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11 Compressores / Expansores / Limitadores / Gates

No documento curso completo de sonorizacao ao vivo (páginas 135-138)

Quando em uma igreja, “ao vivo”, uma das funções do operador é controlar os níveis de som produzidos pelas várias fontes sonoras. Existe um “nível médio”, aquele para o qual dizemos que o volume está bom, seja para o coral, seja para os músicos ou para o pregador. Mas faz parte da dinâmica do louvor e da pregação que o som às vezes seja mais alto, e às vezes mais baixo, como um sussurro. A falta de dinâmica deixa a música ou a pregação entendiante. O volume ideal de som é aquele em que todos consigam ouvir completamente os sons, mas pela média. Isso quer dizer que, quando o pregador falar bem mais alto, para enfatizar algo, o volume estará mais alto, mas ainda sem microfonar. E quando ele quiser sussurrar, mesmo que o volume esteja bem baixo todos ainda vão conseguir ouvir.

Só que esse volume médio é difícil de conseguir em algumas pessoas. Há pregadores que tem dinâmica muito, muito grande, e às vezes chegam a gritar. Se o sonoplasta for atuar no volume a cada momento, será muito trabalho e com resultados ruins, pois nunca terá a rapidez necessária para que o resultado fique bom. Aliás, é preferível nem mexer, pois a chance de atrapalhar o pregador é grande. Se estiver muito alto, abaixe um pouco.

Existe um aparelho que serve para conter esses picos. É o compressor. Os circuitos do compressor acompanham o “sobe-e-desce” do nível de sinal que passa por ele. Quando detecta uma subida dessa energia acima de limites pré-estabelecidos, o compressor aplica uma redução pré-determinada de modo a minimizar o pico. Quando bem ajustado, esse processo ocorre de modo transparente e de modo que ninguém no templo perceberá sua atuação.

Compressor / limitador / expansor / gate da Alto. Uma analogia para entender o funcionamento de um compressor:

Uma criança em uma cama elástica. À medida que ela vai pulando, vai ganhando altura, cada vez mais e mais. Se ela estiver ao ar livre, pulará tanto que correrá o risco de “voar longe”. A pregação sem compressor é assim: se o pregador for falando cada vez mais alto, chegará ao momento em que teremos microfonia ou níveis ensudercedores.

Agora uma criança em uma cama elástica com um toldo de lona flexível por cima. Ao atingir a altura da lona, esta funcionará como uma segunda cama elástica, mas desta vez empurrando para baixo, como um freio. Quanto mais alto a criança pular, mais será pressionada pela lona superior de volta da onde veio. Esse é o funcionamento do Compressor.

O grau de elasticidade da lona superior é a chamada taxa de compressão (Ratio) aplicada ao sinal. Já a distância entre a cama elástica e a lona superior, onde a criança poderá pular livremente, é chamada de limiar ou Threshold. Em uma pregação, o pregador ainda conseguirá falar mais alto (o compressor preserva a dinâmica), mas não tanto o suficiente para microfonar ou agredir os ouvidos.

Agora uma criança que pula em uma cama elástica com uma laje por cima. Se ela pular muito, ela baterá a cabeça na laje. Esse é o Limitador, ou seja, um limite superior fixo. O limitador pode ser usado para proteger caixas acústicas dos estalos e “tiros” dos cabos. O limitador nada mais é que um tipo de compressor que, de tanto comprimir, acaba limitando.

Uma criança em uma cama elástica. Mas ela não quer pular. Podemos ir embaixo da cama elástica e empurrá-la para cima. Esse é o papel do Expansor, pegar sinais muito baixos e aumentá-los para dentro de um nível pré-estabelecido.

Por último, uma cama elástica sem crianças. O que fazer? Guardar a cama elástica. Essa é a função do (Noise) Gate. Se o sinal for menor que um nível mínimo pré-determinado, ele corta a saída do equipamento. Isso é útil quando temos muitos equipamentos com nível de ruído alto. Então, após o gate ser acionado, todo o som (inclusive o ruído) é cortado.

Apesar de serem 4 funções diferentes, elas geralmente são encontradas em um único equipamento, que é chamado pela sua função mais importante - os Compressores. Existem equipamentos mais simples, sem uma ou outra função, mas a aquisição de um equipamento que faça todas as funções é economicamente mais vantajosa.

Os compressores são largamente utilizados em estúdios, rádios e TV. Você já reparou que, por melhor que sejam seus equipamentos, o som de um hino em CD é muito melhor que o mesmo hino cantado ao vivo? Em grande parte, isso é porque o som é comprimido, e os músicos e vozes ficam com volumes mais parecidos (enquanto em sonorização ao vivo é mais comum vermos “disputas” de quem canta ou toca mais alto).

Em rádios FM, o uso de compressores é facilmente percebido. Uma música de “rock pauleira” e uma “balada romântica” e até mesmo a voz do locutor tem sempre o mesmo volume médio. Trabalho do compressor, que aproxima os níveis sonoros, diminuindo a dinâmica, mas perceba que ela ainda existe, haverá alguns picos e baixos.

Atuação de um limitador. A onda foi limitada a um valor pré-definido. Se fosse um compressor, a onda ainda ultrapassaria o limite, mas sua amplitude seria bastante reduzida. Apesar da variedade de fabricantes do aparelho, apresentamos a explicação dos comandos mais comuns encontrados em um Compressor:

- Threshold – nível limite. Estabelece o nível a partir do qual o compressor começará a atuar sobre o sinal. Toda vez que o nível de sinal vindo da mesa ou do equalizador ultrapassar esse limite, ele passará a sofrer compressão. Quando o nível de sinal descer abaixo desse limite, ele não será afetado pelo equipamento. O valor é dado em dBu, nível de sinal elétrico. - Ratio – razão, ou taxa de compressão. Aqui se controla o quanto de compressão o sinal sofrerá (apenas o sinal que ultrapassou o Threshold. O valor é dado como uma razão, por exemplo, 2:1 (dois para um), 4:1 , 8:1, etc, chegando até mesmo a ∞ : 1 (infinito para um). Por exemplo, a razão 4:1 significa que se para 4 dBu que o nível de sinal suba, somente um dBu será acrescentado à saída. Logo, se o sinal subir na entrada, 12 dBu, então a saída só subirá 3 dBu. Já a taxa de compressão de ∞ : 1 (infinito para um) significa que, por mais que o sinal suba, o nível de sinal só será elevado em 1 dBu, muito pouco. Na verdade, o nível de sinal será limitado ao valor do Threshold.

- Attack e Release (tempo de ataque e tempo de relaxamento). O Attack controla a velocidade em que o compressor passará a atuar a partir do momento em que detectar a elevação do nível. Já o Release controla o tempo em que o compressor deixará de atuar. O tempo é dado em milissegundos (ms). Esses controles são um pouco complicados, e muitos equipamentos atuais vem com uma chave para controle automático dessas funções.

- Output – nível de saída. Sempre que um sinal for comprimido, haverá uma redução no seu nível médio. Esta redução será tão maior quanto mais comprimido for o sinal. Assim, com esse controle recuperamos o nível médio do sinal que tínhamos antes da compressão.

- VU´s meters – leds medidores. Há VU´s para podermos monitorar o nível de sinal. Funciona igual aos VU´s das mesas de som, inclusive com a luz vermelha de Peak, quando o sinal estiver alto demais. Nesse caso, diminua o Output.

Em um mesmo equipamento, pode haver vários Threshold, um para o compressor/limitador, um para o expansor e outro para o Gate. Sempre confira o manual do equipamento.

Dos compressores, não há muito em se falar em prática, erros e casos. São aparelhos com muitas funções, que exigem leitura atenta do manual e uma boa quantidade de prática para aprender a utilizá-los bem. Essa explicação apenas é introdutória, serve para entender o funcionamento, mas deverá ser utilizada somente com o manual do aparelho.

É necessário lembrar que é possível a utilização de um compressor para um instrumento ou microfone específico, utilizando-se a entrada Insert da mesa de som. Como os compressores têm dois canais, um aparelho “atende” a até dois canais.

No documento curso completo de sonorizacao ao vivo (páginas 135-138)