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A AIB foi criada oficialmente no dia 7 de outubro de 1932, na cidade de São Paulo, estabelecendo-se como um grupo político que tinha como propósito a formação de um grande movimento nacional. A partir dessa data, logrou intenso e rápido crescimento, ascendente até a decretação do Estado Novo brasileiro, em novembro de 1937. Esse movimento políti- co tornou o líder Plínio Salgado conhecido nacionalmente. O integralismo, por meio de um forte discurso com uma sólida base cristã, canalizava para a ação política as angústias e os temores dos setores médios, constituindo- -se como instrumento de sua incorporação ao processo político.

Devido ao movimento, consolidou-se como líder e intelectual com pretensões ambiciosas na sociedade brasileira do período entreguerras. Ao estudar o movimento integralista e seu pensamento político, verifica-se uma concentração quase que totalizante no período em questão, um dos motivos está na importância que a AIB obteve na década de 1930, princi- palmente nas relações políticas e influências externas. É possível identificar a existência de fascismo fora do continente europeu, pois o movimento é um fenômeno predominante, mas não exclusivamente europeu, sendo a AIB o único caso de movimento fascista latino-americano. 13

A “brasilidade integral”, fundamentação proposta para o integralismo, teve um objetivo muito claro e explícito de sintetizar os elementos con- quistados nos espaços culturais e políticos dos últimos anos de atuação em São Paulo, tendo a religiosidade espiritual como elemento central do discurso e da ação do movimento. Foi nesse momento, vésperas da funda-

13. Para uma exploração bibliográfica sobre o integralismo brasileiro, ver: Gonçalves, Leandro Perei- ra. Un ensayo bibliográfico sobre el integralismo brasileño, Ayer, v. 105, p. 241-256, 2017.

ção da AIB e período posterior à Semana de Arte, no auge das discussões e dos debates sobre o conceito de nacionalismo, que identificou em si “[...] a passagem do poeta-construtor para o homem-índice, ou, em outros termos, do gênio literário para o gênio-político” (PRADO, 1983, p. 99).

Notória a relação que é feita pelo autor em artigo escrito em 1931, véspera de fundação da AIB, ao afirmar que o gênio surgirá de um movi- mento nacional. A pesquisa não o define como um intelectual modernista, mas, sim, como um intelectual que consegue aproveitar o momento e usar o movimento de vanguarda como uma espécie de vitrine para surgir no cenário político brasileiro. Dizia: “É preciso que nós, intelectuais, tomemos conta do Brasil. Definitivamente. Temos de romper com a tradição medío- cre da política. [...] Estamos fartos de vivermos, nós, intelectuais, à sombra dos poderosos. Queremos mandar”. 14

O pensamento de Plínio Salgado nasceu da influência do Integralismo Lusitano (IL), que é oriundo no maurrasianismo, da Doutrina Social da Igreja, bem como de alguns aspectos da doutrina e prática do Fascismo italiano, regime do qual adotou o modelo do partido único e o corpora- tivismo de Estado. Dentro dessas concepções, aliadas ao autodidatismo nacionalista-cristão, além da influência familiar e a necessidade de um discurso de vanguarda, nasceu a AIB.

Em entrevista para Hélgio Trindade, Plínio Salgado comprova a prática de uma circularidade cultural no campo das apropriações, mostra que, naturalmente, a produção intelectual portuguesa de cunho conservador encontraria espaço nos círculos brasileiros. A questão do idioma é algo básico, muito mais simples do que relações apropriadas de países de origens não lusófonas. Obviamente a apropriação não ocorre apenas por uma facilidade linguística, mas também por uma afinidade cultural e política. 15

14. Salgado, Plínio. [Correspondência]. Destinatário: Ribeiro Couto. [S.l.], 5 de jul. de 1933. (FCRB/ APEB-Pop: 28177).

15. O que se viu foi um pensamento marcado por ramificações, ou seja, Plínio Salgado, por possuir uma circularidade de apropriação, foi utilizando uma série de ideias coletadas e identificadas ao longo da vida para criar e segmentar uma doutrina defendida por ele como inovadora, única e autêntica. Para Roger Chartier, entre o texto e o sujeito que lê, coloca-se uma teoria da leitura capaz de com- preender a apropriação dos discursos, a maneira como estes afetam e o conduzem a uma nova forma de compreensão (CHARTIER, 2003, 1990). Em perspectiva contrária, João Fábio Bertonha afirma a “invalidade e fragilidade” da minha interpretação simplesmente porque o líder do integralismo não mencionou em suas obras elementos da Action Française, como o maurrasianismo, e os aspectos da

De forma incontestável, verifica-se que a literatura dos conservadores lusitanos, observados no IL, originados do maurrasianismo, teve notável influência nos doutrinadores da AIB (TRINDADE, 2016, p. 158-179).

H.T. O pensamento de Maurras lhe parecia politicamente interes- sante? O que é que o Sr. aceitou no Maurras?

– P.S. Em parte... Bom, o espírito conservador, restaurador dos princípios humanos [...]

– P.S. O único movimento que eu achava interessante era o do a, do Sardinha, muito mais orientado.

H.T. O que lhe impressionava no integralismo lusitano?

– P.S. Era justamente o sistema de representação que nós quería- mos aqui também; tradicionalidade; a história como fundamento, era isto o que interessava.

H.T. E o Salazar, depois do Sardinha, lhe pareceu polarizador de algumas ideias do integralismo lusitano?

– P.S. Ele aproveitou muitas, apesar de que grande parte dos integralistas ficaram à margem.

H.T. Além do Sardinha, tinha o Rebelo também?

– P.S. Pequito Rebelo, Hipólito Raposo, o Conde de Monsaraz. H.T. Quer dizer que esta literatura era muito lida no Brasil? – P.S. Era

Para compreender a origem do integralismo brasileiro, em especial o pensamento político de Plínio Salgado, é preciso recorrer, além da dou- trina social da Igreja, na origem do congênere europeu, ao IL, apontado pelo líder da AIB como “[...] o mais notável movimento de ideias destes

intelectualidade portuguesa com base no Integralismo Lusitano (BERTONHA, 2018, p. 11-37). Ora, Plínio Salgado sempre deixou explícito o desejo da originalidade e, em diversos momentos, negou relações políticas ou até mesmo inspirações, colocando o integralismo como um movimento genui- namente brasileiro e de uma criação original, dando a entender que possuía o “marco zero”. A visão de vanguarda exigia um pensamento modernista e inovador perante a sociedade brasileira, defendia a originalidade, caracterização que os movimentos conservadores de cunho radical também adotavam para a aceitação da intelectualidade. Foi assim em Portugal, com o Integralismo Lusitano, e no Brasil, com a Ação Integralista Brasileira. Em razão de um demasiado apego à questão documental e em detrimento à interpretação, o fato simplesmente de não existir a citação e referenciação das leituras realizadas por Plínio Salgado não pode ser a comprovação cabal da ausência. Havia uma circularidade cultural em que o conservadorismo português e o brasileiro estavam inseridos. Com essa relação, vê- -se a constituição da trajetória histórica do sujeito político que foi Plínio Salgado (GONÇALVES, 2018).

últimos tempos na história do pensamento português”. 16 Em torno da óti-

ca fascista com a Itália, volta-se a reflexão anterior, quando Plínio Salgado, antes da realização das eleições de 1930, desligou-se da candidatura de Júlio Prestes e iniciou uma viagem pela Europa patrocinada pelo amigo e financiador do integralismo, Alfredo Egídio de Souza Aranha. Atribuía seu afastamento da candidatura a uma alteração dos preceitos políticos de Júlio Prestes. Afastado, promoveu a viagem à Europa (SALGADO et al., 1936, p. 17).

Plínio Salgado não realizou simplesmente uma interpretação do fas- cismo, e sim uma aproximação no sentido político como fonte inspiratória para a praticidade do movimento integralista brasileiro. A sua prática fascista passou a ser oficializada no dia 14 de junho de 1930, em um sába- do, às 18h, quando conseguiu uma audiência com o líder italiano Benito Mussolini. Esse encontro, durante anos, foi colocado como a prova viva e cabal da relação de Salgado com o líder italiano. O encontro nada mais foi do que uma breve reunião de 15 minutos, 17 ou seja, foi algo formal sem

qualquer tipo de mistérios. Todavia, o importante é que, a partir desse momento, mostrou-se encantado com a prática de elementos anticomu- nistas e antiliberais, como Leão XIII pregou e de forma radical, com um cunho conservador, como Charles Maurras idealizou. Com base em uma organização espiritual de cunho conservador e nacionalista, estava sendo consolidada a doutrinação que ele estava montando no Brasil: a AIB.

Retornou ao Brasil ainda em 1930 quando o país passava por transfor- mações de ordem política, engendradas pelo golpe idealizado pela Aliança Liberal que resultou na chegada de Getúlio Vargas. Após a viagem pela Europa, mostrou ânsia por colocar em prática suas concepções teóricas. No fim de fevereiro de 1932, fundou-se a Sociedade de Estudos Políticos (SEP), um órgão que é resultado do trabalho político realizado pelo jornal

A Razão. A criação objetivava a organização de um grupo que pudesse

discutir a organização de um novo movimento político, tendo como prin- cípio um forte nacionalismo conservador e revolucionário, seguindo assim a proposta de Mussolini. Essa fundação foi resultado de vários outros mo-

16. Palavras de despedida, Idade Nova, Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1946.

17. ARCHIVIO CENTRALE DELLO STATO. Segretaria Particolare del Duce. Carteggio Ordinario, Udien- ze, b. 3102, f. giugno/1930. (Informação dada pelo Prof. Dr. João Fábio Bertonha).

vimentos que existiram no Brasil em anos anteriores, grupos que podem ser denominados como pré-integralistas (TRINDADE, 1979, p. 103).

A política integralista de Plínio Salgado obteve certo sucesso, uma vez que conseguiu arregimentar milhares de militantes, no entanto nunca alcançou o poder central. No modelo político em que a AIB estava inse- rida, existiam duas opções para alcançar o poder: a via insurrecional ou eleitoral. A primeira foi o caminho teórico escolhido por ele ao organizar os ideais integralistas. Entretanto, em um contexto cultural e espiritualista, esse caminho era demasiado longo, visto que haveria a necessidade de mexer com as estruturas culturais e intelectuais do país, e o integralismo, por mais aceitação que obtivesse em determinados meios, não possuía força capaz de vitória, por isso a saída encontrada foi a alteração do discurso político. Em um primeiro momento, autorizou a participação da AIB nas eleições de 1934, mesmo não sendo um partido constituído. Em dezembro desse ano, ficou radiante devido ao crescimento dos militantes e dos votos obtidos nas eleições.

Com certo sucesso alcançado, viu que era preciso entrar na “vulgarida- de partidária”, indo contra os seus ensinamentos. A trajetória para o poder fez com que fosse realizado, na cidade de Petrópolis, em 7 de março de 1935, o 2º Congresso Integralista Brasileiro, quando ocorreu oficialmente a alteração jurídica do movimento, transformando-o em partido político, e, para isso era preciso alterar o discurso feito até então. Dessa forma, o líder integralista afirmou, em artigo no mesmo ano do congresso, que a questão não era ser contra os partidos políticos, mas, sim, contra os par- tidos políticos estaduais, que eram a base da velha oligarquia brasileira.

Com a alteração política do movimento, preparava-se para uma ação política ousada: a candidatura à Presidência da República, em 1938. Com um discurso salvacionista dos integralistas, que não teriam opção nas eleições de 1938, dizia ter alterado as bases intelectuais do movimento pelo bem integral. No entanto, seu projeto eleitoral sofreu mudanças devido às alterações políticas promovidas por Getúlio Vargas, que, em 1937, decretou o golpe do Estado Novo, consolidando a ditadura. Dessa forma, todos os partidos e agremiações políticas foram extintos, apesar de o integralismo continuar a ter uma presença política discreta até 1938.

Com a divulgação do embuste conspiratório conhecido como Plano Cohen e o consequente Estado Novo Getuliano, ocorria um questiona-

mento entre os integralistas: “seria o momento do poder?” Com a presença de alguns deles na organização ditatorial de 1937, o objetivo de certo poder passava a ser vislumbrado por Plínio. Muitos identificavam como uma “normalidade” e passagem natural do poder para os integralistas. O contato dos integralistas e Getúlio Vargas ocorria pelas relações de proximidades em torno dos inimigos em comum, mas a busca pelo poder supremo era um elemento gerador de divergências e, devido à ânsia pelo poder, Vargas conseguiu manipulá-lo habilidosamente.

A “ameaça” comunista passou a ser elemento de ligação entre o governo e a AIB. O período que antecedeu o mês de novembro foi de grande agitação e manobras políticas. O ponto central estava por trás de uma entrada oficial de Plínio Salgado no governo. O presidente lhe havia prometido que, após o golpe político, os integralistas iriam participar do Estado Novo, sendo os responsáveis pelo Ministério da Educação. Entre- tanto, quando Getúlio Vargas decretou o golpe, não tomou tal atitude, despertando um sentimento de traição aliado ao desejo de vingança entre os integralistas.

Era, portanto, necessário criar uma imagem em torno do líder, como uma vítima nas mãos do mau Getúlio Vargas, e ainda justificar como e por que não haveria combates para defender a AIB. Como forma de manuten- ção organizacional, Plínio Salgado criou a Associação Brasileira de Cultura (ABC), que pretendia seguir os ideais do integralismo no limite da lei.

O ponto máximo da insatisfação dos integralistas com o governo ge- tulista foi ocasionado em março e, posteriormente, em maio de 1938, por meio de um levante armado com o objetivo de liquidar Getúlio Vargas, que foi um fracasso. O episódio possui a presença de dois grupos, o militar e o civil. Os participantes são basicamente militares de centro direita com conotação golpista e defensores de propostas liberais e conservadoras. Os integralistas estavam presentes, mesmo assim não podemos caracterizar o episódio como um movimento dos adeptos de Plínio Salgado. Com muita desordem e falta de preparo, esse episódio destruiu completamente qual- quer tipo de pretensão dos integralistas no Brasil, tendo havido prisões e perseguições de vários membros, inclusive do líder dos camisas-verdes. 18

18. “A repressão policial foi implacável e perto de 1500 pessoas foram detidas, entre integralistas, simpatizantes e adversários de Vargas” (CAMPOS, 1982, p. 89).

O ataque ao Palácio da Guanabara, em maio de 1938, frustrou com- pletamente qualquer possibilidade de diálogo com o governo, mesmo existindo a versão oficial de que o líder não estava por trás da revolta. Nesse momento, passou a assumir uma dupla face, em alguns momentos, ocupou um espaço de crítico do regime getulista, principalmente quando era preciso inflamar os militantes; já em outros momentos, de diplomacia, buscando um rápido acordo. Em nenhuma revolta o seu nome figurava como mandante, mas era bem claro que o Chefe era o visado no momento da punição. Segundo sua esposa, Carmela Patti Salgado, o período era de muitas instabilidades. Em depoimento, afirmou: “Nós não tínhamos uma casa fixa. Uma semana numa casa, uma semana em outra, uma semana no interior, uma semana na capital durante 2 anos. Até que ele foi preso numa madrugada”. 19 Foi capturado por estar foragido em janeiro de 1939.

Sua captura teve episódios peculiares, que mostra como a força do chefe integralista continuava persistindo. Segundo o jornal Correio da Ma-

nhã, a sua busca estava sendo tentada há vários meses pelas autoridades

da Ordem Política e Social de São Paulo. No entanto um homem que dizia ser seu inimigo realizava diversas denúncias em relação ao paradeiro do líder integralista. “Esse homem andou percorrendo várias regiões do Estado acompanhado de policiais. Quando uma diligência fracassava, ele imediatamente apresentava nova pista”. 20 O delegado responsável,

Carneiro da Fonte, começou a desconfiar do homem e, para testá-lo, prendeu-o, tendo este confessado que não sabia o paradeiro do foragido e que estava no processo para atrapalhar as investigações, “[...] mas disse que ele estava residindo num bairro da capital paulista, em companhia de pessoas da sua família”. 21

A procura continuou e o caso policial foi solucionado no dia em que um rapaz passou a desconfiar de que a namorada o estava traindo com outra pessoa. Segundo o jornal O Diário, o Chefe estava enfermo e ne- cessitava de acompanhamento médico no esconderijo, contratando assim os serviços de conhecidos médicos. No entanto, precisou ser submetido a algumas intervenções que precisava da presença de uma enfermeira.

19. SALGADO, Carmela Patti. Depoimento. In: SOLDADO de Deus. Direção: Sérgio Sanz. Argumento e roteiro: Sérgio Sanz e Luiz Alberto Sanz. Produção: Júlia Moraes. Rio de Janeiro: Videofilmes Produ- ções Artísticas, 2004. (87 min.).

20. Foi preso em S. Paulo o Sr. Plínio Salgado, Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 27 de janeiro 1939. 21. Foi preso em S. Paulo o Sr. Plínio Salgado, Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 27 de janeiro 1939.

“Acontece, porém, que essa jovem tinha um namorado, que ao presenciar todos os dias a assiduidade do médico junto a enfermeira entrou a ter ciúmes de sua namorada, chegando a externar suas suspeitas”. Para azar do Plínio Salgado, segundo o jornal O Diário: “[...] o namorado da jovem enfermeira, que, coisas do destino, era um agente policial, levou o caso ao conhecimento dos seus chefes, resultando daí a prisão do Sr. Plínio Salgado”. 22

Plínio Salgado ficou livre de fevereiro a meados de maio de 1939, quando foi preso definitivamente. Logo após a prisão, foi comunicado que deixaria a capital paulista no dia seguinte em direção ao Rio de Janeiro, para a Fortaleza de Santa Cruz. Oficialmente dizia não saber a causa da prisão. As tentativas de levantes e conspirações de integralistas levaram o governo a enxergar naquele que sempre teve uma presença de liderança total e absoluta um perigo para o Estado Novo. O líder integralista tinha confiança de que a prisão seria breve e colocava nos comunistas a culpa pelo cárcere.

No dia 7 de junho, o preso recebeu a visita do banqueiro amigo, Alfredo Egídio de Souza Aranha. Este, por intermédio do primo Osvaldo Euclides de Sousa Aranha, na ocasião na pasta de Ministro das Relações Exteriores, transmitiu a notícia de que o líder dos integralistas partiria em breve para o exílio em Portugal (SALGADO, 1980, p. 30). As relações de amizade política foram o ponto central para a organização do exílio, momento de extrema importância para compreensão do seu pensamento político, uma vez que um novo discurso passou a ser estabelecido com base nos interesses e valores do regime salazarista pregados em Portugal.