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As consoantes, ou segmentos consonantais, são sons produzidos com algum

tipo de obstrução no trato vocal, de forma que há impedimento total ou parcial da

passagem de ar. Esses sons são classificados de acordo com os seguintes critérios:

1) Modo de articulação

2) Lugar de articulação

3) Vozeamento

4) Nasalidade / Oralidade

A notação dos segmentos consonantais é feita do seguinte modo:

 Modo de articulação + Lugar de articulação + Vozeamento + Nasalidade /

Oralidade.

A notação dos segmentos vocálicos é feita do seguinte modo:

 Altura da língua + Anteriodade / Posterioridade da língua + Arredondamento

dos lábiospara ver como se dá a produção das vogais do Português.

As consoantes constituem diversas categorias, entre elas: surdas ou sonoras;

orais ou nasais; oclusivas ou fricativas (etc); mas são melhor descritas a partir da

especificação de seus pontos e modos de articulação. Os pontos de articulação mais

significativos (no Português) são os lábios, os dentes, os alvéolos e o palato. As

categorias de modo de articulação são oclusivas, fricativas, nasais, líquidas e

semi-consoantes.

Oclusivas

São produzidas pelo bloqueio da pressão do ar em algum ponto do trato vocal

que a seguir é desfeito. Este ar pode ser bloqueado pela pressão dos lábios unidos

ou pela pressão da língua contra os alvéolos ou palato.

Fonte: www.oclusivas.com.br

Podemos produzir oclusivas (ou também conhecidas como plosivas) com lábios

(bilabiais), dentes (linguodentais) ou véu (linguopalatais).

Vejamos alguns exemplos de oclusivas orais:

 Bilabiais: /p/, / b/

 Linguodentais: /t/, /d/

 Linguopalatais: /k/, /g/

Nasais

São produzidas pelo deslocamento do véu da parede posterior da faringe

permitindo a saída do ar que foi bloqueado em algum ponto da cavidade bucal. Essa

obstrução pode-se dar em 3 pontos articulatórios também, e são consideradas

consoantes oclusivas.

Fonte:www.ericasitta.wordpress.com

Vejamos alguns exemplos de oclusivas nasais:

 Bilabiais: /m/

 Linguodentais: /n/

 Linguopalatais: /ƞ/

Fricativas

São produzidas pela constrição da corrente aérea em algum ponto do trato

vocal, determinando uma grande turbulência e produção de sons de alta frequência.

Elas diferem pelo ponto de articulação; podem ser produzidas por estreitamentos

feitos entre os lábios e os dentes (labiodentais) entre a língua e os alvéolos

(línguo-alveolares) ou entre a língua e o palato (linguopalatais).

Fonte:www.fricativas.com.br

Vejamos alguns exemplos de fricativas:

 Labiodentais: /f/, /v/

 Línguo-alveolares: /s/, /z/

 Linguopalatais: /ʃ/, /Ʒ/

Líquidas

Enquanto as consoantes citadas anteriormente receberam suas denominações

em decorrência de sua produção articulatória, as líquidas não seguem esse critério.

Elas compreendem as laterais e as vibrantes. As laterais se distinguem pela obstrução

da corrente expiratória em um ponto central e esse fato permite sua passagem pelas

regiões laterais. A obstrução é feita com a ponta da língua tocando a região alveolar

(línguo-alveolar) ou a ampliação dessa área de contato atingindo quase toda região

anterior do palato (linguopalatal). Outra característica dessa produção é a

concavidade e distensionamento da língua (mais acentuadas nas línguo-alveolares).

Vejamos alguns exemplos de líquidas laterais:

 Línguo-alveolares: /l/

 Linguopalatais: /ʎ/

São chamados de vibrantes os sons que se produzem quando um órgão

elástico e tenso executa um olu vários movimentos rápidos. Distinguem-se também

pelo ponto em que esta vibração se dá, podendo ocorrer na região alveolar

(línguo-alveolar) ou velar (uvulares).

Vejamos alguns exemplos de Líquidas vibrantes:

 Línguo-alveolares: /r/

 Velar: /R/

Vogais

As vogais, ou segmentos vocálicos, são sons produzidos sem obstrução no

trato vocal, de forma que a passagem de ar não é interrompida. Esses sons são

classificados de acordo com os seguintes critérios:

1) Altura da língua

2) Anterioridade / Posterioridade da língua

3) Arredondamento dos lábios

4) Nasalidade / Oralidade

6 DESCRIÇÃO DOS SONS LINGUÍSTICOS

A fonologia tem por objetivo principal a definição dos sons que desempenham

funções linguísticas e a descrição e explicação dos processos fonológicos que os sons

de uma língua sofrem ou provocam. Desta forma podem-se dividir os sons da fala em

propriedades de três tipos diferentes: Articulatória, Acústicas, Perceptivas.

Deste modo o falante utiliza a propriedade articulatória, o ar transmite a

propriedade acústica, e o ouvinte utiliza a propriedade perceptiva. Só desta forma

existe a comunicação verbal, ou seja, o cérebro contém informação linguística que é

transmitida pelo sistema nervoso central. Este transmite a informação aos músculos

e órgãos relacionados com a produção de sons da fala. A este conjunto chama-se

aparelho fonador. – Imagem fotocopia.

Numa primeira fase do som dá-se a expiração nos pulmões, isto significa que

a massa de ar passando pela laringe atinge as cordas vocais, fazendo-as vibrar. A

isto dá-se o nome de fonação. Finalmente na cavidade oral e nasal a massa de ar

assume o formato de som de fala (“articulação”).

Características articulatórias do som da fala:

Para definir os sons ou fonemas são essenciais as etapas de fonação e de

articulação. A etapa da fonação implica a produção de voz na laringe, assim, o ar

atravessa a glote e as cordas vocais podem ou não vibrar, produzindo assim sons

vozeados ou sonoros consoante a vibração das cordas vocais ou sons vozeados ou

surdos que são produzidos sem vibração nas cordas vocais.

Sons do português:

Os sons são transformados nas cavidades supraglotais: a cavidade faríngea,

que quase não desempenha papel na articulação dos sons em português, no entanto,

a cavidade nasal, permite distinguir os sons orais dos sons nasais. Os sons nasais

podem passar em simultâneo pela cavidade nasal e pela cavidade oral, dando-se o

afastamento do véu palatino, que quando se afasta produz sons nasais.

Foi realizada a palatografia e a linguografia para todos os sons estudados, ou

seja, [s], [z], [(], [y], [l], [r] e [k], em dois sujeitos com desenvolvimento típico de fala e

linguagem nas faixas etárias de cinco e sete anos, no dia da coleta de dados, não

estava presente nenhum sujeito na faixa etária de seis anos, que pudesse realizar a

técnica. Estes sujeitos fizeram parte do estudo, mas não apresentaram distorção,

pertencendo ao GSTFSD. Foram escolhidos aleatoriamente dentro deste grupo. A

palatografia e a linguografia possibilitaram uma comparação visual das produções

adequadas e das comdistorção.

Todos os sujeitos com distorção de fala confirmada na prova para verificação

de distorção foram submetidos à palatografia e à linguografia para análise do som

distorcido.

Explicava-se à criança o procedimento para a obtenção da palatografia. A

ordem dada à criança foi: “vou pintar sua língua com uma mistura preta que não tem

gosto nem cheiro, logo depois vou pedir para você falar uma palavra. Depois de falar

você deve abrir a boca para que eu coloque o espelho para ver como ficou seu ’céu

da boca‘, e então vou tirar uma foto”.

Para a linguografia, a ordem dada foi: “vou pintar seu ’céu da boca‘, com uma

mistura preta que não tem gosto nem cheiro, e logo depois vou pedir para você falar

uma palavra. Depois de falar você deve abrir a boca e colocar a língua para fora, e

em seguida vou tirar uma foto da língua”.

Para a palatografia, a língua dos sujeitos foi revestida com uma mistura de

partes iguais de azeite de oliva e carvão de lenha digestivo pulverizado (o azeite de

oliva não tem sabor ruim e o carvão é insípido), com um pincel largo e macio. Em

seguida o sujeito deveria produzir uma palavra que contivesse o som a ser

investigado.

Após a produção da palavra, era solicitado que o sujeito abrisse a boca para a

introdução de um espelho com cantos arredondados, que refletia a região entre os

molares esquerdos e direitos da arcada dentária superior que foi contatada pela

língua. Logo após, a imagem refletida no espelho foi fotografada e todo o processo

filmado. Ao término do registro fotográfico, o sujeito foi instruído a utilizar a escova

de dente e enxaguar a boca para que não ficasse nenhum resíduo da mistura. A

seguir, são mostradas as Figuras do material, mistura, aplicação da mistura para

realização da palatografia e linguografia, introdução do espelho entre os molares e

palatografia elinguografia.

Após a obtenção da palatografia, procedimento semelhante foi realizado para

a linguografia. A mesma mistura foi aplicada no palato duro, e após a produção da

mesma palavra utilizada na palatografia, o sujeito colocava a língua para fora para ser

fotografada e filmada para posterior análise (CASAES, 1992; LADEFOGED,2001).

O tempo gasto para a realização de cada palatografia e/ou linguografia entre

instrução, aplicação da mistura, produção e enxágüe foi ao redor de dois minutos. No

entanto, 40% das crianças referiram enjôo. Em alguns casos, na hora de fotografar a

palatografia o espelho embaçava enquanto procurava-se o melhor foco para

fotografar a imagem. Além disso, para as crianças menores houve dificuldade em se

posicionar o espelho entre os molares, devido ao tamanho reduzido da

arcadadentária. Para a análise do palatograma e do linguograma foram usadas as

fotografias. Nesta análise estudou-se a arcada dentária, o palato duro e a mancha

observada. O Quadro 4 mostra as medidas analisadas para cada um dos

componentesestudados.

Durante a análise a criança poderia apresentar concomitantemente mais de um

ponto de contato (CASAES, 1990). As manchas poderiam ocorrer também em mais

de uma região do palato, sendo considerada como exemplo alveolar,

dento-palatal e dento-alvéolo-dento-palatal. Da mesma forma, mais de uma região da língua

também poderia estar manchada, sendo classificada como ápico-laminar (AVELINO

e KIM,2006). Para 20% das palatografias e linguografias foram realizadas, além da

análise da pesquisadora, uma segunda análise das fotos, por uma fonoaudióloga

mestre, que obteve 95% de acordo.

7 ALFABETO FONÉTICO INTERNACIONAL

O alfabeto fonético internacional foi criado em 1886 por professores de

nacionalidades francesa e inglesa, num projeto que teve a orientação do

linguista Paul Passy. Mais tarde, esse grupo foi denominado AFI - Associação

Fonética Internacional - em inglês, International Phonetic Association (IPA). Esse

alfabeto especial, que compõe o que muitas vezes encontramos como quadro

fonético, passou por inúmeras mudanças em virtude dos estudos promovidos por esse

grupo. Sua última atualização data d 2005.

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