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6. Conferência Internacional de Estatísticos do Trabalho

6.2. Sixth internacional Conference of Labour Statisticians (4 August 1947)

6.2.6. Classificação para Taxas de Gravidade

Propôs-se adicionar um novo o seguinte parágrafo à definição:

Na publicação das taxas de gravidade deviam ser dadas classificações em função dos principais grupos de incapacidade – morte, total permanente, parcial permanente e temporária – para que fosse possível recalcular as taxas numa base de comparabilidade internacional.

As principais diferenças no método de cálculo das taxas de gravidade nos sete países que as publicaram têm que ver com a carga temporal atribuída à morte ou à incapacidade permanente. Este número é 6.000 dias nos Estados Unidos, Finlândia e Palestina; 7.500 na Noruega, Suécia e Suíça; e 60.000 horas na Nova Zelândia (International Labour Office Geneva, 1947).

A carga temporal atribuída à incapacidade total permanente, afetava na prática a carga temporal atribuída à incapacidade parcial permanente, sempre que esta carga temporal fosse expressa como a percentagem da anterior (International Labour Office Geneva, 1947).

No que dizia respeito a estas diferenças de carga temporal para morte ou incapacidade permanente, a comparabilidade internacional podia ser obtida quer pela

adoção de um número estabelecido de dias para a carga temporal, quer por um novo cálculo das taxas numa base uniformizada. Este novo cálculo podia ser feito desde que as taxas de gravidade fossem classificadas de acordo com o tipo de caso - fatal, incapacidade total permanente, incapacidade parcial permanente com a percentagem de prejuízo, e incapacidade temporária; a carga temporal atribuída à morte ou incapacidade total permanente afetava os primeiro três destes casos (International Labour Office Geneva, 1947).

As propostas feitas na proposta de Resolução previam os detalhes necessários para possibilitarem que as taxas fossem novamente calculadas numa base uniformizada (International Labour Office Geneva, 1947).

Caberia à Conferência considerar se desejava recomendar uma carga temporal única para morte ou incapacidade permanente. Havia dois pontos a considerar. Primeiro, quanto ao valor numérico da própria carga temporal. Os principais argumentos eram: (1) aceitar o facto de que morte e incapacidade deviam receber uma carga temporal relativamente elevada, se a esta fosse demasiado pesada, ela tenderia a atribuir um peso excessivo aos fatores de casualidade que, num acidente, produziam resultados graves ou fatais; (2) se as cargas temporais fossem efetivamente baseadas na duração da incapacidade ou na perda equivalente de vida útil que ela representava, o número mais elevado correspondia provavelmente melhor a essa perda nos países avançados; (3) à medida que as taxas de mortalidade desciam e a duração do tempo de vida útil aumentava, havia uma tendência para um prolongamento da perda esperada de vida útil, o que, no entanto, podia ser compensado pelo encurtamento da semana de trabalho e pela reforma antecipada; e (4) de qualquer forma, para obterem taxas de gravidade comparáveis, as cargas temporais deviam ser uniformes, e a uniformidade era de muito maior importância do que o valor particular que podia ser adotado para medir a carga temporal. Além disso, para que seja possível uma uniformização internacional, é essencial que a norma proposta fosse feita de forma a poder ser imediatamente adotada (International Labour Office Geneva, 1947).

Em suma, as evidências apontavam para se favorecer definitivamente a carga temporal mais longa, e nesta base, era preferível 7.500 dias do que 6.000 dias (International Labour Office Geneva, 1947).

O segundo ponto dizia respeito à interpretação da carga temporal como dias consecutivos de calendário ou dias úteis, de trabalho. Na American Standards Association a prática era que a carga temporal de 6.000 para casos de morte era acrescida às cargas temporais em termos de dias consecutivos para casos de incapacidade temporária, ou seja, os 6.000 dias eram dias consecutivos. Uma morte em comparação com uma lesão que causa uma semana de incapacidade, recebe, assim, um peso correspondente de 16 anos e meio. Na Suécia, por outro lado,

havendo uma carga temporal de 7.500 dias de trabalho, a uma morte comparada com uma lesão que causa uma semana de incapacidade era dado um peso correspondente a 25 anos (International Labour Office Geneva, 1947).

Assim, se fosse recomendado 7.500 como carga temporal padrão para morte ou incapacidade total permanente, devia ser também decidido se este período fosse considerado como dias de trabalho ou dias consecutivos, de calendário. Se optassem pelo primeiro, todos os números de dias de calendário perdidos por incapacidades temporárias deviam ser convertidos em dias de trabalho, multiplicando-os por um fator padrão (300/365) antes de se adicionarem nas cargas temporais para morte e incapacidade total permanente a taxa de 7.500 dias de trabalho por caso. Se se optarem pelo Segundo, os valores para dias consecutivos não deviam ser convertidos em dias de trabalho, mas deviam ser adicionados às cargas temporais para morte e incapacidade total permanente, com a taxa de 7.500 dias (de calendário) por caso. Se se mantivessem os dias de calendário perdidos por incapacidade temporária, tal como são, a alternativa poderia ser aumentar a carga temporal designada à morte para o número de dias de calendário equivalente, ou seja, 9.125, o que correspondia a 7.500 dias de trabalho, ou 9.545 dias de calendário, que era o número utilizado na Nova Zelândia, ou aproximadamente 10.000 dias. O ponto a favor para a utilização de dias de trabalho, e de 7.500 como dias de trabalho, era que este procedimento já era o padrão em três países. O único argumento contra era que a adoção dos dias de calendário simplificaria o procedimento, e que a adoção de, digamos, 10.000 dias daria um número redondo. Em suma, o Secretariado preferia o uso do procedimento adotado na Suécia, que consistia em converter os dias de calendário perdidos ao equivalente em dias de trabalho e a adoção do número 7.500 dias de trabalho para mortes e incapacidades totais permanentes. Se todos os países pudessem estar de acordo com este procedimento, seria dado um grande passo em direção à uniformização das taxas de gravidade em diferentes países (International Labour Office Geneva, 1947).

Se a Conferência estivesse favorável a esta proposta, podia ser adicionado, mesmo antes do parágrafo dado acima, o seguinte parágrafo:

Ao calcular taxas de gravidade, os dias de calendário perdidos devido a incapacidades temporárias deviam ser convertidos em dias de trabalho perdidos, multiplicando-os pela fração 300 /365 e mortes e incapacidades totais permanentes devem avaliadas no valor de 7.500 dias de trabalho perdidos (International Labour Office Geneva, 1947).

De qualquer modo, independentemente de ser recomendado ou não um número padrão, o Secretariado propôs a alteração tal como apresentada anteriormente, de forma a poderem ser calculadas, de forma razoável, taxas de gravidade a partir dos números publicados (International Labour Office Geneva, 1947).