Monossílabas: palavras que possuem apenas uma sílaba: pé, flor, mão.
Dissílabas: palavras que possuem duas sílabas: balão (ba-lão); suco (su-co);
santo (san-to). Trissílabas: palavras que possuem três sílabas: hóspede (hós-pe-de);
lareira (la-rei-ra); sapato (sa-pa-to). Polissílabas: palavras que possuem quatro ou
mais sílabas: literatura (li-te-ra-tu-ra); amaciante (a-ma-ci-an-te); sambódromo
(sam-bó-dro-mo).
Divisão silábica
→ Os dígrafos “ch”, “lh”, “nh”, “gu” e “qu” devem pertencer a uma única sílaba:
chu – va
o – lho
fe - char
que – ri – do
vo - zi – nho
→ Os dígrafos “rr”, “ss”, “sc”, “sç”, “xs” e “xc” devem ser separados em sílabas
diferentes.
car – ro - ça
as – sas – si – no
cres – cer
nas – ceu
ex – ce – ção
→ Ditongos e tritongos devem permanecer na mesma sílaba.
U – ru – guai
ba – lai – o
→ Os hiatos devem ser separados em duas sílabas distintas.
di – a
ca – de – a – do
ba – ú
→ Os encontros consonantais devem ser separados, exceto aqueles cuja segunda
consoante é “l” ou “r”.
bru – to
blu – sa
cla - ro
tra– go
→ Os encontros consonantais que iniciam palavras são mantidos juntos na divisão
silábica.
pneu – má – ti – co
gno – mo
11 AS TRANSCRIÇÕES FONÉTICAS E FONOLÓGICOS DOS SONS
LINGUÍSTICOS
A transcrição fonética é a representação dos sons da fala através de símbolos
fonéticos. Difere de região para região, de estado para estado e de pessoa para
pessoa, uma vez que representa os diferentes sotaques. Os símbolos fonéticos estão
definidos no Alfabeto Fonético Internacional (IPA - The International Phonetic
Alphabet). Estão diretamente relacionados com as letras do alfabeto, salvo algumas
exceções. Nas transcrições, os símbolos fonéticos são escritos dentro de colchetes [
]. O uso do til indica a nasalização da vogal e o uso do apóstrofo antes de uma sílaba
indica a sua tonicidade.
Representação dos principais sons vocálicos:
[a] - som á - pá, gato, amigo.
[ɐ] -som ã - cama, cana.
[ɛ] - som é - pé, ferro, teto.
[e] - som ê - medo, regar, saber.
[i] - som i - ir, vida, sede.
[ɔ] - som ó - pó, mola, nova.
[o] - som ô - correr, morar, fome.
[u] - som u - uva, urubu, gato.
[j] - semivogal i nos ditongos - pai, leite, oito.
[w] - semivogal u nos ditongo - céu, pau, tênue.
Representação dos principais sons consonantais
[b] - som b - banana, bola, boca.
[p] - som p - pé, pato, pó.
[t] - som t - tábua, topo, tumulto.
[tʃ] - som t africado - tia, tigela, tintura.
[d] - som d - dado, dedo, data.
[dƷ] - som d africado - dia, ditado, dinheiro.
[k] - som c e qu - casa, comida, queijo, quintal.
[g] - som g e gu - gato, gola, guitarra, guerra.
[Ʒ] - som j - jeito, hoje, viagem, gim.
[f] - som f - fala, fome, foto.
[v] - som v - vida, volta, valente.
[s] - som s - sala, sapo, cinto, céu.
[z] - som z - zona, zebra, camisa, rosa.
[r] - som rr - carro, torre, rato.
[ɾ] - som r entre vogais - caro, faro, mero.
[m] - som m - madeira, moça, medo.
[n] - som n - nó, nada, neve.
[ɲ] - som nh - linho, tenho, ganho.
[ʃ] - som ch - chuva, xarope, listado, feliz.
[l] - som l - lado, luta, limão.
[ʎ] - som lh - telha, velho, milho.
Exemplos de transcrições fonéticas
casa - ['kazɐ]
data - ['datɐ]
faca - ['fakɐ]
povo - ['povu]
gema - [' Ʒemɐ]
chato - ['ʃatu]
caro - ['kaɾu]
carro - ['karu]
palha - ['paʎɐ]
uso - ['uzu]
bola - ['bɔlɐ]
táxi - [´taksi]
Exemplos de diferentes transcrições baseadas na pronúncia
tio - [' tʃiu] e ['tiu]
dia - [´dƷiɐ] e [´diɐ]
mal - ['maw] e ['maɬ]
gol - ['gow] e ['goɬ]
baixo - ['baʃu] e ['bajʃu]
ouro - ['oɾu] e ['owɾu]
queijo - ['keƷu] e ['kejƷu]
chave - ['ʃavi] e ['ʃave]
Fomos apresentados ao sistema consonantal e vocálico do PB, através de seus
movimentos articulatórios, pelo olhar da fonética, e a partir de suas oposições, pela
representação fonológica. Vimos, no entanto, duas formas de notação dos segmentos
aqui tratados: (a) aquela que aparece entre colchetes quadrados [ ]) correspondente
à notação fonética, e que se baseia na produção do falante; e (b) aquela entre barras
inclinadas (/ /), que considera apenas os segmentos que têm a função de distinguir
significados. No primeiro caso, os segmentos transcritos são denominados fonese no
segundo, fonemas.
Vejamos agora como seriam transcritas as palavras a seguir, segundo nosso
próprio dialeto (da autora), e depois como seriam consideradas na transcrição para o
nível fonológico. As teorias que tratam da nasalidade das vogais do PB são
divergentes e serão melhor esclarecidas no Capítulo 5 desta Unidade. Agora, você já
é capaz de fazer suas próprias transcrições fonéticas e fonológicas. Essa reflexão
sobre as transcrições aqui apresentadas vai ajudá-lo (a) a realizar as transcrições
necessárias às suas pesquisas na área.
12 INTRODUÇÃO ÀS PREMISSAS DA DESCRIÇÃO E ANÁLISE FONOLÓGICA
Os percursos didácticos que se apresentam neste ponto assentam num
conjunto de pressupostos teóricos e metodológicos que convém explicitar. Em
primeiro lugar, defende-se que a aula de Português/Língua Portuguesa deve assumir
a sua especificidade de aula de língua, constituindo um espaço onde se deveria, como
alerta Maria da Graça Pinto, «insistir fortemente na prática oral e escrita da língua
portuguesa. A não ser assim, no entender da mesma autora, «essas aulas – ditas de
Língua Portuguesa/Português – acabam por atingir os mesmos objectivos linguísticos
das de outras disciplinas. (Pinto 1998)
Essa especificidade deriva ainda, no entender de Fernanda Irene Fonseca, de
um outro factor, o de se institui a língua materna como objecto de conhecimento, sobre
o qual recaem práticas de análise e de construção de saber. Neste sentido
preconiza-se uma pedagogia da língua materna que «não pode (...) quedar-preconiza-se nos usos
transparentes ou transitivos característicos da comunicação habitual. Deve ter
também em conta os usos em que a língua, flectindo-se sobre si própria, se Opacifica
e se torna visível, abrindo a possibilidade de uma relação de aprendizagem fundada
numa motivação em que o motivo de interesse é a própria língua, instituída em objecto
de estudo e análise e também de fruição. » (Fonseca 1994).
Tendo em conta estes pressupostos, caberá ao professor criar situações de
ensino-aprendizagem que, através de uma pedagogia da descoberta e da prática de
actividades de análise, conduza o aluno para a aquisição de saberes e para o
desenvolvimento da capacidade de resolução de problemas. As situações de
ensino-aprendizagem que aqui se propõem assumem a forma de questionários escritos que
procuram respeitar princípios metodológicos como:
A detecção de regularidades da língua a partir de situações de uso com
um percurso que parte da análise textual, se centra depois num trabalho
oficinal de treino sistemático de conhecimento linguístico e regressa de
novo ao texto/discurso;
A articulação dos diferentes domínios do ensino da língua materna
(ouvir/falar, ler, escrever e reflectir sobre o funcionamento da língua);
A integração do trabalho gramatical em unidades didácticas dedicadas a
conteúdos programáticos próprios da leitura.
No documento
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI FONÉTICA E FONOLOGIA DO PORTUGUÊS GUARULHOS SP
(páginas 64-69)