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6. Conferência Internacional de Estatísticos do Trabalho

6.8. Sixteen Internacional Conference of Labour Statisticians (6 October 1998)

6.8.2. Comissão sobre as estatísticas de lesões profissionais

Nas suas observações preliminares, o Presidente da comissão referiu três pontos específicos sobre os quais a Comissão deveria concentrar os seus esforços: terminologia e definições; tipos de dados a recolher e classificações (International Labour Organization, 1998).

Os membros da Comissão examinaram, em primeiro lugar, os principais objetivos e as aplicações das estatísticas de lesões profissionais. Foram reafirmados os pontos de vista expressos em sessão plenária a propósito do objetivo principal, que consistiu em fornecer dados para fins de prevenção dos acidentes. Alguns participantes, provenientes, nomeadamente dos países francófonos, consideraram que reinava uma certa confusão neste parágrafo quanto ao alcance do conceito "lesões profissionais". Se bem que este termo seja posteriormente definido no parágrafo 5, seria útil precisar, desde então, que ele não visava incluir as doenças profissionais. A Comissão concordou e o parágrafo 1 foi alterado com o intuito de incluir uma referência específica às doenças profissionais e às lesões profissionais no programa de estatísticas sobre a saúde e segurança no trabalho. A discussão abrangeu igualmente a questão de inteirarem acerca de "acidente de trabalho", ou "lesão profissional", ficando em aberto e decidido que utilizariam o termo que fosse mais conveniente. A maioria dos participantes entendeu que estes dois termos estão interligados, fazendo o "acidente de trabalho" referência ao acontecimento que é suscetível de provocar lesões a uma ou várias pessoas, enquanto que a "lesão profissional" se refere às

consequências, isto é, à(s) pessoa(s) ferida(s) (International Labour Organization, 1998).

A discussão do parágrafo 5 (a) centrou-se, em primeiro lugar, na inclusão da noção de violência não consensual na definição de acidente de trabalho. A representante do Secretário Geral explicou que este enunciado visava abranger atos de violência, tais como uma agressão da parte de um colega ou de uma pessoa exterior ao local de trabalho, excluindo, contudo, atos voluntários, tais como o suicídio. A Comissão decidiu excluir o termo "não consensual", julgado pouco claro. Decidiram, portanto, que a expressão "atos de violência" qualificava de maneira adequada este fenómeno. Foram efetuadas críticas a propósito dos termos "lesões corporais, doenças ou morte", figurando, ao mesmo tempo, na definição de acidentes de trabalho e na de lesões profissionais. Dessa forma, dado que um acidente pode ser a causa de uma ou de várias lesões profissionais, foi decidido acrescentar "um ou vários trabalhadores" após "lesões profissionais, doenças ou morte" (International Labour Organization, 1998).

Na sequência de uma decisão da Comissão, de incluir "doenças profissionais" no parágrafo 1, assim como da necessidade de reforçar a distinção entre lesões profissionais e doenças profissionais, foi decidido estabelecer uma distinção entre estes dois conceitos no parágrafo 5 (c) e incluir a definição de "doença profissional" obtida da recolha de diretivas práticas da OIT sobre o registo e a declaração dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais (International Labour Organization, 1998).

Foram expressas algumas preocupações acerca da oportunidade de incluir, no projeto de resolução, parágrafo 7, uma recomendação, segunda a qual as estatísticas deviam abranger o trabalho infantil, visto que esta forma de emprego era ilegal em muitos países. A Conferência notou, contudo, que, a despeito da legislação, o trabalho infantil existia e, portanto, era importante ter uma informação acerca das lesões profissionais nesse tipo de trabalhadores. Foi chamada a atenção para a nota emrodapé? de página que foi inserida no parágrafo 7, declarando que "esta inclusão não devia ser interpretada como uma forma de encontrar alguma justificação para o trabalho infantil" (International Labour Organization, 1998).

No que foi referido acerca das medidas comparativas a reunião de peritos discordou do uso da expressão "persons exposed to risk", pois consideraram que era praticamente impossível determinar o número de trabalhadores que eestavam realmente expostos a riscos particulares. A expressão " workers in the reference group" foi preferida e proposta. (Esta expressão está, portanto, incluída nas partes relevantes do projeto de resolução.)

No decurso da discussão sobre a medição do tempo perdido devido a lesões profissionais, um certo número de participantes, chamaram a atenção da Comissão

para os problemas da recolha dos dados. O tempo perdido não é conhecido antes da vítima voltar ao trabalho e, nos casos de lesões mais graves, a pessoa em causa pode estar ausente temporariamente do trabalho por um período superior a um ano. Se se devesse recolher as estatísticas pelo menos uma vez por ano, como é recomendado posteriormente no projeto de resolução, seria desejável incluir um limite superior para o tempo perdido. A Comissão esteve de acordo e inseriu um limite de tempo de um ano para a medição do tempo perdido por causa de lesões profissionais, o que é coerente com o limite de um ano fixado no parágrafo 13 para as lesões profissionais mortais. Para mais, as estatísticas só podem ser compiladas com base neste ou naquele momento específico e, por consequência, seria preciso que isso também se refletisse no parágrafo 14 (International Labour Organization, 1998).

A Comissão aprovou o texto proposto sem alterações. Sublinhou a importância de um título que refletisse claramente o conteúdo da resolução. Vários participantes salientaram que o título proposto podia revelar-se enganador nos seus países, pelas mesmas razões mencionadas no decurso da discussão sobre os termos e as definições. Seria, portanto, necessário sublinhar o fato de que as doenças profissionais não eram abrangidas nas diretivas. Foram avançadas um certo número de sugestões e foi por fim decidido, que o título deveria ser constituído por termos precisos, para indicar que a resolução trata de lesões profissionais que resultam de acidentes de trabalho.

6.8.3. Resolução sobre as estatísticas das lesões profissionais: devidas a