carus (1 7 8 9-1869), pintor, médico e filósofo natural, foi o primeirt a introduzir o conceito de inconsciente nas discussões do romantis mo. Porém, essa concepção só se tornou um bem coletivo da lingua­ gem psicológica por meio de Freud e depois de Jung. Quando Jung

fala do inconsciente coletivo, está se referindo a um nível de sistemas

simbólicos psíquicos no qual símbolos individuais coincidem coni comunitários e, finalm ente, até mesmo com símbolos relevantes do ponto de vista da história da humanidade. O resultado, portanto, da análise de forças inconscientes no indivíduo — um instrumento essencial para isso são as análises de sonhos — é, ao mesmo tempc^ uma representação de disposições humanas gerais. Por outro ladca, “símbolos primordiais" da história cultural e da mitologia podem s^r utilizados para a compreensão de disposições psíquicas individuaiís, pois continuam presentes em cada indivíduo.

Jung considera os símbolos linguagem do inconsciente coletivco,

de forma que as características universais da vivência humana — oju

seja, nascimento, morte, nascer do sol, dor etc. — podem ser in t e r ­ pretados de maneira correspondente ao contexto cultural e históricço; os padrões de interpretação que servem de base são absolutam ente universais. Por meio de uma tal geração de símbolos gerais que e x i s ­ tem fora do espaço e do tempo e simplesmente se manifestam contiti-

nuamente em formas diversas, C. G. Jung insere a psique indiviiln.il

em um evento cósmico maior. Ao mesmo tempo, ele liberta a alma <Im

mudança histórica e contempla a história da cultura como express.in de um esclarecimento atemporal de símbolos primordiais mitologii.i mente apreensíveis. O fato de isso ser uma construção tautológic.i << de o acesso desvinculado da história não deixar espaço suficient# para as mudanças de significado dos símbolos foi criticado sobretudo pelos historiadores. Jung encontrou apoio, ao contrário, entre os cien­ tistas da religião — como Mircea Eliade e Henry Corbin — , que, por sua vez, estavam interessados na “verdade atemporal" do religioso.

Para sistematizar esses símbolos atemporais, Jung desenvolveu .1

sua teoria dos arquétipos, ou seja, formas primordiais de idéias cultu

rais e religiosas que, segundo ele, se constituíram e se preservaram ;m longo da história da humanidade com uma continuidade surpreendeu te. Embora arquétipos possuam graus muito diversos de universalid.i de e sua manifestação em cada contexto cultural possa mudar, eles são, na qualidade de arquétipos, imunes a essa mudança. Um exem pio é o arquétipo do feminino: essa idéia foi associada à idéia do aco­ lhedor, passivo e emocional em um arquétipo, enquanto o princípio masculino equiparou-se ao ativo e racional (a respeito do contexto his tórico-religioso, ver Kippenberg & Von Stuckrad 2003, 81-91). Esses elementos estão presentes em cada psique individual, na medida em

que o “feminino primordial" se apresenta no homem como anima

(“alma”, em latim) e o “masculino primordial”, ao contrário, na mulher

como animus (esses arquétipos, porém, não possuem igualdade, o que

provocou uma violenta crítica ao modelo patriarcal de Jung).

Diante desse quadro fica claro por que a teoria dos arquétipos de Jungé um instrumento extremamente adequado a interpretações astro lógicas. Os doze princípios da tradição astrológica são projetados como forças primordiais cósmicas para o interior do ser humano: a Lua se torna o acolhedor e feminino; o Sol, o masculino; Marte, o que progri de dinamicamente etc. O próprio Jung apoiou essas transferências, confrontando-se intensivamente com disciplinas esotéricas, sobretudo com a alquimia. Entretanto, a ciência dos astros também despertou

0 seu interesse. Após o surgimento no mercado de uma série de escri­

tos teosóficos sobre a astrologia, em torno de 1910, Jung escreveu a Sigmund Freud, em 12 de junho de 1911, dizendo que teria se ocupa­ do minuciosamente dessa disciplina. Mais tarde, expressou-se repeti­ das vezes sobre o tema, defendendo a opinião de que a astrologia seria uma ciência, injustam ente desprezada pelos eruditos.

1 A importância de Jun g para a astrologia do século XX é inestimá­

vel. Depois de 1945, a astrologia psicológica tornou-se a principal força tanto em escolas que se concentravam na psique do indivíduo como também naquelas que estavam interessadas nas dimensões espirituais e transpessoais do "destino". A linguagem de Jung tornou- se o “esperanto" da astrologia, uma espécie de moeda geral reconhe­ cida como meio de pagamento em muitos sistemas diferentes.

O

diálogo Pauli-Jung e sua repercussão

C. G. Jung foi um pensador que se confrontou intensamente com os debates intelectuais de seu tempo, também influenciando-os. Os

chamados diálogos Eranos dos quais participavam cientistas de ori­

gens bem diversas são uma expressão muito reveladora dessa influên­ cia, que repercutiu até muito depois da década de 1920 (ver Hakl, 2001). Porém, Jung não cultivava o contato apenas com os cientistas da cultura, mas também com cientistas naturais, ao menos aqueles que se mostravam abertos em relação à sua abordagem própria da história e estavam dispostos a considerar a ciência natural como aqui­ lo que ela (também) sempre é: filosofia natural.

Com o advento da teoria da relatividade e da mecânica quânti- ca, o solo para isso estava bem preparado, pois ofereceu à mecânica de Newton, caracterizada sobretudo por sua hipótese básica do determinismo de todos os processos naturais, uma alternativa radical. Mas a crise fundamental na qual se lançou então a mecânica de Newton ainda não foi completamente apreendida depois de quase cem anos. Com razão, Thomas Arzt escreve que as mudanças de paradigma aí relacionadas teriam se tornado “até o momento pouco

presentes dentro de um inconsciente coletivo para que hoje já m

pudesse constatar uma mudança substancial na relação entre homem e mundo" (Arzt et al., 1992, 14). Aqui se deve esperar uma maior ero são no campo da filosofia e das humanidades, a qual por enquanlu mal acompanha o passo do desenvolvimento dá ciência natural.

Entre os diversos cientistas renomados que tiveram uma partiu pação decisiva na evolução das visões físicas de mundo do século XX r suas implicações filosóficas, Wolfgang Pauli (1900-58), que recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1945, ocupa certamente uma posiçào especial. Isso se aplica principalmente aos fundamentos teóricos da astrologia, pois Pauli dedicou-se repetidamente em ensaios, palestras e correspondências à problemática da causalidade, do determinismo, da objetividade da ciência e realidade, bem como da sincronicidade É surpreendente que a lembrança desse pensador excepcional h;i muito não seja mais tão presente, em comparação com Einstein. Heisenberg e Bohr, como seria de se esperar. Somente nos últimos anos, desde que o debate acerca do holismo começou a influenciai também os diálogos entre física, filosofia e religião, pode-se constatar um resgate do pensamento de Pauli (ver em especial Laurikainen,

1988 e Peat, 1991).

Sincronicidade e m ecânica quântica — É claro que não podemos tra tar aqui detalhadamente desses temas. Mas me parece importante elu cidar ao menos o significado de sincronicidade, sobre o qual Wolfgang Pauli tanto refletiu. Pauli toma esse conceito essencialmente de Carl Gustav Jung, com o qual mantinha um intenso e amistoso intercâmbio de idéias. A cooperação do físico com o psicólogo é de imensa impoi tância, pois as disciplinas podem se estimular mutuamente com seus resultados. Pauli e Jung o expressam em um livro publicado em con­

junto, Naturerklarung und Psyche [“Explicação da natureza e psique"|.

O volume contém o ensaio de Jung “Synchronizitãt ais ein Prinzip akausaler Zusammenhãnge” [“Sincronicidade como um princípio de relações não causais”], bem como o tratado de Pauli “Der Einfluss archetypischer Vorstellungen auf die Bildung naturwissenschaftlicher

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Ideen bei Kepler” [“A influência de representações arquetípica.ia for­

mação de idéias da ciência natural em Kepler”]. Grosso moa Jung

entende o fenômeno da sincronicidade como uma "coincidê;ia de sentido (de dois ou mais acontecim entos originalmente não lig£os um ao outro que possuem significado igual ou semelhante)”, “paralismos não causais", “atos de criação" etc. Apenas essas poucas palavrachave já testemunham a grande proximidade do entendimento jungumo da sincronicidade do princípio esotérico do “como acima, abaixo”, u seja, de um pensamento de c o rre sp o n d ê n cia s que é pressuposto tamérn na astrologia. Assim, não surpreende que Jung também chegue a alar da ciência dos astros no citado ensaio (uma transferência, aliás, qie Pauli nunca pôde entender). O foco encontra-se, nesse caso, na similtanei- dade de fenômenos que estão ligados pela semelhança de seusignifi- cado, mas não por uma relação de causalidade.

A mecânica quântica oferece perspectivas fascinantes 4e uma interpretação física da sincronicidade. Albert Einstein tentoq eluci­ dá-lo uma vez com dois “dados quânticos”. Um dado encontrç-se em Viena, o outro, em Budapeste. Sempre que se jogam os dois dados quânticos simultaneamente, o resultado seria completamente casual — a cada vez, eles mostrariam, no entanto, o mesmo número. Além disso, não há entre os acontecimentos qualquer retardamento tempo­ ral; ainda que um terceiro dado estivesse a milhares de anos-luz, ele

mostraria ao mesmo tempo o mesmo resultado. Existe uma Qonexão

entre os dados, mas que não pode ser explicada pelo modelo ida bola de bilhar. Wolfgang Pauli representa a conexão não causai no seu chamado Princípio de Pauli, que consiste no fato de a divisão cdos elé­ trons no estado fundamental de um átomo estar determinadca de tal forma que dois elétrons não podem possuir o mesmo grupo de; núme­ ros quânticos. É somente por meio desse pressuposto que os eelemen- tos podem surgir em sua diversidade. Agora, uma implicação ddo prin­ cípio de exclusão, como também é chamado, é que a exclusãoj mútua dos elétrons ocorre de maneira não causai, pois as interaçõe^s inter­ nas dos movimentos dos elétrons não são guiadas por uma foorça físi­ ca ou por uma transferência de energia, mas pela

manifestação direta da forma total da função de ondas em todo o sistr ma [...]. Poderíamos dizer, portanto, que os movimentos dos elétrons representam a manifestação de um padrão global ou de uma forma total que não pode ser limitada a um local — ou seja, uma verdadeira expres

são de sincronicidade. (Peat, em Arzt, 1992, 21 Is.)

Ao lado do Princípio de Pauli deve-se citar também as chamadas

correlações EPR (nomeadas pelo “Paradoxo Einstein-Podolsky-Rosen"),

comprovadas por Bell com o teorema de Bell ou a inequação de Bell Aquelas “correlações não clássicas" entre partículas quânticas muito distantes umas das outras foram confirmadas por experiências, apro ximadamente vinte anos depois. Não se trata de uma relação causai qualquer, mas, de fato, de uma manifestação simultânea de uma fun ção de onda em todos os seus locais ao mesmo tempo. S. Weinberg, ganhador do Prêmio Nobel de Física, também esclarece inequivoca­

mente que esse fenômeno se trata, na verdade, de uma mudança

momentânea da função de onda de todo o universo (ver Weinberg, 1992, 81). O físico N. Herbert, finalmente, aponta que “a realidade mais profunda do mundo [é] conservada por uma ligação quântica invisível cuja influência onipresente é abrupta, ilesa e direta” (Herbert.

1990, 326; ver também p. 283).

Física com o filosofia natural herm ética — Alguns astrólogos recebe ram com entusiasmo a proximidade de tal construção com o princípio astrológico-hermético “como acima, abaixo”. Um deles é Theodor Landscheidt:

Com isso, o -princípio astrológico do cosmo como estrutura holística que liga todos os sistemas parciais nele contidos é não só conciliável com a ciência natural moderna, como até mesmo comprovado por ela. [...] fA| idéia básica da astrologia sobre o cosmo como um processo orgânico que liga todos os processos parciais microcósmicos e macrocósmicos em uma unidade [revela-se] um modelo avançado. (Landscheidt, 1994, 28)

Não precisamos acompanhar as amplas e especulativas conse­ qüências extraídas por Landscheidt desse diagnóstico para reconhe­ cer que a física moderna está no melhor cam inho para se tornar uma filosofia natural que relaciona sistem aticam ente cam pos da realidade até hoje separados, buscando assim explicar o universo em sua tota­ lidade vital. As teorias mais emocionantes aí — consideradas de um ponto de vista “esotérico” — são certam ente aquelas que unem a teo­ ria quântica com a teoria da relatividade. P ensem os na chamada “teoria das cordas”, que presume uma variedade de dimensões que surgem somente pelas diversas vibrações das cordas (ver a respeito Greene, 2000) — o que conduz a um platonismo de primeira quali­ dade — , ou nas propostas do físico de Oxford, David Deutsch, que descreve o mundo como “multiuniverso” e concebe o tempo não mais como tempo-espaço, mas como conceito quântico que, em princípio, torna possível viagens no tempo e outras coisas (Deutsch, 2000).

O futuro comprovará se tais modelos são adequados para apro­ fundar ainda mais a conversa entre ciências naturais e ciências huma­ nas, iniciada de forma tão promissora pelo diálogo entre Jung e Pauli.

4 . A S I T U A Ç Ã O A T U A L

Na segunda metade do século XX, a astrologia foi intensamente

reavivada por uma série de mudanças e evoluções, e hoje está solida­ mente ancorada em todas as culturas do mundo ocidental. A maioria das pessoas sabe o seu signo, muitas também o ascendente, e as pre­ visões dos horóscopos em revistas e jornais diários (com bastante fre­ qüência produzidas por gerador aleatório) são estudadas por uma série de leitores, ainda que só sejam levadas a sério de maneira sele­ tiva. Essa forma de confronto lúdico com a astrologia é criticada por astrólogos profissionais como tolice que mais prejudica do que ajuda a reputação da ciência dos astros. O fato de ela ser, no entanto, tão popular, deveria ser atribuído a uma natureza interpretativa geral do

ser humano, bem como à vaga possibilidade de que “poderia, sim haver algum fundo de verdade”, como explicam muitos entrevistados,

Não descreveremos, porém, o horóscopo dos jornais aqui, mas .1

multiplicidade das escolas e instituições astrológicas da Europa e dos Estados Unidos que exigem seriedade. Para o seu desenvolvimento,

principalmente duas coisas foram de importância fundamental .1

crescente imposição do paradigma psicológico, como desenvolvido por C. G. Jung, e os fenômenos religioso-culturais, sintetizados teu

tativamente com o conceito de “N ew Age”.Com isso, entende-se um

movimento que, nos anos 1960, propagou a partir da Califórnia .1

expectativa de uma mudança dos tempos, indicada pela precessão do ponto vernal no signo de Aquário e que traria uma transformação completa do ser humano (a “era de Aquário”). É verdade que nem a determinação astronômica desse momento nem a caracterização do teor da mudança e sua relação com o signo de Aquário eram unitoi mes, mas o movimento surgido da contracultura americana logo so estabeleceu como um campo religioso extremamente popular, que unificou tradições tão diversas como paganismo, feminismo, métodos de cura alternativos, teosofia, filosofias orientais, devoção à nature/a e, justamente, também a astrologia (a obra de referência sobre o tema é Hanegraaff, 1996). Nesse campo religioso — que costumo chamar de “esoterismo moderno” para caracterizar continuidades em relação a tradições mais antigas — , os impulsos vindos da Sociedade Teosó­ fica foram assimilados e continuaram a ser desenvolvidos criativa mente no diálogo com a psicologia, a ciência e a religião. O que hoje se denomina de “astrologia espiritual” certamente não teria surgido sem esse intercâmbio.

Mas antes de apresentar os grupos mais importantes dessa linha de interpretação astrológica, é preciso voltar o olhar para as escolas e congregações da astrologia psicológica que, sem dúvida, compõem a principal corrente da ciência dos astros contemporânea.

372 Kocku von Stuckrad

A strologia p s ic o ló g ic a

A estreita ligação entre psicologia do inconsciente e astrologié tão evidente hoje que quase não encontrarem os uma escola astilógica que realize o seu trabalho de interpretação sem recorrer a stemas simbólicos fundamentais da psicologia. C. G. Ju n g continua aer um informante inconteste e, mesmo quando não é m encionado exlicita- mente, a influência de sua teoria dos arquétipos pode ser sentda em toda parte. No que se refere à Europa continental em geral e £)s paí­ ses germanofônicos em especial pode-se constatar que, pela iifluên- cia da psicologia do inconsciente, outros campos de atuação ístroló- gicos — da astrologia mundana, passando pela astrologia ecoiômica até as previsões — tenderam a passar para um segundo pl<no; se difundiu também um interesse por questões históricas da astiologia. No mundo de língua inglesa a situação é um pouco diferente. Já foi apontado anteriormente que muitos astrólogos norte-americanos e

britânicos se ativeram, ainda no século XX, a técnicas de prognósticos

diferenciadas para a previsão de eventos concretos. E o interesse pela história da sua disciplina revela-se, por exemplo, no fato de círculos astrológicos em Londres estudarem as técnicas dos astrólogos renas­ centistas ou um grupo nos Estados Unidos, reunido em torno do astrólogo Robert Hand, dedicar-se à tradução e publicação dç trata­ dos astrológicos desaparecidos ou pouco acessíveis, oriunedos da Antigüidade ou da Idade Média.

Em relação à orientação psicológica da interpretação, p<ode-se, contudo, falar de um interesse comum. E verdade que Thomí&s Ring até hoje não foi traduzido para o inglês, mas, ao contrário,, várias obras dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha que nesse meio^tempo são tidas quase como “clássicos modernos” chegaram à Europai. Entre

elas estão Astrologie, Psychologie und die vier Elemente Astrrologia,

psicologia e os quatro elementos”] (original americano de 19755), bem como os inúmeros trabalhos de Liz Greene. Junto com o seu ccolabo- rador Howard Sasportas, morto em 1992, ela transformou o * Center

fo r Psychological Astrology, em Londres, no instituto astrológicco mais Hi s t ó r i a d a a s t r o l o g i g i a 373

famoso da Grã-Bretanha. No centro de suas publicações e de sua loi mação se encontra a utilização de instrumentos junguianos de análl

se na interpretação de horóscopos. Livros como D im ensionev </«••.

Unbewussten in der psychologischen Astrologie [“Dimensões do inconsciente na astrologia psicológica”] (original inglês de 1988) reto mam ainda as pesquisas de Jung sobre alquimia e história ocidental da cultura, buscando torná-las úteis à astrologia.

Associações profissionais, congressos, revistas — Os conflitos com i cética opinião pública — e com a científica — , bem como as tent.i

tivas de delimitação em relação à “astrologia de boulevard" levaram,

na maioria dos países, ao surgimento de associações que tentam dei i nir padrões de interpretação astrológica, avançar a pesquisa e influen ciar um amplo público. Já foi explicado anteriormente que as assoei.i ções profissionais apareceram em sua maioria na primeira metade do

século XX e que praticamente não há, no âmbito internacional, fede

rações superiores ou mesmo um intercâmbio regular. Por isso, aqui basta citar mais uma vez brevemente as associações mais importan tes e seu trabalho relativo a congressos e publicações.

Em 1938, Ernest A. e Catharine T. Grant fundaram com amigos

astrólogos a A m erican Federation o f Astrologers(AFA), em Washington,

Ao lado do fortalecimento da astrologia nos Estados Unidos, o obje tivo da organização era a coleta de bibliografia, o que conduziu à fun

dação da N ational Astrological Library. Em 1975, a AFA transferiu a

sua sede para Tempe, no Arizona, e logo se tornou a principal asso ciação astrológica dos Estados Unidos (e, na verdade, de todo o mundo), à qual também pertencem muitos membros de outros paí­

ses. A AFA publicou centenas de livros e hoje comercializa em larga

No documento História da Astrologia (páginas 184-200)