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5.1 Introdução

O objectivo do presente capítulo é apresentar e justificar os métodos e procedimentos seleccionados para a elaboração deste trabalho. Ao fazê-lo, pretende-se dotar o leitor das ferramentas necessárias que lhe possibilitem enquadrar, validar e questionar as opções que, ao longo da investigação foram adoptadas e confrontá-las com os resultados obtidos.

Sendo as conclusões obtidas prisioneiras das opções metodológicas e dos constrangimentos associados à investigação efectuada, é necessário apresentar de forma sistematizada os procedimentos adoptados para a recolha e análise dos dados, bem como demonstrar, de forma inequívoca, a importância que o confronto permanente entre esses dois passos da investigação representaram para teste da mobilidade no âmbito do processo da A21L, nos Municípios Portugueses, em particular nos da Região Norte.

O objectivo identificado, os métodos utilizados, os constrangimentos enfrentados e a forma como se lidou com as dificuldades científicas que foram surgindo, vão servir de base à organização formal deste capítulo.

5.2 Algumas considerações sobre o estudo de caso: Os municípios da região Norte

Na maioria das cidades portuguesas, especialmente nas cidades médias onde o congestionamento de tráfego ainda não atinge níveis elevados, existe um uso abusivo do carro para as deslocações quotidianas e, consequentemente, uma indisciplina na forma como o automóvel é “largado” na via pública.

A crescente consciencialização dos problemas ambientais, de saúde pública e de eficiência energética, tornam cada vez mais oportuna uma abordagem integrada da mobilidade nas cidades e que contemple a promoção dos modos mais sustentáveis (onde se inclui o transporte colectivo), em

detrimento do automóvel. Uma das formas mais eficientes de dissuasão do uso abusivo do automóvel, é através da uma correcta política de estacionamento (e respectiva fiscalização), a qual pode servir, simultaneamente, como fonte de financiamento do desenvolvimento e sustentação dos transportes públicos.

O objectivo teórico da investigação procurou apreender as dinâmicas promovidas pela governação local que possuem na sua base acções colectivas, no processo da A21L, de promoção de medidas de mobilidade sustentável.

Mais concretamente, procurou-se compreender a importância que os municípios identificados com a A21L desempenharam na emergência de acções colectivas, capazes de influenciar a dinâmica da mobilidade sustentável.

A investigação efectuada pautou-se pela preocupação de ilustrar o carácter pluridimensional das A21L, ilustrando-a com as parcerias estratégicas e as acções desenvolvidas que, em termos objectivos, constituem peça fundamental para que se compreenda a evolução e dinâmica da mobilidade sustentável.

O estudo de caso caracteriza-se pelo seu carácter descritivo, indutivo e particular e a sua natureza heurística pode levar à compreensão do próprio estudo. Neste tipo de investigação, o estudo de caso baseia-se, principalmente, no trabalho de campo, estudando a mobilidade sustentável no processo da A21L em toda a sua realidade, utilizando, para isso, entrevistas, observações, documentos, questionários e artefactos.

Qualquer que seja a forma que os dados assumam no início da investigação, é provável que existam lacunas, algumas das quais serão evidentes, mas que podem ser colmatadas com a recolha de novos dados. Outras, irão aparecendo e poderão ter que esperar pela continuação da recolha de dados, antes de poderem ser tratadas.

5.3 A investigação

5.3.1 Os constrangimentos com a metodologia seleccionada

Acredita-se terem sido os vários constrangimentos na obtenção de dados, um dos factores com que mais se debateu toda a investigação.

Os principais, podem ser resumidos nos pontos seguintes:

1 - Pouca motivação da Governação local na assunção do compromisso da A21L. Não inviabilizando a troca de impressões e inquéritos informais, coloca, no entanto, especiais problemas, quando se esboça a tentativa de identificar e confrontar os agentes com a publicação das suas respostas/opiniões. Esse constrangimento ficou evidenciado, com particular acuidade, nos últimos momentos da elaboração do trabalho, com o envio de questionário semi- estruturado e que se materializou numa reduzida resposta do mesmo, conforme seguinte síntese:

Questionários enviados a:

Região Minho-Lima: Arcos de Valdevez; Caminha; Melgaço; Monção;

Paredes de Coura; Ponte da Barca; Ponte de Lima; Valença; Viana do Castelo; Vila Nova de Cerveira; Amares; Barcelos; Braga; Esposende; Terras de Bouro; Vila Verde. Região do Ave: Fafe; Guimarães; Póvoa de Lanhoso; Santo Tirso; Trofa; Vieira do Minho; Vila Nova de Famalicão; Vizela. Região do Grande

Porto: Espinho; Gondomar; Maia; Matosinhos; Porto; Póvoa de Varzim; Valongo;

Vila do Conde; Vila Nova de Gaia. Região do Tâmega: Amarante; Baião; Cabeceiras de Basto; Castelo de Paiva; Celorico de Basto; Cinfães; Felgueiras; Lousada; Marco de Canaveses; Mondim de Basto; Paços de Ferreira; Paredes; Penafiel; Resende; Ribeira de Pena. Região de Entre-Douro e Vouga: Arouca; Oliveira de Azeméis; Santa Maria da Feira; São João da Madeira; Vale de Cambra. Região do Douro: Alijó; Armamar; Carrazeda de Ansiães; Freixo de Espada à Cinta; Lamego; Mesão Frio; Moimenta da Beira; Penedono; Peso da Régua; Sabrosa; Santa Marta de Penaguião; São João da Pesqueira; Sernancelhe; Tabuaço; Tarouca; Torre de Moncorvo; Vila Flor; Vila Nova de Foz Côa; Vila Real de Trás-os-Montes. Região de Alto Trás-os-Montes: Alfândega da Fé; Boticas; Bragança; Chaves; Macedo de Cavaleiros; Miranda do Douro; Mirandela; Mogadouro; Montalegre; Murça; Valpaços; Vila pouca de Aguiar; Vimioso; Vinhais)

Resultados:

O resultado foi o seguinte:

Total dos municípios contactados: 86 Total das respostas obtidas: 15 (17,4%)

Total das respostas positivas: 4 (Os que respondem a todas as questões) Total das respostas negativas: 11 (Os que respondem “Não” à questão 1 – determinante para o prosseguimento do inquérito - o que, consequentemente, inviabiliza as restantes perguntas).

2 - Inexistência de estudos, versando a mobilidade sustentável no processo da A21L que, enfatizando o carácter inédito e pioneiro dessas novas problemáticas no processo, se impôs como uma dificuldade adicional a superar.

5.3.2 Nova metodologia

Face aos fracos resultados em termos de respostas obtidas com o questionário semi-estruturado, optou-se pela realização de entrevistas abertas, com questionário estruturado.

O material recolhido ao longo da investigação (notas de campo, questionários, entrevistas, testes de avaliação e gravação) foi sintetizado, organizado e concretizado num conjunto de questões-chave, associadas às várias fases da A21L, cuja matriz se estruturou de acordo com o referido em tabela 1, seguindo-se, em tabela 2, as respectivas respostas.

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