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3 ESTUDOS DE CASO

3.2 CENTRO DE MAGGIE EM GLASGOW REM KOOLHAAS

O Centro de Maggie (Figura 21), em Glasgow, que atende ao Hospital Gartnavel foi projetada pela OMA, liderada pelo arquiteto holandês Rem Koolhaas e Ellen van Loon. E sua construção foi finalizada em 2011.

O prédio de 534 m² de nível único da OMA é um anel de espaços interligados cuidadosamente compostos que proporcionam momentos de conforto e alívio.

Figura 21 - Centro Maggie em Glasgow. Fonte: www.archdaily.com

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O novo edifício usa luz e espaço para criar um ambiente agradável e que forneça apoio emocional e psicológico aos pacientes com câncer.

3.2.1 Aspectos contextuais

O prédio, localizado no Hospital de Gartnavel e próximo ao Centro de Câncer Beatson West of Scotland, é um dos vários Centros Maggie no Reino Unido e parte de um projeto pioneiro que utiliza arquitetura pensativa e espaços inovadores como ferramentas para consolo e cura (Figura 22). A construção de Maggie's foi concluída em menos de um ano e foi financiada pelo patrocínio de milhares de pessoas que participaram dos eventos patrocinados Walk the Walk.

Figura 22 - Localização do Centro Maggie de Glasglow Gartnavel. Fonte: Google Earth, 2018 (com complementações da autora). 3.1.2 Aspectos funcionais

Um anel de espaços interconectados vagamente organizados contém salas de aconselhamento, um grande espaço polivalente, uma cozinha, sala de jantar e escritórios (Figura 23).

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Figura 23 - Vista da Sala de Jantar, Escritório e Pátio Interno do Centro Maggie em Glasglow. Fonte: © Philippe Ruault

Ao evitar uma configuração familiar de salas insulares, a sequência espacial fluente no Gartnaval de Maggie estimula o senso de comunidade empática central à filosofia de Maggie. Lily Jencks, a filha dos fundadores de Maggie, Charles Jencks e Maggie Keswick Jenck.s, projetou o paisagismo (Figura 24) para o pátio interno e a colina arborizada circundante.

Figura 24 - Centro Maggie em Glasgow. Fonte: www.archdaily.com .

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O centro possui 534 m², distribuídos espacialmente de forma sucessiva sem criar corredores (Figura 25). Os elementos sólidos – alguns, paredes em L - desenhados pelo arquiteto, controlam o grau de privacidade das diferentes áreas; permitindo, ao mesmo tempo, criar um diálogo ponderado com a envolvente. Os interiores variam em altura, adaptando-se à topografia do terreno. A união, entre eles, faz-se através de uma espessa cobertura plana em betão.

Figura 25 - Ambientes Centro Maggie em Glasglow – Térreo.

Fonte: http://oma.eu/projects/maggie-s-centre-gartnavel, edição autoral.

O Centro possui um pavimento único, e é um anel de espaços interligados com níveis de piso sutilmente variáveis que respondem à topografia natural do local. As salas variam em altura, com as áreas mais íntimas programadas para uso pessoal, como aconselhamento, e áreas mais abertas e espaçosas, proporcionando áreas para reunir e criar um senso de comunidade (Figura 26).

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Figura 26 - Setorização Centro Maggie em Glasglow – Térreo.

Fonte: https://www.metalocus.es/en/news/maggies-centre-gartnavel-oma, edição autoral. Com o objetivo de ser visto como um pavilhão na floresta, o edifício é ao mesmo tempo introvertido e extrovertido: cada espaço tem uma relação com o pátio interno ou com os bosques e áreas verdes circundantes.

3.1.3 Aspectos ambientais

Como aspectos ambientais do edifício, podemos destacar a reciclagem de lixo, o uso de matérias primas que podem ser recicladas e possuem uma boa vida útil. Além disso, o sistema de aquecimento por meio de calhas de aquecimento, que circunda toda a área em vidro, que é um sistema com baixo gasto de energia. Outro ponto a se destacar é a iluminação e ventilação natural, destacados em vermelho na

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Figura 27. O esquema é configurado para fornecer o máximo de luz natural possível e criar uma sensação de abertura e conexão por todo o edifício.

Figura 27 - Planta destacando a iluminação natural em vermelho. Fonte: http://oma.eu/projects/maggie-s-centre-gartnavel, edição autoral.

Já na Figura 28, aponta-se os planos de iluminação natural através de claraboias no teto, existentes na escada, nos banheiros e na sala de aconselhamento menor.

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Figura 28 - Planta destacando a iluminação natural pelo teto em vermelho. Fonte: http://oma.eu/projects/maggie-s-centre-gartnavel, edição autoral. 3.1.4 Aspectos plásticos e construtivos

O preceito fundamental de que a arquitetura excepcional e conscienciosa faz com que as pessoas se sintam melhor por trás do design de Maggie em toda a Europa. Concebido em pequena escala, mas com grandes ambições, o design de Maggie suplanta a arquitetura estéril e muitas vezes alienante dos hospitais, com um ambiente individual e acolhedor para as pessoas que sofrem de câncer e suas famílias.

O edifício conta com iluminação natural através de grandes sistemas de envidraçamento em torno da estrutura. Isso faz uma conexão com o mundo exterior, ao invés transmitir uma sensação de isolamento para os pacientes. Na Figura 29, demonstra-se a estratégia arquitetônica adotada, que traz ao edifício permeabilidade visual entre os ambientes internos e o pátio central e entre os ambientes internos e a vegetação externa, que pode ser visto também na Figura 23.

Figura 29 - Vistas para o centro e para o exterior do edifício. Fonte: Autoria própria.

A localização do escritório permite uma boa conexão visual com a entrada e visão geral do edifício, enquanto evita qualquer sentido de recepção formal ou observação (Figura 30). É ao mesmo tempo localizado longe das principais áreas de atividade para permitir que a equipe trabalhe sem distração quando necessário.

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Figura 30 - Vistas do edifício a partir do Escritório. Fonte: Autoria própria.

Já na Figura 31, evidenciou-se as vistas a partir da entrada principal da Casa Ronald McDonald, para os demais ambientes, transmitindo aos usuários a sensação de ambientes integrados, já que a partir da entrada, pode-se visualizar a cozinha, a sala de jantar, o escritório, e as salas de aconselhamento.

Figura 31 - Vistas do edifício a partir da Entrada Principal. Fonte: Autora, 2018.

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Quantos aos materiais utilizados no projeto, destaca-se o revestimento dos corredores internos, que são cobertos com verniz de tons quentes, e evocam a sensação de um pavilhão aberto na floresta, enquanto um recanto pitoresco é totalmente coberto por tábuas de madeira curvadas e naturalmente iluminado por uma clarabóia na pequena sala de aconselhamento (Figura 32).

Figura 32 - A pequena sala de aconselhamento do Centro Maggie em Glasglow. Fonte: © Philippe Ruault.

Rem Koolhaas, arquiteto vencedor do Pritzker da OMA, projetou as salas interligadas para fluírem umas sobre as outras enquanto ainda permaneciam separadas, “como uma série de cenas de domesticidade nas quais a cozinha, a sala de jantar e a biblioteca aparecem em sucessão”. O centro parece caseiro e em contraste direto com a atmosfera institucional de um hospital (Figura 33).

Figura 33 - Espaços de Permanência com visuais para o pátio interno e para a vegetação externa. Fonte: © Philippe Ruault.

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