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6.6 Microfones de Lapela

No documento curso completo de sonorizacao ao vivo (páginas 54-56)

A fabricante brasileira LeSon fabrica um microfone muito comum de ser encontrado em qualquer igreja, de qualquer denominação. É o LeSon ML-70. O microfone de lapela é muito utilizado por pregadores, no púlpito ou palco. Vários outros fabricantes também fazem microfones desse tipo, em especial em sistemas sem fio.

O LeSon ML-70 é um microfone condensador (cápsula pequena, que precisa de energia - no caso, pilha), com padrão de captação ominidirecional (capta todos os sons em 360º na horizontal e 360º na vertical). Tem sensibilidade alta, -38dB, ampla resposta de frequência, com curva de resposta bastante linear, mas com um pouco de reforço nos graves, para compensar a maior distância da fonte sonora. É acessível, custa em média R$ 50,00, e facílimo de ser encontrado em qualquer loja especializada. Possui garantia de 6 meses.

Microfone de lapela e sua correta utilização

Os microfones dos outros fabricantes também possuem a maioria dessas características. Existem também modelos com padrão cardióide de captação, sendo mais comuns de serem encontrados em microfones sem fio, custando de R$ 300,00 (os mais simples) a R$ 1.500,00 (os melhores).

Vantagens - Por possuir uma cápsula pequena e leve, uma vantagem do lapela é a discrição. É preso nas roupas, mas é tão pequeno que em nada atrapalha a movimentação do pregador e a visão do público em direção a ele. Também é bem leve, possibilitando o uso por horas sem cansar. Se for sem fio, a liberdade é excelente.

A pilha, do tipo AA 1,5V, costuma durar meses. Em geral, ela vai acabando aos poucos, e praticamente só se nota isso quando é necessário compensar o volume no canal da mesa de som. Nos microfones sem fio, quem fornece a energia para o lapela funcionar são as pilhas do próprio transmissor, onde o microfone é encaixado.

Por ter alta sensibilidade, permite ser utilizado a vários centímetros da fonte sonora, dando ampla liberdade de movimentação ao pregador.

Forma de utilização - Apesar de sua alta sensibilidade ser uma vantagem, ela também pode causar problemas por causa de microfonias. Para evitar isso, o lapela deve ser utilizado preso na gravata, logo abaixo do “nó”. Nessa posição, o microfone estará de 10 a 15cm da boca da pessoa, e não será preciso aumentar muito o volume, diminuindo a chance de microfonia. Apesar do próprio nome do microfone indicar que é para ser usado na lapela do paletó, o uso neste local pode trazer alguns problemas. Um deles é o fato de que, quando a pessoa vira o rosto para o lado oposto, a captação do microfone é muito pequena, perdendo principalmente os agudos. O segundo erro é de uso: algumas pessoas erram e colocam o microfone ou muito alto ou muito baixo na lapela. Muito alto, o microfone perde a captação de agudos. Muito baixo, temos que aumentar o volume e corre-se o risco de microfonia. Assim, a melhor posição para esse microfone é logo abaixo do nó da gravata, onde se resolvem os dois problemas. Os operadores de som das igrejas precisam ensinar aos pregadores a utilizar os microfones dessa forma.

Ah, é por cima da gravata! Já vi pregadores que o prendem na camisa, por baixo da gravata, só para ficar mais discreto ainda, mas é uma situação impossível de se conseguir uma regulagem razoável. Se o pregador da sua igreja usa assim, é necessário conversar com ele.

No caso do ML-70, o cabo entre o compartimento da pilha e o microfone é pequeno, então o melhor a fazer é prender o compartimento logo abaixo do tampo superior do púlpito. Nas igrejas que visito, tenho visto diversas formas de fazer isso, mas é necessário deixar a possibilidade de se efetuar a troca da pilha quando necessário.

É um microfone raramente utilizado por cantores. Entretanto, já vi várias "adaptações" para usar com violinos, com a cápsula presa próximo às cordas. O resultado é bastante discutível. Desvantagens A mais séria desvantagem deste modelo de lapela é o fato do mesmo ser ominidirecional. A sua ampla captação (em todas as direções) e sua alta sensibilidade (capta som de longe) o torna um "prato feito" para microfonias. Mesmo que as caixas de som estejam longe do usuário, ainda assim podem acontecer microfonias por causa da reverberação do lugar. Usar um retorno para o pregador? Nem pensar. Nos modelos sem fio que são cardióides, o problema é muito minimizado, e já é possível usar um retorno de voz, que sempre deverá estar próximo aos pés do pregador (a 180º para o microfone).

E quanto pior for a acústica da igreja, mais difícil será de conseguir uma boa regulagem, tanto em volume quanto em equalização. São microfones difíceis de trabalhar, e exigem mesas de som com boa qualidade de equalização.

Se por um lado a cápsula condensadora permite ao microfone ser pequeno e leve, por outro este é um microfone frágil. O fio entre o compartimento da pilha e a cápsula é muito fino, e pode se romper se alguém der um puxão forte no mesmo (e não é raro alguém “esquecer” que está com o lapela e sair do púlpito carregando ele). Mesmo com todo o cuidado, as cápsulas condensadoras são frágeis e quebram. Na minha igreja, por exemplo, todo ano tinha que trocar de microfone de lapela.

A presilha da cápsula merece cuidado também. Se quebrar, não existe substituição. Ninguém vende, então não jogue fora seus microfones de lapela quebrados. Guarde-os, para aproveitar a presilha, o windscreen, etc. em caso de necessidade.

A pilha, se por um lado dura muito, coincidentemente costuma acabar nos cultos importantes, como casamentos, ceias, vigílias. Então não se esqueça de trocá-las antes.

É comum vermos esses microfones em estúdios de TV, em programas de entrevista. Não quer dizer que é ótimo só porque a Rede Globo utiliza. Nas entrevistas, trata-se de uma conversa entre algumas pessoas em um estúdio com tratamento acústico, e os microfones estão alí apenas para gravação da voz. Nesses casos, não há retorno de som, não há caixas de som por perto, não há microfonias e não há problemas: parece então ser o microfone perfeito. Na igreja, com acústica deficiente, com instrumentistas tocando alto, com retorno de voz para o pastor, ele é fonte de dor de cabeça.

No documento curso completo de sonorizacao ao vivo (páginas 54-56)