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Índice de tabelas

4. A análise financeira

4.2. Estudos de localização e dimensão

4.2.1. Caso concreto do CRI de Radiologia da ULSNA

Como já se referiu, este CRI vai ter origem em duas unidades funcionais de radiologia já existentes, uma situada em Elvas e outra em Portalegre. Será aumentado por uma terceira unidade funcional de Ponte de Sôr, cuja escolha de localização se prende com o facto de neste centro de saúde funcionar um serviço de urgência básica, onde um dos seus requisitos é a existência dum serviço de radiologia (convencional) que labore durante as 24 horas.

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Concluindo a determinação da localização deste CRI, vai depender duma capacidade já instalada e com uma exigência legal, que determina, onde se implementar uma terceira unidade funcional.

È claro que efectuando uma análise ligeira das forças locacionais, pode-se constatar que:

- Ao nível do que são os custos de factores, aqueles que poderiam suscitar mais limitações, seriam os custos com a mão-de-obra qualificada. A quantidade de médicos radiologistas no interior do país, nomeadamente no distrito de Portalegre é um problema, só que em pleno século XXI tem solução sem custos adicionais muito significativos, como se verá adiante.

- Em relação aos custos em transportes, esta distribuição vai estar dependente não só do protocolo de transporte aprovado pelo CA da ULSNA, como também da forma como se distribuem os doentes tendo em conta não só a distância como também a capacidade das unidades funcionais em causa. O autor deste trabalho defende a criação duma central de marcações, ou dum call center que pudesse conduzir as deslocações dos utentes ao longo do distrito da forma mais económica para esta unidade local de saúde, mas também da forma mais satisfatória para os utentes/doentes de modo a causar o menos transtorno possível na normal vivência destes, tanto pessoal, familiar como laboral.

Será útil olhar para a tabela número catorze, com as principais distâncias de alguns concelhos com Elvas, Portalegre e Ponte de Sôr. (Ponte de Sôr, como possível centro de produção de radiologia convencional no futuro)

Tendo em conta as distâncias, a capacidade de cada Unidade Funcional de Radiologia e a composição dos agrupamentos dos centros de saúde, mais à frente na figura dois, ficará definido onde os habitantes de cada conselho realizariam os exames duma forma geral.

Quando o serviço de radiologia do serviço de urgência básica do centro de saúde da ponte de sôr abrir, ou comece a trabalhar em pleno, assiste-se a uma reorganização dos doentes para as unidades funcionais de radiologia. Onde por questões meramente de proximidade, deviam-se dirigir à unidade funcional de Ponte de Sôr, os utentes dos conselhos representados na figura três.

De realçar no entanto que quando esta unidade abrir estará simplesmente equipada com radiologia convencional, pelo que para os outros exames, as deslocações seriam como na figura dois. A excepção seria para a Ressonância Magnética, que seria colocada na unidade funcional de radiologia de Portalegre, enquanto a Osteodensitometria, seria colocada em Elvas.

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Tabela 14 – Distâncias entre os três centros produtores de radiologia

Elvas Portalegre Ponte de Sôr

Tempo de percurs o Distânci a Custos Tempo de percurso Distânci a Custos Tempo de percurs o Distânci a Custos Alter do Chão 63 m 62 Km 29.14€ 32 m 30 Km 14.1€ 35 m 34 Km 15.98€ Arronches 33 m 33 Km 15.51€ 28 m 24 Km 11.28€ - - - Avis 69 m 85 Km 39.95€ 61 m 59 Km 27.73€ 29 m 28 Km 13.16€ Campo Maior 21 m 19 Km 8.93€ 52 m 50 Km 23.5€ - - - Castelo de Vide 75 m 85 Km 39.95€ 20 m 20 Km 9.4€ - - - Crato 76 m 84 Km 39.48€ 25 m 23 Km 10.81€ 45 m 45 Km 21.15€ Elvas - - - 57 m 61 Km 28.67€ 96 m 95 Km 44.65€ Fronteira 56 m 55 Km 25.85€ 46 m 49 Km 23.03€ 51 m 50 Km 23.5€ Gavião 100 m 117 Km 54.99€ 48 m 56 Km 26.32€ 34 m 29 Km 13.63€ Marvão 82 m 86 Km 40.42€ 26 m 21 Km 9.87€ - - - Monforte 33 m 33 Km 15.51€ 24 m 28 Km 13.16€ - - - Montargil - - - 90 m 87 Km 40.89€ 27 m 26 Km 12.22€ Nisa 90 m 92 Km 43.24€ 38 m 36 Km 16.92€ 58 m 53 Km 29.41€ Portalegre 57 m 61 Km 28.67€ - - - 62 m 62 Km 30.55€ Ponte de Sôr 96 m 95 Km 44.65€ 62m 62 Km 29.14€ - - - Sousel 46 m 65 Km 30.55€ 48 m 56 Km 26.32€ 56 Km 52 Km 24.44€ Fonte: www.viamichelin.com

Não existe na ULSNA, nenhuma referência ao que se gasta em transportes, somente para a realização de exames de radiologia. Neste trabalho calcula-se que esta unidade local de saúde iria ter um encargo de 1.97€ por pessoa e exame.

Figura 2 – Onde realizar exames de radiologia?

Elvas Arronches Campo Maior Monforte Fronteira Sousel Avis Portalegre Alter do Chão Castelo de Vide Crato Marvão Nisa Alter do chão Gavião Montargil

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Figura 3 – realização de exames em Ponte de Sôr

Ponte de Sôr Avis Alter do Chão Gavião Montargil

Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 15 – Preço por pessoa e exame/transporte

Centros de saúde nº de viagens nº KM X preço

Km Total

Centros de

saude nº de viagens nº KM X preço Km Total

CS Avis 1242 79,90 € 99.235,80 € CS Ponte de

Sor 4301 58,28 € 35.041,32 €

CS Campo Maior 2073 17,86 € 37.019,32 € CS Gavião 1036 52,64 € 54.355,50 €

CS Arronches 808 31,02 € 25.056,41 € CS Nisa 1928 33,84 € 18.912,10 € CS Fronteira 808 51,70 € 41.747,75 € CS Alter do Chão 875 28,20 € 18.585,21 € CS Monforte 782 31,02 € 24.265,40 € CS Crato 942 21,62 € 16.713,20 € CS Sousel 1343 61,10 € 82.026,75 € CS Marvão 889 19,74 € 53.598,57 € Cs Elvas 45 57,34 € 2.554,96 € CS Castelo Vide 935 18,80 € 17.573,30 € Total agrupa. CAIA 311.906,37 € CS Portalegre 107 57,34 € 6.131,06 €

Total Total agrupa. S.

Mamede 220.910,25 €

Total ULSNA = 532.816,62 €

Preço por pessoa =532.816.62€/112250 =1.97€

Fonte: Elaborado pelo autor

Neste calculo de referir que foi baseado no preço de 0.47€ por quiilometro estabelecido em despacho interno pela ULSNA, ainda no regulamento interno de transportes, que estabelece a deslocação preferencialmente em carros tipo A2 (7 lugares), tendo em conta que a taxa de dependência deste distrito rondará os 70%. Com apoio no regulamento interno de transportes, que permite um acompanhante em menores de 14 anos e maiores de 65 anos, um carro que transporte 7 pessoas, só aproximadamente 4 serão para realização de exames radiográficos.

Estes cálculos partem do pressuposto, que neste distrito em média cada habitante realizará pelo menos um exame radiológico, preferencialmente no hospital do seu agrupamento. (excepção na realização de ressonâncias magnéticas e osteodensitometrias, realizadas numa fase inicial só em Portalegre e Elvas respectivamente)

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Embora o custo de transportes dos doentes seja sempre imputado à ULSNA, com a criação do CRI de Radiologia como já foi referido, criar-se-ia dentro deste, uma central de marcações que coordenasse da melhor forma conjuntamente com os diversos serviços e centros de saúde a deslocação dentro da unidade local dos doentes de forma a melhor rentabilizar não só o transporte em si (evitar a circulação de carros de transportes, táxis ou ambulâncias sem a sua capacidade estar esgotada), como também dependentemente dos exames a efectuar, colocar os doentes o mais perto possível de casa a realizar estes exames, rentabilizando recursos humanos e materiais das unidades funcionais de radiologia e evitando deslocações desnecessárias, o que seria mais benéfico para o doente, evitando o desconforto de grandes deslocações e evitando o gasto de recursos financeiros desnecessários.

O projecto de criação desta central de marcações, seria não só uma mais-valia de gestão, como já se referiu, mas também do estabelecimento de elevados padrões de qualidade e de satisfação para o doente, senão veja-se:

- Permitiria o atendimento quer via e:mail, quer telefónico de duvidas relacionadas com os exames a efectuar( preparações, confirmação de horas, tempo real de demora de realização,…);

- O relembrar via sms a cada utente dos exames a efectuar, evitando uma taxa de não comparência que por vezes se manifesta importante;

- Uma alternativa mais flexível, mais simples, mais acessível, não só das marcações, mas também de qualquer outra modificação, ou alteração;

No entanto e essencialmente para os centros de saúde, que trabalham com estas unidades funcionais de radiologia seria uma mais-valia pois:

- Veriam a sua função de organização de transportes facilitada;

- Teriam uma “porta” de acesso a este CRI, muito mais acessível e rápida;

- Um maior espírito de colaboração essencialmente ao nível da disponibilidade de exames e relatórios.

Em resumo, seria uma forma mais acessível de entrar em contacto com este serviço, através das diversas alternativas tecnológicas, mais que nada, seria uma porta de comunicação com o serviço de radiologia da ULSNA. È bom relembrar que num distrito com um índice de analfabetismo de cerca de 20%, um índice de envelhecimento superior à média do pais, onde o poder de compra é inferior à média do pais, torna-se indispensável criar formas de comunicação com este tipo de instituições, rápidas, fáceis e ao alcance de todos, evitando a procura dos serviços administrativos, desnecessariamente, com problemas relacionados com a realização de exames, que

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podem facilmente ser resolvidos desde casa, através do telefone por exemplo, aliviando estes serviços administrativos da procura diária a que são sujeitos.

Quanto aos factores de condicionamento, realça-se a rede de comunicação, essencialmente com o aparecimento do sistema de informação PACS, que vai permitir efectuar exames de radiologia com o médico radiologista à distância, para além de outras vantagens. Este ponto vai possibilitar a confirmação da dimensão desta unidade de produção, que como se referiu têm condicionamentos históricos (de falta de médicos radiologistas) nos dois serviços de radiologia, juntando-se a este serviço de radiologia da ULSNA, uma terceira unidade funcional localizada em Ponte de Sôr, que poderia aportar ainda condicionantes demográficas.

Ao se juntar três unidades de produção para além duma aposta no efeito duma economia de escala, tem-se em consideração também uma integração horizontal, onde se pretende aumentar a quota de mercado.