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5.3 Simulação dos Cenários com Exclusão da Carga Tributária

5.3.2 Cenário 2: Simulação financeira com exclusão da carga tributária

Alternativamente, efetuando a simulação para o Cenário 2, cuja geração de energia é realizada para zerar sua conta no horário compreendido entre 08:00hs e 15:00 horas – “horário de sol”, os valores considerados inicialmente são elencados na Tabela 24:

Tabela 24: Investimentos previstos no Cenário 2 – Exclusão de Impostos Rendimento da Placa 72,15%

Potencia máxima de Geração 101kW Potencia Unitária do Painel 140 W Custo Unitário do Painel R$ 583,03 Nº de Peinéis Instalados 9

Área Instalada 9 m²

Investimento R$ 5.247,23 Fonte: Elaborado pelo Autor

Para tanto, os custos de investimento também foram alterados em virtude da redução da carga tributária, conforme demonstrado na tabela 25 abaixo:

Tabela 25: Cenário 2 – resumo dos custos considerados – Exclusão de Impostos

a. Custo dos Painéis R$ 5.247,23

Inversor de energía R$ 2.050,20

Nº de inversores do modelo testado 1

b. Custo de Total dos Inversores R$ 2.050,20

c. Custo de Instalação Total (5% do Investimento + Inversores) R$ 364,87 d. Custo de Manutenção (3% do custo de Instalação total) R$ 136,70 e. Custo de Instalação Efetiva (a + b + c + d) R$ 7.799,00 Fonte: Elaborado pelo Autor

Considerando as condições de investimento listadas na Tabela 23, o fluxo de caixa do empreendimento apresentou um VPL favorável, sob as condições das premissas estabelecidas para esta simulação. O resultado está listado na Tabela 26.

Tabela 26: Condições financeiras de financiamento - Cenário 2 – Exclusão de Impostos Financiamento Integral Financiamento com Entrada

Valor Financiado R$ 7.799,00 Valor Financiado R$ 6.239,20

Entrada 0% Entrada 20%

Prazo 78 meses Prazo 78 meses

Prestação do Financiamento R$ 398,82 Prestação do Financiamento R$ 319,06

VPL R$ 9.639,90 VPL R$ 11.732,91

TIR 2,33% TIR 2,59%

PAYBACK (Anos) 10,67 PAYBACK (Anos) 9,08 Fonte: Elaborado pelo Autor

Segundo os resultados da tabela 26, o VPL foi positivo e a TIR foi superior à TMA estabelecida na simulação. O payback do investimento, sem entrada, foi calculado em 10,67 anos. Em contrapartida o payback registrado para a modalidade de financiamento com 20% de entrada foi menor, retornando em 9,08 anos.

A atratividade para este caso mostrou-se melhor do que para o Cenário 1 e, ainda assim, o payback do investimento não se faz em um prazo menor que 5 anos o que, também, alude a uma percepção de que, com condições de financiamento favoráveis este Payback seria ainda mais reduzido e a viabilidade financeira mais competitiva para o mercado consumidor em potencial.

Acerca da conta final do cliente, esta seria faturada pelo montante de R$ 216,09, considerando que a energia gerada por esta simulação foi de 207,20 kWh, conforme dados demonstrados na Tabela 27.

Tabela 27: Reflexo na tarifa do Consumidor - Cenário 2 – Exclusão de Impostos (continua)

Rubricas de Faturamento 2013

Tarifas para aplicação de impostos normais R$ 0,3082 Tarifa para aplicação na Base de GD R$ 0,3958

(a) Energía Consumida - R$ R$ 246,57

(b) Energía Gerada - R$ R$ (63,86)

Geração Mensal de Energia Liquida (Faturamento Liquido) R$ 182,71

Base - Taxa Minima

Base para Taxa Mínima R$ - (c) Geração de Energia Mensal - Taxa Mínima R$ - Saldo de Energía – kWh R$ - (d) Saldo de Energia - R$ R$ - PIS/COFINS - Energia Gerada – Complementar

Base PIS/COFINS Geração - 9,25% R$ 82,02 (e) Valor PIS/COFINS Geração - 9,25% R$ 7,59 Valor PIS/COFINS - Energia Consumida (Efetivo) R$ -

(f) Valor PIS/COFINS - Compensada (Efetivo) R$ - PIS/COFINS a Considerar na Fatura R$ 7,59 ICMS - Energía Gerada – Complementar

Valor PIS/COFINS Geração - 9,25% R$ 7,59 Valor PIS/COFINS - Compensada Efetivo R$ -

Base ICMS Complementar R$ 7,59

(g) ICMS Complementar R$ - (h) Taxa de Iluminação Pública R$ 25,80 Fatura mensal de Energia (a+b+c+d+e+f+g+h) R$ 216,09 Fonte: Elaborado pelo Autor

Observa-se que a carga tributária influencia no valor final pago pelo consumidor em sua conta mensal de energia e estes tributos oneram também os custos de aquisição dos equipamentos, que, conforme demonstrado possui payback que varia de 9,08 até 19,25 anos.

Sob a ótica dos pequenos investidores, observa-se que ainda é um período longo e que torna atrativo outras formas de investimento, como créditos imobiliários ou fundos de investimento, o que evidencia a tendência de que pode ser uma saída viável linhas de financiamento próprias para este tipo de tecnologia ou o desenvolvimento de incentivos por parte do poder concedente.

Corroborando com a discussão acerca do incentivo, sob a forma de financiamentos e linhas de crédito especiais, O “Guia de Microgeradores Fotovoltaicos”, documento veiculado no site da ANEEL, com orientações sobre a aplicabilidade da Microgeração com painéis fotovoltaicos, indica que o consumidor pode usufruir de financiamento bancário, pessoa física, para os investimentos neste tipo de geração. Estas linhas de financiamento bancário, conforme pesquisa em sites de bancos, são praticadas para valores a partir de R$ 70,00 até R$ 100.000,00, com taxas de juros que variam entre 2,00% e 5,00%, com períodos de até 120 meses para amortização da dívida.

Acerca de incentivos para que a tecnologia de geração distribuída, gerada a partir de fontes solar fotovoltaica, seja viável do ponto de vista do consumidor, mensura-se na pesquisa realizada por Leonelli et al (2009), a utilização dos recursos da RGR – Reserva Global de Reversão como uma alternativa de financiamento com vistas a uma melhor implementação da metodologia trazida pela Resolução Normativa ANEEL 482/2012 e o conseqüente desenvolvimento desta forma de geração de energia que pode contribuir para a diversificação da matriz elétrica brasileira. No entanto, este encargo foi extinto em setembro/2012 sendo mais viável a pesquisa com financiamento de recursos oriundos da CDE, que também é um encargo setorial sendo, um dos fins de seus recursos, o desenvolvimento energético.

Porém, utilizando a pesquisa já realizada por Leonelli et al (2009), que teria resultados similares caso fosse aplicada com financiamentos da CDE, pode-se analisar a viabilidade para

um programa de inserção da geração distribuída com sistemas fotovoltaicos, por meio de telhados solares. A proposta previu a instalação de 20 MWp/ano ao longo de 5 anos. O estudo dos autores foi realizado com um horizonte de 25 anos, tempo que, conforme a pesquisa foi o necessário para a remuneração dos geradores fotovoltaicos a uma taxa de retorno de 6% ao ano ao PIE-FV, de acordo com a Tabela 28:

Tabela 28: Itens considerados na Simulação do Programa financiados com recursos da RGR

Taxa interna de retorno (TIR) 6% ao ano (para os PIE-FV)

Remuneração a título de O&M 1% ao ano (para os PIE-FV) Preço do gerador fotovoltaico no final de 2008 4.216 €/kWp

Redução no custo dos geradores fotovoltaicos 5% a.a

Redução no rendimento dos geradores fotovoltaicos 0,5% a.a

Fonte: Adaptado de Leonelli et al, Relatório do Grupo de Trabalho de Geração Distribuída com Sistemas Fotovoltaicos, 2009, p. 59.

Em relação ao impacto em tarifa residencial, Leonelli et al (2009) evidenciam que o custo da geração fotovoltaica, sem nenhum incentivo adicional, provocaria um aumento na tarifa desta classe tarifária, a partir do décimo ano do programa, ou seja a tarifa do consumidor residencial seria superior ao preço da energia fotovoltaica.

Leonelli et al (2009) destacam ainda que, se o Brasil postergar os estudos e investimentos em geração fotovoltaica para períodos em que a tecnologia, sob uma hipótese e esperando por efeitos das forças de mercado, forem mais atrativas sob o aspecto econômico, poderá perder a chance de desenvolver um parque industrial e de se tornar um pioneiro exportador de tecnologia, proporcionando melhoria de qualidade de vida de sua nação, com geração de empregos, diversificação de sua matriz energética e se tornando um importante player mundial.