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12.5 Circuitos de Proteção

No documento curso completo de sonorizacao ao vivo (páginas 141-144)

Um amplificador pode contar com uma série de circuitos. A saber:

- OvertTemp ou Temp - Proteção Térmica. Se um amplificador for utilizado à sua potência máxima, vai esquentar muito. Se o local onde ele estiver instalado também estiver muito quente, é capaz da temperatura interna do aparelho subir além do devido, acionando o circuito de proteção térmica, que desliga o equipamento. Agora, já imaginou, no meio de um evento, o amplificador desligar?

Isso é pouco comum de acontecer em amplificadores de baixa potência, que não são “turboventilados”, contam apenas com dissipadores de calor. Amplificadores turboventilados são aqueles cuja alta potência exige um ventilador para “soprar” ar frio em cima dos componentes e dissipadores de calor, de forma a diminuir a temperatura. O problema principal é que as pessoas não cuidam dos filtros de impurezas, instalados para evitar a entrada de poeira e outros nos equipamentos. Aí, com o filtro sujo, o ar não consegue passar, o circuito de proteção entra em funcionamento e ficamos sem som.

Também tem aqueles que, durante o evento, usam a área em volta do amplificador como depósito dos mais diversos materiais. Se cair algo e obstruir a entrada de ar, ficamos sem som. - Clip ou Clipping – é um circuito que detecta que a potência máxima do aparelho já foi alcançada e que já está acontecendo distorção. Avisa através de leds ao operador. Neste caso, devemos abaixar o volume no amplificador ou na mesa de som. Distorções podem causar a queima dos alto-falantes.

- Limiter ou Limitador. – é uma evolução do Clipping. Após detectar que a potência atingiu o máximo, o circuito passa a limitá-la, exatamente como o compressor/limitador faria, evitando distorções e protegendo assim os alto-falantes.

A atuação do limitador não é algo bom, pois afeta a dinâmica musical. O circuito avisa através de Leds para o operador tomar as mesmas providências que em Clipping. A vantagem do Limiter é evitar a queima dos alto-falantes de uma forma automática.

- Overload – Sobrecarga – esse circuito pode identificar vários problemas:

- entrada de sinal no amplificador está muito forte, acima do nível máximo suportado. Nesse caso, não é para diminuir o volume do amplificador, mas sim os Masters da mesa de som, o ganho do equalizador, o ganho do compressor, etc. Se nada for feito, os circuitos de pré-amplificação da mesa correm o risco de queimar após algum tempo nessa situação.

- impedância muito baixa nas caixas de som, abaixo do limite mínimo por canal (em geral 4Ω). Veremos isso em caixas de som.

- curto circuito na saída de caixas de som, muito comum quando usamos cabos mal- soldados ou então fio solto no lugar do plugue banana.

- Rejeição de frequências subsônicas e ultra-sônicas. Esse circuito é interno, não visível ao usuário. Os amplificadores em geral tem respostas de frequência muito amplas, alguns vão de 10Hz a 100KHz. Entretanto, o ouvido humano só ouve de 20Hz a 20KHz. Ainda assim, é comum existirem harmônicos acima de 20KHz e ruídos elétricos abaixo de 20Hz. Se o amplificador não tiver esse tipo de circuito, gastará energia para amplificar algo que não ouvimos. Um circuito desses faz o amplificador “prestar atenção” somente no que os nossos ouvidos conseguirão ouvir.

- DC Output – circuito que detecta a existência de tensão contínua na saída para as caixas de som, o que pode queimar os alto-falantes, e desliga o equipamento automaticamente. Significa na maioria dos casos um defeito nos componentes internos do amplificador.

- Delay – ao ligarmos ou desligarmos um amplificador, acontece um “TUM”, um barulho nas caixas de som, causada pela fonte de alimentação, que ainda não está estável. Se o amplificador for muito potente, pode até queimar os alto-falantes. Um circuito de delay gera um atraso de alguns segundos, de forma que a saída é temporariamente desligada até que o transformador esteja estabilizado.

- Auto-Ramp ou Rampa Automática – comum em amplificadores muito potentes, esse circuito faz com que o volume “suba” aos poucos após o amplificador ser ligado, de forma a

não assustar as pessoas com um volume muito alto caso o sinal da mesa de som já estiver “aberto”. Protege os alto-falantes também.

Fusível de proteção – o fusível é também um meio de proteção, apesar de não eletrônico. O fusível pode “abrir” no caso de uma microfonia forte, uma sobretensão, um curto-circuito na saída, impedância baixa, clipping, etc. - situações que fará com que o amplificador exceda ao seu consumo elétrico normal e aí entra em ação o fusível, que se rompe para interromper o excesso de corrente elétrica.

A maioria dos amplificadores informa, na parte traseira (e todos informam no manual) qual a amperagem do fusível para cada tensão de uso (110 ou 220Volts). Se usarmos um fusível diferente do informado, pode acontecer:

- se o fusível for de amperagem inferior, o fusível queimará antes do amplificador atingir sua potência máxima regular.

- se o fusível for de amperagem superior, o amplificador queimará e o fusível ficará intacto.

Existe um problema sério que quase ninguém presta atenção. A maioria dos fabricantes configura o aparelho na fábrica para 220Volts. Isso é feito através da chave seletora de voltagem existente nos aparelhos e com a mudança de fusível, que é colocado o correspondente. Só que os fusíveis de 220V tem metade da amperagem do fusível de 110V. Se o amplificador for colocado em uso em 110V sem o fusível correto, pode acontecer do mesmo abrir no meio do evento. E por culpa do operador, que não leu o manual.

Alguns fabricantes estão substituindo o uso do fusível por um disjuntor, igual aos de instalações elétricas, no lugar da chave liga e desliga. A função é exatamente a mesma, com a vantagem de que não precisamos ficar substituindo o fusível.

Dica prática: tenha sempre vários fusíveis sempre à mão para o uso em caso de necessidade. Meus amplificadores têm sempre 4 fusíveis presos junto as alças de transporte, porque eu aprendi isso da pior forma possível.

Muitos fabricantes têm linhas de amplificadores. Séries mais simples, intermediárias e profissionais. A diferença, além de alguns parâmetros melhores, é a existência de mais circuitos de proteção. Em geral, os equipamentos de potências mais altas têm mais circuitos de proteção.

Na Ciclotron, a série DBK tem alguns circuitos de proteção, mas nada muito elaborado. Um curto-circuito nos cabos das caixas causa a queima do fusível. A série PWP é mais elaborada, com mais circuitos, e a série TIP é a melhor de todas. Nessas séries, um curto-circuito nos cabos das caixas simplesmente desliga o canal, até que o problema seja solucionado.

Cabe aqui uma ressalva importante. Tirando a fonte de alimentação, única dentro de um amplificador, os dois circuitos de um amplificador são totalmente independentes. Um pode queimar, e o outro vai continuar trabalhando. Os circuitos de proteção são independentes por canal.

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